247 - Justin Trudeau, que anunciou sua renúncia em janeiro, deixou o cargo nesta sexta-feira (14) após quase uma década como premiê do Canadá, destaca o jornal <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2025/03/trudeau-deixa-governo-no-canada-com-volta-por-cima-insuflada-por-trump.shtml">The New York Times</a>. Sua decisão ocorreu em um momento de baixa popularidade, com pesquisas mostrando insatisfação generalizada com a situação do país. No entanto, uma série de ataques do presidente dos EUA, Donald Trump, incluindo tarifas comerciais e declarações que desafiavam a soberania canadense, incitaram uma onda de patriotismo e revitalizaram a imagem de Trudeau. "Os canadenses são razoáveis e educados, mas não recuaremos de uma luta", afirmou Trudeau, em resposta às ofensivas de Trump.
A resistência de Trudeau e sua habilidade oratória foram fundamentais para mobilizar o país. Ele criticou publicamente as ações de Trump, chamando-as de "burras" e destacando os riscos para a economia canadense. Enquanto isso, Mark Carney, seu sucessor, assume o cargo em um cenário político transformado. Pesquisas indicam que os canadenses veem Carney como mais preparado para enfrentar Trump do que o líder conservador, Pierre Poilievre, o que pode influenciar as próximas eleições gerais.
Apesar da reviravolta recente, Trudeau deixa um país com desafios significativos, como custos crescentes de moradia e inflação. Seu governo, que começou com promessas ambiciosas em áreas como mudança climática, feminismo e reconciliação com povos indígenas, enfrentou críticas devido a falhas pessoais e políticas. Revelações sobre o uso de blackface e brownface antes de entrar na política, além de férias luxuosas, mancharam sua imagem. A pandemia e a guerra na Ucrânia agravaram os problemas econômicos, aumentando o descontentamento popular.
Trudeau não revelou seus planos após deixar o cargo, mas amigos próximos sugerem que ele priorizará a família, especialmente após sua separação de Sophie Grégoire Trudeau. Em seu discurso de despedida, ele deixou uma mensagem de resiliência aos canadenses, usando uma expressão típica do hóquei: "Cotovelos para cima." A frase simboliza tanto sua trajetória política quanto o espírito de resistência que marcou seus últimos meses no poder.

Camila França

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Mundo

Trudeau deixa o governo no Canadá com reviravolta impulsionada por ataques de Trump

Reuters - Mark Carney, futuro primeiro-ministro do Canadá, reuniu-se nesta segunda-feira com o atual líder do país, Justin Trudeau, para discutir os detalhes da transição de poder. Carney, que assumirá o cargo nas próximas semanas, prometeu uma transição rápida e eficiente, visando garantir a continuidade das políticas governamentais e a estabilidade do país em um momento de desafios econômicos e políticos.
A reunião ocorreu em meio a expectativas sobre como o novo governo lidará com questões urgentes, como as tarifas impostas pelos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump e a preparação para as eleições gerais canadenses, previstas para o final do ano. Carney, ex-governador do Banco do Canadá e do Banco da Inglaterra, é visto como uma figura experiente para enfrentar os desafios econômicos globais e as tensões comerciais com os EUA.
Em declarações à imprensa após o encontro, Carney destacou a importância de uma transição ordenada. "Estamos comprometidos em garantir que a mudança de governo seja suave e que os interesses dos canadenses sejam protegidos", afirmou. Ele também enfatizou a necessidade de fortalecer as relações comerciais internacionais e de buscar soluções para as tarifas americanas, que têm impactado setores-chave da economia canadense.
Justin Trudeau, que está encerrando seu mandato, elogiou a experiência de Carney e expressou confiança em sua capacidade de liderar o país. "Estou certo de que o Canadá está em boas mãos com Mark Carney. Sua visão e experiência serão fundamentais para os desafios que enfrentamos", disse Trudeau.
A transição ocorre em um momento delicado para o Canadá, que enfrenta pressões tanto no cenário doméstico quanto internacional. Além das tarifas impostas por Trump, o país também lida com questões internas, como a recuperação econômica pós-pandemia e a necessidade de investimentos em infraestrutura e tecnologia.
Analistas políticos destacam que a experiência de Carney em instituições financeiras internacionais pode ser um trunfo para o Canadá, especialmente em negociações comerciais complexas. No entanto, ele também enfrentará o desafio de unir um país politicamente dividido e preparar-se para as eleições gerais, que prometem ser disputadas.
Enquanto isso, os canadenses aguardam ansiosamente os primeiros passos do novo governo, que terá a tarefa de equilibrar as demandas domésticas com as complexidades do cenário global.

Leonardo Lucena

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Futuro primeiro-ministro do Canadá se reúne com Trudeau e promete transição rápida

247 - O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, reafirmou nesta quinta-feira (6) que o país seguirá em guerra comercial com os Estados Unidos, mesmo diante de eventuais pausas nas tarifas impostas por Washington. A declaração veio após um telefonema "pitoresco" com Donald Trump, no qual o líder canadense enfatizou que seu objetivo é eliminar todas as taxas, consideradas "injustificadas", destaca a <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/03/trudeau-diz-que-mesmo-com-pausas-em-alguns-setores-canada-continua-em-guerra-comercial-com-eua.shtml">Folha</a>. Enquanto Trump suspendeu temporariamente tarifas para produtos do México, o Canadá não foi beneficiado pela medida, mantendo a tensão entre os países.
Diante da imposição de tarifas de 35% pelos EUA, o Canadá retaliou com sanções sobre US$ 20,8 bilhões em produtos americanos, atingindo setores como cosméticos, pneus e vinho. Trudeau indicou que não aceitará uma suspensão parcial caso qualquer setor canadense permaneça tarifado. O governo canadense também apresentou uma queixa formal à Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que a decisão dos EUA não deixa outra alternativa.
O embate comercial entre os dois países tem se intensificado, tornando-se um dos principais desafios diplomáticos da gestão Trudeau. Com as negociações ainda em andamento, a ausência de concessões dos EUA prolonga o impasse, e a disputa tarifária pode impactar significativamente a economia canadense nos próximos meses.

Trudeau anuncia tarifas contra produtos dos EUA

Economia

Trudeau reafirma guerra comercial com os EUA apesar de pausas em tarifas

Reuters - O Canadá continuará em uma guerra comercial com os Estados Unidos no futuro próximo, disse o primeiro-ministro Justin Trudeau nesta quinta-feira, um dia após o que ele chamou de ligação "colorida" com o presidente norte-americano, Donald Trump.
Trudeau afirmou que o Canadá continuará a tratar, com altos funcionários do governo Trump, das tarifas que Washington afirma que imporá às importações canadenses, reiterando que seu objetivo era remover as medidas.
"Posso confirmar que continuaremos em uma guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos no futuro próximo", disse ele a repórteres em Ottawa.
O Canadá impôs tarifas de 25% sobre 30 bilhões de dólares canadenses em importações dos EUA, e Trudeau disse que essas medidas permaneceriam em vigor até que o governo Trump encerrasse sua ação comercial.
Trudeau e Trump -- que acusa o Canadá de não fazer o suficiente para impedir o fluxo de fentanil e de imigrantes ilegais através da fronteira -- realizaram uma ligação de 50 minutos na quarta-feira.
"Foi uma chamada colorida. Foi também uma chamada muito substancial", disse Trudeau, acrescentando que os dois lados estavam em negociações, mas ainda não tinham nada a anunciar.
"Estamos... tentando garantir que essas tarifas não prejudiquem excessivamente, certamente no curto prazo, certos setores."
Um tópico de conversa é o possível adiamento da segunda rodada de tarifas de 25% sobre mais 125 bilhões de dólares canadenses em importações dos EUA, que devem entrar em vigor em menos de três semanas.
Trump isentará as montadoras de veículos de tarifas sobre o Canadá e o México por um mês, desde que cumpram as regras de livre comércio existentes, informou a Casa Branca na quarta-feira.
"Qualquer exceção que apoie os trabalhadores no Canadá, mesmo que seja apenas de um setor ou outro, será algo bom", disse Trudeau.
O primeiro-ministro canadense deixará o cargo assim que o Partido Liberal no poder escolher um novo líder, no próximo domingo. Ele tem tido relações ruins com Trump e deu uma alfinetada no presidente, que primeiro fez seu nome como um magnata do mercado imobiliário.
"Um ganha-perde entre nós seria, na verdade, pior para eles do que um ganha-ganha. Isso é verdade no comércio internacional, nas relações entre estados-nação", disse.
"Talvez isso não seja verdade em negócios imobiliários, (em que) uma situação ganha-perde provavelmente é melhor para alguém com experiência em negócios do que uma situação ganha-ganha", acrescentou.

Paulo Emilio

Canadá estará em guerra comercial com EUA no futuro próximo, diz Trudeau

247 - O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou que o país aplicará tarifas sobre produtos dos Estados Unidos a partir desta terça-feira (4), em retaliação às sanções comerciais impostas pelo presidente americano Donald Trump, que entraram em vigor no mesmo dia. A decisão marca uma nova escalada na guerra comercial entre os dois países.
Em comunicado na segunda-feira (3), Trudeau criticou duramente a postura de Washington. "Nada justifica essas medidas (dos EUA)", afirmou o premiê, destaca a Folha de S. Paulo, citando a agência AFP. Segundo Trudeau, o Canadá responderá com tarifas de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos.
Por sua vez, Trump justificou a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México, alegando que os países vizinhos permitiram a entrada descontrolada de imigrantes e drogas nos Estados Unidos, com ênfase no fentanil. "As tarifas, vocês sabem, estão todas definidas. Elas entram em vigor amanhã", declarou o republicano na segunda-feira, frustrando expectativas de renegociação com as autoridades canadenses e mexicanas.
A ofensiva de Trump também incluiu a China, com a duplicação da tarifa sobre produtos do país asiático, que passará de 10% para 20%. Em resposta, Pequim anunciou que retaliará com taxas adicionais entre 10% e 15% sobre vários produtos agrícolas americanos, incluindo carnes, frutas, vegetais, soja e milho, a partir de 10 de março.
O impacto das tarifas foi imediato nos mercados financeiros. As principais bolsas de valores dos EUA registraram quedas expressivas na segunda-feira. O índice S&amp;P 500 caiu 1,75%, fechando em 5.850,31 pontos, sua pior performance diária do ano. O Nasdaq Composite despencou 2,64%, para 18.350,19 pontos, enquanto o Dow Jones Industrial Average recuou 1,47%, chegando a 43.197,30 pontos. Entre as empresas mais afetadas, a fabricante de chips Nvidia teve um tombo de 8,69%, e o grupo de energia ConocoPhillips caiu 6,58%.
O movimento também foi impulsionado pela divulgação de dados que indicaram uma retração na produção industrial americana em fevereiro, agravando a preocupação sobre os efeitos das sanções.
A imposição das tarifas de 25% ao Canadá e ao México havia sido anunciada em 1º de fevereiro e deveria entrar em vigor no dia 3 do mesmo mês. No entanto, Trump adiou a medida por um mês após negociações com os vizinhos, que se comprometeram a reforçar a segurança nas fronteiras. Agora, sem avanços significativos nas tratativas, o presidente americano decidiu manter a promessa de endurecer as tarifas.
O empresariado americano já alertou para os efeitos negativos da medida, que deve encarecer uma série de produtos consumidos pelos americanos, desde alimentos como abacates e carnes até automóveis. Segundo a CNN, em 2022, 90% dos abacates consumidos nos EUA foram importados, sendo que 89% vieram do México.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, reagiu nesta segunda-feira e garantiu que o governo mexicano está preparado para lidar com as sanções. "Temos um plano A, B e C", afirmou. Ela também citou dados que apontam uma queda de 49,9% nas apreensões de fentanil na fronteira com os EUA entre outubro e janeiro, contestando as alegações de Trump.
No caso canadense, &nbsp;ainda de acordo com a reportagem, os principais produtos impactados incluem automóveis, peças, ferro, alumínio e gás. No entanto, os bens energéticos foram poupados da tarifa de 25% e serão taxados em 10%. O Canadá é o maior fornecedor de petróleo dos EUA, respondendo por 60% das importações de petróleo bruto do país.
O ministro de Energia e Recursos Naturais do Canadá, Jonathan Wilkinson, alertou para as consequências das tarifas para os consumidores americanos. "Veremos preços mais altos de gasolina, eletricidade e aquecimento residencial com o aumento do custo dos insumos energéticos canadenses", afirmou em entrevista à CNBC.
Trump afirmou que as tarifas só serão reduzidas se os países afetados transferirem suas fábricas para os Estados Unidos. "O que eles precisam fazer é construir suas fábricas de automóveis e outros produtos aqui nos EUA. Assim, não haverá tarifas", disse o presidente.
Questionado sobre o limite máximo das sanções contra a China, Trump evitou responder e condicionou a decisão a possíveis reações de Pequim. "Depende do que eles fazem com sua moeda e suas retaliações econômicas", afirmou, minimizando os efeitos de uma escalada comercial. "Não acho que Pequim retaliará muito", concluiu.

Canadá revida tarifas de Trump e impõe taxas de 25% sobre produtos dos EUA

(Reuters) - O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse nesta sexta-feira que a conversa do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre absorver o Canadá "é uma coisa real" e está ligada aos ricos recursos naturais do país, segundo uma fonte do governo.
Trudeau fez os comentários durante uma sessão a portas fechadas com líderes empresariais e trabalhistas sobre a melhor forma de responder às ameaças de Trump de impor tarifas sobre as importações canadenses.
Seus comentários foram relatados pela primeira vez pelo Toronto Star, que disse que eles foram erroneamente transmitidos por um alto-falante.
Trump tem sugerido repetidamente que o Canadá estaria em melhor situação se concordasse em se tornar o 51º Estado dos EUA.
"Eles estão muito cientes de nossos recursos, do que temos e querem muito poder se beneficiar deles", disse Trudeau, segundo o Star.
"Mas o sr. Trump tem em mente que uma das maneiras mais fáceis de fazer isso é absorver nosso país. E isso é uma coisa real."
A fonte do governo confirmou que o relato do Star sobre os comentários estava correto.
O Canadá, buscando se defender das medidas dos EUA, enfatizou que é um parceiro confiável e um importante fornecedor de petróleo, minerais e outros recursos naturais.
Em declarações abertas aos repórteres, Trudeau havia dito anteriormente que o Canadá poderia enfrentar desafios políticos de longo prazo com os Estados Unidos, mesmo que conseguisse evitar a ameaça de tarifas de Trump.
Na segunda-feira, Trump disse que adiaria a imposição de tarifas sobre as exportações canadenses por 30 dias em troca de concessões na fronteira e na aplicação da lei contra o crime, em particular a repressão ao contrabando de fentanil.
Trudeau disse que o desafio imediato de Ottawa era persuadir Washington de que o Canadá estava fazendo tudo o que podia para combater o fluxo de fentanil. Dados públicos mostram que 0,2% de todo o suprimento do medicamento apreendido nos EUA vem da fronteira canadense.
Se as tarifas fossem impostas, o Canadá responderia da mesma forma, mas seu objetivo seria sempre remover as medidas o mais rápido possível, disse Trudeau aos líderes empresariais e trabalhistas no início da reunião sobre como diversificar o comércio e impulsionar a economia.
"A reflexão estratégica que temos que fazer agora é... como vamos superar, prosperar e nos fortalecer nos próximos quatro anos e no que pode ser uma situação política de longo prazo mais desafiadora com os Estados Unidos?", disse ele.
O Canadá envia 75% de todas as exportações de bens e serviços para o sul da fronteira, o que o torna altamente vulnerável às sanções dos EUA.

Bianca Penteado

Primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau
07/02/2025


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Trudeau diz que ameaça de Trump sobre absorver Canadá é "real"

(Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiará por pelo menos 30 dias as tarifas ameaçadas sobre importações canadenses, anunciou o primeiro-ministro Justin Trudeau em uma publicação na rede X nesta segunda-feira.
Trudeau, que falou com Trump duas vezes no mesmo dia, também afirmou que o Canadá se comprometeu a criar o cargo de um "czar especial" para combater o tráfico de fentanil e garantir a vigilância permanente da fronteira compartilhada.
Trump havia ameaçado impor tarifas sobre produtos canadenses caso Ottawa não tomasse medidas mais rígidas contra o tráfico de fentanil e o fluxo de migrantes ilegais através da fronteira.
"As tarifas propostas serão suspensas por pelo menos 30 dias enquanto trabalhamos juntos", declarou Trudeau.
Mais cedo, Trump já havia concordado com uma exceção de 30 dias para as tarifas que planejava impor ao México.

Leonardo Sobreira

Trudeau diz que Trump suspenderá tarifas sobre Canadá por pelo menos 30 dias

247 – Em um discurso emocionado neste fim de semana, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, expressou profunda indignação com as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos contra o Canadá. Ele lembrou que, ao longo da história, o Canadá sempre esteve ao lado dos EUA em seus momentos mais difíceis, mas as ações recentes da Casa Branca, em vez de unir, estão criando divisão entre os dois países.
"Sempre estivemos ao lado de vocês na vida e na morte, mas as medidas tomadas pela Casa Branca hoje não trouxeram união, e sim divisão!", declarou Trudeau, referindo-se à decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos. A medida, que faz parte de uma política comercial agressiva, foi vista como um golpe para as relações entre os dois países. Segundo o <a href="https://www.guancha.cn/internation/2025_02_02_763880.shtml">jornal chinês Guancha</a>, a imposição das tarifas ocorre em um momento delicado para o governo canadense, que enfrenta pressões internas e externas.
Trudeau destacou que o Canadá e os EUA têm uma longa história de parceria e cooperação, tanto em tempos de guerra quanto em momentos de crise. "Das praias da Normandia às montanhas da Coreia, dos campos de Flandres às ruas de Kandahar, estivemos ao lado de vocês na vida e na morte. Construímos a parceria econômica, militar e de segurança mais bem-sucedida da história... Sempre estivemos ao lado de vocês."
O primeiro-ministro canadense lembrou que, em momentos críticos para os EUA, como a crise dos reféns no Irã, a guerra no Afeganistão, o furacão Katrina e os recentes incêndios florestais na Califórnia, o Canadá nunca hesitou em oferecer apoio. No entanto, as tarifas impostas por Trump, segundo ele, representam uma ruptura nessa relação de confiança e colaboração.
"Infelizmente, as ações da Casa Branca hoje não nos uniram, mas nos dividiram!", lamentou Trudeau. Ele alertou que as medidas protecionistas de Trump podem levar a uma deterioração das relações bilaterais, com consequências negativas para ambos os lados da fronteira.
Em resposta às tarifas americanas, o governo canadense anunciou que imporia tarifas de 25% sobre produtos dos EUA no valor de 155 bilhões de dólares canadenses. Trudeau justificou a decisão como uma medida necessária para proteger os interesses do Canadá e seus cidadãos. "Certamente não queremos escalar a situação. Mas vamos defender o Canadá, o povo canadense e os empregos canadenses."
Além disso, Trudeau criticou a falta de diálogo por parte de Trump, afirmando que tentou entrar em contato com o presidente americano, mas não obteve resposta. Ele enfatizou que, em questões como imigração e combate às drogas, a cooperação entre os dois países é essencial. "Se o presidente Trump quer inaugurar uma nova era de ouro para os EUA, o melhor caminho é cooperar com o Canadá, e não nos punir."
A indignação de Trudeau ecoou entre outros líderes canadenses. A ex-vice-primeira-ministra Chrystia Freeland sugeriu que o Canadá deveria retaliar de forma direcionada, impondo tarifas de 100% sobre carros da Tesla e produtos como vinhos e bebidas alcoólicas americanas. "Se os EUA atacam o Canadá, nós retaliaremos, e eles sentirão a dor."
Enquanto isso, líderes provinciais, como o premier da Colúmbia Britânica, David Eby, anunciaram medidas para reduzir a dependência de produtos americanos e apoiar a economia local. "Os americanos são mais fortes, mas se não nos defendermos, eles continuarão a nos pressionar."
A imposição de tarifas por Trump também gerou preocupação internacional. A China e outros países alertaram que medidas protecionistas podem desencadear uma guerra comercial global, com impactos negativos para a economia mundial.
Para Trudeau, no entanto, a questão vai além da economia. "Neste momento, precisamos nos unir, porque amamos este país." Ele pediu aos canadenses que apoiem produtos locais e se mantenham firmes diante das pressões dos EUA.
A crise entre os dois países vizinhos, que já foram aliados inseparáveis, parece marcar um novo capítulo tenso em suas relações. Enquanto Trump insiste em sua política de "América Primeiro", o Canadá se vê forçado a defender sua soberania e interesses nacionais.

Redação Brasil 247

Indignado, Trudeau diz que o Canadá sempre esteve ao lado dos Estados Unidos 'na vida e na morte'

Reuters – O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou neste sábado (1º) a imposição de tarifas de 25% sobre C$ 155 bilhões (US$ 107 bilhões) em produtos dos Estados Unidos, em resposta direta às novas tarifas decretadas pelo presidente norte-americano Donald Trump. A decisão foi divulgada em coletiva de imprensa em Ottawa, ao lado do ministro das Finanças, Dominic LeBlanc, da ministra das Relações Exteriores, Mélanie Joly, e do ministro da Segurança Pública, David McGuinty.&nbsp;
As tarifas canadenses começam a vigorar na próxima terça-feira para um volume de C$ 30 bilhões em produtos, enquanto o restante, C$ 125 bilhões, terá efeito em 21 dias.
"As ações do presidente Trump terão consequências reais para os americanos", declarou Trudeau, destacando que as tarifas canadenses afetarão itens icônicos da economia dos EUA, como cerveja, vinho e bourbon, além de frutas, sucos — incluindo o suco de laranja da Flórida, estado natal de Trump —, roupas, equipamentos esportivos e eletrodomésticos.
Trump havia ordenado horas antes tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México, além de 10% para produtos chineses, aumentando o risco de uma guerra comercial que, segundo economistas, pode desacelerar o crescimento global e reacender a inflação. O presidente dos EUA também anunciou uma tarifa de 10% sobre todas as importações de energia canadense.
Impacto econômico e tensão bilateral
Trudeau alertou para os impactos negativos das tarifas americanas sobre a própria economia dos EUA.
"As tarifas contra o Canadá colocarão em risco empregos americanos, podendo levar ao fechamento de fábricas de montagem de automóveis e outras indústrias", disse.
Ele destacou ainda que os custos para os consumidores dos EUA devem aumentar, afetando desde alimentos nos supermercados até o preço da gasolina.
O Canadá também estuda medidas não tarifárias em setores estratégicos, como minerais críticos e energia. O comércio entre os dois países, que compartilham a mais longa fronteira terrestre do mundo (9.000 km), movimenta mais de US$ 2,5 bilhões por dia, especialmente nos setores de energia e manufatura.
Em 2023, o Canadá exportou cerca de C$ 550 bilhões em bens e serviços para os EUA, representando mais de 75% de suas exportações totais. Esse comércio responde por cerca de 17,8% do PIB canadense e sustenta mais de 2,4 milhões de empregos no país.
Crise política interna e apelo ao patriotismo
O anúncio das tarifas ocorre em meio a uma crise política interna no Canadá, com Trudeau enfrentando baixos índices de aprovação e já tendo anunciado que deixará o cargo após nove anos, assim que um novo líder do Partido Liberal for escolhido. Pesquisas recentes indicam a possibilidade de uma vitória esmagadora dos conservadores nas próximas eleições.
Apesar do tom duro, Trudeau fez questão de lembrar a longa história de cooperação entre os dois países.
"Das praias da Normandia às montanhas da Península da Coreia, dos campos da Flandres às ruas de Kandahar, lutamos e morremos ao lado de vocês nos momentos mais sombrios", afirmou. "Construímos a parceria econômica, militar e de segurança mais bem-sucedida que o mundo já viu."
O primeiro-ministro concluiu incentivando os canadenses a apoiar a economia local.
"Não pedimos por isso, mas não recuaremos. Comprem produtos canadenses, viajem pelo Canadá. Juntos, superaremos este desafio."

Canadá anuncia tarifas retaliatórias contra os EUA em resposta a medidas de Trump

Reuters - O Canadá responderá imediatamente se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levar adiante a ameaça de impor tarifas, disse o primeiro-ministro Justin Trudeau na sexta-feira, alertando os canadenses de que eles podem enfrentar tempos difíceis.
Trump estabeleceu prazo de sábado para aplicar tarifa de 25% sobre as importações do Canadá e do México. Ele diz que quer uma ação mais forte para barrar o fluxo de imigrantes ilegais e o opioide mortal fentanil para os Estados Unidos.
Trudeau, falando a um conselho consultivo sobre as relações Canadá-EUA, disse que o país está em um momento crítico.
"Estamos prontos com uma resposta -- uma resposta proposital, enérgica, mas razoável e imediata. Não é o que queremos, mas se ele seguir em frente, também agiremos", afirmou ele em comentários televisionados, acrescentando que todas as opções estavam na mesa.
O Canadá envia 75% de todas as suas exportações de bens e serviços para os Estados Unidos e a economia seria duramente atingida pelas tarifas prometidas por Trump.
"Não vou amenizar -- nossa nação pode estar enfrentando tempos difíceis nos próximos dias e semanas", disse Trudeau.
"Sei que os canadenses podem estar ansiosos e preocupados, mas quero que eles saibam que o governo federal, e de fato, todas as ordens de governo, os apoiam", declarou Trudeau.

Guilherme Levorato

Trudeau diz que Canadá responderá a tarifas dos EUA e alerta para tempos difíceis

Reuters - O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, reiterou nesta terça-feira que seu governo está preparado para responder a todos os cenários caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha tarifas ao Canadá.
Questionado sobre a falta de clareza em relação ao prazo para possíveis tarifas, Trudeau afirmou que Trump é um negociador habilidoso que gosta de manter seus parceiros de negociação um pouco desequilibrados.&nbsp;
Trump deve assinar mais ordens executivas em seu segundo dia no cargo. Na segunda-feira, ele sugeriu que tarifas generalizadas sobre exportações mexicanas e canadenses para os Estados Unidos poderiam entrar em vigor a partir de fevereiro.
"A abordagem de Donald Trump traz, de fato, incertezas", disse Trudeau, acrescentando que mantém conversas "regulares" com Trump.&nbsp;
"Quanto às próximas interações formais, fiquem atentos."
Trudeau destacou que a prosperidade prometida por Trump para os Estados Unidos exigirá recursos canadenses para sustentá-la.&nbsp;
"O Canadá fornece muitos dos insumos necessários que a economia americana precisará para crescer e prosperar."

Trudeau diz que Canadá está pronto para responder a possíveis tarifas de Trump

247 - O líder do Partido Conservador do Canadá, Pierre Polievre, 45 anos, está um passo mais perto de tornar sua agenda neoliberal uma realidade.&nbsp;
Durante meses, os conservadores desfrutaram de uma grande vantagem sobre o Partido Liberal, em dificuldades em pesquisas nacionais, sugerindo que eles teriam maioria para formar um governo se uma eleição fosse realizada hoje. Os canadenses estão frustrados com uma economia lenta e uma crise de moradia.
Ao longo de sua carreira política, Polievre construiu uma reputação de ser "altamente combativo e partidário", disse Randy Besco, professor assistente de ciência política na Universidade de Toronto, à BBC.&nbsp;
A política de confronto se tornou a pedra angular da persona pública de Poilievre. Após se tornar líder conservador em 2022, ele atacaria Trudeau com comentários mordazes como uma forma de se conectar com eleitores descontentes.&nbsp;
Isso o colocou em apuros às vezes. Em abril, ele foi expulso da Câmara dos Deputados por chamar o primeiro-ministro de "maluco".
Leia a íntegra na <a href="https://www.bbc.com/portuguese/articles/cvgmxwplzdeo">BBC News Brasil</a>.&nbsp;
No dia 6 de janeiro, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou sua intenção de renunciar ao cargo de chefe de governo e líder do Partido Liberal, atualmente no poder, assim que a legenda escolher seu sucessor.
A eleição do novo líder do Partido Liberal do Canadá, que assumirá o cargo de primeiro-ministro do país, ocorrerá no dia 9 de março, anunciou o partido no dia 10 de janeiro.

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