247 - O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 13 votos a 5, nesta quarta-feira (9), o pedido de cassação de Glauber Braga (Psol-RJ), em meio a uma ampla campanha contra o mandato do parlamentar, acusado de "quebra de decoro". Ele alega ser vítima de perseguição política movida pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em parceria com o relator do processo.
O caso chegou ao Conselho de Ética a partir de uma representação do partido Novo. Braga responde à ação por ter agredido e expulsado da Casa um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), depois que ouviu insultos contra sua mãe.
Braga poderá recorrer da decisão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Se a CCJ rejeitar o recurso, o processo será encaminhado para o plenário da Câmara. Para a aprovação, são necessários ao menos 257 votos.
Mais cedo, o relator do processo no Conselho de Ética, Paulo Magalhães (PSD-BA), emitiu parecer favorável à cassação de Braga. Ele afirmou que Braga “extrapolou dos direitos inerentes ao mandato, abusando, assim, das prerrogativas que possui”.
Ao chegar à sessão no conselho, Braga foi recebido no corredor da Câmara por centenas de pessoas que apoiam seu mandato.&nbsp;

Leonardo Sobreira

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Brasília

Conselho de Ética da Câmara aprova pedido de cassação do mandato de Glauber Braga por reagir à truculência do MBL

247 - Relator que defendeu a cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) por agressão a um militante do MBL, Paulo Magalhães (PSD-BA) também já se envolveu em um episódio semelhante no passado, quando, em 2001, agrediu um escritor dentro da Câmara, lembra Bernardo Mello Franco, do jornal <a href="https://oglobo.globo.com/blogs/bernardo-mello-franco/coluna/2025/04/deputado-que-propos-cassar-glauber-braga-por-agressao-ja-agrediu-escritor-na-camara.ghtml">O Globo</a>. 
Na quarta-feira (2), durante uma reunião conturbada do Conselho de Ética, Magalhães apresentou um relatório favorável à cassação de Glauber Braga, acusando-o de quebrar o decoro parlamentar ao empurrar e dar pontapés no ativista Gabriel Costenaro. O militante do MBL havia insultado a mãe do parlamentar com xingamentos como "corrupta" e "safada". Costenaro, conhecido por provocar tumultos em eventos de esquerda para viralizar nas redes, tentou se eleger vereador no Rio em 2020, mas não obteve votos suficientes. 
O que chama a atenção é o histórico do próprio relator. Em 5 de abril de 2001, a manchete do jornal O Globo estampava: “Socos e pontapés na Câmara. Deputado baiano agride jornalista para defender ACM”. Na ocasião, Paulo Magalhães — sobrinho do falecido senador Antonio Carlos Magalhães (ACM) — atacou o escritor Maneca Muniz, que lançava um livro com denúncias contra o tio. O deputado desferiu um soco e pontapés no autor, mas não sofreu qualquer sanção. 
Passados 23 anos, Magalhães está no sétimo mandato consecutivo e integra o Conselho de Ética, onde decide sobre a conduta de colegas. 
Enquanto Glauber Braga enfrenta risco de perder o mandato, o caso de Magalhães ficou impune. Na época, o então deputado alegou que agiu "para defender a honra da família". O escritor agredido, Maneca Muniz, chegou a registrar um boletim de ocorrência, mas o processo não avançou.

Guilherme Levorato

Relator que defende cassação de Glauber Braga por agressão já atacou escritor na Câmara

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