247 - O presidente STF, ministro Luís Roberto Barroso, reforçou a urgência de regulamentação das big techs, redes sociais e sistemas de inteligência artificial (IA). A declaração foi feita durante homenagem recebida do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP), nesta segunda-feira (10), conforme reportado originalmente pelo jornal O Globo.
Barroso alertou para o que chamou de "incentivo perverso" das plataformas digitais, que, segundo ele, privilegiam conteúdos agressivos e falsos em detrimento do diálogo civilizado. “A agressividade, a mentira, o absurdo trazem muito mais engajamento do que a fala moderada, racional e respeitosa. Portanto, há um incentivo à disseminação do ódio, da desinformação e das coisas ruins. Neste mundo, precisamos preservar a liberdade de expressão, vital, mas impedir que a vida desabe num abismo de incivilidade”, afirmou.
O ministro vinculou sua posição ao voto que já registrou em ação no STF sobre a responsabilização de empresas de tecnologia por conteúdos ilegais.
<h3>IA como aliada da Justiça</h3>
Apesar dos riscos, Barroso enxerga na inteligência artificial uma solução para desafios do Judiciário. Ele defendeu o uso de sistemas para agilizar os mais de 80 milhões de processos em tramitação no país. “Haveria abertura para delegar a elaboração de peças às IAs, ainda que com supervisão humana”, disse, citando a possibilidade de súmulas vinculantes acelerarem decisões em instâncias inferiores.
<h3>Tensões entre Moraes e Musk vêm escalando</h3>
O embate entre o ministro do STF Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) e secretário de Eficiência Governamental dos Estados Unidos, ganhou contornos geopolíticos após Musk sugerir sanções contra Moraes, questionando se o ministro teria bens nos Estados Unidos. A tensão começou com decisões do STF que determinaram o bloqueio de contas e plataformas acusadas de disseminar desinformação e ataques à democracia, medidas que Musk classificou como censura.&nbsp;
O bilionário, aliado a setores da extrema direita brasileira e americana, amplificou críticas ao STF, enquanto o tribunal defende a aplicação da legislação brasileira às big techs que operam no país. O conflito reflete um debate global sobre quem deve regular o conteúdo online: os Estados nacionais ou as empresas de tecnologia, que muitas vezes se colocam acima das jurisdições locais.

Luis Mauro Filho

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Brasil

Barroso defende regulação de redes sociais e IA para evitar "abismo de incivilidade"

247 - Os Emirados Árabes Unidos (EAU) planejam lançar seus próprios modelos de Inteligência Artificial (IA) inspirados na DeepSeek, plataforma chinesa que vem ganhando relevância no setor. A informação foi confirmada à <a href="https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2025/02/12/emirados-lancarao-seus-proprios-modelos-de-ia-inspirados-em-plataforma-chinesa-deepseek.htm">AFP</a> pelo assessor presidencial sobre tecnologias avançadas dos Emirados, Faisal al Banai, que classificou a iniciativa como uma "notícia fantástica".
Os Emirados, que já lançaram o modelo de linguagem (LLM) de código aberto Falcon, vêm apostando na tecnologia como parte de uma estratégia para diversificar sua economia, tradicionalmente dependente da extração de combustíveis fósseis. Durante a Cúpula Mundial de Governos, em Dubai, Banai ressaltou a importância da chegada do DeepSeek ao mercado, destacando que sua proposta de oferecer serviços semelhantes aos dos gigantes americanos por uma fração do custo causou um "terremoto" no setor financeiro.
"O que aconteceu com o DeepSeek é outra prova de que pequenas equipes e países ágeis podem agir rapidamente e causar impacto", afirmou. "Estamos aprendendo com o que eles demonstraram. Estamos tomando nota e lançaremos outros modelos".
Banai também destacou que a riqueza dos Emirados, aliada à capacidade de atrair talentos e tomar decisões rápidas, pode colocar o país na liderança do setor de IA. Ele fez suas declarações no mesmo dia em que o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, alertou contra o risco de "regulamentação excessiva" no setor.
"É ilusório pensar que qualquer país pode regulamentar a IA, porque se você regula, outra pessoa não está regulando", argumentou Banai. "Quando se trata de IA, acho que a regulamentação precisa se concentrar nas poucas áreas que importam, sem sufocar o crescimento".
A iniciativa dos Emirados reflete uma tendência global de investimentos em IA, com diversos países disputando protagonismo na corrida tecnológica e buscando alternativas aos monopólios estabelecidos por empresas americanas.

Camila França

Ilustração de Inteligência Artificial (IA)
14/12/2023  REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração/Arquivo

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Mundo

Emirados Árabes Unidos preparam lançamento de modelos de IA inspirados na DeepSeek

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