247 – No dia de ontem, o Brasil e o mundo celebraram os 103 anos de nascimento de Paulo Freire, considerado o patrono da educação brasileira e um dos mais influentes pensadores no campo pedagógico. Freire, que recebeu o título de doutor honoris causa de mais de 50 universidades no Brasil e no exterior, segue sendo uma referência fundamental para a educação e para aqueles que acreditam no poder transformador do ensino. A sua obra mais conhecida, "Pedagogia do Oprimido", é a terceira mais citada em todo o mundo na área de ciências humanas.
Em nota oficial, divulgada pela Agência Gov, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou homenagem ao legado de Freire, lembrando a importância de seu pensamento na luta por uma educação que não apenas instrui, mas que liberta e transforma. “Tive o prazer e a honra de conviver com ele. Sou testemunha do seu profundo amor pelos seres humanos, em especial pelos oprimidos – aqueles que, em suas palavras, foram 'roubados do seu direito de ser'. A eles, Paulo Freire dedicou sua obra e sua vida", declarou Lula.
Paulo Freire defendia que a educação tinha o poder de transformar a sociedade. Em uma de suas citações mais famosas, ele afirmou: “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”. Para ele, a mudança social viria do empoderamento dos marginalizados, e isso se daria por meio de uma educação crítica e consciente, que questionasse as estruturas opressoras da sociedade.
Apesar de ser amplamente reconhecido e reverenciado internacionalmente, a trajetória de Freire foi marcada por desafios, principalmente durante a ditadura militar no Brasil. Ele foi perseguido, expulso da universidade, preso e forçado ao exílio. Mesmo assim, suas ideias se espalharam pelo mundo e foram adotadas em vários países como base para uma educação emancipadora e inclusiva.
O presidente Lula também comentou sobre as perseguições que o pensamento de Paulo Freire ainda sofre, mesmo décadas após sua morte, vindo de setores conservadores que se opõem à educação crítica. "Um quarto de século depois de sua morte, continua temido e odiado pela extrema direita, inimiga feroz da educação e da construção de um mundo livre das desigualdades", afirmou Lula, destacando o crescente interesse pelas ideias de Freire, especialmente entre as novas gerações no Brasil e no exterior.
O legado de Paulo Freire, segundo Lula, vive não apenas em seus escritos, mas também nas práticas pedagógicas de educadores que, inspirados por seu trabalho, buscam transformar a realidade de seus alunos e da sociedade como um todo. "Paulo Freire vive. Viva Paulo Freire", concluiu o presidente.

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Brasil

Lula exalta o legado de Paulo Freire para a educação brasileira

247 – Na última quinta-feira (19), a Câmara Municipal de São Paulo foi palco de uma solenidade que discutiu o legado de Paulo Freire e as novas diretrizes para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil. O evento marcou o lançamento do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação da EJA, uma iniciativa que promete trazer novas perspectivas para o setor educacional. A notícia foi <a href="https://noticiabrasil.net.br/20240919/legado-de-paulo-freire-educacao-de-jovens-e-adultos-no-brasil-ganha-impulso-com-novo-pacto-nacional-36562938.html">divulgada pela Sputnik Brasil</a>, que acompanhou os detalhes da cerimônia.
Sônia Couto, coordenadora do Centro de Referência Paulo Freire, esteve presente e destacou os desafios históricos que a educação de jovens e adultos enfrenta no país. Segundo ela, a EJA sempre sofreu com "pouco investimento e impacto social", o que resultou em um cenário de "desprestígio" ao longo dos anos. Contudo, Sônia demonstrou otimismo com o novo pacto. "Hoje, a gente pode dizer que está confiante, porque há recursos, há todo um cuidado, toda uma preocupação com a educação de jovens e adultos", afirmou.
O Pacto Nacional visa não apenas reorganizar a estrutura educacional voltada para jovens e adultos, mas também fortalecer a conexão entre a escola pública e a educação popular como ferramentas para combater o analfabetismo. Essa nova abordagem resgata o legado de Paulo Freire, que defendeu uma educação libertadora, voltada ao combate à opressão e à injustiça social. "Paulo Freire é o patrono da educação brasileira, o maior representante de uma educação que busca o combate à opressão", declarou Sônia.
A celebração do evento também marcou o aniversário de 103 anos de nascimento de Paulo Freire, e seu filho, Lutgarde Costa Freire, emocionou o público ao relembrar o impacto do trabalho de seu pai. Lutgarde enfatizou a importância da educação contínua, não apenas na infância, mas ao longo de toda a vida. "A educação não acontece só na infância, ela continua na juventude e na idade adulta", afirmou. Para ele, o processo educativo é algo que deve se adaptar às mudanças tecnológicas e sociais, sendo essencial na formação do indivíduo.
Lutgarde também compartilhou um momento pessoal de emoção ao reencontrar antigos parceiros de trabalho de seu pai, incluindo Nima Spigolon, vencedora do Prêmio Jabuti por sua obra sobre Elsa Freire, esposa de Paulo Freire. Ele ressaltou o papel de sua mãe no desenvolvimento das ideias do educador: "Paulo Freire não seria o que foi sem a minha mãe", disse, revelando a importância de Elsa no apoio e na construção da trajetória de um dos maiores ícones da educação brasileira.
O evento destacou não só a relevância de Paulo Freire para a educação mundial, mas também como seu pensamento ainda é capaz de inspirar mudanças estruturais em políticas públicas de educação. O novo pacto representa uma tentativa de revitalizar o setor da EJA e, assim, honrar o legado deixado pelo educador, cuja obra permanece atual e necessária.

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