247 - A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e ex-presidente da República, Dilma Rousseff, encerrou, nesta quarta-feira (9), o evento "BRICS para um Futuro Sustentável", promovido pelo BNDES e apoiado por Brasil 247 e Guancha, no Rio de Janeiro-RJ.&nbsp;
Em seu discurso, a chefe do "banco do BRICS", com sede em Xangai, na China, destacou que o mundo atravessa "um momento crítico", e que os diversos problemas geopolíticos se somam, agora, à guerra comercial.
"Isso implica em pensar uma nova forma de desenvolvimento, com a sustentabilidade no centro", afirmou Rousseff, destacando que, "para o Sul Global, o desafio é ainda maior".&nbsp;
Alguns dos principais desafios enfrentados por esses países, segundo Rousseff, são fomentar um sistema de "educação para a inovação", distribuir renda e "equilibrar mercados eficientes com um governo funcional".&nbsp;
Nesse sentido, a presidente do NBD mencionou o exemplo de sucesso da China, que se deu através de planejamento. Segundo Rousseff, a China inovou especialmente nas áreas de transição energética e tecnologias de combate às mudanças climáticas.
Ao mesmo tempo, ela afirmou que "cada país deve seguir seu caminho e não se espelhar no passado" e criar seus próprios "ecossistemas de inovação", contando com a parceria do NBD.&nbsp;
Rousseff destacou a necessidade de ampliar o financiamento internacional aos países do Sul Global, e defendeu o aumento do uso de moedas locais, o que facilita empréstimos e reduz custos.&nbsp;
"Temos um problema de financiamento para resolver", enfatizou, reforçando que plataformas como o NBD e os bancos nacionais de desenvolvimento suprem essas necessidades, mas que é preciso uma discussão mais aprofundada sobre formas de intensificar esse processo.&nbsp;
"O uso de moedas locais leva a uma taxa de juros menor e ajuda a mitigar riscos cambiais", explicou. "Asseguramos acesso a moedas mais baratas".&nbsp;
Nesse sentido, a presidente do NBD afirmou que, atualmente, 25% da carteira do banco está denominada em moedas locais, e a meta é chegar a 30% em breve.&nbsp;
O NBD, disse Rousseff, tem por missão financiar "infraestrutura, sustentabilidade, sempre com foco em impacto e inclusão", antes de detalhar uma série de projetos do NBD no Brasil, Rússia, Índia, Egito, Bangladesh, entre outros.&nbsp;
"Todos os projetos têm objetivo de garantir impacto", afirmou, antes de encerrar seu discurso, quando também mencionou a ferrovia que ligará o Brasil ao Atlântico, com apoio da China.&nbsp;
"Sem ferrovias ou hidrovias não há desenvolvimento sustentável", frisou.&nbsp;
Ao finalizar o discurso, Rousseff reafirmou que o NBD não implementa políticas de condicionalidade.&nbsp;
<h3>Assista na TV 247:&nbsp;</h3>
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Redação Brasil 247

Dilma Rousseff discursa no evento "BRICS para um Futuro Sustentável", promovido pelo BNDES e apoiado por Brasil 247 e Guancha, no Rio de Janeiro-RJ - 09/07/2025

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Brasil Sustentável

"Sem ferrovias não há desenvolvimento", diz Dilma Rousseff sobre Bioceânica

247 - Em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, o economista Paulo Nogueira Batista Jr., ex-vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), elogiou o papel de Dilma Rousseff à frente da instituição financeira do BRICS e fez duras críticas à participação de países do bloco em cúpulas ocidentais como o G7.
Batista Jr., que também já foi diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), destacou que Dilma devolveu protagonismo ao NBD desde que assumiu a presidência do banco em março de 2023. Reeleita ao cargo neste ano com o apoio do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ela foi reconhecida pelo economista por recolocar a instituição no radar geopolítico internacional.
<blockquote>“Dilma fez algumas coisas importantes: colocou o banco em evidência de novo. Quando nós criamos o banco, ele estava em evidência. Causou uma grande preocupação no Ocidente, um rival preocupante”, afirmou Batista Jr.</blockquote>
Alternativa ao FMI e Banco Mundial - O Novo Banco de Desenvolvimento foi concebido para ser uma alternativa às tradicionais instituições multilaterais dominadas por países ocidentais, como o FMI e o Banco Mundial. Segundo o economista, ainda que os países do BRICS devam manter presença nesses fóruns, é fundamental que construam mecanismos próprios, mais alinhados aos seus interesses.
<blockquote>“Se nós queremos realmente ter influência positiva, temos que continuar lá no FMI, no Banco Mundial, nos mecanismos dominados pelo Ocidente. Marcamos a nossa presença lá. [Mas] nós vamos fazer o nosso próprio processo, os nossos próprios mecanismos e, entre eles, o mais importante foi o Novo Banco de Desenvolvimento”, afirmou.</blockquote>
Desdolarização e moeda alternativa - Outro tema abordado foi a desdolarização — processo pelo qual o dólar é substituído por moedas locais em transações internacionais. O economista apontou que esse movimento já está em curso, especialmente entre Rússia, China e Irã, e considerou que, embora uma moeda comum nos moldes do euro seja improvável, é possível criar uma unidade de reserva paralela.
<blockquote>“Nós temos que continuar com nossos bancos centrais, com as políticas monetárias defendidas em âmbito nacional com as nossas moedas. […] O que se pode criar é uma moeda de reserva paralela às moedas nacionais e ao sistema ocidental, que funcionaria para viabilizar as transações entre países”, explicou.</blockquote>
BRICS não precisa crescer para ganhar força - Composto por dez países atualmente — África do Sul, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Índia, Irã, Indonésia e Rússia —, o grupo do BRICS não necessita de novos membros para ampliar sua influência, na avaliação de Batista Jr. Segundo ele, é possível fortalecer o bloco por meio de parcerias estratégicas sem comprometer a governança atual.
<blockquote>“É perfeitamente possível acomodar países como a Venezuela, não como membros plenos, mas como países parceiros — categoria criada durante a presidência russa em 2024. Bolívia e Cuba, por exemplo, entraram como países parceiros”, observou.</blockquote>
Mudança no processo decisório - Para que o BRICS avance com mais eficácia, o ex-dirigente defende a flexibilização das regras de decisão, que atualmente exigem unanimidade. Ele propõe iniciativas voluntárias entre países interessados, permitindo que os demais ingressem posteriormente.
<blockquote>“Iniciativas podem ser voluntárias e não vinculantes, podem não necessariamente envolver todos os países do grupo numa primeira etapa. Digamos: a Índia não quer entrar, por exemplo. Bem, a Índia não entra e, mais à frente, ela pode mudar de ideia. Entendeu? Não pode a Índia ou qualquer outro país dizer: ‘não, isso eu não quero’”, criticou.</blockquote>
Críticas à ida de Lula ao G7 - Batista Jr. também se mostrou contrário à participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última cúpula do G7, realizada no Canadá, em junho. Ele considera a presença dos líderes do Brasil, Índia e África do Sul um erro estratégico, por não terem voz ativa nas decisões do grupo.
<blockquote>“Achei um despropósito a ida do Lula ao G7. Lá estiveram o presidente brasileiro, o primeiro-ministro da Índia [Narendra Modi] e o presidente da África do Sul [Cyril Ramaphosa] como convidados, sem direito a influir sobre nada. O que esses três foram fazer lá valorizando o G7, quando nós criamos o G20 […] para ser um contraponto ao G7 justamente? Agora, o Lula está indo lá como convidado. Perda de tempo. No mínimo, perda de tempo”, disparou.</blockquote>
Brasil deve priorizar os aliados do Sul Global - Embora não defenda a ruptura com o Ocidente, o economista recomenda que o Brasil concentre esforços no fortalecimento das relações com os países do BRICS, especialmente com a China, principal parceira comercial do país.
<blockquote>“A posição do Brasil tem que ser vista com sutileza. Nós não temos interesse em hostilizar Estados Unidos, Europa. Nós temos interesse em estar próximos do BRICS porque o BRICS, especialmente a China, tem o que oferecer ao Brasil. O Ocidente nada tem a oferecer, a não ser problemas, interferências, estragos… Essa é a grande verdade”, declarou.</blockquote>
Críticas ao "protecionismo verde" europeu - Por fim, Batista Jr. apontou o “protecionismo verde” europeu como um obstáculo às exportações da América Latina. Ele avalia que o impasse no acordo entre Mercosul e União Europeia, provocado por exigências ambientais da França, pode, paradoxalmente, beneficiar o Brasil.
<blockquote>“Os europeus querem se reservar ao direito de assinar acordos de livre comércio conosco, mas com livre comércio só do nosso lado. Nas áreas em que nós somos competitivos, eles fazem pouquíssimas concessões”, concluiu.</blockquote>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560">📌🗣 Insatisfação com FMI e Banco Mundial levou à criação do banco do BRICS, diz economista A criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido informalmente como &quot;banco do BRICS&quot;, surgiu como uma resposta direta à estagnação das reformas nas instituições financeiras… <a href="https://t.co/udxuqN0pqi">pic.twitter.com/udxuqN0pqi</a>&mdash; Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) <a href="https://twitter.com/sputnik_brasil/status/1942223587244478883?ref_src=twsrc%5Etfw">July 7, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
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<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560">🔊💬 &#39;É mais fácil dialogar com a China do que com os EUA&#39;, garante Paulo Nogueira O ex-diretor do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e economista Paulo Nogueira Batista Jr. (<a href="https://twitter.com/paulonbjr?ref_src=twsrc%5Etfw">@paulonbjr</a>) destaca uma diferença crucial entre dois dos maiores atores globais. Segundo ele, a China… <a href="https://t.co/GuMek7JKny">pic.twitter.com/GuMek7JKny</a>&mdash; Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) <a href="https://twitter.com/sputnik_brasil/status/1942327706621993459?ref_src=twsrc%5Etfw">July 7, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
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<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560">🇧🇷🌐 Brasil deve priorizar o BRICS e evitar ilusões com o Ocidente, afirma Paulo Nogueira Para o economista Paulo Nogueira Batista Jr., ex-vice-presidente do NBD, a política externa brasileira deve ser conduzida com equilíbrio, mas sem ilusões quanto às limitações da relação com… <a href="https://t.co/165wpvBhJk">pic.twitter.com/165wpvBhJk</a>&mdash; Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) <a href="https://twitter.com/sputnik_brasil/status/1942236575632375879?ref_src=twsrc%5Etfw">July 7, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
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<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560">🗣👉 Brasil precisa de capacidade de dissuasão militar, defende economista À Sputnik Brasil, o economista Paulo Nogueira Batista Jr. (<a href="https://twitter.com/paulonbjr?ref_src=twsrc%5Etfw">@paulonbjr</a>) defende que o Brasil fortaleça sua capacidade de defesa, não para confrontar superpotências militares, mas para dissuadi-las.… <a href="https://t.co/DQhn0ZEyrJ">pic.twitter.com/DQhn0ZEyrJ</a>&mdash; Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) <a href="https://twitter.com/sputnik_brasil/status/1942333487014621634?ref_src=twsrc%5Etfw">July 7, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Guilherme Levorato

Sul Global

'Dilma recolocou o banco do BRICS no mapa', afirma Paulo Nogueira Batista Jr.

Por Leonardo Attuch, do Brasil 247, no Rio de Janeiro — A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, encerrou nesta sexta-feira (5) o décimo encontro anual da instituição com um discurso firme em defesa da cooperação entre países do Sul Global e da promoção de um desenvolvimento sustentável e tecnológico. “Somos um banco feito por países do Sul Global para o Sul Global”, afirmou Dilma, durante a coletiva de imprensa de encerramento do evento, realizado no Rio de Janeiro — cidade que sediou esta edição do fórum em celebração aos dez anos do banco, fundado em 2014, na cúpula do BRICS em Fortaleza.
<h3>Dez anos de história e novos membros</h3>
Dilma celebrou a marca de uma década de criação do NDB, que hoje reúne 11 países membros e está em processo de expansão. Segundo ela, o conselho de governadores aprovou a entrada da Colômbia, do Uzbequistão e da Argélia, que se somam aos fundadores — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e a outros integrantes. “Existem outros países planejando entrar, mas ainda não podemos divulgar os nomes”, revelou.
<h3>Prioridades: energia, inovação, infraestrutura e impacto social</h3>
Durante a coletiva, Dilma destacou que uma das principais missões do banco é financiar projetos ligados à inovação, ciência e tecnologia, com foco especial na transição energética. Ela relembrou os ataques que sofreu quando, em seu mandato presidencial, falou sobre o armazenamento de energia eólica e solar. “No passado, eu lembro de quando falava em armazenar vento e sol. Toda a imprensa brasileira achava que isso era uma ignorância. Pois saibam que este é um dos temas mais importantes hoje”, afirmou, ressaltando o papel estratégico das baterias para estabilizar os sistemas elétricos.
Além da energia limpa e da mobilidade urbana, Dilma apontou outras frentes prioritárias para o banco: infraestrutura, projetos com impacto social e o saneamento básico. “São áreas fundamentais para melhorar a vida das pessoas, reduzir desigualdades e garantir um desenvolvimento sustentável”, afirmou.
<h3>Desenvolvimento sem imposições</h3>
A presidente do NDB ressaltou que o banco já aprovou 122 projetos de investimento, que somam US$ 40 bilhões, todos alinhados à Agenda 2030 da ONU. “Nossa relação funcional é baseada na igualdade. Não podemos exercer condicionalidade, como, por exemplo, exigir privatizações”, destacou. Dilma também fez questão de lembrar que o nome da instituição carrega a palavra “desenvolvimento”, o que, segundo ela, implica o compromisso com a reindustrialização de qualidade.
Ela mencionou ainda as vocações específicas de cada país membro. “O Brasil é referência em biocombustíveis. A China se destaca nos carros elétricos e na robótica. A Índia tem uma especialidade enorme em economia digital. Tudo isso queremos transacionar entre nossos países”, disse.
<h3>Brasil na liderança</h3>
O Brasil tem papel de destaque nas operações do NDB. Até o momento, 29 projetos foram aprovados no país, totalizando US$ 7 bilhões em investimentos. Dilma informou que uma das principais metas para os próximos anos é ampliar o uso de moedas locais nas operações financeiras. “Queremos avançar na adesão de novos membros de forma estratégica e ampliar o uso de moedas locais. Essa é uma grande prioridade”, afirmou.
O encontro anual do NDB reafirma o papel do banco como instrumento de fortalecimento da cooperação entre países em desenvolvimento, promovendo um modelo de crescimento mais justo, inclusivo e voltado para a sustentabilidade e a inovação.

Bianca Penteado

A presidente do NDB, Dilma Rousseff, durante a 10 ª reunião do banco de desenvolvimento

Brasil

“Somos um banco feito por países do Sul Global para o Sul Global”, diz Dilma Rousseff

247 - O Palácio do Planalto já admite a possibilidade de transferir o comando dos Correios para o grupo político vinculado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP),destaca o jornalista <a href="https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/planalto-deve-entregar-correios-a-alcolumbre-com-um-presentao-no-cofre">Igor Gadelha </a>em sua coluna no Metrópoles. A possibilidade ganhou força após o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Fabiano Silva dos Santos, entregar uma carta com sua renúncia ao cargo.
Caso a negociação seja concretizada, a presidência da estatal passará a ser controlada por aliados de Alcolumbre num momento de alívio financeiro inesperado. Isso porque os Correios estão prestes a receber um empréstimo de R$ 3,8 bilhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco dos BRICS, atualmente presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff.
De acordo com fontes próximas ao governo ouvidas pela reportagem, o financiamento encontra-se em estágio avançado de tramitação. Os recursos servirão para aliviar a situação financeira da empresa, que encerrou o ano de 2024 com um prejuízo de R$ 2,6 bilhões.
O avanço das negociações para entrega do posto à ala ligada a Alcolumbre ocorre num contexto em que o Planalto tem buscado fortalecer sua base no Congresso e atender demandas do Centrão em troca de estabilidade política.

Paulo Emilio

Planalto pode entregar comando dos Correios a aliado de Alcolumbre

247 – A poucos dias da Cúpula do BRICS, que será realizada no Rio de Janeiro, em 6 e 7 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou a importância do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), em funcionamento desde 2016.
Durante discurso nesta sexta-feira (4), em agenda no Rio, Lula lembrou que a criação do banco — sediado em Xangai, na China, e presidido por Dilma Rousseff — representou um marco para os países emergentes, oferecendo uma alternativa ao sistema financeiro tradicional. O NDB financia projetos sustentáveis e de infraestrutura nos países do BRICS.
“O NDB nasceu aqui no Brasil, na Cúpula de Fortaleza, em 2014. A decisão de criá-lo foi um marco na atuação conjunta dos países emergentes. É fruto do desejo compartilhado de superar o profundo déficit de financiamento para o desenvolvimento sustentável”, ressaltou o líder brasileiro.
Lula também elogiou o modelo de governança do banco, baseado na igualdade de voz e voto entre os membros, e destacou que a atuação da instituição financia projetos alinhados às necessidades de cada país, sem condicionalidades.
“Em vez de aprofundar disparidades, o Novo Banco de Desenvolvimento assenta sua governança na igualdade de voz e voto. No lugar de oferecer programas que impõem condicionalidades, o NDB financia projetos alinhados a prioridades nacionais. Hoje, o NDB contribui de forma crescente na promoção de uma transição justa e soberana”, destacou.

Decisão de criar banco do BRICS foi um marco na atuação conjunta dos países emergentes, diz Lula

247 - Durante sua participação no encontro anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva traçou um duro diagnóstico da crise política global. Segundo ele, o esvaziamento do multilateralismo e a perda de relevância das instituições internacionais representam uma ameaça concreta à democracia e ao futuro da humanidade.
“O problema nosso não é nem econômico. É político. Há muito tempo eu não via o mundo tão carente de lideranças políticas como hoje”, afirmou Lula, que dirigiu críticas contundentes à Organização das Nações Unidas. Para o presidente brasileiro, a ONU, que no passado foi capaz de criar o Estado de Israel, hoje se mostra incapaz de viabilizar a criação do Estado palestino ou de conter o genocídio promovido pelo exército israelense contra civis na Faixa de Gaza. “Mulheres e crianças inocentes continuam sendo mortas”, denunciou.
Democracia em risco e multilateralismo em colapso
Lula alertou para o colapso das estruturas multilaterais criadas após a Segunda Guerra Mundial. “O multilateralismo chega ao seu pior momento desde que foi criado”, declarou. Para ele, a falta de mecanismos eficazes de mediação e financiamento internacional abre caminho para o descrédito da democracia. “Se não agirmos, a democracia será destruída, desacreditada”, advertiu.
O presidente defendeu a necessidade urgente de reformas profundas na governança global, apontando a estagnação dos debates internacionais sobre temas cruciais como a paz, a desigualdade e a crise climática. Na visão de Lula, a construção de um novo modelo de governança deve envolver decisões compartilhadas e instituições que de fato representem os interesses dos países em desenvolvimento.
<h3>Nova moeda e o papel do NDB na reconstrução da ordem internacional</h3>
Lula também reforçou a importância do debate sobre a criação de uma nova moeda de comércio entre os países do Sul Global — pauta recorrente nas reuniões do BRICS. Ele reconheceu os obstáculos políticos do projeto, mas reiterou que a iniciativa é fundamental para reduzir a dependência do dólar e das instituições financeiras tradicionais. “Se a gente não encontrar uma nova fórmula, vamos terminar o século XXI do mesmo jeito que começamos o século XX. E isso não será benéfico para a humanidade”, afirmou.
O presidente dirigiu-se diretamente à presidenta do NDB, Dilma Rousseff, destacando o papel estratégico da instituição na articulação de propostas concretas para transformar o sistema financeiro internacional. “Pesa sobre seus ombros a tarefa, como presidenta do NDB, de construir, junto com outros bancos, um novo caminho que mostre ao mundo que outro mundo é possível”, declarou.
Segundo Lula, o papel do NDB deve ir além do financiamento de projetos: a instituição deve ter uma missão política. “Sei que daqui não vai sair o dinheiro, mas que saiam as decisões importantes para que a gente tenha um novo jeito de financiar o desenvolvimento sustentável”, concluiu.

Laís Gouveia

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Rio de Janeiro - RJ. 

Mundo

Lula: “não há saída fora do multilateralismo e da democracia”

247 - Na celebração dos 10 anos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), a presidente da instituição e ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, destacou a importância de um modelo de desenvolvimento enraizado na soberania dos países do Sul Global. A fala ocorreu durante a reunião do banco nesta semana e reafirmou os princípios fundadores da instituição. A cobertura é do Brasil 247.
Segundo Dilma, a criação do NDB há uma década marcou mais que o surgimento de um novo organismo multilateral: foi uma declaração política da autonomia dos países em desenvolvimento. "O desenvolvimento deve ser sustentável, inclusivo, justo, resiliente e soberano", afirmou, destacando a proposta de uma cooperação baseada na igualdade e no respeito mútuo, sem imposições externas.
Banco como alternativa e afirmação política - Criado em 2014 pelos membros do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o NDB surgiu com a missão de financiar projetos de infraestrutura e sustentabilidade em países em desenvolvimento. Para Dilma, a estrutura do banco rompe com o modelo tradicional das instituições financeiras globais, ao permitir que os países membros tenham poder de decisão equilibrado. "Nenhum país domina. Nenhuma voz é silenciada", disse.
A ex-presidente enfatizou que a governança horizontal e o respeito às prioridades nacionais demonstram que o banco "é uma prova de que há mais de uma maneira de promover o desenvolvimento". Nesse sentido, ressaltou que o NDB não tem como meta substituir outras instituições, mas sim oferecer uma alternativa "confiável, eficiente e adaptada" aos desafios dos países do Sul.
Críticas ao cenário geopolítico e à assimetria global - Dilma também apontou os retrocessos que o multilateralismo vem enfrentando nos últimos anos. Em sua avaliação, o mundo atual está "mais fragmentado, desigual e exposto a crises — climáticas, econômicas e geopolíticas". Ela alertou para o uso crescente de tarifas, sanções e restrições financeiras como instrumentos de coerção política e destacou que "as cadeias produtivas estão sendo reestruturadas não apenas pela busca de mais eficiência, mas por interesses geopolíticos".
Para ela, o sistema financeiro internacional permanece "profundamente assimétrico", impondo os maiores fardos aos países com menos recursos. Nesse contexto, o NDB representa uma ferramenta essencial para "refletir as aspirações do mundo de hoje", defendeu.
Visão para a próxima década - Encerrando sua fala, Dilma afirmou que os próximos dez anos serão decisivos para o banco, o BRICS e o próprio Sul Global. A missão do NDB, segundo ela, continua "relevante e essencial", e precisa ser reafirmada diante dos novos desafios. "Comemoramos, portanto, a primeira década do banco, não só com orgulho, mas com senso renovado de propósito", disse.
A ex-presidente reforçou que os países emergentes e em desenvolvimento merecem instituições que compreendam seus desafios, respeitem suas escolhas e apoiem suas ambições. "O desenvolvimento é mais eficaz quando está ancorado nas prioridades nacionais e pertence àqueles a quem se destina", concluiu.

Evento do Banco do BRICS no Rio de Janeiro - 04/07/2025

"O desenvolvimento deve ser sustentável, inclusivo, justo, resiliente e soberano", diz Dilma na reunião do Banco dos BRICS

BRASÍLIA, 3 de julho (Reuters) - O grupo BRICS de países em desenvolvimento deve anunciar um novo fundo de garantia apoiado pelo Novo Banco de Desenvolvimento (<a href="https://www.brasil247.com/search?term=brics">NDB</a>) para reduzir os custos de financiamento e impulsionar o investimento, disseram à Reuters duas pessoas familiarizadas com o assunto.
A iniciativa, inspirada na Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) do Banco Mundial, visa abordar mudanças globais de investimento em meio à incerteza em torno da política econômica dos EUA, disseram as fontes sob condição de anonimato.
Autoridades brasileiras consideram o fundo a peça central da agenda financeira do BRICS durante a presidência rotativa do país. O fundo deverá ser mencionado na declaração conjunta na cúpula do BRICS no Rio de Janeiro na próxima semana, disseram as fontes.
Originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China, o grupo BRICS posteriormente adicionou a África do Sul e recentemente se expandiu para incluir outras nações em desenvolvimento para aumentar sua influência na governança global.
O mecanismo proposto de Garantia Multilateral (BMG) do BRICS, incubado dentro do NDB, recebeu aprovação técnica dos estados-membros e aguarda a assinatura final dos ministros das finanças do BRICS, considerado uma formalidade, disse uma das fontes.
O Ministério da Fazenda do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Brasil+">Brasil </a>não quis comentar o assunto.
A iniciativa não exigirá capital adicional dos países-membros nesta fase. Em vez disso, visa canalizar os recursos existentes do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=brics">NBD </a>para projetos em países em desenvolvimento.
Nenhum valor inicial de financiamento foi divulgado, mas autoridades envolvidas nas negociações esperam que cada dólar em garantias fornecidas pelo NDB mobilize entre cinco e dez dólares em capital privado para projetos pré-aprovados.
"Este é um instrumento de garantia politicamente significativo. Ele envia uma mensagem de que o BRICS está vivo, trabalhando em soluções, fortalecendo o NDB e respondendo às necessidades globais atuais", disse uma fonte.
Espera-se que os preparativos técnicos para a criação do fundo sejam concluídos até o final deste ano, abrindo caminho para que projetos-piloto recebam garantias em 2026.
Os países do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=BRICS+">BRICS </a>enfrentam desafios comuns às nações em desenvolvimento para atrair investimentos privados em larga escala em infraestrutura, adaptação climática e desenvolvimento sustentável.
Autoridades argumentam que as garantias emitidas pelo NDB, cuja classificação de crédito é maior que a da maioria dos países membros, podem ajudar a mitigar os riscos percebidos por investidores institucionais e bancos comerciais.
Reportagem de Marcela Ayres e Bernardo Caram Edição de Manuela Andreoni, Brad Haynes e Louise Heavens

Luis Mauro Filho

Uma visão do logotipo do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) em sua sede em Xangai, China, em 10 de julho de 2023

Novo fundo do BRICS deve mobilizar capital privado com garantias do Banco de Desenvolvimento

Reuters - A Colômbia foi admitida no Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, uma adesão que lhe permitirá diversificar suas alianças e ter novas fontes de financiamento para projetos estratégicos, anunciou a Presidência nesta quinta-feira.
O presidente Gustavo Petro apresentou o pedido de adesão em meados de maio, durante uma visita à China, onde assinou um memorando de entendimento para aderir à Rota da Seda, um ambicioso projeto de integração global liderado pelo gigante asiático.
"A Colômbia se junta oficialmente ao Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS", disse a Presidência colombiana em sua conta no X. "Essa adesão abre novas oportunidades de financiamento para projetos estratégicos e é um passo fundamental para diversificar alianças e fortalecer a economia do país."
Petro, que enfrentou tensões diplomáticas com o presidente dos EUA, Donald Trump, em janeiro, disse anteriormente que a adesão ao Novo Banco de Desenvolvimento busca alternativas financeiras às instituições tradicionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.
Criado em 2015 pelos países do BRICS, o Novo Banco de Desenvolvimento é uma entidade multilateral destinada a mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em mercados e países emergentes.
Recentemente, o grupo incluiu o Egito, a Etiópia, a Indonésia, o Irã e os Emirados Árabes Unidos, o que o torna um contrapeso diplomático crescente às potências ocidentais tradicionais.
O presidente dos EUA advertiu várias vezes o BRICS contra tentativas de desafiar a supremacia do dólar.

Presidente colombiano Gustavo Petro em Cali - 20/10/2024    

América Latina

Colômbia anuncia adesão ao Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS

247 – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu nesta quarta-feira (18) com a ex-presidente do Brasil e atual chefe do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff, em Strelna. O encontro ocorreu antes da abertura do 28º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.
Durante a reunião, Putin elogiou o trabalho de Dilma à frente da instituição financeira do BRICS e parabenizou sua recondução ao cargo. Ela foi reeleita para a presidência do NBD em março deste ano.
“Estou muito feliz em vê-la aqui e, antes de tudo, quero parabenizá-la por sua reeleição para o cargo de chefe do Novo Banco de Desenvolvimento”, disse Putin. “Isso significa que todos os membros do banco apreciam muito o seu trabalho.”
Além dos elogios, Putin defendeu no encontro a ampliação das possibilidades de liquidações em moedas nacionais e a criação de uma plataforma de investimentos. Segundo ele, essas propostas já vêm sendo discutidas entre os líderes e contam com o apoio da atual gestão do banco.
“Há questões que exigem atenção especial, tendo em vista a expansão das possibilidades de liquidações em moedas nacionais e novos esforços conjuntos para criar uma plataforma digital para liquidações e investimentos”, disse Putin na reunião. “Sei que vocês apoiam todas essas iniciativas. E espero muito que trabalhemos juntos nessas áreas.”

Todos os membros do banco apreciam muito seu trabalho, diz Putin a Dilma

247 - O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (18) esperar cooperação com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) para expandir a possibilidade de liquidez em moedas nacionais de países do Brics e para a criação de uma plataforma de investimentos do grupo. O líder russo se encontrou nesta tarde, em São Petersburgo, com a presidente do NBD, Dilma Rousseff. O banco aprovou e financiou recentemente cerca de 120 projetos no valor de US$ 39 bilhões (cerca de R$ 214,5 bilhões).
O encontro abre uma série de reuniões entre chefes de Estado no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF). "Há questões que exigem atenção especial. Tendo em vista a expansão da possibilidade de liquidez em moedas nacionais e novos esforços conjuntos para criar uma plataforma digital para liquidez e investimentos", disse Putin na reunião.
O líder russo observou que essas questões também foram discutidas na última cúpula dos líderes do Brics. "Sei que vocês apoiam todas essas iniciativas. E espero muito que trabalhemos juntos nessas áreas", acrescentou Putin, que também felicitou Dilma pela sua reeleição para o cargo de presidente da instituição. 
A presidente do NBD agradeceu ao presidente russo pelo apoio e se comprometeu a fazer o melhor que puder para desempenhar suas funções da melhor forma possível.
"Em primeiro lugar, gostaria de agradecer o convite. É com grande satisfação que estou aqui em São Petersburgo, no Fórum Econômico Internacional, pela terceira vez. Gostaria também de agradecer o apoio da Rússia à minha candidatura à reeleição como presidente do NBD. De minha parte, farei o máximo, farei todos os esforços para cumprir minhas funções neste cargo da melhor forma possível", disse Dilma.
O Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo será realizado de 18 a 21 de junho. O tema principal do SPIEF em 2025 é Valores Comuns - a Base para o Crescimento em um Mundo Multipolar (com Sputnik).

Leonardo Lucena

Expansão de moedas nacionais do Brics é prioridade, diz Putin após reunião com Dilma

247 - O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco do BRICS, intensificou as tratativas para viabilizar um empréstimo de R$ 3,8 bilhões aos Correios, segundo informações do Valor Econômico. O objetivo da operação é apoiar financeiramente a estatal em um momento de dificuldades orçamentárias e fomentar um amplo programa de modernização com foco em sustentabilidade.
Segundo a <a href="https://www.estadao.com.br/politica/coluna-do-estadao/banco-do-brics-avanca-em-financiamento-de-r-38-bilhoes-aos-correios/">Coluna do Estadão</a>, do jornal O Estado de S. Paulo, Uma delegação do NDB, presidido pela ex-presidenta Dilma Rousseff, está em Brasília pela terceira vez para aprofundar as discussões. Os representantes do banco permanecerão na capital federal até a sexta-feira, 30, em reuniões com a diretoria dos Correios. Nessas conversas, são avaliados os compromissos da empresa pública com os investimentos acordados para os próximos anos.
O plano em análise, nomeado de “plano de modernização e transformação ecológica”, prevê a destinação dos recursos para iniciativas como transição energética, uso de fontes renováveis, redução de resíduos sólidos e construção de centros operacionais ambientalmente sustentáveis.&nbsp;
No início de maio, a estatal reportou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no exercício anterior. Como resposta, firmou acordo com a equipe econômica do governo federal para reduzir em R$ 1,5 bilhão suas despesas até dezembro. Entre as medidas adotadas estão a diminuição da jornada de trabalho, a suspensão de férias e a prorrogação do Programa de Desligamento Voluntário (PDV) até 28 de julho.
Ainda conforme a reportagem, a expectativa é de que, caso o empréstimo do Banco do BRICS seja formalizado nos próximos meses, ele ofereça fôlego imediato ao caixa da empresa, liberando recursos próprios que estavam inicialmente reservados para esses projetos e que agora poderão ser redirecionados.

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