247 - Deputados de São Paulo da bancada de esquerda da Câmara Federal reagiram com indignação à revelação, nesta sexta-feira (21), de que o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), estaria promovendo o sucateamento do Poupatempo, serviço que oferece centenas de atendimentos à população paulista utilizando dados pessoais dos cidadãos.
As denúncias ganharam destaque após reportagem do Folha de São Paulo, que revelou a abertura de um inquérito civil pelo Ministério Público de São Paulo para apurar suspeitas de desmonte do Poupatempo. O objetivo do Palácio dos Bandeirantes seria justificar a privatização do serviço. A investigação, instaurada na quarta-feira (19), aponta que a mudança no modelo de operação pode causar um “grave dano moral à população paulista”, conforme destacou a promotora do Patrimônio Público, Karyna Mori.
Nas redes sociais, parlamentares da esquerda criticaram veementemente a medida. Guilherme Boulos (Psol) atacou a "sanha privatista" do governador, afirmando que não há justificativa para a privatização e alertando que Tarcísio pode ser ainda "mais perigoso" que Jair Bolsonaro. Orlando Silva (PCdoB) destacou que a qualidade dos serviços deve piorar drasticamente caso a privatização seja concretizada. Já Erika Hilton (Psol) chamou atenção para os riscos à segurança dos dados da população, que passariam para as mãos da iniciativa privada.
Confira abaixo as reações:&nbsp;
"O cara quer privatizar até o Poupatempo.
Gente, a sanha privatista do governador Tarcísio não tem fim. O MP acabou de abrir uma investigação para apurar os sinais claros da atuação ativa do governo para o desmonte e consequente privatização do serviço.
Pra quem é de fora de São Paulo: o Poupatempo é um serviço público aprovado pela maioria dos paulistas. Não há qualquer razão para passar a gestão à iniciativa privada.
E Tarcísio está fazendo a mesma coisa com a educação pública. 33 escolas estaduais estão na mira e devem ser administradas por empresas.
Atrás do personagem de 'direita moderada', ele vai minando as políticas públicas do Estado. Não se deixem enganar: o governador de São Paulo é tão ou mais perigoso que seu chefe", escreveu Boulos, em postagem na plataforma X.&nbsp;
"É sempre assim: a lógica neoliberal bolsonarista é arruinar tudo aquilo que beneficia o povo para entregar ao mercado de graça. A conta fica para a população, que paga caro por serviços piores, vide Sabesp. É a criminosa destruição dos serviços públicos!", escreveu Silva no X.&nbsp;
"TARCÍSIO VAI ACABAR COM O POUPATEMPO?
O Governo Tarcísio está sendo investigado pelo Ministério Público sob a suspeita de sucatear o Poupatempo para privatizá-lo.
E essa privatização tem tudo que é de PIOR, até mesmo a venda dos dados pessoais dos paulistas.
Vem entender&nbsp;
Hoje em dia, o Poupatempo é administrado pela PRODESP, a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo, uma empresa estatal.
É impossível listar aqui tudo que a PRODESP faz, mas além do Poupatempo, ela também administra dados, fornece softwares e serviços de TI, presta consultorias e aplica projetos de transformação digital, e muito mais, para o setor público estadual e prefeituras do Estado inteiro.
Conforme o último relatório anual disponível, a PRODESP teve uma receita total de R$ 3,5 bilhões em 2023, investiu R$ 431,9 milhões em transformação digital no nosso Estado e ainda teve LUCRO de 236 milhões.
E o motivo desse resultado é que vale mais a pena, é mais barato e mais eficiente contratar a PRODESP pra gerir as coisas do que a iniciativa privada.
Mas, mesmo assim, Tarcísio quer tirar a administração do Poupatempo da PRODESP e privatizá-la.
Pra isso, seu Governo fez um edital no valor estimado de 3 BILHÕES DE REAIS para administrar unidades do Poupatempo no Estado inteiro. E sabe quem vai pagar esses 3 bilhões? VOCÊ!
Essa conta simplesmente NÃO FECHA. Tarcísio quer passar a administração do Poupatempo para a iniciativa privada ao custo de 3 BILHÕES dos nossos impostos, quase o total de receitas anuais da própria PRODESP, que já faz essa administração pra gente, e ainda ajuda o Estado todo, investe em tecnologia e sai no lucro.
Além disso, o edital de privatização prevê a VENDA das informações do povo do nosso Estado. São décadas de dados acumulados sobre todas e todos nós sendo vendidos sabe-se lá pra quem, e sabe-se lá pra qual finalidade.
E o Ministério Público também suspeita que o Edital tenha sido feito de forma específica para direcionar ou facilitar a vitória para determinada empresa.
Ou seja, é uma privatização sem sentido, com suspeita de corrupção, que vai fazer o Estado PERDER dinheiro e os nossos dados serão vendidos.
Se isso for pra frente, o Poupatempo como conhecemos vai ACABAR. Todo mundo que já usou sabe da importância dele pra agilizar a nossa vida, o que sempre fez muito bem. Mas essa proposta de privatização ameaça o seu funcionamento.
É isso que vocês querem pra São Paulo?", escreveu Hilton no X.&nbsp;

Leonardo Sobreira

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Sudeste

Deputados de SP criticam Tarcísio por desmonte do Poupatempo e temem vazamento de dados a empresas privadas

247 - O Ministério Público do estado de São Paulo (MP-SP) instaurou nesta semana um inquérito civil com o objetivo de apurar suspeitas de que o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) desmontou o programa Poupatempo, numa tentativa de justificar a privatização do serviço. A Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) fez um chamamento público, para a contratação de uma empresa privada, por mais de R$ 3 bilhões.
De acordo com informações publicadas nesta sexta-feira (21) pelos <a href="https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/03/promotoria-investiga-suposto-desmonte-para-privatizacao-do-poupatempo-pela-gestao-tarcisio.shtml">jornalistas Rogério Pagnan e Clayton Castelani, na Folha de S.Paulo</a>, a chamada feita pela Prodesp foi publicada em 9 de dezembro de 2024. A Promotoria investiga um item do edital que permite a exploração comercial de dados dos usuários do serviço e a suposta existência de dispositivos que dificultam a ampla concorrência.
O Poupatempo é um serviço prestado no estado de São Paulo e que tem funções como emissão da Carteira de Identidade Nacional (CIN), seguro-desemprego, atestado de antecedentes criminais, e consultas de IPVA, além de multas.
Funcionários da Prodesp procuraram o advogado Guilherme Farid e o procurador aposentado Fernando Capez, ex-diretores do Procon-SP). Os trabalhadores denunciaram desmonte. 
Conforme a reportagem, “um dos pontos que mais chamaram a atenção dos representantes e da Promotoria foi o fato de a gestão Tarcísio de Freitas querer realizar mudança de modelo do Poupatempo sem estudo prévio que pudesse justificar a necessidade da privatização, sem apontar exatamente como será o novo modelo”. 
“A representação ainda menciona que a transferência do Poupatempo para uma gestão com fins lucrativos levanta reflexões sobre o impacto financeiro para a população”, destacou o jornal.
O governo de São Paulo divide a operação do Poupatempo em oito lotes. As empresas contratadas são responsáveis pelas chamadas "facilites", dando suporte ao funcionamento das unidades. A administração é realizada pela Prodesp. Os oito lotes seriam reduzidos a um, com uma gestão compartilhada entre a Prodesp e a empresa privada.
Na divisão em oito lotes, 24 empresas participaram das licitações anteriores. Mas a Promotoria afirmou que somente duas conseguiram se inscrever na disputa, após intervenção do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
<h2>Outro lado</h2>
A gestão Tarcísio nega o desmonte do programa Poupatempo e afirmou ter inaugurado 36 novas unidades, chegando a 245 postos no estado. A Prodesp também enviou nota. “A Prodesp não pode se manifestar sobre o Inquérito Civil instaurado pelo Ministério Público de São Paulo, pois o processo está sob sigilo e ainda não foi comunicado à empresa. No entanto, reforçamos que todos os processos conduzidos pela Prodesp, no âmbito da gestão e fiscalização do Poupatempo, seguem protocolos rigorosos, garantindo transparência e qualidade no atendimento à população paulista”, afirmou.
“Embora a empresa não comente especulações ou hipóteses sobre decisões administrativas internas, conforme previsto na Lei das Estatais (Lei 13.303/2016), que garante sigilo a informações estratégicas para preservar a competitividade e os interesses comerciais, é fundamental destacar que todos os chamamentos públicos, incluindo o atual, foram submetidos à análise do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). O órgão validou sua continuidade dentro dos parâmetros legais, garantindo transparência e ampla concorrência”, complementou. 
Segundo a entidade, “o Poupatempo segue em constante expansão e modernização. Nesta gestão, 36 novas unidades foram inauguradas, totalizando 245 postos em todo o Estado”. “Atualmente, o programa atende mais de 45 milhões de atendimentos por ano, por meio de unidades físicas, 900 totens de autoatendimento e plataformas digitais”, continuou.
“A oferta de serviços digitais cresceu de 300 para mais de 4.300, resultando em 76 milhões de atendimentos realizados apenas em 2024. Além disso, o tempo médio de espera foi reduzido de 15 para 5 minutos, garantindo mais agilidade e eficiência. A modernização também permitiu uma economia de R$ 228 milhões. Esses avanços refletem diretamente na experiência do cidadão, que hoje avalia o Poupatempo com 98% de aprovação”.

Leonardo Lucena

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MP-SP investiga se governo Tarcísio sucateou o Poupatempo para justificar privatização

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