Por Jonathan Saul
LONDRES (Reuters) - Um navio-tanque que transportava combustível de aviação para as Forças Armadas dos Estados Unidos foi atingido por um navio de contêineres no nordeste da Inglaterra nesta segunda-feira, provocando um incêndio e várias explosões e forçando as duas tripulações a abandonar o navio.
O navio-tanque, que tem potencial para transportar dezenas de milhares de toneladas de combustível de aviação, estava ancorado quando o navio de contêineres menor o atingiu em alta velocidade, rompendo seu tanque de carga e liberando combustível no mar.
Duas fontes de segurança marítima disseram que não havia indicação de nenhuma atividade maliciosa ou de outros atores envolvidos no incidente.
Autoridades locais disseram que 32 vítimas foram atendidas por ambulâncias, mas até o meio da tarde apenas uma permanecia no hospital.
O acidente, no entanto, pode causar danos ambientais.
Martin Slater, diretor de operações do Yorkshire Wildlife Trust, disse que a costa de East Yorkshire abriga colônias importantes e protegidas de aves marinhas, incluindo papagaios-do-mar e alcatrazes, com muitas delas em alto-mar antes da temporada de nidificação.
Um porta-voz do Greenpeace disse: "A magnitude de qualquer impacto dependerá de uma série de fatores, incluindo a quantidade e o tipo de óleo transportado pelo navio-tanque, o combustível transportado por ambos os navios e a quantidade desse combustível, se houver, que entrou na água.
"As condições do mar e do tempo também serão importantes para determinar o comportamento de qualquer derramamento."
<h2>COMBUSTÍVEL JET-A1</h2>
O navio-tanque Stena Immaculate, operado pelo grupo de logística norte-americano Crowley, estava transportando combustível Jet-A1 quando foi atingido pelo navio de carga Solong, de bandeira portuguesa, enquanto estava ancorado perto de Hull, escreveu a Crowley no X.
O navio-tanque Stena faz parte de um programa do governo dos EUA destinado a abastecer as Forças Armadas com combustível quando necessário. Um porta-voz das Forças Armadas dos EUA disse à Reuters que o navio estava em um contrato de curto prazo com o Comando de Transporte Marítimo Militar da Marinha dos EUA na segunda-feira.
As equipes de emergência enviaram um helicóptero, aeronaves de asa fixa, botes salva-vidas e embarcações próximas com capacidade de combate a incêndios para o incidente na manhã de segunda-feira.
"Um incêndio ocorreu como resultado da colisão e houve liberação de combustível", disse Crowley. 
Um especialista em seguros disse que o risco de poluição, por ser um navio-tanque de produtos derivados, é menor do que se fosse um navio de transporte de petróleo bruto.
"Muito depende realmente da carga transportada, de quantos tanques foram rompidos e da gravidade do incêndio", disse a fonte.
Mark Sephton, professor de Geoquímica Orgânica do Imperial College de Londres, acrescentou que os hidrocarbonetos relativamente pequenos do combustível de aviação poderiam ser degradados por bactérias mais rapidamente do que as moléculas maiores.
"O fato de estarmos entrando em temperaturas mais quentes também acelerará as taxas de biodegradação", disse ele.
O incidente ocorreu em um trecho movimentado da hidrovia, com tráfego que vai dos portos ao longo da costa nordeste do Reino Unido até a Holanda e a Alemanha, segundo fontes do setor de navegação.
O site de análise marítima MarineTraffic disse que o Stena Immaculate, de 183 metros de comprimento, estava ancorado em Immingham, no nordeste da Inglaterra, quando foi atingido pelo Solong, de 140 metros de comprimento, que estava a caminho de Roterdã.
A seguradora de navios Skuld, da Noruega, só confirmou que o Solong estava coberto pela proteção e indenização (P&amp;I), um segmento de seguro que cobre danos ambientais e lesões ou mortes da tripulação.
O gerente do Solong, Ernst Russ, de Hamburgo, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A seguradora de P&amp;I do Stena Immaculate, que foi listada como Steamship, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
(Reportagem de Sachin Ravikumar, Jonathan Saul e Stine Jacobsen; Reportagem adicional de Nina Chestney, Nerijus Adomaitis e Catarina Demony)

Leonardo Lucena

Incêndio após a colisão entre dois navios

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