247 - A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) atacou o prefeito de Ipatinga (MG), Gustavo Nunes, após este ter convocado outros gestores municipais para defender a Usiminas contra o que classificou como uma "ameaça" representada pela CSN. A polêmica gira em torno de uma multa bilionária imposta à Ternium, acionista majoritária da Usiminas, em um processo judicial que se arrasta há mais de uma década. As informações foram divulgadas originalmente pelo portal <a href="https://plox.com.br/noticia/31/01/2025/csn-ataca-prefeito-de-ipatinga-que-afirmou-e-preciso-defender-usiminas-contra-ameaca-da-csn">PLOX</a>.
Em nota, a CSN prometeu adotar “todas as medidas cabíveis” contra o prefeito, acusado de supostamente “tentar macular a imagem da empresa". A companhia também acusou Nunes de prestar um "desserviço" à população mineira ao sair em defesa da Usiminas, essencial econômica e socialmente para Minas Gerais.&nbsp;
Ainda em 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a Ternium pague cerca de R$ 5 bilhões à CSN. A CSN argumenta que, quando a Ternium adquiriu ações da Usiminas em 2011, houve uma mudança de controle acionário que exigiria uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), algo que não foi realizado. Após reveses em instâncias inferiores, a CSN conseguiu uma decisão favorável no STJ, mas apenas depois de alterações na composição da corte.
Para o prefeito de Ipatinga, a indenização pode comprometer os investimentos na Usiminas e criar insegurança jurídica no país. Ele citou os reiterados pareceres contrários à CSN pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, além do impacto potencial na economia da região. A Usiminas é uma das principais empregadoras do Vale do Aço e qualquer instabilidade financeira na companhia ameaça trabalhadores e gestores locais.
O posicionamento de Gustavo Nunes foi apoiado por prefeitos de cidades vizinhas, parlamentares e entidades empresariais, que temem reflexos negativos para o setor siderúrgico mineiro. Entre os investimentos mencionados que poderiam ser prejudicados, está a reforma do Alto-Forno da Usiminas, essencial para a modernização da unidade industrial.

Redação Brasil 247

Sede da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Gustavo Nunes

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Sudeste

CSN ataca prefeito por mobilização em defesa da Usiminas

247 - Durante o encontro da Associação Mineira de Municípios (AMM) com prefeitos de Minas Gerais nesta terça-feira (28), o prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes, fez um apelo em defesa da Usiminas e da Ternium, acionista da siderúrgica. A iniciativa ocorre em meio ao acirramento da disputa judicial entre a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Ternium, que ameaça a continuidade das operações da Usiminas no Vale do Aço e pode gerar impactos devastadores para Minas Gerais e o Brasil.
No evento, Nunes destacou a relevância econômica e social da Usiminas para Ipatinga e região, enfatizando os riscos decorrentes da decisão judicial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que impôs à Ternium uma multa bilionária de R$ 5 bilhões. "A Ternium, que é acionista da Usiminas, já há 12 anos está sofrendo uma ação judicial movida pela CSN e, ao longo desses anos, esse processo judicial, por onde ele caminhou, a Ternium saiu vencedora em todas as instâncias. E agora, em última instância, no STJ, existe uma possibilidade de reverter todas essas decisões e dar causa ganha à CSN", afirmou Nunes.
"Isso implica em muitos problemas não só para Ipatinga, mas para MG e ao Brasil, porque, se isso acontece, é mais um ponto crucial e claro de que não existe uma segurança jurídica nesse país para que as grandes empresas possam executar e investir aqui no Brasil. O segundo ponto é que a multa estipulada nessa ação é de R$ 5 bilhões, só que o valor de mercado da empresa é de R$ 7 bilhões. Então, como você aplica uma multa de 5 bi em uma empresa que vale 7? Você quebra a empresa", complementou.
O impacto econômico de um possível encerramento das operações da Usiminas foi reiterado pelo prefeito. Segundo ele, a siderúrgica contribui anualmente com cerca de R$ 100 milhões em tributos diretos para Ipatinga, além de movimentar mais de R$ 600 milhões em salários pagos a seus funcionários. “Estamos falando de empregos diretos e indiretos, de toda uma cadeia econômica que sustenta o Vale do Aço, o Leste de Minas e até o Brasil”, alertou o prefeito.
Contexto da disputa - O imbróglio judicial entre a CSN e a Ternium teve início em 2012, com a alegação de que a Ternium deveria ter realizado uma Oferta Pública de Ações (OPA) em 2011, quando ingressou no bloco de controle da Usiminas. A Ternium, no entanto, argumenta que o controle foi efetivado apenas em 2023, com pareceres técnicos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apoiando sua posição.
A decisão do STJ de aplicar a multa bilionária contra a Ternium intensificou as tensões no Vale do Aço, gerando mobilização de lideranças regionais, trabalhadores e representantes empresariais. Um manifesto assinado por 51 entidades locais condena a decisão, destacando os riscos de paralisia econômica e aumento da insegurança jurídica.
Mobilização em defesa da Usiminas - O prefeito de Ipatinga convocou os demais prefeitos mineiros a se unirem em defesa da Usiminas, pedindo apoio para levar a questão às autoridades em Brasília. Além disso, ele afirmou já ter comunicado parlamentares da Bancada Mineira no Congresso Nacional para "reverter essa situação que será tão prejudicial para a região". 
Além de Gustavo Nunes, outras lideranças regionais reforçam a importância estratégica da Usiminas. O prefeito de Santana do Paraíso, Bruno Morato, declarou recentemente que a região está “unida” na luta pela preservação da siderúrgica. Edílio Velloso, representante dos trabalhadores no conselho da Usiminas, também classificou a multa como “absurda” e alertou para as consequências diretas na manutenção de milhares de empregos e no sustento de comunidades inteiras.

Guilherme Paladino

Economia

Prefeito de Ipatinga mobiliza prefeitos mineiros em defesa da Usiminas contra ofensiva da CSN

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