247 - Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de oito anos de prisão por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o hacker Walter Delgatti Neto está desde agosto de 2023 na Penitenciária 2 de Tremembé (SP), onde cumpre pena em meio a outros presos conhecidos por crimes de grande repercussão, informa o <a href="https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/06/19/condenado-com-zambelli-hacker-delgatti-faz-amizade-com-famosos-e-joga-bola-com-robinho-no-presidio-das-estrelas.ghtml">g1</a>.
Com o esgotamento dos recursos no STF em 6 de junho, a prisão de Delgatti passou a ser definitiva. No mesmo processo, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi considerada mentora da ação criminosa, mas encontra-se foragida na Itália, com o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. O governo brasileiro já formalizou o pedido de extradição para que ela também cumpra sua pena no país.
Na unidade prisional, Delgatti convive com um elenco de figuras envolvidas em escândalos que dominaram o noticiário nacional: entre eles, o ex-jogador Robinho — condenado na Itália a nove anos de prisão por estupro e transferido ao Brasil em março deste ano —, o ex-médico Roger Abdelmassih, condenado por estupros de pacientes, o empresário Thiago Brennand, acusado de agredir mulheres, e Fernando Sastre Filho, condenado após matar um motorista de aplicativo com um Porsche, em São Paulo.
Segundo seu advogado, Ariovaldo Moreira, o hacker estabeleceu laços no cotidiano da prisão. Relatou que joga futebol com Robinho, conversa com ele sobre política e já recebeu comida do ex-atleta. Também contou que vem aprendendo xadrez com um ex-prefeito encarcerado na unidade e divide cela com um detento acusado de feminicídio.
Condenação e rotina carcerária - Delgatti foi condenado a oito anos e três meses de prisão por inserir ordens falsas no sistema do CNJ, entre elas, um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes — com assinatura forjada do próprio magistrado. Zambelli, que foi acusada pela Procuradoria-Geral da República de ser a articuladora da invasão ocorrida em janeiro de 2023, recebeu pena de dez anos e está foragida. A ação, segundo a PGR, buscava abalar a credibilidade do Judiciário e sustentar suspeitas sobre a lisura da eleição de 2022.
Apesar da notoriedade do caso, o hacker tenta manter alguma rotina de normalidade dentro do sistema prisional. Ele faz atividades físicas na academia da penitenciária, lê livros — tendo mencionado o título “O segredo de Luísa”, sobre empreendedorismo —, e aguarda o início de um curso técnico.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo confirmou que Delgatti está matriculado em um curso de qualificação profissional na área de almoxarifado. “Após a conclusão do curso, ele ficará à disposição para inclusão em vaga de trabalho, conforme a disponibilidade da unidade prisional”, informou a pasta.
Outras acusações e liberdade condicional - Além da pena pelo caso CNJ, Delgatti foi condenado em primeira instância a 20 anos de prisão por hackear celulares de autoridades ligadas à antiga força-tarefa da Lava Jato — ação investigada na chamada Operação Spoofing. Nesse caso, ele responde em liberdade, pois ainda restam recursos pendentes na Justiça Federal em Brasília.
Enquanto isso, em Tremembé, Walter Delgatti Neto segue cumprindo pena em meio à chamada “ala das celebridades” do sistema penitenciário paulista, em uma convivência que mescla futebol, conversas políticas e livros de cabeceira.

Guilherme Levorato

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Hacker Delgatti cumpre pena ao lado de 'celebridades do crime' e joga futebol com Robinho em Tremembé

247 - O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 100 anos de prisão por estuprar 37 pacientes, está novamente pleiteando na Justiça o direito de cumprir sua pena em casa, alegando questões de saúde, relata a <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/risco-de-morte-ex-medico-roger-abdelmassih-pede-prisao-domiciliar-humanitaria/">CNN Brasil</a>. Aos 80 anos, sua defesa entrou com um habeas corpus solicitando a chamada “prisão domiciliar humanitária”.&nbsp;
Segundo o documento judicial, a defesa baseia o pedido em “suposta piora no estado de saúde” de Abdelmassih. O ex-médico estaria sofrendo de condições como hipertensão arterial crônica, doença coronariana aterosclerótica, hiperplasia prostática benigna e diverticulite, o que, segundo a defesa, representa um risco significativo à sua vida. O argumento central do pedido é que Abdelmassih estaria recebendo cuidados paliativos e que o ambiente carcerário não permitiria o tratamento adequado para suas condições de saúde.
Esse novo pedido segue uma série de tentativas frustradas da defesa em conseguir a prisão domiciliar. No ano passado, Larissa Sacco Abdelmassih, esposa de Roger e ex-procuradora da República, havia feito um pedido similar à Vara de Execuções Criminais de São José dos Campos, que acabou sendo negado. Desde então, a defesa tenta reverter a decisão, alegando risco iminente à vida do ex-médico.
Apesar dos argumentos apresentados, uma perícia médica realizada recentemente concluiu que Abdelmassih “encontra-se estável, em uso regular de medicações e com insuficiência cardíaca controlada”. Essa avaliação, inclusive, foi um dos fatores que contribuíram para as negativas anteriores da Justiça, que rejeitou os pedidos tanto na primeira instância quanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Contudo, a defesa não desistiu e agora recorreu ao STJ, aguardando uma decisão final sobre o caso.
Ainda sem uma resposta definitiva, o caso segue aguardando novos desdobramentos no STJ. A corte solicitou mais informações ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e ao juízo de execução sobre o estado atual de saúde de Abdelmassih e as providências tomadas pela penitenciária de Tremembé, onde ele cumpre pena desde 2021.
Para as vítimas do ex-médico, a possibilidade de ele ser colocado em prisão domiciliar causa revolta e frustração. Em entrevista à CNN, Ivani Serebrenic, uma das 37 mulheres que foram vítimas de Abdelmassih, disse que “desde que ele esteja preso, a Justiça está sendo feita”. Ela expressou seu alívio ao saber que Abdelmassih continua atrás das grades, afirmando: "a dor é tão grande, mas alivia um pouco saber que ele está preso".
Roger Abdelmassih foi um dos mais renomados especialistas em reprodução assistida do Brasil, mas caiu em desgraça após dezenas de pacientes o acusarem de estupro enquanto estavam sob seus cuidados. Ele chegou a fugir para o Paraguai em 2011, onde viveu como foragido até ser capturado e extraditado em 2014. Desde então, ele tem tentado diversas manobras judiciais para amenizar sua pena, sem sucesso até o momento.
A defesa de Abdelmassih não retornou o contato da CNN.

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Ex-médico Roger Abdelmassih pede prisão domiciliar humanitária alegando 'risco de morte'

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