247 - As autoridades da República Democrática do Congo (RDC) estão negociando com Erik Prince, fundador da antiga empresa militar privada Blackwater, que faz parte da holding americana Constellis Group desde 2014, para cobrar impostos sobre operações de mineração, informou o The Wall Street Journal na quarta-feira, citando autoridades congolesas e ocidentais.
No final de fevereiro, o The New York Times informou que o presidente congolês Felix Tshisekedi ofereceu aos EUA e aos países europeus uma participação nos recursos minerais de seu país, esperando que o Ocidente pressionasse Ruanda e ajudasse a RDC a resolver o conflito. Em março, o Financial Times informou que os EUA intensificaram as discussões sobre um acordo com a RDC que concederia aos EUA acesso a minerais essenciais no país africano.
Na semana passada, representantes de Prince estiveram na capital congolesa, Kinshasa, para discutir seu possível envolvimento na garantia das receitas de mineração do país, disse uma autoridade ocidental não identificada ao jornal. Dois funcionários não identificados do governo congolês disseram ao jornal que representantes do gabinete de Tshisekedi, do Ministério das Finanças e da empresa estatal de mineração Gecamines estavam em negociações com Prince &nbsp;desde fevereiro.
Segundo o possível contrato, Prince ajudaria Kinshasa a reduzir a evasão fiscal entre empresas de mineração e exportadoras, inclusive garantindo a segurança dos cobradores de impostos, disseram a autoridade ocidental e outra pessoa informada sobre o assunto, segundo o jornal.
Em 2024, os representantes de Prince discutiram planos com autoridades iemenitas para usar contratantes estrangeiros para remover o movimento iemenita Ansar Allah, também conhecido como Houthis, da costa do Mar Vermelho, mas as negociações não tiveram sucesso, disseram autoridades iemenitas e uma pessoa informada sobre o assunto ao jornal.
A Blackwater, fundada pelo empresário Erik Prince em 1997, mudou seu nome para Academi em 2011. Em 2014, a empresa se fundiu com a empresa militar privada Triple Canopy, que opera no Iraque, para formar a holding norte-americana Constellis Group.
Após o fracasso dos esforços de mediação sob os auspícios de Angola, o movimento rebelde M23 retomou sua ofensiva na RDC, tomando grandes partes do leste do país. O governo da RDC acusou Ruanda de apoiar os rebeldes e pediu que retirasse as tropas do país. Ruanda negou as acusações. No final de janeiro, o M23 capturou Goma, capital da província de Kivu do Norte, no leste da RDC. Em meados de fevereiro, os rebeldes entraram em Bukavu, capital da província de Kivu do Sul.
(Com informações da agência Sputnik)

Luis Mauro Filho

Trabalhadores em um poço aberto da mina de coltan SMB perto da cidade de Rubaya, no leste da República Democrática do Congo

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Mundo

República Democrática do Congo está em negociações com mercenários dos EUA para cobrar impostos sobre minerais

247 - Um grupo de mercenários denominado Expeditionaries (Expedicionários), que inclui ex-militares e policiais brasileiros, está atuando ao lado das forças ucranianas no conflito com a Rússia, segundo uma análise feita pela agência <a href="https://noticiabrasil.net.br/20241223/mercenarios-brasileiros-formam-grupo-para-lutar-ao-lado-do-exercito-ucraniano-fotos-37834931.html">Sputnik</a> em redes sociais. Os integrantes compartilham detalhes de suas operações e treinamentos nas redes, exibindo sua participação na guerra e divulgando informações que revelam parte de suas estratégias.
Entre os mercenários identificados, um combatente conhecido como macaco_one relatou em sua conta no Instagram, plataforma proibida na Rússia, que começou utilizando um fuzil de assalto Kalashnikov antes de adotar uma metralhadora portátil FN Minimi Mk.2, de fabricação belga. Já meowspec, outro membro, publicou conteúdos anteriores que indicam seu serviço na Aviação do Exército Brasileiro.
Outro participante, identificado como João Victor, tem um histórico no Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) de Minas Gerais, enquanto um outro membro do grupo, identificado como srgrossetete, ex-integrante da Legião Estrangeira Francesa, criticou a preparação do Exército Brasileiro para cenários de guerra em uma de suas interações online. Esse último também compartilhou imagens de treinamento realizadas na França.
O grupo inclui ainda um mercenário apelidado de eg.doggo, outro ex-integrante da Legião Estrangeira Francesa, além de outros combatentes estrangeiros provenientes de países como Itália, Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, Espanha, Colômbia e África do Sul.
Os Expeditionaries estão ligados ao 2º Destacamento da unidade especial KORD, sob a Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia. O grupo já reivindicou a autoria de ataques considerados terroristas e assassinatos na Rússia. Fotos divulgadas por seus membros mostram bandeiras e divisas do Batalhão Omega, uma unidade de elite ucraniana.
Imagens publicadas pelo grupo também incluem sessões de treinamento realizadas nos Estados Unidos e em competições militares, como a Competição Internacional de Reconhecimento Militar na Estônia, onde um dos combatentes posou com um alvo representando um paraquedista russo da elite da Tropa Aerotransportada (VDV).
Apesar da exibição de força e habilidade, relatos feitos pelos próprios mercenários revelam dificuldades no conflito. Muitos admitem que o nível de coordenação entre as forças ucranianas é deficitário, e a intensidade dos combates na Ucrânia supera em muito o que enfrentaram em outros cenários, como o Afeganistão ou o Oriente Médio. A chance de sobrevivência é considerada baixa.
O Ministério da Defesa da Rússia declarou reiteradamente que os mercenários estrangeiros são usados como "bucha de canhão" por Kiev e afirmou que continuará combatendo esses grupos em território ucraniano.

Paulo Emilio

Militares ucranianos viajam em um veículo blindado de transporte de pessoal, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, perto da fronteira russa na região de Sumy, Ucrânia, 11 de agosto de 2024

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