247 - Justin Trudeau, que anunciou sua renúncia em janeiro, deixou o cargo nesta sexta-feira (14) após quase uma década como premiê do Canadá, destaca o jornal <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2025/03/trudeau-deixa-governo-no-canada-com-volta-por-cima-insuflada-por-trump.shtml">The New York Times</a>. Sua decisão ocorreu em um momento de baixa popularidade, com pesquisas mostrando insatisfação generalizada com a situação do país. No entanto, uma série de ataques do presidente dos EUA, Donald Trump, incluindo tarifas comerciais e declarações que desafiavam a soberania canadense, incitaram uma onda de patriotismo e revitalizaram a imagem de Trudeau. "Os canadenses são razoáveis e educados, mas não recuaremos de uma luta", afirmou Trudeau, em resposta às ofensivas de Trump.
A resistência de Trudeau e sua habilidade oratória foram fundamentais para mobilizar o país. Ele criticou publicamente as ações de Trump, chamando-as de "burras" e destacando os riscos para a economia canadense. Enquanto isso, Mark Carney, seu sucessor, assume o cargo em um cenário político transformado. Pesquisas indicam que os canadenses veem Carney como mais preparado para enfrentar Trump do que o líder conservador, Pierre Poilievre, o que pode influenciar as próximas eleições gerais.
Apesar da reviravolta recente, Trudeau deixa um país com desafios significativos, como custos crescentes de moradia e inflação. Seu governo, que começou com promessas ambiciosas em áreas como mudança climática, feminismo e reconciliação com povos indígenas, enfrentou críticas devido a falhas pessoais e políticas. Revelações sobre o uso de blackface e brownface antes de entrar na política, além de férias luxuosas, mancharam sua imagem. A pandemia e a guerra na Ucrânia agravaram os problemas econômicos, aumentando o descontentamento popular.
Trudeau não revelou seus planos após deixar o cargo, mas amigos próximos sugerem que ele priorizará a família, especialmente após sua separação de Sophie Grégoire Trudeau. Em seu discurso de despedida, ele deixou uma mensagem de resiliência aos canadenses, usando uma expressão típica do hóquei: "Cotovelos para cima." A frase simboliza tanto sua trajetória política quanto o espírito de resistência que marcou seus últimos meses no poder.

Camila França

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