247 - O foco de gripe aviária registrado em uma granja comercial na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, foi totalmente contido, segundo declarou nesta quarta-feira (4) o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), informa o <a href="https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2025/06/04/gripe-aviaria-coletiva-ministerio-da-agricultura.ghtml">g1</a>. A contenção do surto, que impactou fortemente as exportações brasileiras de carne de frango, ocorre três semanas após a confirmação do primeiro caso do vírus H5N1 em ambiente comercial no país.
Durante a atualização do cenário da doença, Fávaro reforçou que não houve disseminação do vírus para fora da granja afetada. “É importante dizer que fica claro – nós já estamos na metade do processo – de vazio sanitário, não tem mais morte de animal. Fica comprovado que o caso não saiu da granja”, afirmou o ministro. Ele também destacou a agressividade do vírus: “esse vírus é tão letal, que em 4 ou 5 dias não sobrevive um animal. Se não tem animal morrendo, o foco foi contido”.
A confirmação do caso no município gaúcho levou à suspensão parcial ou total das exportações brasileiras de carne de frango por mais de 30 países e blocos econômicos. A China e a União Europeia impuseram restrições abrangentes, interrompendo a compra do produto em todo o território nacional. Já os Emirados Árabes Unidos e o Japão, segundo e terceiro maiores mercados do Brasil, limitaram a suspensão apenas à cidade de Montenegro, o que reduziu o impacto, uma vez que o único frigorífico exportador local está fora da área de 10 km do foco da doença. A Arábia Saudita, quarta maior compradora, interrompeu as compras de todo o estado do Rio Grande do Sul.
O foco na granja de Montenegro foi oficialmente encerrado em 24 de maio. Desde então, não houve registro de novos casos em estabelecimentos comerciais. A doença segue restrita a aves silvestres ou de criação doméstica, segundo o governo federal.
O Brasil poderá se declarar livre da gripe aviária se não houver nenhuma nova confirmação da doença em granjas comerciais até o próximo dia 18 de junho. Esse período corresponde ao chamado “vazio sanitário”, que teve início em 22 de maio, um dia após a completa desinfecção da granja atingida. Trata-se de um ciclo de 28 dias considerado essencial para garantir que não restem vestígios do vírus H5N1 no ambiente.
Segundo o Ministério da Agricultura, o respeito a esse período é fundamental para assegurar a segurança sanitária da avicultura nacional e para que as negociações com os países importadores possam ser retomadas com vistas à reabertura do mercado internacional.

Guilherme Levorato

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Agro

Ministro afirma que gripe aviária em Montenegro (RS) foi contida: “não tem mais morte de animal”

SÃO PAULO/PORTO ALEGRE (Reuters) - O Brasil entra nesta quinta-feira em um período decisivo de 28 dias para se autodeclarar livre de gripe aviária, após um trabalho de desinfecção da granja onde um primeiro caso em criação comercial no país foi detectado na semana passada.
O processo de limpeza e desinfecção dos galpões, máquinas e outras estruturas e equipamentos da granja em Montenegro (RS), que envolve escritório, almoxarifado, vestiários, lavanderia, foi finalizado na noite de quarta-feira, de acordo com nota do governo gaúcho.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, havia citado na semana passada que, após um período de 28 dias, se nenhum outro caso em granja comercial for registrado, o Brasil poderia se declarar livre da doença, aguardando posicionamento de importadores.
"Esse período é essencial para que possamos, de forma técnica e transparente, comprovar a contenção do vírus. Ao final desse prazo, se não houver novas ocorrências, o Brasil poderá se autodeclarar livre da doença naquela região", afirmou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, em comunicado do Ministério da Agricultura.
Para o analista do departamento de Pesquisa e Análise Setorial do Rabobank Brasil Wagner Yanaguizawa, passados os 28 dias sem um novo caso, o Brasil ficará só dependendo de importadores suspenderem os embargos comerciais.
Mais de 30 destinos comerciais já impuseram algum tipo de suspensão temporária, nacional ou regional, a importações de carne de frango brasileira, após a confirmação de um foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul.
"Com a força do sistema e a transparência nos procedimentos, conseguiremos comprovar a contenção do foco e negociar com nossos parceiros comerciais protocolos que evitem o bloqueio total das exportações", disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
A diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, Rosane Collares, prefere adotar cautela, por enquanto.
"Em emergência sanitária, vivemos pequenas felicidades. Hoje, a situação está tranquila, mas pode mudar a qualquer momento. Está sob controle, não temos nenhuma evidência de nova notificação, mas eu quero fechar um ciclo de 15 dias para que alguma coisa que esteja de repente em período de incubação não nos pegue de surpresa", disse ela.
"Eu vou me sentir mais tranquila quando fechar um segundo ciclo de enfermidade, até o final da semana que vem", acrescentou.
O Ministério da Agricultura apurava, até o início desta tarde, nove casos suspeitos de gripe aviária, sendo apenas dois em granja comercial, em Tocantins e em Santa Catarina, que podem resultar em embargos de importadores.
A maioria dos casos investigados são em galinhas de subsistência, com um em ave silvestre, casos esses que geralmente não resultam em proibições comerciais.
Desses, apenas um caso é investigado no Rio Grande do Sul, em galinhas de subsistência, após dois casos suspeitos terem sido decartados no Estado, nesta quinta-feira, segundo o sistema do ministério.
Além do foco em Montenegro, o Estado detectou na semana passada aves aquáticas silvestres com a doença em um zoológico em Sapucaia do Sul.
O Estado do Tocantins descartou a ocorrência de influenza aviária de alta patogenicidade em uma granja comercial local, citando resultados preliminares de testes. Mas o caso ainda aparece sob investigação pelo sistema do ministério.
As restrições colocadas ao Brasil, maior exportador global de carne de frango, podem ser nacionais ou localizadas, apenas para a carne de frango do Estado gaúcho ou do município de Montenegro, foco da gripe aviária em granja comercial.
<h3>OTIMISMO&nbsp;</h3>
Segundo Yanaguizawa, a partir da autodeclaração de livre de gripe aviária, muito provavelmente os fluxos de exportação poderão voltar ao normal.
Ele demonstrou otimismo com a possibilidade de o Brasil não registrar novos casos em granjas comerciais nos próximos dias, considerando as ações tomadas, assim como os cuidados sanitários rígidos.
"Isso nos dá uma primeira impressão de que em tese o cenário ali seja isolado (a Montenegro), e que tenha algum sucesso no controle e isolamento do vírus", afirmou ele, à Reuters.
"É o posicionamento que a gente está adotando agora em termos de cenário, um pouco mais otimista, analisando essa questão, já que não teve dispersão para outra região, já passamos alguns dias, quatro a cinco dias da sexta-feira, isso nos dá uma ideia de cenário mais otimista", comentou.
Ele lembrou que o Brasil foi um dos últimos importantes produtores a serem afetados pela gripe aviária. "Isso realmente traz uma segurança um pouco maior."

Bianca Penteado

Brasil entra em período de 28 dias decisivo para se autodeclarar livre de gripe aviária

PORTO ALEGRE (Reuters) - O caso suspeito de influenza aviária em um trabalhador da propriedade no Rio Grande do Sul onde foi registrado o primeiro foco do vírus em uma granja comercial no país foi descartado, informaram nesta terça-feira o Ministério da Saúde e a Secretaria da Saúde do Estado.
O funcionário havia tido contato com as aves doentes da propriedade, localizada em Montenegro (RS), e apresentado sintomas gripais, sendo mantido em isolamento. O teste para a doença foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
Segundo o ministério, o trabalhador teve os primeiros sintomas no domingo e foi submetido a um exame PCR, "que identifica o material genético específico do vírus influenza". Em caso de resultado positivo, o paciente passa por outros exames para detectar o tipo de influenza, inclusive a aviária -- mas, na suspeita de Montenegro, o resultado inicial veio negativo.
A Secretaria de Saúde do RS tem mapeado e monitorado as pessoas que estiveram com os animais infectados desde a confirmação do foco no Estado, na semana passada, segundo o ministério. Até o momento, este era o único caso suspeito da doença entre humanos.
Em nota, o ministério acrescentou que, no caso da gripe aviária, o risco de infecção humana é baixo e não ocorre pelo consumo de carne ou ovos, mas sim por contato direto com aves doentes ou com ambientes contaminados.
"Não há registro em todo o mundo de transmissão da doença de uma pessoa para outra", acrescentou.
O surto em Montenegro causou suspensões comerciais de importadores de frango e ovos do Brasil, como a China e a União Europeia.

Escavadeira remove terra ao lado de um buraco em uma granja em Montenegro (RS) após o Brasil confirmar seu primeiro surto de gripe aviária 
16/05/2025


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Ministro afirma que gripe aviária em Montenegro (RS) foi contida: “não tem mais morte de animal”

Brasil entra em período de 28 dias decisivo para se autodeclarar livre de gripe aviária

Exame descarta gripe aviária em trabalhador de granja em Montenegro (RS)

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