247 - O chefe da Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que relatórios emitidos pela instituição não podem servir de base para indicações sobre a criação de armas nucleares.
Pela primeira vez em 20 anos, o Conselho dos Governadores da AIEA acusou o Irã de não ter cumprido o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Após o início dos ataques, Grossi apontou que a organização não encontrou provas de programas iranianos para a criação de armas nucleares.&nbsp;
Teerã afirmou que a declaração de Grossi chegou tarde demais e que a resolução da AIEA é a causa dos ataques contra o país, o que levou à morte de centenas de pessoas (com Sputnik).

Leonardo Lucena

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Mundo

Relatório da AIEA não pode ser base para ataques contra Irã, diz Rafael Grossi

247 - Em meio à escalada militar entre Israel e Irã, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, demonstrou profunda preocupação com a integridade das instalações nucleares iranianas, especialmente a central de enriquecimento de urânio de Natanz, alvo de bombardeios israelenses na última sexta-feira (13). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (16), durante reunião extraordinária realizada em Viena, destaca o jornal <a href="https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/06/16/agencia-de-energia-atomica-aponta-risco-de-vazamento-radiologico-em-central-do-ira-e-ve-seguranca-nuclear-comprometida.ghtml">O Globo</a>, citando agências internacionais.&nbsp;
“Pela segunda vez em três anos, estamos testemunhando um conflito dramático entre dois Estados-membros da AIEA, no qual instalações nucleares estão sendo atacadas e a segurança nuclear está sendo comprometida”, declarou Grossi, traçando um paralelo com a guerra entre Rússia e Ucrânia, que colocou a usina de Zaporíjia sob risco direto de confronto.
A instalação de Natanz, considerada estratégica para o programa nuclear iraniano, sofreu danos após o ataque israelense. De acordo com Grossi, um componente localizado na superfície foi destruído, mas as estruturas subterrâneas, onde estão instaladas as centrífugas de enriquecimento de urânio, teriam permanecido intactas. “Não houve danos adicionais na usina de enriquecimento de combustível de Natanz desde o ataque de sexta-feira”, disse. Ainda assim, ele alertou para uma queda de energia que pode ter comprometido o funcionamento das centrífugas.
A avaliação contrasta com as declarações de autoridades israelenses. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou, no domingo (15), que a instalação havia sido “destruída” pelo bombardeio. Já uma fonte de segurança, sob anonimato, afirmou ao Haaretz que os danos se estenderam também aos compartimentos subterrâneos da usina.
A AIEA, por sua vez, reforçou que não houve aumento nos níveis de radiação no entorno da instalação, o que indicaria ausência de vazamento radiológico externo. No entanto, Grossi advertiu sobre os riscos de exposição interna a substâncias radiológicas e químicas, com potenciais efeitos graves para as equipes que operam no local.
Segundo a agência, outras centrais nucleares do Irã não foram atingidas pelos ataques. A usina de Bushehr, no oeste do país, permanece intacta, assim como a central de Fordow, construída dentro de uma montanha próxima à cidade de Quom e considerada a mais protegida do país. Ainda assim, Natanz, localizada a cerca de 220 km de Teerã, é vista como peça-chave na infraestrutura nuclear iraniana, operando com urânio enriquecido a até 60% — um índice muito acima do necessário para fins civis, embora ainda inferior aos 90% exigidos para a produção de armas nucleares.
A preocupação da AIEA sobre o ritmo de enriquecimento do Irã não é nova. Relatório da agência divulgado em maio de 2024 indicava que o país possuía 408,6 kg de urânio enriquecido a 60%, com 133,8 kg produzidos apenas em três meses. Em março de 2023, foram detectadas partículas com pureza de até 83,7%. Embora ainda abaixo do patamar bélico, analistas alertam que o salto entre 60% e 90% poderia ser dado em curto prazo, dado o tipo de centrífugas utilizadas.
A ofensiva israelense foi classificada por Tel Aviv como um “ataque preventivo” contra um suposto plano do Irã de desenvolver armamento nuclear. Na sexta-feira, quando os primeiros bombardeios foram reportados, Grossi já havia pedido máxima contenção das partes envolvidas e reiterado que instalações nucleares “nunca devem ser atacadas”.
O contexto da tensão nuclear levou 11 países — incluindo Rússia, China, Paquistão, Iraque, Nicarágua, Venezuela e Cuba — a assinarem uma declaração conjunta na AIEA em repúdio a qualquer tipo de ataque contra estruturas nucleares de uso pacífico. O texto afirma que tais ações violam a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e o próprio estatuto da agência atômica. Diante do cenário, Grossi reiterou que a AIEA seguirá acompanhando de perto a situação e ofereceu assistência ao Irã. “A agência não ficará de braços cruzados durante esse conflito”, enfatizou.

Paulo Emilio

Agência de energia atômica alerta para riscos nucleares após ataque israelense a central do Irã

247 - O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, declarou que ameaças de ataques às instalações nucleares do Irã são "inaceitáveis". A declaração foi feita durante visita a Teerã, conforme reportado pela agência IRIB. Grossi enfatizou que tais ações poderiam agravar problemas existentes e causar sérias consequências ambientais.
​A visita de Grossi ocorre em um momento crítico das negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos. O presidente dos EUA, Donald Trump, optou por bloquear um plano israelense de ataque às instalações nucleares iranianas, preferindo retomar o diálogo direto com Teerã. Segundo o The New York Times, a proposta israelense incluía operações militares destinadas a atrasar o programa nuclear iraniano em pelo menos um ano.​
Grossi destacou a importância da participação da AIEA nas negociações, afirmando que qualquer acordo entre Irã e EUA deve ser verificável pela agência para garantir sua credibilidade. Ele mencionou estar em contato com o negociador americano para que a AIEA possa atuar como uma ponte entre as partes e contribuir para um desfecho positivo nas negociações.
As negociações entre Irã e EUA estão programadas para continuar em Roma, após uma primeira rodada realizada em Omã. O Irã busca apoio da Rússia nas conversas, com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, encontrando-se com o chanceler russo Sergey Lavrov em Moscou. Araghchi expressou otimismo quanto à possibilidade de um acordo, desde que os EUA "adotem uma abordagem realista".​
(Com infomarções do portal Al Mayadeen)

Luis Mauro Filho

Chefe de agência da ONU para energia nuclear considera inaceitáveis ameaças a instalações iranianas​

(Reuters) - O chefe da agência nuclear da ONU, Rafael Grossi, disse após visitar a usina nuclear russa de Kursk na terça-feira que há risco de um "incidente nuclear" e que a situação é grave.
A Rússia afirma que a usina tem sido repetidamente atacada pelas forças ucranianas, que estão a apenas 40 km de distância, depois de terem conquistado uma parte do território russo neste mês. A Ucrânia ainda não respondeu às acusações.
Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, disse em uma entrevista coletiva que a usina é extremamente frágil porque não tem uma cúpula protetora.
Ele afirmou que o local ainda estava operando muito próximo das condições normais, mas isso significava que a situação em relação à sua segurança era ainda mais grave.

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