247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou preocupação com o impacto da inflação dos alimentos na qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros. Em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá, nesta quarta-feira (12), Lula destacou a necessidade de fortalecer a agricultura familiar e equilibrar a demanda interna e externa por commodities para garantir que os preços dos alimentos sejam acessíveis à população.
"Eu vivi dentro de fábrica 27 anos. Eu vivi com inflação de 80% ao mês. Eu tenho uma preocupação extraordinária", afirmou o presidente, relembrando sua experiência pessoal com a alta de preços e seu impacto na vida dos trabalhadores.&nbsp;
Lula ressaltou que o Brasil se tornou um grande exportador de commodities, mas é preciso garantir que o mercado interno não seja prejudicado. "Todo mundo quer comprar as coisas do Brasil, de ovo de galinha à pena de pavão, pé de galinha, carne, soja, milho, etanol. Então temos que nos preparar para atender o mercado externo sem criar problema para o mercado interno", disse.
O presidente destacou que o governo está em diálogo com setores empresariais e ministérios para encontrar soluções que barateiem os alimentos e, ao mesmo tempo, permitam o aumento dos salários. "Somente com o aumento do salário e uma certa redução do preço é que a gente vai permitir que a comida chegue na mesa do trabalhador e a preços compatíveis com o salário que ele ganha", afirmou.
Agricultura familiar como solução
Lula enfatizou o papel crucial da agricultura familiar na produção de alimentos para o mercado interno. Segundo o presidente, cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros são produzidos em pequenas propriedades rurais, que variam de zero a 100 hectares. "Nestas propriedades é que se produz 70% ou mais dos alimentos que vêm para a mesa do trabalhador, e nestas propriedades que nós precisamos fazer mais investimentos, mais tecnologia, mais financiamentos, mais assistência técnica", explicou.
O presidente citou iniciativas como o Plano Safra e o programa Mais Alimentos, que oferecem crédito e financiamento para máquinas e implementos agrícolas, como medidas essenciais para aumentar a produtividade no campo. "Se o cara produz 10 litros de leite, vamos fazer com que ele produza 20. Assim a gente melhora a capacidade produtiva dele e garante que o alimento chegará ao supermercado a preços acessíveis para que o povo possa viver bem", afirmou.
Equilíbrio entre agroexportação e mercado interno
Lula reconheceu a importância do agronegócio para a economia brasileira, mas defendeu um equilíbrio entre a produção para exportação e a demanda interna. "O agro produz muita coisa para exportação, seja a carne, a soja, o milho, o etanol. Tudo isso é produzido pelos grandes proprietários de terra, que é importante para o Brasil", disse. Ele destacou que o governo tem garantido políticas de crédito para o setor, mas reforçou a necessidade de priorizar também os pequenos e médios produtores.
O presidente concluiu afirmando que o combate à inflação dos alimentos e a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores são prioridades de seu governo. "Estamos tentando ver como é que a gente vai fazer para baratear o alimento e continuar aumentando o salário. É muito importante a gente continuar aumentando o salário", finalizou.
A fala de Lula reflete a preocupação do governo com os desafios econômicos atuais e a busca por soluções que beneficiem tanto a economia quanto a população brasileira, especialmente os trabalhadores que mais sentem o impacto da alta dos preços.

Camila França

12.02.2025 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá. Granja do Torto, Brasília - DF.

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Lula cita “preocupação extraordinária” com inflação dos alimentos e defende fortalecimento da agricultura familiar

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