<p><b>247 –</b> Durante entrevista ao programa <i>Contramola</i>, da TV 247, o historiador e dirigente político Valter Pomar afirmou que a mídia tradicional brasileira é parte integrante da elite econômica que dá sustentação à extrema direita. Segundo ele, “a mídia comercial é uma quadrilha” que, ao arrepio da Constituição, controla os meios de comunicação no país, reproduzindo interesses antidemocráticos e alimentando o protagonismo de Jair Bolsonaro, mesmo diante das provas de sua participação em uma tentativa de golpe de Estado.</p>
<p>Pomar rejeitou a ideia de que a imprensa hegemônica apenas normaliza a presença de Bolsonaro no debate público. Para ele, trata-se de um papel ativo de sustentação: “o cavernícola cumpre um papel útil para o setor gourmet do grande capital. Ele expressa o ponto de vista de um pedaço grande da classe dominante, dos latifundiários, dos banqueiros. Não tenho dúvida”. Ao comentar o destaque contínuo dado ao ex-presidente, mesmo após investigações que evidenciam sua responsabilidade na articulação de uma conspiração golpista, o historiador afirmou: “por uma parte da classe dominante, o Bolsonaro é um líder; a outra parte usa ele como um bode na sala”.</p>
<p>A expressão resume, segundo Pomar, o uso político que setores empresariais e da mídia fazem da figura de Bolsonaro como ameaça permanente. “A pressão da extrema direita vira um argumento para um pedaço da esquerda aceitar qualquer coisa. É uma chantagem: aceitem o déficit zero ou a gente solta o cavernícola”, disse. Essa operação seria conduzida, em sua avaliação, tanto por agentes da velha mídia como por representantes do capital financeiro. “Esses caras — os donos da Globo, do Estadão, da Folha, da Zero Hora — fazem parte do clube dominante. Têm interesses públicos e não tão públicos assim que fazem eles insistirem em manter essa coisa acesa”, declarou.</p>
<p>Ao traçar uma linha histórica, Valter Pomar lembrou que o apoio da mídia tradicional à ditadura militar foi decisivo para a consolidação do seu poder e da própria estrutura de comunicação que se mantém no Brasil. “A ditadura fez 61 anos e a Globo fez 60. Não tem coincidência nenhuma. Esses caras se tornaram o que se tornaram com o apoio da ditadura militar”, afirmou. Ele ainda destacou que essa mesma mídia teve papel central na perseguição ao Partido dos Trabalhadores. “É só lembrar do que fizeram contra o PT lá atrás, na Ação Penal 470, depois na Operação Lava Jato. Quando vi a história do triplex do Lula, lembrei que essa notícia foi publicada no jornal Estado de S. Paulo nos anos 1980. É inacreditável a falta de memória dessa turma”.</p>
<p>Pomar defende que a existência de monopólios e oligopólios da comunicação fere princípios constitucionais. “A Globo é anticonstitucional. Está lá na Constituição: não pode haver monopólio. Hoje temos um oligopólio. Esses caras não deveriam existir”, afirmou. Para ele, a única maneira de reverter esse quadro é com o fortalecimento de uma comunicação pública, estatal e também privada, mas diversa. “Não pode ser monopólio. Porque, na hora que vira monopólio, o instrumento que esses caras têm para incidir na vida política se torna insuportável. Viram um partido político, só que não são. E não podem funcionar como tal”, disse.</p>
<p>Valter Pomar concluiu que a manutenção da centralidade de Jair Bolsonaro no debate político atende aos interesses de uma elite que prefere recorrer à ameaça de ruptura do que aceitar transformações econômicas e sociais. “Eles insistem em manter o cavernícola em evidência porque isso é útil à elite. E o que deveria ser feito, na verdade, era enfrentar essa estrutura. Porque, enquanto se mantiver esse poder concentrado da mídia e esse papel de chantagista atribuído ao Bolsonaro, qualquer avanço no Brasil será condicionado por uma ameaça de retrocesso”. Assista:&nbsp;</p>
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Dafne Ashton

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Entrevistas

“Mídia comercial é uma quadrilha”, diz Valter Pomar

<p><b>247 -</b> Em entrevista ao <i>Bom Dia 247</i>, o ex-presidente nacional do PT José Genoino criticou com veemência o papel da imprensa e dos institutos de pesquisa na atual conjuntura política. Para ele, ambos atuam de forma articulada para enfraquecer o governo Lula e frear avanços progressistas. “Para mim, não existe imprensa neutra nem pesquisa idônea. Esse é o ponto de partida para a gente analisar a conjuntura política”, afirmou.</p>
<p>Segundo Genoino, a grande imprensa brasileira, concentrada nas mãos de poucos grupos empresariais, atua com objetivos políticos claros: “A grande imprensa hoje, principalmente a imprensa monopolista, corporativa e familiar, está trabalhando com a ideia de que tem que haver uma alternativa da direita disputando franjas da extrema direita. É uma espécie de Bolsonaro sem a imagem desgastada do Bolsonaro”. Na visão do ex-deputado, essa articulação tem um objetivo comum: “Eles têm um ponto de unidade — combater a esquerda, encurralar o governo Lula e impedir inclusive certas reformas que o governo está lutando para executar”.</p>
<p>Genoino classificou a grande mídia como um verdadeiro ator político no cenário nacional. “Ela funciona como um partido do modelo neoliberal”, disse. Para ele, a forma como notícias são construídas, editadas e difundidas pelos principais veículos de comunicação revela um alinhamento com os interesses de mercado. Essa atuação, segundo ele, cria um ciclo perverso: “A imprensa alimenta a pesquisa e a pesquisa alimenta a imprensa para fazer a editorialização da avaliação do governo”.</p>
<p>O ex-presidente do PT também alertou para o erro de setores do próprio governo ao se deixarem pautar por esse sistema. “O governo errou ao ficar muito dependente, muito prisioneiro dessas pesquisas e dessa cobertura da grande mídia”, afirmou. Para enfrentar esse cenário, Genoino defende uma guinada na estratégia de comunicação: “O presidente da República pauta o país. A imprensa quer pautar o que é prioritário e, às vezes, o governo fica prisioneiro dessa pauta”.</p>
<p>Como alternativa, ele propõe que o governo concentre sua comunicação na esfera pública, a partir de canais como a EBC. “A informação é um direito público individual, é um direito fundamental para o exercício da cidadania. Não é propriedade do mercado, de banco, de interesse nem do Estado. É uma questão pública”, ressaltou. Genoino defende que a comunicação do governo seja orientada por esse princípio, com pautas claras, definidas pelo próprio Executivo, e acesso amplo e igualitário para veículos diversos.</p>
<p>Além das críticas à imprensa, Genoino destacou a necessidade de mobilização popular e criticou a ausência de protagonismo da esquerda nas ruas. Ele afirmou que há ambiente favorável à articulação de movimentos e que o PT deveria ter tido papel mais ativo em manifestações recentes. “A esquerda tem que sair dos palácios e começar a ir para as ruas. Nós temos que criar um caminho, dizer: a esquerda está aqui, a esquerda é importante, tem significado”, concluiu. Assista:</p>
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“Não existe pesquisa idônea nem imprensa neutra", diz José Genoino

<p><b>247 -</b> Em entrevista ao programa <i>Conversa de Política</i>, José Genoino, ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), fez duras críticas à decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder uma entrevista exclusiva ao programa <i>Fantástico</i>, da TV Globo. Genoino questionou o tratamento dado pela emissora à cobertura e destacou que o governo deveria evitar “emboscadas midiáticas”.</p>
<p>“Essa história de dar entrevista exclusiva para um determinado canal dá uma ideia errada. O presidente da República dá uma entrevista para todos, convoca os blogs, as cadeias de rádio e televisão e fala para todos. Essa ideia de exclusividade não é um princípio realmente democrático”, afirmou.</p>
<p>Durante a entrevista, Genoino criticou a falta de aprendizado do governo e do PT diante das experiências passadas com a mídia tradicional: “Eu esperava que nós do PT, nós do governo, já tivéssemos aprendido ao longo do que representou essa emissora na criminalização do PT, na criminalização do Lula e no elogio à Lava Jato.”</p>
<p>Ele também classificou a entrevista ao <i>Fantástico</i> como uma “emboscada”, destacando a manipulação de temas pela emissora: “Ao lado de discutir a saúde do presidente, entra a discussão da presunção de inocência do Braga Netto e colocam a Lava Jato no meio. Em vez de discutir o estado de saúde do presidente e suas condições para governar, começa-se a debater a Lava Jato. Por isso, foi uma emboscada.”</p>
<p>Genoino reforçou sua posição contrária a qualquer concessão à mídia corporativa: “Essa grande mídia nunca fez autocrítica da maneira como cobriu a Lava Jato. Seus profissionais assessoravam os promotores e o juiz. Eu assisti àquela entrevista com um sentimento de indignação.”</p>
<p>Ele também sugeriu que o governo adote uma estratégia de comunicação mais democrática e aberta: “Vamos potencializar as redes sociais, o contato direto com o povo. Vamos tirar essa subserviência dessa mídia corporativa monopolista.”</p>
<p>Genoino encerrou a entrevista defendendo uma relação mais transparente e direta com a sociedade: “A comunicação do governo deve ser pública e democrática. Informação é um bem para o exercício da cidadania, como o trabalho, a saúde e a educação. É fundamental para a democracia.” Assista:&nbsp;</p>
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“Eu esperava que nós do PT, nós do governo, já tivéssemos aprendido” diz Genoino sobre entrevista de Lula ao Fantástico

<p><b>247 - </b>O historiador e dirigente do PT, Valter Pomar, concedeu entrevista ao programa <i>Contramola</i>, da TV 247. Durante a conversa, ele fez duras críticas à concentração dos meios de comunicação no Brasil e à atuação de emissoras como a Rede Globo. Para Pomar, a democratização da comunicação é fundamental para o avanço da democracia no país.</p>
<p>“Não haverá democracia no Brasil enquanto essa estrutura de comunicação for mantida”, declarou Pomar, ao criticar o monopólio midiático e o impacto que ele exerce na construção da narrativa pública. Segundo ele, a manutenção do oligopólio da mídia vai contra a Constituição Federal, que proíbe explicitamente a concentração de veículos de comunicação.</p>
<p>Pomar destacou que a mídia empresarial tradicional, especialmente a Rede Globo, tem um histórico de manipulação das informações em momentos críticos da política brasileira. Ele citou como exemplo recente a entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao programa <i>Fantástico</i>, que, segundo ele, foi editada para favorecer a narrativa de setores conservadores: “Quando você aceita dar entrevista a um meio que atua de forma antidemocrática, dá credibilidade a ele.”</p>
<p>Durante a entrevista, Pomar também afirmou que mudanças estruturais são indispensáveis para consolidar a democracia. Ele defendeu a criação de uma rede de comunicação pública inspirada na BBC e na Telesur, além de um fortalecimento da mídia alternativa: “Temos que investir recursos na comunicação democrática. Precisamos romper o oligopólio da mídia tradicional e destinar mais verbas a veículos alternativos, como os digitais e os comunitários.”</p>
<p>Para Pomar, a democratização da comunicação é um passo essencial para fortalecer as instituições democráticas no Brasil. “Sem enfrentar o monopólio da comunicação, não há como consolidar uma verdadeira democracia”, concluiu. Assista:&nbsp;</p>
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"Não haverá democracia no Brasil enquanto essa estrutura de comunicação for mantida", diz Pomar

<p><b>247</b> - O youtuber Felipe Neto criticou nesta segunda-feira (8) o apoio dado pela mídia tradicional às ações na área econômica apoiadas pelo ex-ministro da Economia &nbsp;Paulo Guedes, favorável a medidas como o congelamento de investimentos, a destruição de direitos sociais e a entrega de empresas nacionais à iniciativa privada estrangeira. De acordo com o youtuber, empresários da mídia tradicional querem "achar um Bolsonaro que não seja um imbecil truculento e sem cérebro".</p>
<p>"Se Bolsonaro não tivesse sido um imbecil, a grande mídia desse país teria partido em peso para o ladinho dele, defendendo as medidas de Paulo Guedes q fazem vários desses colunistas de Folha, Globonews e Estadão salivarem de excitação", escreveu o influenciador digital na rede social X.</p>
<p>Na avaliação do youtuber, jornais tradicionais apoiam a direita e tentam "pintá-la como 'boazinha', na esperança de surgir um novo líder carismático que saiba ficar quietinho", e não fique atacando a imprensa.</p>
<p>O influenciador também mencionou o ministro da Economia no governo Jair Bolsonaro. Na avaliação de Felipe Neto, grandes empresários da mídia tradicional estão à procura de um "Paulo Guedes" que prejudique "os trabalhadores em nome do lucro dos bilionários.</p>
<p>"A verdade por trás dessa relativização do neofascismo executada por grandes veículos é simples... Desesperados, ao verem q hoje OU é extrema-direita OU é esquerda e centro-esquerda... Eles preferem a extrema-direita. Mesmo q pra isso precisem mentir e chamá-la de 'moderada'. É tão simples quanto isso".</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="pt" dir="ltr">A verdade por trás dessa relativização do neofascismo executada por grandes veículos é simples...<br/><br/>Desesperados, ao verem q hoje OU é extrema-direita OU é esquerda e centro-esquerda... Eles preferem a extrema-direita.<br/><br/>Mesmo q pra isso precisem mentir e chamá-la de &quot;moderada&quot;.<br/><br/>É…</p>&mdash; Felipe Neto 🦉 (@felipeneto) <a href="https://twitter.com/felipeneto/status/1810394034080297295?ref_src=twsrc%5Etfw">July 8, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Mídia

Mídia brasileira prefere a extrema-direita à esquerda, diz Felipe Neto

<p><b>Agência Câmara - </b>A Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados aprovou projeto que obriga as plataformas digitais que usam conteúdos noticiosos a remunerar os veículos da mídia tradicional. A medida beneficia jornais, revistas, rádios e televisões legalmente estabelecidos.</p>
<p>A obrigação de remuneração é dirigida às plataformas digitais com mais de dois milhões de usuários no País, como Meta (dona do Instagram e do Facebook) e Google. A proposta, que tramita em caráter conclusivo e ainda vai ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), prevê o seguinte:</p>
<ul><li>os valores, o modelo e o prazo da remuneração poderão ser definidos livremente entre as plataformas e os veículos de mídia, em acordos individuais ou coletivos;</li><li>o valor da remuneração deverá considerar: o volume do conteúdo jornalístico original produzido, a audiência das notícias nas plataformas e o investimento em jornalismo das empresas, aferido pelo número de jornalistas contratados;</li><li>em caso de inviabilidade na negociação, será adotada arbitragem, cuja decisão poderá ser revista após um ano se houver mudança nas condições iniciais;</li><li>é assegurada a equidade nas negociações entre as plataformas digitais e os veículos, independentemente do tamanho destes; e</li><li>o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) poderá coibir os casos de abuso de poder econômico por parte das plataformas.</li></ul>
<p>O projeto impede ainda as plataformas digitais de remover conteúdos jornalísticos com o objetivo de evitar o pagamento à mídia tradicional. Todas essas regras vão ser inseridas no <a href="https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2014/lei-12965-23-abril-2014-778630-norma-pl.html">Marco Civil da Internet</a>.</p>
<p><b>Novo texto - </b>O texto aprovado é um substitutivo do relator, deputado Gervásio Maia (PSB-PB), ao <a href="https://www.camara.leg.br/noticias/769489-PROJETO-OBRIGA-PLATAFORMAS-DIGITAIS-A-REPARTIR-RECEITA-PUBLICITARIA-COM-MIDIA-TRADICIONAL">Projeto de Lei 1354/21</a>, do ex-deputado Denis Bezerra (CE).</p>
<p>O relator mudou a redação original para incluir medidas previstas nos projetos apensados (PLs 1586/21, 2950/21 e 78/22). Ele afirma que a redação proposta estabelece regras equilibradas para garantir a remuneração.</p>
<p>Gervásio Maia afirmou, em defesa do seu parecer, que o pagamento aos veículos noticiosos é uma “ação necessária”. Segundo ele, a concentração das receitas publicitárias em poucas empresas globais de internet impacta diretamente a qualidade das informações disponíveis para a população.</p>
<p>“E como é bem sabido, a consequência de um jornalismo fraco é o enfraquecimento da democracia”, disse.</p>

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Cortes da TV 247