247 - Condenado por uma série de crimes brutais no final da década de 1990, Francisco de Assis Pereira, 57 anos, conhecido como Maníaco do Parque, pode deixar a prisão em 2028, após cumprir o tempo máximo de pena permitido pela legislação da época. A informação foi publicada pelo UOL. Preso desde 1998, ele não recebe acompanhamento psicológico desde o período do julgamento e, segundo sua advogada, Caroline Landim, o Estado nunca promoveu atualizações sobre sua condição psiquiátrica.
Francisco é réu confesso de 11 assassinatos e foi condenado por sete deles, além de responder por crimes de estupro, ocultação de cadáver e atentado violento ao pudor. Embora tenha sido sentenciado a mais de 280 anos de prisão, a legislação penal brasileira vigente à época limita o cumprimento da pena a 30 anos — tempo que será completado em agosto de 2028.
O único laudo médico no processo é de 1998, quando ele foi diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial, condição considerada incurável. Desde então, de acordo com Landim, não houve qualquer tipo de acompanhamento por parte do sistema prisional. “Ele não recebeu nenhum acompanhamento psicológico, médico, odontológico ou jurídico, então não sabemos qual é a real situação dele hoje”, afirmou a advogada.
Ela considera grave o fato de o Estado não ter cumprido seu dever constitucional de garantir acesso à saúde a um detento. “Gostaria que, enquanto uma advogada de defesa, que ele passasse por acompanhamento médico e descobrisse a real situação dele hoje”, declarou.
Anos de abandono e dor
Francisco cumpre pena na penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo. Segundo a advogada, ele ficou mais de uma década sem visitas ou apoio jurídico. O contato com a atual defensora só aconteceu porque a fonoaudióloga Simone Lopes Bravo, interessada em desenvolver um projeto literário sobre patologias mentais em presos, iniciou uma troca de cartas com ele e precisou contratar assistência jurídica para visitar o detento.
Inicialmente, Caroline Landim foi contratada apenas para prestar suporte jurídico à pesquisadora. No entanto, diante do abandono institucional, acabou assumindo outras demandas de Francisco. “Como ele ficou muito tempo sem receber visitas, tinham algumas necessidades escassas, como produtos de higiene, alimentação, vestimenta. Então, eu fazia essa ponte”, contou.
Landim também relatou um caso extremo: Francisco arrancou todos os próprios dentes devido à dor causada por um problema odontológico congênito. “Ele quem fez a extração. Até pediu para ser atendido, mas provavelmente não houve uma estrutura para atender a demanda. Como houve demora e ele sentia dor, decidiu arrancar sozinho”, disse a advogada, explicando que ele usou linha de costura de bola para fazer o procedimento.
Soltura incerta
Apesar da expectativa de liberdade em 2028, ainda não há definição sobre como o processo ocorrerá. Landim destaca que a liberação não está prevista em seu contrato de atuação com o detento, mas lembra que o Ministério Público pode solicitar uma avaliação atualizada da condição psicológica de Francisco antes de qualquer decisão.
“Segundo a lei, ele precisaria ser posto em liberdade porque é o tempo de cumprimento de pena. Mas como o Ministério Público atua como um fiscal, é do interesse da entidade que a sociedade esteja protegida... Se ele não possui condições, teria que fazer uma interdição, cujas normas seriam determinadas por um juiz”, explica.
A advogada defende que seja feita uma nova avaliação profissional antes de qualquer medida de soltura. Para ela, essa é a única forma de garantir tanto os direitos de seu cliente quanto a segurança da sociedade.
Religião e silêncio
Segundo Landim, Francisco não fala abertamente sobre os crimes que cometeu, mas demonstra expectativa de liberdade. Hoje, segundo ela, ele se apega à religião e diz ter se transformado. “O que ele se apegou nesse tempo todo é a religião. Ele tenta demonstrar ali uma melhora, uma mudança de personalidade... Ele diz que, ao ser colocado em liberdade, tem projetos para 'dar voz a nova pessoa' que se transformou e ao seu renascimento”.

Laís Gouveia

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Geral

Maníaco do Parque pode ser solto em 2028 sem avaliação psicológica atualizada

247 - Aos 77 anos, Maria Helena de Souza Pereira, mãe de Francisco de Assis Pereira, conhecido como o "Maníaco do Parque", não acredita que o filho esteja preparado para retomar a vida em liberdade. Em entrevista ao jornal O Globo, publicada em agosto, ela revelou que, mesmo com a possibilidade de soltura de Francisco em 2028, não pretende recebê-lo em casa. “Ele vai completar 30 anos na cadeia. Faz 10 que não o visito. Nem sei se está pronto para sair. Acho que não. O ideal seria que ele fosse morar em Portugal, onde há uma mulher interessada nele”, afirmou Maria Helena.
Francisco de Assis Pereira foi condenado a 280 anos de prisão, mas, devido à legislação vigente na época de sua condenação, ele poderá ser libertado após 30 anos de cumprimento de pena, que se completam em 2028. Atualmente, a legislação brasileira limita o tempo máximo de prisão a 40 anos, mas as regras não retroagem para casos anteriores.
A história de Francisco ganhou destaque novamente após o lançamento de uma série documental e de um filme que abordam sua trajetória. Interpretado pelo ator Silvero Pereira na produção "Maníaco do Parque: A História Não Contada", o caso gerou diversas reações ao relembrar os crimes cometidos no final da década de 1990.
<h3>Cartas e apoio de admiradoras</h3>
Maria Helena relatou que, mesmo após décadas de prisão, Francisco ainda recebe cartas de mulheres que o admiram. Segundo ela, algumas dessas admiradoras chegam a visitá-lo na Penitenciária Orlando Brando Filinto, em Iaras (SP), e também prestam ajuda financeira. “Essas mulheres o visitam na cadeia. Elas me ajudam com alimentos e repasses financeiros”, revelou.
Apesar do apoio, Maria Helena rejeita veementemente o apelido "Maníaco do Parque". “Não aceito! Tenho pavor desse nome”, desabafou. Para ela, o estigma do título dado pela mídia não representa o filho que ela conheceu.
<h3>“Não te abandonei”</h3>
Por conta de dificuldades financeiras, Maria Helena deixou de visitar Francisco há uma década, o que levou à suspensão de sua carteirinha de visitante. Ainda assim, ela insiste que nunca deixou de apoiar o filho e aproveitou a entrevista para lhe enviar uma mensagem direta. “Se ele ler esta entrevista, quero dizer o seguinte: Querido Tim, eu não te abandonei. A mamãe continua te amando. Um grande beijo no coração.”

Sudeste

Mãe diz que Maníaco do Parque não está preparado para deixar a prisão e não pretende recebê-lo em casa

247 - Francisco de Assis Pereira, conhecido como Maníaco do Parque, deverá ser solto em 2028, após cumprir o limite de 30 anos de pena, dos 285 anos aos quais foi condenado. A informação gerou alerta do promotor Edilson Mougenot Bonfim, que atuou na acusação no Tribunal do Júri. Para Bonfim, a libertação do criminoso representa um perigo iminente para as mulheres. “Francisco é psicopata. Não existe, na medicina mundial, remédio, tratamento ou cirurgia que possa curá-lo”, afirmou o promotor ao <a href="https://www.metropoles.com/entretenimento/maniaco-do-parque-sera-solto-em-breve-e-promotor-alerta-para-perigo">Metrópoles.&nbsp;</a>
Francisco de Assis Pereira foi condenado em 2002 a 121 anos de prisão por crimes cometidos na década de 1990. Ele foi responsável pelo estupro e assassinato de cinco mulheres, após atraí-las para trilhas no Parque do Estado, na zona sul de São Paulo, usando a falsa promessa de trabalho como modelo. Seu caso ficou conhecido nacionalmente, e Pereira foi identificado como um dos mais perigosos serial killers do país.
Para o promotor Edilson Mougenot Bonfim, a liberdade de Pereira representa um grande risco. “Na penitenciária, ele está confinado com homens, o que impede que cometa feminicídios nesse ambiente. No entanto, ao sair, ele inevitavelmente terá contato com mulheres, e isso pode reativar sua personalidade homicida”, alertou Bonfim. Ele foi enfático ao afirmar que “a liberdade dele representa um enorme perigo. Ele será uma ameaça em qualquer circunstância”.
O esgotamento da pena de Francisco, que se aproxima do limite de 30 anos imposto pela legislação brasileira, poderá permitir que ele seja solto sem a necessidade de passar por exames criminológicos. Segundo Bonfim, essa situação deveria reacender o debate sobre a adoção da prisão perpétua no país. “Somente um psiquiatra completamente irresponsável assinaria um laudo declarando que ele está apto para a liberdade”, destacou o promotor.
O caso do Maníaco do Parque chocou o Brasil pela crueldade dos crimes e pela manipulação psicológica que Pereira exercia sobre suas vítimas. Desde sua prisão, ele foi transferido para diferentes unidades prisionais, sempre sob um rígido controle de segurança.

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