247 - O senador colombiano Miguel Uribe, que pretendia ganhar a indicação de seu partido para a eleição presidencial de 2026, morreu em decorrência dos ferimentos de bala que recebeu na cabeça em um atentado há mais de dois meses, informou sua esposa María Claudia Tarazona nesta segunda-feira (11).&nbsp;
Uribe, de 39 anos e membro do partido oposicionista Centro Democrático, permanecia em estado crítico em uma clínica após ser atacado por um adolescente de 15 anos que atirou nele com uma pistola durante um evento político em um bairro de classe média no oeste de Bogotá em 7 de junho.
"Peço a Deus que me mostre o caminho para aprender a viver sem você. Nosso amor transcende este plano físico. Espere por mim, quando eu cumprir minha promessa com nossos filhos, eu irei encontrá-lo e teremos nossa segunda chance. Descanse em paz, amor da minha vida, eu cuidarei de nossos filhos", disse a esposa em sua conta no Instagram.
O político recebeu dois impactos de bala na cabeça e um na perna esquerda, revelou anteriormente a Procuradoria Geral, que está conduzindo uma investigação para identificar e capturar os autores materiais e intelectuais do assassinato.
O ataque, registrado em dezenas de vídeos divulgados nas redes sociais, chocou o país, provocou condenações em nível nacional e internacional e relembrou a época de violência que a Colômbia sofreu há mais de três décadas, quando quatro candidatos presidenciais foram assassinados em ataques separados atribuídos a traficantes de drogas aliados a esquadrões paramilitares.
A procuradora-geral, Luz Adriana Camargo, reconheceu que diferentes teorias sobre o atentado estão sendo analisadas, incluindo a intenção de desestabilizar o governo, de acordo com a Reuters.&nbsp;
O presidente Gustavo Petro expressou suas condolências após a morte do senador Uribe. "Meu sincero pesar à família do senador Miguel Uribe Turbay e a todos os colombianos. A vida está acima de qualquer ideologia. (...) Seja qual for a ideologia, a pessoa e sua família, sua vida e sua segurança são, para o governo, a prioridade", escreveu o presidente colombiano na rede social X.
Petro chamou a atenção para a contradição vivida pelo país. "Fizemos isso justamente em um país que vive uma imensa paradoxa: ser o espaço de maior diversidade natural e humana do planeta e, ao mesmo tempo, ser um dos países com mais violência permanente, onde se mata sem nenhum sentido", acrescentou.
O presidente do país sul-americano destacou que a investigação "deve se aprofundar". "Sentimos a morte de Miguel como se fosse de um dos nossos. É uma derrota. Cada vez que um colombiano é assassinado, é uma derrota para a Colômbia e para a vida", concluiu. (Com agências).&nbsp;

Paulo Emilio

Evento em apoio ao senador Miguel Uribe em Bogotá, Colômbia - 6/7/25    

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América Latina

Miguel Uribe, pré-candidato à presidência da Colômbia, morre após ataque a tiros em Bogotá

247 – O presidente da Colômbia cancelou, na noite de sábado (8), a viagem que faria à cimeira das Nações Unidas, após o grave atentado contra o senador Miguel Uribe Turbay, um dos principais pré-candidatos da direita às eleições presidenciais de 2026. A informação foi divulgada em comunicado oficial do governo colombiano e publicada pela emissora portuguesa RTP, que atribuiu ao episódio uma ampla repercussão política e institucional.
“Por razões relacionadas com o atentado perpetrado esta tarde (sábado) contra o senador Miguel Uribe Turbay, foi decidido cancelar a viagem internacional que o Presidente da República, juntamente com vários dos seus ministros, tinha programada para esta noite”, afirmou o comunicado. A nota também destacou que a gravidade do caso exige que o chefe de Estado permaneça no país para liderar as ações de resposta.
O ataque ocorreu enquanto o senador discursava em um parque de Fontibón, bairro situado na zona oeste de Bogotá. Uribe Turbay foi baleado e levado em estado crítico para a Clínica Medicentro. De acordo com uma enfermeira que o atendeu, “ele estava inconsciente. O seu estado era crítico”, relatou, acrescentando que a equipe médica precisou de “45 minutos para reanimá-lo”.
Diante da gravidade dos ferimentos, o parlamentar foi transferido para a Fundação Santa Fé, hospital privado de referência localizado no norte da capital colombiana, onde deverá passar por cirurgia. O boletim médico mais recente informa que o estado de saúde continua reservado.
<h3>Figura de destaque da direita colombiana</h3>
Miguel Uribe Turbay, de 39 anos, despontava como um dos nomes mais fortes da direita para a sucessão do presidente Gustavo Petro. Apesar da coincidência nos sobrenomes, ele não é parente do ex-presidente Álvaro Uribe, mas mantém estreitas afinidades políticas com o uribismo, corrente conservadora predominante na Colômbia nas duas últimas décadas.
Com formação jurídica pela Universidad de los Andes, o senador também é mestre em Políticas Públicas pela mesma instituição e em Administração Pública pela Universidade de Harvard. Carrega um histórico familiar de forte presença na política e no jornalismo: é filho do ex-conselheiro Miguel Uribe Londoño e da jornalista Diana Turbay, assassinada em 1991 durante uma tentativa fracassada de resgate do sequestro que sofreu pelo cartel de Medellín. É neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala (1978-1982).
Com esse legado e trajetória, Uribe Turbay vinha se projetando como símbolo de renovação geracional do campo conservador colombiano.
<h3>Clima de comoção e resposta institucional</h3>
O governo colombiano reagiu com firmeza ao atentado, destacando seu compromisso com a proteção das instituições democráticas. “A gravidade dos acontecimentos e o compromisso do Governo nacional com a defesa das instituições e a proteção de todos os atores democráticos no país exigem a presença do chefe de Estado e da sua equipa governamental no país”, acrescentou o comunicado oficial.
Ainda segundo o governo, a decisão de cancelar a participação na cimeira das Nações Unidas visa “dar prioridade a todas as ações institucionais necessárias para garantir a segurança, esclarecer os factos e reforçar a confiança no Estado de direito”.
Como parte da resposta imediata, foi anunciada uma recompensa de até 3 milhões de pesos colombianos (aproximadamente 638,7 mil euros) por informações que levem à captura dos responsáveis pelo atentado.
O episódio gerou forte comoção entre diferentes setores políticos do país e intensificou o debate sobre segurança pública e estabilidade institucional às vésperas do ciclo eleitoral de 2026. A expectativa agora recai sobre o desdobramento das investigações e, sobretudo, sobre a recuperação de Miguel Uribe Turbay.

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