247 - Durante participação no programa Brasil Agora, transmitido pela TV 247, o historiador Fernando Horta afirmou que Jair Bolsonaro tenta transformar o Brasil “num campo de guerra” com sua postura diante das instituições, inclusive após a derrota nas eleições e os avanços de investigações no Supremo Tribunal Federal.
“Bolsonaro está usando uma estratégia antiga na América Latina, uma estratégia que foi utilizada na Venezuela pelo Leopoldo López”, declarou Horta. Segundo o historiador, o ex-presidente brasileiro estaria repetindo um roteiro já visto: promover o caos para justificar uma repressão institucional ou se vitimizar perante a comunidade internacional. “Leopoldo López foi preso, se colocou como vítima, e toda a comunidade internacional que já era anti-Venezuela passou a vê-lo como herói. O Bolsonaro está tentando fazer isso.”
<h3>O colapso do apoio empresarial</h3>
Horta apontou três acontecimentos recentes que, em sua análise, motivaram a escalada retórica e política de Bolsonaro. O primeiro seria o “abandono que o bolsonarismo recebeu de grande parte dos empresários e do agronegócio” após os prejuízos provocados pelas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.
“O bolsonarismo acreditava que o agronegócio era ideológico, que esse papo de ‘família, Deus e pátria’ fosse verdadeiro. E não é. Quando veio o prejuízo, a ideologia foi para debaixo da pia. Empresários foram a Brasília dizer que não sustentariam mais campanhas bolsonaristas”, afirmou. Horta ressaltou que até Eduardo Bolsonaro foi responsabilizado pelos prejuízos. “Ele fez um vídeo logo depois do tarifaço dizendo: ‘fui eu que fiz’. E isso pegou muito mal.”
<h3>Lula, Alckmin e a resposta institucional</h3>
O segundo ponto destacado pelo historiador foi a articulação do governo Lula para consolidar apoio do empresariado em defesa da economia nacional. Horta disse que tanto o presidente quanto o vice, Geraldo Alckmin, estão fazendo “pontes importantes” com setores da indústria e da produção. “O presidente Lula conseguiu transformar o tarifaço do Trump num inimigo externo palpável”, disse. “Até a oposição reconheceu isso.”
Para o historiador, esse movimento reposicionou o debate político. “Não se trata mais de boquinha, de ideologia, mas de prejuízo real, de empregos. O tarifário expôs as contradições do bolsonarismo.”
<h3>A reação do Supremo</h3>
O terceiro fator, segundo Horta, foi a reação do ministro Alexandre de Moraes, que impôs nova restrição judicial a Bolsonaro diante das suspeitas de articulação golpista. “O golpe não morreu”, alertou. “O ministro percebeu que era melhor ter um ex-presidente na Papuda do que numa embaixada americana fazendo cercadinho todo dia, com Donald Trump apoiando.”
O historiador também comentou sobre os riscos de Bolsonaro buscar refúgio diplomático e repetir um modelo de provocação contínua. “Imagina Bolsonaro dentro da embaixada dos Estados Unidos, fazendo reuniões pró-golpe e chamando gente para frente da embaixada todo santo dia. Isso causaria um transtorno enorme para o país.”
<h3>Tentativa de desestabilização</h3>
Para Horta, a tentativa de Bolsonaro é “de jogar os poderes uns contra os outros” e aprofundar a desordem institucional. “Ele está usando ameaças de força contra os poderes da nação, especialmente a Justiça. Isso é terrorismo”, afirmou.
Segundo o historiador, a expectativa em Brasília é de que o ex-presidente não recue. “Ele vai levar isso até as últimas consequências”, disse. “Bolsonaro solto é a certeza de que a conspiração continua, e agora com a ajuda de Donald Trump.”
O historiador avalia que o bolsonarismo entra em decadência, mas que o fascismo ainda permanece como força política. “Bolsonaro tenta jogar tudo. É o último movimento. Mas a liderança desse movimento está passando de mãos. E há muitos herdeiros para pouco voto”, analisou. Assista:&nbsp;
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Dafne Ashton

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Entrevistas

Fernando Horta: “Bolsonaro quer transformar o Brasil num campo de guerra”

247 - Durante depoimento prestado nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, recuou das críticas feitas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022 e apresentou um pedido público de desculpas ao ministro Alexandre de Moraes.&nbsp;
A audiência integra a ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim daquele ano.&nbsp;
Ao ser confrontado sobre sua postura na reunião ministerial de julho de 2022, quando atacou a integridade do processo eleitoral brasileiro, Paulo Sérgio admitiu ter se excedido e lamentou as declarações:
“Quero me desculpar publicamente por ter feito as declarações naquele dia. Eu não tinha nem 3 meses de Ministério da Defesa, vinha do Exército brasileiro. E coincide com essa reunião em que eu trato com palavras completamente inadequadas o trabalho do Tribunal Superior Eleitoral. E mais ainda olhando para vossa excelência (Moraes), porque nós trabalhamos juntos nesse processo. Quando vi esse vídeo posteriormente, eu não acreditei.”
O general também elogiou a atuação de <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Alexandre+de+Moraes">Alexandre de Moraes</a> à frente do TSE naquele período, destacando a contribuição do ministro para o entendimento com as Forças Armadas no processo de fiscalização das urnas:
“A assunção de vossa excelência ao <a href="https://www.brasil247.com/search?term=TSE+">TSE </a>facilitou a minha vida. Ponto. Eu cito o nosso teste de integridade com biometria.”
A manifestação de Paulo Sérgio é parte de uma série de depoimentos de oito réus apontados pela Procuradoria-Geral da República como integrantes do "núcleo crucial" da suposta trama golpista. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Luis Mauro Filho

Ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, em interrogatório no STF -  10/06/2025

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Brasil

Paulo Sérgio se desculpa no STF por críticas ao TSE: “Usei palavras completamente inadequadas”

247 - O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) e o ex-ministro Aldo Rebelo protagonizaram uma troca de farpas nas redes sociais neste sábado (24), um dia após Aldo se desentender com o ministro Alexandre de Moraes durante audiência no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na sexta-feira (23), Rebelo foi advertido por Moraes durante o depoimento como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, réu na investigação sobre a trama golpista bolsonarista. Em tom exaltado, Aldo reagiu às cobranças por respostas objetivas e afirmou que não admitia censura. Moraes, então, ameaçou prendê-lo por desacato. Após o momento de tensão, os ânimos foram contidos e o depoimento prosseguiu.
No dia seguinte, Boulos usou a rede social X (antigo Twitter) para criticar duramente o comportamento do ex-ministro. “Aldo Rebelo é uma vergonha. De militante contra a ditadura virou lacaio de golpista. Já que ele gosta tanto de semântica deveria orientar seus estudos para o conceito de ‘decadência’, que ele simboliza como ninguém”, escreveu o parlamentar.
Aldo respondeu com ironia e ataques pessoais. “Boulos, você ainda não se recuperou da surra que levou do povo de São Paulo na última eleição? É muita mágoa. Pegue um rumo, pare com mimimi e chororô. Fica a dica”, publicou.
A menção de Aldo diz respeito ao segundo turno das eleições municipais de 2024, quando Guilherme Boulos foi derrotado por Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Na ocasião, Aldo, então filiado ao PDT, contrariou sua sigla e declarou apoio ao atual prefeito. Ele também ocupou o cargo de secretário de Relações Internacionais na gestão municipal e chegou a ser cogitado para vice na chapa de reeleição de Nunes, além de ter se filiado ao MDB.
Com informações do portal <a href="https://www.metropoles.com/brasil/aldo-rebelo-retruca-boulos-apos-embate-com-moraes-mimimi-e-chororo">Metrópoles</a>.

Guilherme Paladino

Boulos e Aldo Rebelo trocam farpas nas redes: "pare com mimimi", diz ex-ministro

247 - O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para os dias 6 e 7 de maio o julgamento da denúncia contra o chamado “núcleo 4” dos investigados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. A informação é da <a href="https://www.band.uol.com.br/noticias/cristiano-zanin-agenda-julgamento-de-denuncia-contra-nucleo-4-da-tentativa-de-golpe-para-maio-202503261420">Band</a>.
Segundo o cronograma divulgado nesta quarta-feira (26), estão previstas ao menos três sessões, nos dias 6 e 7 de maio, para analisar se os ministros aceitam ou não a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra sete investigados: Ailton Gonçalves Moraes Barros, Angelo Martins Denicoli, Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet e Reginaldo Vieira de Abreu.
Todos são acusados de atuar de forma coordenada na produção e disseminação de notícias falsas com o objetivo de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro. De acordo com a denúncia da PGR, o grupo teria promovido campanhas de desinformação e ataques institucionais contra a Justiça Eleitoral e a democracia.
A relatoria do processo segue com o ministro Alexandre de Moraes, que também é o responsável pelos principais inquéritos sobre a tentativa de ruptura democrática. Na sessão desta quarta-feira (26), a Primeira Turma já havia aceitado a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados, marcando mais um avanço na responsabilização dos envolvidos no plano golpista.
Com o julgamento do núcleo 4 previsto, restará apenas a análise do núcleo 5, cujo único investigado é Paulo Figueiredo, neto do último presidente da ditadura militar, João Baptista Figueiredo.

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Zanin agenda para maio julgamento do ‘núcleo 4’ da tentativa de golpe

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