247 - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou como “totalmente descabidos” os comentários feitos pelo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, sobre possíveis sanções ao Brasil por manter relações comerciais com a Rússia. A declaração foi dada em entrevista à <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/politica/comentario-da-otan-sobre-sancoes-ao-brasil-e-descabido-diz-vieira-a-cnn/">CNN Brasil</a> nesta quinta-feira (17).
“Acho que esses comentários do secretário-geral da Otan são totalmente descabidos. Primeiro porque a Otan é uma aliança militar e não negocia acordos comerciais. Segundo porque o Brasil não faz parte dessa aliança militar”, afirmou o chanceler, rebatendo diretamente as ameaças feitas por Rutte no início da semana.
Na terça-feira (15), Rutte havia declarado que países como Brasil, China e Índia poderiam ser alvos de sanções secundárias, caso persistam no comércio com Moscou, sobretudo na compra de petróleo e gás natural. Segundo ele, tal prática poderia ser “muito prejudicial” para essas nações. A ameaça envolve até mesmo a aplicação de tarifas de 100%, com um prazo de 50 dias para que a Rússia avance em um acordo sobre a guerra na Ucrânia.
Ao reagir às falas do dirigente da aliança militar ocidental, Mauro Vieira destacou a incoerência do posicionamento europeu. “O Brasil, como todos os outros países, trata de questões comerciais bilateralmente ou no âmbito da OMC. Portanto, é um disparate, não tem cabimento [as declarações de Rutte]”, frisou.
Vieira ainda apontou que a própria União Europeia continua sendo uma das compradoras de petróleo, gás natural e gás liquefeito provenientes da Rússia, apesar do contexto de conflito. A observação busca desmentir a narrativa de isolamento total promovida por Rutte em relação aos negócios com Moscou.
Diplomatas ouvidos pela reportagem também expressaram preocupação com o teor da declaração do secretário-geral da Otan, classificando-a como “absurda” e alertando para os riscos de desestabilização global em setores estratégicos. A Rússia é hoje o quinto maior exportador mundial de grãos e o maior fornecedor de fertilizantes — insumos cruciais para a produção agrícola de países como Brasil, China e Índia.
A repercussão negativa da fala de Rutte expõe a tensão entre potências ocidentais e países que mantêm uma postura de não alinhamento automático às sanções econômicas contra a Rússia, reafirmando a defesa brasileira da soberania nas decisões comerciais e do multilateralismo nas relações internacionais.

Paulo Emilio

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Economia

Brasil rebate ameaça de sanções da Otan por negociar com a Rússia: "totalmente descabido", diz Mauro Vieira

247 - O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, declarou nesta quarta-feira (15) que países como Brasil, China e Índia poderão enfrentar duras sanções secundárias caso persistam em manter relações comerciais com a Rússia. A advertência, segundo a <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/otan-diz-que-brasil-china-e-india-podem-ser-atingidos-por-sancoes/">CNN Brasil</a>, foi feita durante uma reunião com senadores norte-americanos no Congresso dos Estados Unidos.
A fala de Rutte ocorre um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar um novo envio de armamentos à Ucrânia. Trump também condicionou a continuidade do apoio militar a um acordo de paz no prazo máximo de 50 dias. Segundo o presidente, se esse objetivo não for alcançado, seu governo poderá adotar tarifas punitivas contra países que estiverem "alimentando a guerra com negócios com o Kremlin".
A ameaça de sanções secundárias amplia a pressão sobre os chamados países não alinhados — especialmente membros do Brics, como Brasil, China e Índia — que mantêm laços econômicos com Moscou, mesmo após as sanções ocidentais impostas desde o início da guerra na Ucrânia.
O alerta de Rutte, recém-empossado no cargo de chefe da aliança militar ocidental, reflete o alinhamento entre Otan e Casa Branca na tentativa de isolar a Rússia internacionalmente. Até o momento, Brasil, China e Índia têm buscado adotar uma posição de neutralidade no conflito, com defesas reiteradas de soluções diplomáticas para encerrar a guerra.

Secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, em coletiva de imprensa na sede da aliança em Bruxelas, Bélgica
04/12/2024


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Mundo

Otan ameaça Brasil, China e Índia com sanções por comércio com Rússia

Reuters - A base aérea da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na cidade alemã de Geilenkirchen elevou seu alerta de segurança "com base em informações de inteligência indicando uma potencial ameaça", afirmou o órgão nesta quinta-feira.
"Todos os funcionários essenciais que não estão em missão foram mandados para casa por precaução", informou a base em comunicado publicado na plataforma de redes sociais X, sem mais detalhes.
"A segurança de nosso pessoal é nossa principal prioridade. As operações continuam conforme planejado."
Um porta-voz da base em Geilenkirchen afirmou que o nível de ameaça foi elevado para Charlie, o segundo mais alto entre os quatro existentes, definido como "um incidente ocorrido ou informações de inteligência recebidas, indicando que alguma forma de ação terrorista contra organizações ou pessoal da Otan é altamente provável".
Foi a segunda vez que a base, que abriga a frota de aeronaves de vigilância AWACS, elevou seu nível de segurança, após a ocorrência de um incidente na semana passada, quando uma base militar em Colônia foi temporariamente fechada, com autoridades investigando uma possível sabotagem no fornecimento de água.
No mesmo dia, a base em Geilenkirchen reportou uma tentativa de invasão, causando uma varredura completa de suas instalações.
Sobre a suposta sabotagem em Colônia, o setor militar alemão informou posteriormente que segundo os resultados, a água não havia sido contaminada.
No passado, a Otan alertou sobre possíveis atividades hostis da Rússia, inclusive com atos de sabotagem e ataques cibernéticos. Os russos também acusam frequentemente a organização de ameaçar a sua segurança.

Aeronaves AWACS da OTAN no pátio da base aérea em Geilenkirchen, perto da fronteira germano-holandesa
03/04/2014
REUTERS/Ina Fassbender

Tudo sobre organizacao-do-tratado-do-atlantico-norte

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Base aérea da Otan na Alemanha eleva alerta de segurança para "ameaça potencial"

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