247 - O primeiro-ministro da Sérvia, Miloš Vučević, renunciou no último dia 27 de janeiro, buscando acalmar as crescentes tensões políticas geradas por meses de protestos contra a corrupção. A decisão ocorre em um momento de instabilidade política no país, após manifestações que começaram em novembro de 2024, quando o telhado de uma estação de trem em Novi Sad desabou, matando 15 pessoas. O acidente, que causou indignação em todo o território sérvio, foi rapidamente associado à má gestão pública e à corrupção, e se tornou um catalisador para protestos generalizados contra o governo. As informações são do jornal<a href="https://www.theguardian.com/world/2025/jan/28/what-does-resignation-of-populist-prime-minister-milos-vucevic-mean-for-serbia?CMP=Share_iOSApp_Other"> The Guardian</a>.
Os protestos foram liderados principalmente por estudantes de universidades públicas, que exigiram respostas claras sobre as causas do desastre e a responsabilização dos envolvidos. Além de bloqueios de estradas e manifestações em diversas cidades, os estudantes também organizaram acampamentos nas faculdades, reforçando seu apelo por maior transparência governamental. O movimento rapidamente ganhou apoio de outros grupos da sociedade, incluindo cidadãos comuns, funcionários públicos e membros do judiciário, refletindo um descontentamento generalizado com o governo do presidente Aleksandar Vučić e seu partido, o Partido Progressista Sérvio (SNS).
Renúncia como tentativa de apaziguar a situação - A renúncia de Vučević foi anunciada após um episódio de violência envolvendo manifestantes, quando uma estudante foi agredida por supostos membros do SNS em Novi Sad. “Faço um apelo para que todos acalmem os ânimos e voltem ao diálogo”, declarou o ex-primeiro-ministro em coletiva de imprensa. "O prefeito de Novi Sad, Milan Đurić, também estava prestes a renunciar", complementou Vučević.
Apesar de sua saída, o líder político vinculou os protestos a uma suposta interferência estrangeira, sem fornecer provas. “Eu nunca justificaria ou entenderia muitos desses protestos, bloqueios da vida, das estradas e da liberdade de movimento de outros cidadãos”, afirmou. A imprensa sérvia especula que sua renúncia seja uma tentativa de mitigar a raiva popular e a pressão sobre o governo, especialmente após o desastre em Novi Sad, que abalou ainda mais a imagem da administração Vučić.
O futuro da Sérvia e as implicações para a oposição - Com a renúncia de Vučević, a Sérvia se encontra em um momento de incerteza política. O presidente Vučić, que comanda o país de maneira autoritária, terá que decidir, dentro de 30 dias, se nomeará um novo primeiro-ministro ou convocará eleições antecipadas. Em uma análise sobre o cenário político, Marta Szpala, pesquisadora do Centro de Estudos Orientais em Varsóvia, indicou que a renúncia poderia ser uma estratégia para retomar o controle da situação. “Alternativamente, ele pode convocar uma eleição antecipada, buscando retomar o controle da narrativa e tirar proveito de um movimento social descentralizado e muito diverso por trás dos protestos”, disse Szpala.
O impacto dos protestos também levantou questões sobre a democracia na Sérvia, com críticos apontando que a renúncia de Vučević pode não ser suficiente para encerrar as manifestações. Branimir Jovančićević, ex-deputado da oposição, afirmou que a troca de um único líder não resolverá o problema. “Se o presidente acha que substituindo uma figura, essencialmente, irrelevante... [ele] resolverá o problema... ele está profundamente equivocado”, comentou Jovančićević à Associated Press.
Outros observadores sugerem que os protestos podem sinalizar uma mudança nas marés políticas da Sérvia. O ex-diplomata norte-americano Edward Joseph observou nas redes sociais que até juízes, figuras proeminentes do serviço público, se uniram aos manifestantes, o que reflete uma mudança na dinâmica política do país: “O fator medo desapareceu. Mesmo em uma democracia degradada nos Bálcãs, o povo ainda tem poder e pode exigir responsabilização.”

Otávio Rosso

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Mundo

Sérvia vive momento de tensão política com renúncia de primeiro-ministro após grandes manifestações

247 - O primeiro-ministro da Sérvia, Milos Vucevic, anunciou na terça-feira sua renúncia, tornando-se a autoridade de mais alto escalão a deixar o cargo desde que protestos anticorrupção se espalharam pelo país, informa a Reuters.
Belgrado tem sido palco de protestos diários contra o governo desde que um telhado desabou em novembro em uma estação ferroviária em Novi Sad, a segunda maior cidade da Sérvia, matando 15 pessoas.
Os manifestantes, incluindo estudantes, professores e outros trabalhadores, compareceram aos milhares, dizendo que o desastre ocorreu em decorrência da corrupção dentro do governo do presidente Aleksandar Vucic.
"Optei por essa medida a fim de reduzir as tensões", disse Vucevic em uma entrevista coletiva nesta terça-feira, anunciando sua intenção de renunciar. Ele afirmou que o prefeito de Novi Sad também renunciará.
Ele também afirmou que os protestos foram organizados "de fora". “Tudo isso foi organizado de fora, não há dúvida sobre isso. Eles atingiram a área mais sensível da sociedade — a educação e as crianças. É vil deliberadamente colocar em risco a Sérvia como estado”, disse Vucevic.
"Com isso, atendemos a todas as exigências dos manifestantes mais radicais."
Vucevic é o chefe do Partido Progressista da Sérvia, de centro-direita, no poder desde 2023.

Redação Brasil 247

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Primeiro-ministro sérvio renuncia em meio a protestos populares

CGTN – “A Sérvia e a China são verdadeiros amigos de ferro. Mais precisamente, os sérvios se sentem honrados por serem tratados como ‘irmãos’ pelos chineses”, afirmou recentemente o primeiro-ministro da Sérvia, Milos Vucevic, em uma entrevista exclusiva concedida ao Grupo de Mídia da China (CMG, na sigla em inglês). Em sua viagem à China para participar da 7ª Exposição Internacional de Importação (CIIE, na sigla em inglês), Vucevic viu com seus próprios olhos os enormes êxitos do desenvolvimento chinês. “O socialismo com características chinesas tem sido frutífero”, ressaltou. Na opinião dele, a China, em comparação com outras potências do mundo, está mais disposta a compartilhar suas experiências de desenvolvimento, uma prática que mostra sua mente aberta e seu senso de responsabilidade para com toda a humanidade. Segundo o primeiro-ministro, é por causa disso que a Sérvia espera transformar a amizade de ferro entre as duas nações em uma comunidade com futuro compartilhado Sérvia-China.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20241222181244_fb9cb6cd6c7592cfbdf20902f27f6c427abddc208cf1d6c3ea23c3ffcc42b13e.jpg" data-media-id="editor_0" data-image-id="20241222181244_fb9cb6cd6c7592cfbdf20902f27f6c427abddc208cf1d6c3ea23c3ffcc42b13e" data-rendition-name="original" width="1280" height="720" loading="lazy" alt="Sérvia e China são verdadeiros amigos de ferro, diz Milos Vucevic"></figure>  Vucevic acredita que a CIIE comprova que são falsas as acusações de alguns países, que alegam que a China é um país exportador que apenas quer invadir mercados alheios. O premiê citou dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), pontuando que o país asiático é um dos maiores importadores do mundo. Para ele, a CIIE fornece ótimas oportunidades para os países apresentarem seus produtos aos consumidores e parceiros chineses, sendo um exemplo de abertura econômica e social. “A China é um parceiro poderoso e tem facilitado a entrada de nossas empresas em seu mercado”, acrescentou. Em 1º de julho deste ano, o acordo de livre comércio China-Sérvia entrou em vigor. O primeiro-ministro acredita se tratar de uma oportunidade para que seu país alcance resultados econômicos significativos e para que as empresas locais expandam seus negócios. Na cooperação sob o quadro da Iniciativa Cinturão e Rota, muitas empresas chinesas têm participado na construção de infraestruturas na Sérvia. Vucevic considera que esses programas contribuem para o progresso de seu país e elevam notavelmente a qualidade de vida da população sérvia. “É por causa disso que continuamos cooperando com a China em novos projetos”, disse. O premiê afirmou que a nação oriental nunca impôs nenhuma condição política prévia às colaborações e, em vez disso, sempre teve como foco o futuro comum e projetos que levam em conta os interesses de ambas as partes. Fonte: CMG

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