<p><b>247 –</b> A Marinha do Brasil provocou polêmica ao divulgar, neste domingo (1º), um vídeo institucional que aborda as críticas sobre supostos privilégios militares. A peça, exibida na substituição do Pavilhão Nacional na Praça dos Três Poderes, em Brasília, apresenta uma narrativa que contrapõe as privações dos militares às experiências de lazer dos civis. O vídeo também foi compartilhado nas redes sociais da instituição.</p>
<p>O professor de Relações Internacionais Gilberto Maringoni manifestou indignação nas redes sociais, classificando o vídeo como uma ameaça velada à democracia. "A Marinha exibe dentes em disparatado vídeo divulgado domingo. A peça mostra que militares têm vida dura enquanto civis vivem em vadiagens sem fim. Tudo na estética realismo-gorila, a rosnar ameaças. Ou o poder civil enquadra essa gente, ou a democracia pagará o preço da omissão", escreveu Maringoni.</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="pt" dir="ltr">A Marinha exibe dentes em disparatado vídeo divulgado domingo. A peça mostra que militares têm vida dura enquanto civis vivem em vadiagens sem fim. Tudo na estética realismo-gorila, a rosnar ameaças. Ou o poder civil enquadra essa gente, ou a democracia pagará o preço da omissão.</p>&mdash; Gilberto Maringoni (@Maringoni50) <a href="https://twitter.com/Maringoni50/status/1863430968662544780?ref_src=twsrc%5Etfw">December 2, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
<p>Com duração de 1 minuto e 16 segundos, o vídeo alterna cenas de militares enfrentando condições extremas de trabalho com imagens de civis em festas e reuniões familiares. Em um dos momentos mais emblemáticos, um jovem militar questiona: "Privilégios? Vem pra Marinha", reforçando o contraste entre as diferentes realidades.</p>
<h3><b>Tensão em meio a mudanças fiscais</b></h3>
<p>A divulgação ocorre em um contexto sensível, marcado pelas mudanças fiscais propostas pelo governo Lula para o sistema previdenciário militar. Entre as medidas defendidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão a criação de uma idade mínima de 55 anos para a passagem à reserva e um pedágio de 9% sobre o tempo de serviço restante. "São mudanças justas e necessárias", declarou Haddad recentemente.</p>
<p>Atualmente, os militares podem passar à reserva após 35 anos de serviço, sem exigência de idade mínima. A proposta busca alinhar os benefícios das Forças Armadas às reformas previdenciárias já aplicadas a outras categorias, gerando forte resistência no meio militar.</p>
<h3><b>Uma mensagem à sociedade e ao governo</b></h3>
<p>Especialistas apontam que o vídeo da Marinha vai além de uma mera campanha institucional, funcionando como um recado à sociedade e ao governo. A peça enfatiza as peculiaridades da carreira militar e reforça a ideia de que a vida nas Forças Armadas não pode ser comparada à de profissionais civis.</p>
<p>A proximidade do Dia do Marinheiro, celebrado em 13 de dezembro, também sugere que o vídeo pretende reafirmar a identidade e os valores das Forças Armadas em meio ao debate sobre privilégios e sacrifícios.</p>
<p>Para Maringoni, no entanto, o vídeo é um exemplo claro de como a atuação política das Forças Armadas pode tensionar a relação com o poder civil. Confira:</p>
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Brasil

"Ou o poder civil enquadra essa gente ou a democracia pagará o preço", diz Maringoni, sobre vídeo da Marinha

<p><b>247 –</b> Em uma dura crítica ao recente anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, o professor de relações internacionais Gilberto Maringoni acusou o governo de ceder às pressões do mercado financeiro, prejudicando os mais vulneráveis em favor dos interesses dos mais ricos.</p>
<p>"Uma vergonha! Governo capitula totalmente às chantagens do mercado. Os cortes incidirão sobre os mais pobres em favor dos ricos. Discursos oficiais de combate à desigualdade eram pura lorota", escreveu Maringoni em suas redes sociais, refletindo a indignação de muitos críticos das políticas econômicas adotadas.</p>
<p>O anúncio de Haddad, realizado após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, detalhou que o governo pretende implementar o corte significativo de despesas como parte do projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte poderá ser antecipado ainda neste ano, através de contingenciamentos e bloqueios no orçamento atual.</p>
<p>"Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem", explicou Haddad a jornalistas.</p>
<p>Os cortes foram decididos após um levantamento minucioso realizado desde março pelas equipes dos ministérios, Planejamento e Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos no orçamento atual serão anunciados ainda este mês, visando garantir o cumprimento do arcabouço fiscal. "Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho", acrescentou Haddad.</p>
<p>Reafirmando o compromisso do governo com a nova lei do arcabouço fiscal, Haddad destacou que a primeira determinação do presidente Lula é que se cumpra a legislação fiscal vigente. "A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas."</p>
<p>As declarações de Haddad ocorreram um dia após uma significativa alta do dólar frente ao real, influenciada pela elevação das taxas de juros nos Estados Unidos e pelas críticas recentes do presidente Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Na quarta-feira, as manifestações de Haddad e do presidente Lula ajudaram a acalmar o mercado financeiro, com o dólar baixando para R$ 5,56, após atingir quase R$ 5,70 no pregão anterior.</p>
<p>No entanto, para Maringoni e outros críticos, as medidas propostas representam um retrocesso nas políticas sociais, impondo um ônus desproporcional às populações mais pobres do país, contrariando os compromissos de combate à desigualdade tão frequentemente proclamados pelo governo. Confira:</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="pt" dir="ltr">Uma vergonha! Governo capitula totalmente às chantagens do mercado. Os cortes incidirão sobre os mais pobres em favor dos ricos. Discursos oficiais de combate à desigualdade eram pura lorota.<a href="https://t.co/ZKOWE3Hdxn">https://t.co/ZKOWE3Hdxn</a></p>&mdash; Gilberto Maringoni (@Maringoni50) <a href="https://twitter.com/Maringoni50/status/1808656161463210262?ref_src=twsrc%5Etfw">July 4, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

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Economia

"Governo capitulou às chantagens do mercado", diz Maringoni

<p><b>247 – </b>Em uma análise contundente das recentes eleições parlamentares na França, o professor Gilberto Maringoni, especialista em relações internacionais da Universidade Federal do ABC, apontou para a responsabilidade do presidente Emmanuel Macron no avanço da extrema-direita no país. "É cedo para uma interpretação final das eleições francesas, com clara supremacia ultraconservadora. Mas há algo a se ressaltar: a implosão do chamado centro liberal (Macron e Republicanos). Governos de austeridade ultraliberal são os parteiros da extrema-direita e do fascismo", afirmou Maringoni.</p>
<p>No último domingo, 30 de junho, o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, venceu o primeiro turno das eleições parlamentares francesas, conforme apontam as pesquisas de boca de urna realizadas por Ipsos, Ifop, OpinionWay e Elabe. O RN obteve cerca de 34% dos votos, superando os rivais de esquerda e centristas, incluindo a aliança Juntos, do presidente Emmanuel Macron, que recebeu entre 20,5% e 23% dos votos. A coalizão de esquerda Frente Popular Nova conseguiu cerca de 29% dos votos.</p>
<p><b>Análise e Repercussão</b></p>
<p>A vitória do RN, embora ainda sujeita às negociações e resultados do segundo turno, representa um marco significativo na política francesa. Marine Le Pen e seu partido anti-imigração e eurocético estão a um passo de aumentar substancialmente sua representação na Assembleia Nacional.&nbsp;</p>
<p>O professor Maringoni destaca que a implosão do centro liberal, representado por Macron e os Republicanos, abriu caminho para o crescimento da extrema-direita. Segundo ele, as políticas de austeridade e o enfoque ultraliberal do governo Macron não apenas alienaram a base eleitoral tradicional, mas também impulsionaram a narrativa populista e nacionalista promovida pelo RN. Confira:</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="pt" dir="ltr">É cedo para uma interpretação final das eleições francesas, com clara supremacia ultraconservadora. Mas há algo a se ressaltar: a implosão do chamado centro liberal (Macron e Republicanos). Governos de austeridade ultraliberal são os parteiros da extrema-direita e do fascismo.</p>&mdash; Gilberto Maringoni (@Maringoni50) <a href="https://twitter.com/Maringoni50/status/1807500281556435260?ref_src=twsrc%5Etfw">June 30, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Ideias

França mostra que governos ultraliberais são parteiros do fascismo, diz Maringoni

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Cortes 247

Revista Brasil 247

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