247 - Em uma decisão que intensifica a crise institucional em Israel, a Suprema Corte declarou nesta quarta-feira (21) como ilegal a demissão de <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Ronen+Bar">Ronen Bar</a>, chefe do serviço de segurança interna Shin Bet, por parte do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A medida judicial ocorre em meio a investigações sobre o escândalo "Qatargate", que envolve assessores próximos de Netanyahu e supostos pagamentos do Catar.&nbsp;
O presidente do Supremo, Yitzhak Amit, destacou que a demissão foi realizada sem base factual adequada, sem audiência formal e em desrespeito aos procedimentos legais estabelecidos. Amit ressaltou ainda que há um "potencial tangível para um conflito de interesses entre o interesse pessoal do primeiro-ministro e seu dever público", uma vez que o Shin Bet está conduzindo investigações que podem afetar diretamente Netanyahu.
A controvérsia teve início em março, quando Netanyahu anunciou a intenção de demitir Bar, alegando "falta de confiança" após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. No entanto, Bar contestou a justificativa, afirmando que a decisão estava ligada à sua recusa em atender a pedidos do premiê, como monitorar financiadores de protestos antigovernamentais e emitir pareceres que isentassem Netanyahu de testemunhar em seu julgamento por corrupção.&nbsp;
O escândalo "Qatargate" envolve alegações de que assessores de Netanyahu receberam pagamentos do Catar para promover interesses do emirado, que tem ligações com o Hamas. As investigações conduzidas pelo Shin Bet sobre o caso teriam motivado a tentativa de demissão de Bar, segundo opositores do governo.&nbsp;
Apesar da decisão judicial, <a href="https://www.brasil247.com/mundo/chefe-de-inteligencia-israelense-renuncia-ao-cargo-apos-escalada-de-tensoes-com-netanyahu">Bar anunciou</a> em abril sua intenção de renunciar ao cargo em 15 de junho, assumindo responsabilidade pelas falhas de segurança relacionadas ao ataque de outubro. O governo, por sua vez, cancelou a decisão de demiti-lo após o anúncio de sua renúncia.

Luis Mauro Filho

Ronen Bar, chefe do Shin Bet, participa de uma cerimônia no cemitério militar do Monte Herzl, em Jerusalém, em 13 de maio de 2024

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Mundo

Suprema Corte de Israel declara ilegal demissão de chefe do Shin Bet por Netanyahu

Reuters - O chefe do serviço de inteligência interna de Israel anunciou sua renúncia nesta segunda-feira (28), informando que deixará o cargo em 15 de junho, seis semanas após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tentar destituí-lo.
"Após 35 anos de serviço, para permitir um processo ordenado de nomeação de um sucessor permanente e uma transferência profissional, encerrarei meu cargo em 15 de junho de 2025", declarou o chefe do Shin Bet, Ronen Bar, em comentários divulgados pelo serviço de segurança.
O Shin Bet, responsável por investigações antiterrorismo, está no centro de uma crescente batalha política que opõe o governo de coalizão de direita de Netanyahu a uma série de críticos, desde membros do sistema de segurança até famílias de reféns em Gaza.
<a href="https://www.brasil247.com/search?term=Netanyahu+">Netanyahu </a>afirmou, em 16 de março, que havia perdido a confiança em Bar há muito tempo e que a confiança no chefe do serviço de segurança interna — cujas funções incluem o combate ao terrorismo e a proteção de funcionários do governo — era especialmente crucial em tempos de guerra.
A decisão do primeiro-ministro israelense de demitir Bar em março provocou protestos em todo o país, com críticos argumentando que o governo estava minando instituições estatais importantes e colocando em risco os fundamentos da democracia israelense.
Posteriormente, a Suprema Corte congelou temporariamente a tentativa do governo de demitir Bar, que alegou que Netanyahu queria sua destituição após ele se recusar a atender a pedidos que incluíam espionar manifestantes israelenses e interromper o julgamento de corrupção do primeiro-ministro.
Netanyahu, em resposta às acusações, acusou Bar de mentir.
A controvérsia ocorreu após mais de dois anos de hostilidade entre apoiadores de Netanyahu e elementos do establishment de segurança e defesa, agravada pela culpa atribuída às falhas que permitiram o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 — o pior desastre de segurança na história de Israel e o gatilho para a guerra em Gaza.
Bar, que foi um dos principais negociadores israelenses nas conversas sobre cessar-fogo e libertação de reféns, já havia indicado que renunciaria antes do fim de seu mandato, previsto para cerca de 18 meses, aceitando a responsabilidade pela falha do Shin Bet em impedir o ataque.

Chefe de inteligência israelense anuncia renúncia ao cargo após escalada de tensões com Netanyahu

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