247 – O Ministério do Comércio da China afirmou nesta sexta-feira que está avaliando propostas dos Estados Unidos para iniciar negociações sobre a atual disputa tarifária entre os dois países. A declaração foi feita após relatos de que autoridades norte-americanas de alto escalão teriam recorrido a intermediários para sugerir o início de conversas formais. A informação foi publicada pela emissora estatal russa RT.
“A China está atualmente avaliando isso”, disse a pasta em nota oficial, referindo-se às mensagens recentes enviadas por Washington. “Os Estados Unidos enviaram mensagens à China por meio de partes relevantes, expressando o desejo de iniciar conversas.” No entanto, Pequim deixou claro que apenas se engajará em negociações se houver demonstração de “sinceridade” por parte do governo norte-americano, o que incluiria a revogação das tarifas impostas unilateralmente.
A tensão entre as duas maiores economias do mundo aumentou consideravelmente após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifas de 145% sobre produtos chineses no mês passado. As medidas fazem parte de uma ofensiva comercial mais ampla que atinge mais de 90 parceiros comerciais. Enquanto algumas dessas tarifas foram suspensas por 90 dias, a China foi excluída da pausa e segue sujeita a uma tarifa-base de 10%. Em retaliação, Pequim impôs tarifas de 125% sobre bens norte-americanos e implementou restrições à exportação.
A nota do ministério enfatiza que a continuidade das tarifas prejudica a confiança mútua necessária para o diálogo. “Dizer uma coisa e fazer outra, ou mesmo tentar coagir e chantagear sob o pretexto de negociações, não funcionará com a China”, advertiu o governo chinês.
O presidente Trump afirmou anteriormente que está “ativamente” se comunicando com o presidente chinês Xi Jinping e sugeriu que as tarifas poderiam “cair substancialmente” caso um acordo justo fosse alcançado. “Estamos em contato com Pequim”, declarou Trump em entrevista recente, reforçando que busca um “acordo justo com a China”.
Por outro lado, declarações do secretário de Estado Marco Rubio, em entrevista à Fox News, indicam que “Pequim estaria fazendo contatos com Washington”, algo que foi prontamente desmentido pelas autoridades chinesas. A China acusou os EUA de distorcerem os fatos para enganar a opinião pública.
Apesar da retórica firme, o Ministério do Comércio chinês reiterou que o país mantém a porta aberta para o diálogo. “Se for para lutar, lutaremos até o fim; se for para conversar, a porta está aberta”, afirmou.
Especialistas internacionais acreditam que as negociações poderão começar em breve, impulsionadas pela recente volatilidade nos mercados e pela revisão negativa das projeções de crescimento global feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), motivada justamente pelas incertezas no comércio internacional. Outros analistas, contudo, avaliam que uma negociação formal só será anunciada após ambos os lados chegarem a um entendimento preliminar e privado sobre os termos de um eventual acordo tarifário.

Redação Brasil 247

China diz que EUA praticam 'terrorismo econômico' na guerra comercial

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China avalia proposta dos EUA para negociação tarifária, diz Ministério do Comércio

247 - O Ministério do Comércio da China (MOFCOM) anunciou nesta quinta-feira (16) que recebeu relatos de empresas domésticas sobre preocupações com subsídios injustos concedidos pelo governo Biden a fabricantes de chips dos Estados Unidos. Segundo <a href="https://www.globaltimes.cn/page/202501/1327054.shtml">reportagem</a> do Global Times, órgão afirmou que as autoridades chinesas responsáveis por investigações comerciais revisarão as reclamações de acordo com as leis e regulamentos chineses, podendo também seguir as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) para iniciar investigações conforme previsto em lei.
Em resposta a questionamentos da imprensa sobre possíveis pedidos de investigação antidumping e antisubsídio por parte de indústrias chinesas de chips legados, que estariam enfrentando concorrência desleal de produtos importados dos EUA, o porta-voz do MOFCOM destacou que as preocupações dessas indústrias são legítimas. As empresas americanas estariam exportando chips legados para a China a preços baixos, prejudicando os direitos e interesses das indústrias chinesas. "As preocupações levantadas pelas indústrias domésticas chinesas são razoáveis e elas têm o direito de solicitar investigações de medidas de defesa comercial", afirmou o porta-voz.
O MOFCOM ressaltou que qualquer aplicação de investigação será analisada com base nas leis chinesas e pode seguir as normas da OMC. A medida foi considerada pela Bloomberg como "uma das respostas mais contundentes de Pequim até agora contra as sanções tecnológicas dos Estados Unidos".
Especialistas chineses afirmaram que, diante das crescentes sanções tecnológicas impostas de forma irresponsável pelo governo Biden, a China não hesitará em tomar medidas para defender seus direitos e interesses legais. Associações da indústria de semicondutores na China também manifestaram apoio à postura do MOFCOM.
A Associação da Indústria de Semicondutores da China (CSIA) declarou apoio firme às empresas de semicondutores, nacionais e estrangeiras, que operam na China e buscam proteger seus direitos de acordo com as regras da OMC. A Câmara de Comércio para Importação e Exportação de Produtos Mecânicos e Eletrônicos também reforçou seu apoio à indústria chinesa de chips.
Em agosto de 2022, o governo Biden sancionou o CHIPS and Science Act, que prevê até US$ 280 bilhões em subsídios, garantias de empréstimos e incentivos fiscais para expandir a capacidade de produção de semicondutores nos EUA.

Guilherme Paladino

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China pode investigar chips dos EUA por concorrência desleal, diz Ministério do Comércio

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