Agência Brasil - O Supremo Tribunal Federal (STF) certificou nesta sexta-feira (21) que o empresário e blogueiro Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho não apresentou defesa sobre a denúncia da trama golpista que pretendia impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva para o terceiro mandato no Palácio do Planalto.
Neto do general João Batista Figueiredo, último presidente do Brasil no período da ditadura militar, Paulo Renato é um dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e não ofereceu resposta à acusação. O prazo de 15 dias terminou nesta quinta-feira (20).
Ele mora nos Estados Unidos e foi notificado da denúncia por edital. A medida ocorre quando a Justiça não consegue entrar em contato com a parte de um processo.
"Certifico que, até o dia 20/03/2025, não houve qualquer manifestação do requerido Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, em relação ao despacho de 26/02/2025 [edital]", diz a certidão emitida pelo Supremo.
A falta de manifestação da defesa não trará prejuízos processuais para Paulo Figueiredo.
O empresário era integrante de programas de rádio e TV exibidos pela emissora Jovem Pan e influenciador com grande capacidade de penetração no meio militar, pelo fato de ser neto do ex-presidente da República. Usou transmissões na internet para expor militares que não se alinharam aos golpistas
O julgamento da denúncia contra o neto de João Figueiredo ainda não foi marcado pelo Supremo.

Bianca Penteado

Estátua da Justiça no prédio do STF em Brasília

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Brasil

Golpe: STF certifica que neto de Figueiredo não apresentou defesa

247 - A Polícia Federal indiciou, nesta quinta-feira (21), o extremista Paulo Renato de Oliveira Figueiredo, neto do ex-presidente João Baptista Figueiredo, por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Junto com ele, outras 36 pessoas foram responsabilizadas pelo planejamento de ações contra o Estado Democrático de Direito. As informações são do Correio Braziliense.
Paulo Figueiredo, que foi comentarista da Jovem Pan e é conhecido por suas posições radicais, utilizou suas redes sociais para reagir ao indiciamento. No X (antigo Twitter), escreveu:
“Acabei de ver nos jornais que meu nome consta na lista dos indiciados pela Polícia Federal. Sinto-me honrado. Aguardo ansiosamente os próximos acontecimentos.”
<h3>Propagação de desinformação e incitação militar</h3>
De acordo com as investigações da Polícia Federal, Figueiredo foi identificado como integrante de um dos seis núcleos da organização golpista. Ele teria usado sua influência na mídia e nas redes sociais para disseminar desinformação e encorajar militares a aderirem ao plano de ruptura institucional.
Essa atuação foi considerada estratégica para o grupo, que buscava legitimar o movimento golpista entre setores conservadores e instituições de segurança. Segundo a PF, a utilização de espaços na mídia por Figueiredo contribuiu para a disseminação de narrativas que visavam desacreditar as instituições democráticas.
<h3>Um histórico familiar e político marcante</h3>
Paulo Figueiredo carrega um sobrenome de peso na história política brasileira. Seu avô, João Baptista Figueiredo, foi o último presidente da ditadura militar (1979-1985) e comandou o país no período de transição para a redemocratização. No entanto, o envolvimento do neto em um caso de tentativa de golpe revela um contraste com os esforços, ainda que ambíguos, do avô para abrir caminho à democracia.
<h3>Repercussão e próximos passos</h3>
As declarações de Figueiredo nas redes sociais chamaram atenção pelo tom desafiador. Em meio à gravidade das acusações, sua fala reflete a postura combativa que tem adotado publicamente. O indiciamento marca mais um capítulo na investigação ampla da PF sobre os grupos que tentaram subverter o processo democrático em 2022.

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