247 - O primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, perdeu o voto de desconfiança realizado no Parlamento do país nesta segunda-feira (16). A votação foi convocada pelo próprio Scholz como parte de sua estratégia política, visando a realização de uma eleição antecipada no início de 2025, após perder a maioria no parlamento.
Com a derrota, as expectativas são de que Scholz apresente seu pedido de renúncia ao presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, e solicite a dissolução do Parlamento, o que deverá resultar em novas eleições dentro de 60 dias, destaca a <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/chanceler-da-alemanha-perde-voto-de-desconfianca-e-deve-renunciar/">CNN</a>. A data prevista para as novas votações é 23 de fevereiro de 2025.
Scholz, líder do Partido Social-Democrata (SPD), chegou a um acordo com partidos da oposição para avançar com as eleições federais antecipadas. No mês passado, a crise política se intensificou quando desentendimentos sobre a economia alemã resultaram na demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner. A saída de Lindner e o consequente rompimento de seu partido, o Partido Democrata Livre (PDL), da coalizão com o SPD, deixou o governo de Scholz em uma posição minoritária, dependente apenas do Partido Verde (PV).
A crise política levou à paralisia legislativa, e a popularidade do governo Scholz despencou, com o chanceler sendo apontado como um dos menos populares da história recente da Alemanha, de acordo com uma pesquisa de opinião realizada em setembro. Embora inicialmente tenha planejado realizar o voto de confiança em janeiro de 2025, a pressão do Partido União Democrata Cristã (CDU) antecipou a votação.

Chanceler alemão Olaf Scholz, 8/11/2024   

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Mundo

Scholz perde voto de desconfiança e deverá renunciar ao cargo de premiê da Alemanha

247 - Durante participação no programa Bom Dia 247, o professor e sociólogo Lejeune Mirhan analisou os desdobramentos da crise econômica e política na Alemanha, relacionando-a às decisões do governo de Olaf Scholz e aos impactos na indústria automobilística. Ele comentou a situação da Volkswagen, que enfrenta greves e possíveis fechamentos de fábricas, contextualizando com a política externa do governo alemão.
“Scholz foi derrotado por sua vassalagem ao imperialismo”, afirmou Lejeune, referindo-se à política externa do chanceler, marcada por um alinhamento com os interesses dos Estados Unidos e pela continuidade do apoio à Ucrânia em meio ao conflito com a Rússia. “Ele foi à Ucrânia para demonstrar apoio a uma guerra perdida. Isso explica a recessão na Alemanha”, completou.
A recessão econômica, segundo Lejeune, tem impactos diretos na maior indústria do país, incluindo a Volkswagen, que enfrenta greves lideradas pelo sindicato IG Metall e a possibilidade de demissões em massa. “A Volks corre o risco de até fechar”, apontou.
Lejeune ressaltou que a política de Scholz prejudicou as relações comerciais da Alemanha, especialmente com a Rússia, uma importante fornecedora de energia para o país antes da guerra. “A Alemanha estaria muito melhor se mantivesse sua aliança com a Rússia”, avaliou.
A crise da Volkswagen ocorre em um contexto de queda da demanda interna, aumento da concorrência chinesa e pressão por cortes salariais e redução de custos, gerando insatisfação entre os trabalhadores. As negociações entre o sindicato e a empresa ainda não avançaram, e as greves de advertência devem continuar nos próximos dias.
O professor concluiu apontando a necessidade de mudanças estruturais e uma revisão das políticas externas e internas para reverter o cenário de crise que atinge não apenas a Volkswagen, mas a economia alemã como um todo. Assista:&nbsp;
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Dafne Ashton

Entrevistas

“Scholz foi derrotado por sua vassalagem ao imperialismo”, diz Lejeune Mirhan

Reuters - A Alemanha deverá realizar novas eleições em 23 de fevereiro, menos de três meses após o colapso da coalizão governista do chanceler Olaf Scholz, e fontes disseram nesta terça-feira que ele poderia pedir ao Parlamento que votasse por sua saída do cargo em 16 de dezembro.
A data foi acordada entre a oposição conservadora, que queria uma votação em janeiro por medo de deixar a Alemanha sem rumo em um momento de crise econômica e diplomática, e Scholz, que queria uma eleição em meados de março para dar às autoridades e aos partidos mais tempo para se prepararem.
A inflação, a invasão da Ucrânia pela Rússia, a intensificação da concorrência da China e o retorno do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, se combinaram para criar uma tempestade perfeita para a Alemanha, cuja economia, a maior da Europa, prosperou graças à energia abundante e a um ambiente político internacional benigno e favorável ao comércio.
Como reflexo disso, o índice de confiança dos investidores do instituto ZEW caiu na terça-feira para 7,4 pontos, de 13,1 pontos em outubro, uma queda muito mais acentuada do que os analistas esperavam.
"O resultado da eleição presidencial dos EUA provavelmente será a principal razão para isso", disse o presidente do ZEW, Achim Wambach.
Um governo com uma maioria clara teria mais condições de abordar temas como o freio da dívida da Alemanha, responsabilizado por muitos economistas pela baixa taxa de investimento do país, ou de disponibilizar dinheiro para setores estratégicos.
Friedrich Merz, líder dos democratas-cristãos e favorito nas pesquisas atuais para se tornar chanceler, até agora descartou a possibilidade de acabar com o freio da dívida. Na terça-feira, ele prometeu uma grande reforma tributária.
"É importante que tenhamos novas eleições o mais rápido possível", disse Carsten Linnemann, secretário geral dos democratas-cristãos, à TV pública, antes que a data fosse conhecida.
A votação de 16 de dezembro, na qual o Parlamento expressará sua falta de confiança em Scholz, é o gatilho que permitirá ao presidente Frank-Walter Steinmeier chamar novas eleições.
Scholz, que por enquanto dirige um governo minoritário com o apoio dos verdes, espera conseguir apoio suficiente da oposição para aprovar leis que protejam o Tribunal Constitucional da extrema-direita e para aumentar o financiamento para a Ucrânia antes de deixar o cargo.
Seu governo entrou em colapso após meses de disputas entre os dois partidos restantes e seu antigo parceiro de coalizão, os neoliberais democratas-livres, que exigiram cortes de gastos em uma escala que seus parceiros de esquerda não estavam dispostos a aceitar.

Alemanha deve realizar eleição antecipada em 23 de fevereiro

Reuters - &nbsp;O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) está a caminho de vencer a eleição estadual na Turíngia no domingo, segundo uma pesquisa de boca de urna da emissora ZDF, embora seja improvável que consiga formar um governo.
A AfD estava com 33,5% dos votos, comparado a 23,4% em 2019, seguida pelos conservadores (CDU) com 24,5%, em comparação com 21,7%. O novo partido populista, a Aliança Sahra Wagenknecht, ou BSW, ficou em terceiro lugar com 14,5%.
Os partidos Social-Democrata, Verde e Democrata Livre da coalizão tripartite do chanceler Olaf Scholz obtiveram 6,5%, 4% e 1%, respectivamente, uma queda em relação a 8,2%, 5,2% e 5% em 2019.
Já na Saxônia, o AfD deve obter 30% dos votos contra 31,5% da CDU em uma disputa muito mais apertada. A BSW, liderada por Sahra Wagenknecht, deve conquistar 12% de apoio.

Resultados das eleições regionais na Alemanha apontam derrota dos governistas

247 – A ascensão de partidos de extrema-direita nas recentes eleições europeias reflete uma forte oposição à Guerra na Ucrânia, uma preocupação que o líder húngaro Viktor Orban tem expressado com urgência. David Goldman, colunista do Asia Times, discutiu essa tendência em uma publicação na plataforma X, destacando que na Alemanha, o AfD, que emergiu como grande vencedor, identificou a Ucrânia como um tema mais premente para os eleitores alemães do que a imigração, segundo suas pesquisas internas.
Nesse contexto, os resultados eleitorais na França, Itália e Espanha mostram que a guerra e a possibilidade de um conflito maior com a Rússia foram decisivos. A rejeição dos eleitores a Macron e Scholz reflete uma crítica às suas gestões da guerra. Goldman observa ainda o declínio da onda verde, que havia começado há uma década, enfatizando o impacto da realidade dos preços do petróleo nessa mudança.
Por outro lado, contrastando com Alemanha e França, os países nórdicos apresentaram resultados eleitorais distintos, com avanços notáveis para partidos verdes e de esquerda radical, indicando uma dinâmica política diferente nesses países.
Goldman finaliza discutindo a importância da imigração como um tema persistente, especialmente na França, e como a guerra na Ucrânia pode ter intensificado o debate sobre a necessidade de mudança nas políticas europeias atuais.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">The shift to national-conservative parties in Europe&#39;s vote is primarily a vote against the Ukraine War--that has been Viktor Orban&#39;s urgent and eloquently-expressed concern. AfD, the big winner in Germany, found that Ukraine was a bigger issue for German voters than immigration…&mdash; David P. Goldman (@davidpgoldman) <a href="https://twitter.com/davidpgoldman/status/1799899012687925685?ref_src=twsrc%5Etfw">June 9, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

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Ascensão da direita na Alemanha também reflete cansaço com o apoio à Ucrânia

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