247 - A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um alerta contundente nesta terça-feira (11), sobre a crescente violência nas áreas costeiras da Síria, onde execuções sumárias e massacres têm vitimado civis, incluindo famílias inteiras. A informação foi divulgada pela agência de notícias Prensa Latina, com base em declarações do secretário-geral da ONU, António Guterres, que condenou "veementemente" os ataques e exigiu o fim imediato do derramamento de sangue.
"O derramamento de sangue deve parar imediatamente. Civis devem ser protegidos. Aqueles que cometem violações devem ser responsabilizados", afirmou Guterres em uma postagem em sua conta oficial no X (antigo Twitter). O apelo ocorre em meio a relatos de que mais de mil pessoas morreram nos últimos dias devido a confrontos entre forças de segurança sírias e grupos armados leais ao antigo governo de Bashar al-Assad.
As vítimas, em sua maioria, pertencem à minoria alauíta, grupo religioso ao qual o próprio Assad é filiado. A violência indiscriminada tem gerado comoção internacional e levantado preocupações sobre uma possível intensificação do conflito na região. 
O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, também expressou profunda preocupação com a situação. Em comunicado recente, ele destacou que os relatos de combates intensos e assassinatos em massa são "alarmantes" e enfatizou a necessidade de todas as partes respeitarem o direito internacional humanitário. "Apesar dos progressos alcançados, é essencial nos atermos aos fatos e garantir que todas as partes ajam com moderação, priorizando a proteção dos civis", afirmou Pedersen.
O diplomata norueguês ainda fez um apelo para que os atores envolvidos no conflito evitem qualquer ação que possa agravar ainda mais a crise humanitária na região. A Síria, que vive uma guerra civil há mais de uma década, enfrenta desafios complexos, com múltiplas facções em conflito e uma população civil que continua a pagar o preço mais alto. 
A ONU tem reiterado a importância de uma solução política para o conflito sírio, mas a escalada recente da violência nas áreas costeiras do país mostra que o caminho para a paz ainda é incerto. Enquanto isso, a comunidade internacional acompanha com apreensão os desdobramentos, na esperança de que o apelo de Guterres e Pedersen por moderação e responsabilização seja ouvido. 
A situação na Síria segue sendo uma das crises humanitárias mais graves do século XXI, com milhões de deslocados e uma infraestrutura devastada. A proteção dos civis e o fim da impunidade para os crimes cometidos continuam sendo prioridades urgentes para a ONU e para aqueles que buscam justiça e estabilidade no país.

José Reinaldo

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Mundo

ONU condena escalada de violência na Síria e pede proteção aos civis

247 - Uma operação militar síria contra aliados do presidente deposto Bashar al-Assad foi concluída, informou o Ministério da Defesa na segunda-feira, após os combates mais intensos desde que os ex-rebeldes tomaram o poder há três meses.
Os confrontos entre os partidários de Assad e os novos governantes do país, ligados a redes de terrorismo, no coração costeiro do ex-presidente, mataram mais de 1.000 pessoas, a maioria civis, de acordo com um grupo de monitoramento de guerra.
A violência aumentou as preocupações sobre o rumo da Síria, onde as forças sob o comando de Ahmed al-Sharaa e seu grupo terrorista Hayat Tahrir al-Sham estão tentando unificar um país dividido e, ao mesmo tempo, lidar com o envolvimento de vizinhos poderosos e uma incipiente resistência interna.
Desde a derrubada de Assad, grupos apoiados pela Turquia entraram em confronto com as forças curdas que controlam grande parte do nordeste da Síria. Israel atacou separadamente instalações militares na Síria e está fazendo lobby com os Estados Unidos para manter a Síria fraca, disseram fontes à Reuters.
Hassan Abdul Ghany, porta-voz do Ministério da Defesa, afirmou em um comunicado no X que as instituições públicas agora podem retomar seu trabalho e prestar serviços.
"Estamos preparando o caminho para que a vida volte ao normal e para a consolidação da segurança e da estabilidade", disse Abdul Ghany.
Ele acrescentou que há planos para continuar combatendo os remanescentes do antigo governo e eliminar quaisquer ameaças futuras.
Sharaa prometeu no domingo caçar os autores dos violentos confrontos e disse que responsabilizará qualquer um que ultrapasse a autoridade dos novos governantes.
O gabinete de Al-Sharaa também afirmou que estava formando um comitê independente para investigar os confrontos e as mortes cometidas por ambos os lados. (Com informações da Reuters)..

Paulo Emilio

Agente de segurança faz verificação em Latakia, na Síria
 9/3/2025   REUTERS/Karam al-Masri

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Síria diz que operação contra aliados de Assad terminou após onda de terror matar mais de 1 mil civis

247 - O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos &nbsp;(ACNUR) apela às autoridades sírias para que parem com a matança de civis no país árabe.
“Estamos recebendo relatos extremamente perturbadores sobre famílias inteiras, incluindo mulheres e crianças, sendo mortas no noroeste da Síria”, disse Volker Türk em um comunicado à imprensa no domingo.&nbsp;
Ele também exigiu investigações, dizendo que houve execuções sumárias com base em sectarismo religioso &nbsp;por perpetradores não identificados e por forças e grupos aliados do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que atualmente controla o país.&nbsp;
“Deve haver investigações rápidas, transparentes e imparciais sobre todos os assassinatos e estupros, e os responsáveis ​​devem ser responsabilizados, de acordo com o direito, as normas e os padrões internacionais”, ela enfatizou.&nbsp;
O diplomata também se referiu à promessa feita por Abu Mohammed al-Golani, líder do HTS. “Os anúncios das autoridades interinas sobre sua intenção de respeitar a lei devem ser seguidos por uma ação rápida para proteger os sírios.”
A Rússia e os Estados Unidos, por sua vez, solicitaram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) após a intensificação dos confrontos nas áreas costeiras da Síria entre forças de resistência e tropas afiliadas ao HTS.
Em uma mensagem publicada em sua conta na rede social X no domingo , o representante permanente adjunto da Rússia nas Nações Unidas, Dmitry Polyanskiy, confirmou que “a Rússia e os Estados Unidos solicitaram consultas urgentes a portas fechadas no Conselho de Segurança da ONU sobre a violência contra civis no oeste da Síria.
Por sua vez, o Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, por meio de mensagem divulgada em sua conta no X , alegou que "os Estados Unidos apoiam as minorias religiosas e étnicas da Síria, incluindo suas comunidades cristã, drusa, alauíta e curda".

Fumaça sobe enquanto membros das novas forças regulares sírias viajam em um veículo enquanto lutam contra uma insurgência incipiente de combatentes aliados ao líder deposto Bashar al-Assad, em Latakia, Síria, 7 de março de 2025

ONU exige fim imediato dos assassinatos de civis na Síria

247 - O confronto entre as forças de segurança sírias e rebeldes leais ao ex-ditador Bashar al-Assad já deixou mais de mil mortos em apenas três dias, conforme informações do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). O episódio é um dos maiores massacres registrados na Síria desde 2011 e tem como principais vítimas civis da minoria alauíta, grupo religioso ao qual pertence Assad. Entre os mortos, há um grande número de mulheres e crianças, vítimas de execuções realizadas por forças do governo interino sírio e seus aliados, destaca reportagem de <a href="https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/03/09/ja-passa-de-mil-o-numero-de-mortos-em-tres-dias-de-conflito-na-siria.ghtml">O Globo</a>.
O OSDH reporta que pelo menos 750 civis foram mortos, além de 125 combatentes das forças do governo e 148 insurgentes pró-Assad. No entanto, o número real pode ser ainda maior, dada a dificuldade de acesso às áreas afetadas.
As autoridades sírias anunciaram no sábado (data não especificada) que "restabeleceram a ordem" no noroeste do país, uma das principais bases de apoio do ex-ditador, que governou a Síria com mão de ferro por 24 anos. Em meio ao caos, o presidente interino Ahmed al-Sharaa fez um apelo por "unidade nacional" e pediu que os insurgentes "deponham as armas e se rendam antes que seja tarde demais".
Violência intensificada na região alauíta
O conflito começou na quinta-feira, quando apoiadores de Assad lançaram um ataque contra forças de segurança em Jablé, na província de Latakia, no oeste do país. A região é um dos principais redutos da comunidade muçulmana alauíta, historicamente ligada à família Assad. O OSDH relatou que, além das execuções em massa, houve saques a propriedades.
A agência estatal síria Sana informou que as forças de segurança repeliram um "ataque de remanescentes do regime deposto" contra o hospital nacional de Latakia. Além disso, tropas do governo interino foram enviadas para Jablé, Latakia e Baniyas, cidades estratégicas, para restaurar a ordem.
Vídeos divulgados por ativistas e pelo OSDH mostram dezenas de corpos empilhados no pátio de uma casa, enquanto mulheres choram ao redor. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu acesso "seguro" às regiões afetadas para que equipes médicas e de resgate possam atuar.
Reações internacionais e a instabilidade do governo interino
A comunidade internacional reagiu com preocupação à escalada da violência. A França condenou "nos termos mais enérgicos as atrocidades cometidas contra civis por motivos confessionais e contra prisioneiros". Países vizinhos e potências ocidentais enfatizaram a necessidade de estabilidade na nova Síria, que busca financiamento para sua reconstrução após anos de guerra civil.
Nas redes sociais, relatos de massacres contra civis alauítas se multiplicaram. Um morador de Baniyas, Samir Haidar, de 67 anos, afirmou à AFP que dois de seus irmãos e sua sobrinha foram mortos por "grupos armados" que invadiram suas casas. Ele conseguiu escapar para um bairro sunita, mas contou que "se tivesse chegado cinco minutos mais tarde, teria sido morto... fomos salvos nos últimos minutos".
O governo interino enfrenta desafios de legitimidade e segurança. Liderado por Ahmed al-Sharaa, ex-membro do grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), o novo governo tenta consolidar sua autoridade, mas enfrenta resistência de facções extremistas. O analista Aron Lund, do centro de estudos Century International, avalia que "grande parte da nova autoridade está nas mãos de jihadistas radicais que consideram os alauítas inimigos de Deus". Para ele, os recentes confrontos demonstram "a fragilidade do atual governo" e a possibilidade de novas ondas de violência.

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