WASHINGTON, 20 de maio (Reuters) - O uso da base naval da Baía de Guantánamo pelo presidente Donald Trump para abrigar migrantes parece custar US$ 100.000 por dia para cada detento, disse o senador americano Gary Peters durante uma audiência na terça-feira, condenando o que ele descreveu como um exemplo flagrante de gastos governamentais desnecessários.
Peters, o principal democrata no Comitê de Segurança Interna e Assuntos Governamentais do Senado, questionou a Secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, sobre o alto custo, muito superior aos US$ 165 por dia em centros de detenção de imigrantes nos <a href="https://www.brasil247.com/search?term=EUA">EUA</a>. Peters também questionou por que detentos foram enviados para a base naval americana em Cuba, mas depois devolvidos aos Estados Unidos às custas do contribuinte.
"Estamos gastando US$ 100.000 por dia para manter alguém em Guantánamo", disse Peters. "Mantemos os presos lá por um tempo, depois os levamos de volta para os Estados Unidos, ou podemos mantê-los aqui por US$ 165 por dia. Acho isso um absurdo."
A <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Casa+Branca">Casa Branca</a> solicitou um enorme aumento no financiamento para a fiscalização da imigração, na tentativa de atingir a meta de Trump de deportações em massa. O governo solicitou ao Congresso, abre uma nova abaeste mês, para US$ 44 bilhões adicionais para o Departamento de Segurança Interna no ano fiscal de 2026, que começa em 1º de outubro.
Noem, comparecendo perante o comitê para defender o pedido de orçamento, disse que não sabia o custo diário para abrigar migrantes na Baía de Guantánamo.
"O presidente Trump está comprometido em manter os americanos seguros", disse a porta-voz do DHS, Tricia McLaughlin, em um comunicado.
Uma autoridade dos EUA, falando sob condição de anonimato, disse que há cerca de 70 migrantes detidos lá.
A União Americana pelas Liberdades Civis entrou com uma ação judicial em março para impedir a transferência de 10 migrantes para a base. No processo, a ACLU alegou que migrantes em Guantánamo foram mantidos em salas sem janelas por pelo menos 23 horas por dia, submetidos a revistas íntimas invasivas e sem acesso a contato com familiares. Alguns tentaram suicídio, afirmou a ACLU.
O senador Rand Paul, presidente republicano da comissão, também levantou preocupações com os gastos para barreiras adicionais na fronteira EUA-México, uma vez que o número de migrantes pegos cruzando ilegalmente despencou desde que Trump assumiu o cargo. Um amplo plano orçamentário da Câmara dos Representantes dos EUA destinaria US$ 46,5 bilhões somente ao muro na fronteira.
"Não estou dizendo que não seja necessário dinheiro novo", disse Paul. "Acho que precisamos de mais Patrulha da Fronteira, e vamos precisar de mais dinheiro para isso, mas acho que deve ser dentro dos limites do razoável."
Reportagem de Ted Hesson; Reportagem adicional de Idrees Ali; Edição de Will Dunham

Luis Mauro Filho

Tendas de contenção recém-erguidas para migrantes detidos são vistas na Estação Naval dos Estados Unidos na Baía de Guantánamo, em Cuba, em 21 de fevereiro de 2025

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Mundo

Governo Trump gasta US$ 100 mil por dia por migrante preso em Guantánamo, denuncia senador dos EUA

Reuters - Um juiz federal do Novo México concedeu no domingo uma ordem de restrição preventiva para impedir que o governo dos Estados Unidos envie três homens venezuelanos detidos no Estado para uma base militar na Baía de Guantánamo, em Cuba.
O juiz Kenneth Gonzales, da Corte Distrital Federal do Novo México, disse durante uma audiência por videoconferência que estava concedendo a ordem, afirmou Baher Azmy, advogado dos homens.
O tribunal não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Um documento do tribunal confirmando a ação de Gonzales não estava disponível até o final de domingo.
Azmy é do Center for Constitutional Rights, que no domingo informou em uma declaração por escrito que os homens apresentaram um moção solicitando que sua possível transferência para Guantánamo estivesse bloqueada, embora ainda não houvesse nenhuma ordem para enviá-los à base.
Os homens têm um processo pendente em um tribunal federal no Novo México questionando o que dizem ter sido sua detenção ilegalmente prolongada depois que fugiram da Venezuela em busca de proteção nos Estados Unidos.
A agência de Imigração e Alfândega dos EUA não respondeu a um pedido de comentário sobre a solicitação dos homens para não serem enviados para Guantánamo ou se eles planejam enviar os três detentos para uma base em Cuba.
O presidente Donald Trump disse no final de janeiro que seu governo planeja criar capacidade para abrigar até 30.000 imigrantes na base naval dos EUA, mais conhecido por uma prisão separada de alta segurança usada para suspeitos de terrorismo estrangeiro.
 
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Camila França

Bandeira dos Estados Unidos hasteada na Base Naval dos EUA na Baía de Guantánamo, Cuba. Sob Trump, EUA planejam enviar voos diários com imigrantes irregulares para o local, conhecido por aplicar punições severas, inclusive violando dos direitos humanos

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Juiz dos EUA bloqueou possível transferência de detenções venezuelanas para Guantánamo

247 - O primeiro voo das Forças Armadas dos Estados Unidos com imigrantes detidos para a Baía de Guantánamo, ao sul da ilha de Cuba, está previsto para partir nesta terça-feira (4). A informação foi divulgada pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
"Hoje, o primeiro voo dos Estados Unidos para a Baía de Guantánamo com migrantes ilegais está em andamento", disse Karoline durante uma entrevista ao canal de TV Fox Business. Uma autoridade, que falou sob condição de anonimato à agência Reuters, afirmou que o voo transportaria 12 migrantes.
O voo para Guantánamo se soma aos voos militares que já deportaram migrantes para quatro países - Guatemala, Peru, Honduras e Índia. O Pentágono (EUA) afirmou que pretende deportar mais de 5.000 migrantes detidos pelas autoridades americanas em El Paso, no Texas, e San Diego, na Califórnia.

Leonardo Lucena

América Latina

Primeiros imigrantes chegam a Guantánamo nesta terça-feira, diz governo Trump

247 - O juiz federal Eduardo Appio, que atuou diretamente na operação Lava Jato, revela, em um novo livro, denúncias de maus-tratos cometidos contra os presos para forçar delações. A obra "Tudo por dinheiro: A ganância da Lava Jato segundo Eduardo Appio", escrita por Salvio Kotter, expõe práticas que, segundo Appio, eram corriqueiras na condução das investigações e prisões, relata a <a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2024/09/presos-da-lava-jato-eram-expostos-como-trofeus-diz-ex-juiz-da-operacao-em-livro.shtml">Folha de S. Paulo</a>. O livro será lançado no próximo dia 2 de outubro e já promete grandes revelações sobre as condições desumanas a que os alvos da operação eram submetidos.
Em um dos trechos mais impactantes do livro, Appio descreve como os presos, ao chegarem à carceragem da Polícia Federal em Curitiba, eram "jogados em uma cela imunda com um colchonete inundado em urina e pulgas". De acordo com o juiz, os detidos eram mantidos isolados, sem contato com familiares, e submetidos a essas condições até que, geralmente às segundas-feiras, fossem chamados para negociações de delação premiada.&nbsp;
"Isso ocorreu em vários casos, inclusive envolvendo idosas, avós presas na frente dos netos e que não tinham nenhuma culpa, mas sabiam de detalhes", denuncia o juiz. Segundo ele, a estratégia visava pressionar emocional e fisicamente os presos a cooperarem com as investigações, muitas vezes sob condições desumanas e degradantes.
O livro também menciona o caso de Paulo Roberto da Costa, ex-diretor da Petrobras e o primeiro a fazer delação no âmbito da Lava Jato. Appio relata que Costa foi privado de banho por dias e sofreu ameaças contra sua filha. "Era uma espécie de Guantánamo", compara, referindo-se à prisão militar dos Estados Unidos. "Eu concedi um habeas corpus para Paulo Roberto da Costa em abril de 2014 e entrei para a lista negra de inimigos da Lava Jato", afirma.
Em sua análise, Appio critica duramente os resultados da operação, afirmando que ela "premiou a impunidade no Brasil", com empresários corruptores saindo "ilesos e impunes".&nbsp;

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