Reuters - Empresas de mineração de criptomoedas estão negociando ativamente contratos com geradoras de energia brasileiras, como a Renova Energia, para aproveitar o excedente de energia renovável do país sem sobrecarregar a rede elétrica nos períodos de pico.
Na esteira do anúncio de investimento da gigante das criptomoedas Tether, em julho, há pelo menos seis negociações em andamento para projetos de pequeno e médio porte, além de um empreendimento maior de até 400 megawatts (MW), segundo fontes de seis diferentes empresas ouvidas pela Reuters.
Embora as máquinas de mineração, que resolvem problemas matemáticos complexos para validar transações de criptomoedas, tenham sobrecarregado redes elétricas em diversos países, no Brasil -- onde a atividade ainda é incipiente -- elas podem ajudar a resolver um problema crônico de excesso de energia limpa, que já custou quase US$1 bilhão às empresas de geração nos últimos dois anos, segundo cálculos de associações setoriais.
A Tether, maior empresa de ativos digitais do mundo, afirmou que vai aproveitar a recente aquisição da Adecoagro para utilizar fontes renováveis, como a energia proveniente das operações de cana-de-açúcar, em um projeto de mineração de bitcoin no Brasil.
A Renova disse à Reuters que está desenvolvendo um dos primeiros grandes investimentos no setor de mineração cripto, um projeto de US$200 milhões para um cliente não revelado no Estado da Bahia. O empreendimento de cerca de 100 megawatts consiste em seis data centers que serão alimentados por um parque eólico já operacional da empresa.
"Buscamos expandir a companhia e entrar em novos mercados", disse o CEO da Renova, Sergio Brasil. "Percebemos que, ao prover toda a infraestrutura (para mineração de cripto), estávamos um passo à frente dos nossos concorrentes."
Mineradoras de criptomoedas podem escalar suas operações rapidamente, de acordo com a disponibilidade de energia, oferecendo uma base de consumo flexível para o excedente energético sem sobrecarregar a rede nos horários de pico.
O excesso de energia no Brasil é resultado de anos de incentivos tarifários que impulsionaram investimentos em energia solar e eólica. No entanto, o ritmo de desenvolvimento da geração superou a expansão da infraestrutura de transmissão, e algumas usinas chegam a desperdiçar até 70% da energia gerada.
"Há um potencial enorme", disse John Blount, um dos fundadores da Enegix, mineradora de criptomoedas baseada no Cazaquistão, à Reuters. "Vamos tentar desenvolver data centers móveis", acrescentou, observando que as instalações seriam conectadas diretamente às usinas.
A Enegix está avaliando acordos no Nordeste, região com maior excedente energético, incluindo o aproveitamento de energia solar e eólica no Piauí.
A Penguin, sediada no Paraguai -- um dos maiores polos de mineração de criptomoedas do mundo --, também está negociando projetos no Brasil, mas preferiu não divulgar detalhes.
A chinesa Bitmain, uma das maiores fabricantes de equipamentos de mineração, também está explorando oportunidades no país, segundo um executivo que pediu anonimato para discutir negociações privadas.
<h2>Vistas como "diamantes"</h2>
A instalação de fazendas de mineração de criptomoedas desperta interesse das geradoras de energia, especialmente das que vêm sofrendo com corte da produção de suas usinas.
A Casa dos Ventos, que tem como sócia a francesa TotalEnergies, e a Atlas Renewable Energy, do GIP, confirmaram suas intenções à Reuters.
A subsidiária da Engie no Brasil e a Auren Energia, joint venture entre Votorantim e CPP Investments, também estão avaliando projetos para monetizar energia não utilizada, segundo três fontes. As empresas preferiram não comentar.
As geradoras veem "consumidores como esses como se fossem diamantes", disse Raphael Gomes, advogado que atua em diversos projetos cripto.
As empresas estão avaliando diferentes modelos, incluindo a compra de equipamentos para minerar por conta própria.
Na Bahia, a Eletrobras, maior geradora de energia brasileira, está instalando máquinas de mineração ASIC, junto com uma microrrede alimentada por turbina eólica, painéis solares e baterias, como parte de um projeto-piloto.
"Queremos entender como essa indústria funciona", disse Juliano Dantas, vice-presidente de inovação da Eletrobras.
A iniciativa pode ajudar as empresas de energia a se posicionarem para atuar junto a data centers, um setor que o governo brasileiro está tentando atrair como parte da estratégia para impulsionar uma economia baseada em energia renovável.
O avanço dessa nova indústria no Brasil, por outro lado, gera preocupações com o uso da água -- recurso utilizado em sistemas de resfriamento das máquinas --, já que algumas das regiões com maior excedente energético também enfrentam secas. O Brasil também enfrenta problemas de infraestrutura e carece de regulamentações específicas para a mineração de criptomoedas.
"Fomos atrás de 400 MW -- foi como uma jornada de Sísifo, um pouco difícil", disse Bruno Vaccotti, executivo da Penguin. "Ainda estamos explorando o Brasil, mas não é tão fácil."

Paulo Emilio

Linhas de transmissão de energia
11/10/2021


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Economia

Excesso de energia limpa atrai mineradoras de criptomoedas ao Brasil

247 - O Ceará se consolidou como um dos destaques da economia brasileira em 2025, com desempenho industrial superior ao registrado em nível nacional. Dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) apontam que, no segundo trimestre, o Estado teve crescimento de 3,5% em relação ao mesmo período de 2024, mais que o triplo da média brasileira, que ficou em 1,1%. A informação foi publicada pelo <a href="https://valor.globo.com/publicacoes/especiais/nordeste/noticia/2025/09/30/industria-no-ceara-cresce-mais-que-o-dobro-da-media-nacional.ghtml">Valor Econômico</a>.
A expansão foi puxada pelos setores de eletricidade, gás e água, que avançaram 7%, além da indústria de transformação, que cresceu 3,1%, com destaque para a metalurgia. O governador Elmano de Freitas (PT) afirmou que os investimentos públicos devem ultrapassar R$ 10 bilhões entre 2025 e 2026. “Este ano, já superamos os R$ 2,5 bilhões em valores empenhados e a expectativa é encerrar 2025 acima de R$ 4 bilhões, ultrapassando o registrado em 2024, que foi de R$ 3,9 bilhões”, declarou.
<h2>Avanço do setor privado e novos polos</h2>
No campo privado, o Estado registrou R$ 3,4 bilhões em aportes em 2024, apoiados pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI). Para 2025, os protocolos de intenções já somam R$ 10 bilhões, segundo Danilo Serpa, presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).
Entre os novos empreendimentos, ganha destaque o polo automotivo, planejado como uma “planta multimarcas”. A General Motors é a primeira montadora a operar no espaço. “O investimento é de R$ 400 milhões, com previsão de gerar até 9 mil empregos”, afirmou Serpa.
<h2>Transição energética e hidrogênio verde</h2>
O Ceará também aposta na transição energética. O Complexo do Pecém abriga o Hub de Hidrogênio Verde (H2V), que já acumula mais de 40 memorandos de entendimento e sete pré-contratos com empresas como Casa dos Ventos e EDF. O projeto prevê US$ 30 bilhões em investimentos, com início da produção previsto para 2027.
Pioneiro em energia eólica no país, o Estado conta hoje com 102 usinas em operação, somando 2,65 GW de capacidade instalada. Outros 68 empreendimentos estão em desenvolvimento, com entrega prevista de mais 2,7 GW, além de 26 projetos offshore em fase de licenciamento.
<h2>Turismo em alta e desafios de qualificação</h2>
O setor de turismo também apresentou forte crescimento. Até agosto de 2025, o Estado recebeu 69,6 mil visitantes internacionais em voos diretos, alta de 29,6% em comparação ao mesmo período de 2024. O aumento foi impulsionado por campanhas promocionais e pela abertura de novas rotas, incluindo Madri e Montevidéu.
Apesar do cenário positivo, especialistas alertam para a necessidade de ampliar a formação de mão de obra qualificada. “Parcerias entre universidades, institutos e o setor privado podem acelerar um ecossistema de inovação”, avaliou Christiano Penna, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre).
Com investimentos robustos, expansão industrial e aposta em energias renováveis, o Ceará se projeta como referência em desenvolvimento regional e inovação no Brasil.

Guilherme Levorato

Indústria

Indústria no Ceará cresce acima da média nacional e atrai investimentos bilionários

247 - A matriz energética do Brasil se consolidou em 2024 como uma das mais limpas do mundo, com destaque para o desempenho da indústria. De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN) 2025, o setor industrial brasileiro alcançou 64,4% de participação de fontes renováveis no consumo energético, um índice que reforça o papel do país na transição para uma economia mais sustentável.
O levantamento, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e publicado pela Agência Gov, mostra que o índice manteve estabilidade em relação ao ano anterior, quando atingiu 64,7%. Os dados confirmam o avanço do setor na busca por alternativas limpas, em um cenário global marcado por pressões para reduzir emissões de gases de efeito estufa.
<h2>Fontes renováveis ganham protagonismo na indústria</h2>
Segundo o relatório, a eletricidade representou 22% do consumo industrial em 2024, sendo que 88,2% desse total teve origem em fontes renováveis. O bagaço da cana-de-açúcar aparece como a segunda principal fonte, responsável por 21,3% do consumo. Outras fontes em destaque foram o licor preto (9%), a lenha (8,8%), o carvão mineral (11,9%), o gás natural (9,4%), o carvão vegetal (4%) e o óleo combustível (1,3%), além de outras alternativas que somaram 12,3%.
Essa diversificação reflete o esforço do setor em reduzir a dependência de fontes fósseis e ampliar a adoção de biomassa e eletricidade limpa.
<h2>Setores em expansão e aumento do consumo</h2>
O consumo energético também cresceu em segmentos industriais estratégicos. A mineração e pelotização registraram alta de 8,4% em relação a 2023, enquanto as indústrias de papel e celulose tiveram avanço de 4,6%. Já a metalurgia de não ferrosos e outros ramos apresentou crescimento de 3,2%.Esse movimento acompanha a expansão nacional do consumo de energia, que em 2024 alcançou 288,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep). O setor industrial respondeu por 91,4 milhões de tep, ou 31,7% do total. Somado ao setor de transportes, os dois segmentos concentraram quase 65% de toda a energia utilizada no país.
<h2>O que é o Balanço Energético Nacional</h2>
O Balanço Energético Nacional (BEN) é publicado anualmente pela EPE desde 2004 e reúne estatísticas detalhadas sobre a produção, importação, exportação e consumo de energia no Brasil. O documento serve como referência para orientar políticas públicas e investimentos no setor.O BEN 2025, referente ao ano base 2024, mostra como a economia brasileira está avançando na descarbonização da matriz energética, com destaque para o setor industrial e também para o crescimento das energias solar e eólica na geração elétrica.

Otávio Rosso

Turbina de geração eólica em Fortaleza

Brasil Sustentável

Indústria brasileira amplia uso de energia renovável e chega a 64,4% em 2024

247 - A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) registrou um marco histórico no mercado livre de energia varejista, conforme divulgou o jornal Valor Econômico. Em julho deste ano, a empresa alcançou 2.658 clientes ativos e o maior volume de entrega de energia de sua história, com 192 megawatts médios (MWm). O desempenho consolida a estatal mineira como líder do setor e reforça seu protagonismo na abertura do Ambiente de Contratação Livre (ACL), em vigor desde os anos 2000.
Segundo o Valor Econômico, a Cemig também se tornou a primeira comercializadora do país a ultrapassar a marca de 10 mil unidades consumidoras no ACL. Esse resultado consolida duas décadas de atuação contínua da companhia no mercado, que oferece às empresas economia de até 35% na conta de energia elétrica, previsibilidade orçamentária e acesso a fontes renováveis com certificação de origem.
<h3>Estratégia e liderança consolidada</h3>
O vice-presidente de Comercialização da Cemig, Sérgio Lopes, destacou a consistência da estratégia adotada pela companhia. “A Cemig segue atuante no mercado livre, com a mesma intensidade que lhe garante a liderança desde meados dos anos 2000”, afirmou. Ele lembrou ainda a relevância do portfólio da empresa: “Ao longo desses anos, firmamos contratos de fornecimento com alguns dos mais importantes clientes do país, o que nos consolida como o maior player do setor”.
<h3>Expansão e novas oportunidades</h3>
Com a criação da figura do comercializador varejista, em 2023, o acesso ao mercado livre tornou-se mais simplificado. Agora, médias, pequenas e grandes empresas podem aderir ao modelo com maior facilidade, garantindo competitividade em seus setores e investimentos a partir da economia gerada na fatura de energia.
“Com a abertura do mercado livre de energia para o modelo varejista, milhares de clientes potenciais de todo o país têm a oportunidade de contratar o serviço com garantia de qualidade, continuidade e significativos descontos nas faturas”, observou Lopes.
Nos próximos anos, a expectativa é que consumidores do grupo tarifário B — industriais, comerciais e residenciais de baixa tensão — também tenham acesso ao mercado livre, ampliando ainda mais a base de clientes e fortalecendo a transição energética no Brasil.
<h3>Governança e inovação</h3>
Reconhecida internacionalmente, a Cemig se apoia em pilares como governança transparente, solidez financeira e investimentos contínuos em inovação para manter sua liderança. Além de fornecer energia a milhares de consumidores, a companhia auxilia clientes durante a migração ao ACL com análise gratuita de consumo, simulações personalizadas de economia e suporte técnico especializado.
De acordo com Lopes, essa gestão integrada “busca reduzir desperdícios e assegurar que os ganhos financeiros e operacionais se mantenham ao longo do tempo”.
Com a ampliação de sua atuação, a Cemig reafirma não apenas sua força no mercado, mas também seu papel estratégico na expansão do uso de energias renováveis no Brasil.

Luis Mauro Filho

Brasil

Cemig amplia liderança no mercado livre de energia

247 - A Itaipu Binacional iniciou nesta semana a montagem da sua primeira usina solar flutuante experimental no reservatório da hidrelétrica. A informação foi publicada originalmente pelo Broadcast, &nbsp;do Grupo Estado. A expectativa é que os primeiros megawatts-pico sejam gerados ainda em 2025, consolidando o projeto como um marco na diversificação da matriz energética da empresa.
Segundo o Broadcast, a montagem começou com a instalação de 132 painéis fotovoltaicos sobre a lâmina d’água. Ao todo, serão dez conjuntos, somando 1.584 módulos solares. Com capacidade de 1 megawatt-pico (MWp), a planta terá toda a sua produção destinada ao consumo interno da própria hidrelétrica, mas a energia gerada seria suficiente para abastecer cerca de 650 residências.
<h3>Parceria binacional e investimento</h3>
A implantação está a cargo de um consórcio formado pela brasileira Sunlution e pela paraguaia Luxacril, vencedor de licitação no valor de US$ 854,5 mil. O sistema será conectado à subestação da margem paraguaia, localizada próxima ao ponto de instalação da usina flutuante.
Em nota, a Itaipu destacou que “os equipamentos têm certificações internacionais de qualidade, vida útil estimada de 30 anos e resistência a condições climáticas adversas”.
<h3>Potencial de expansão</h3>
Rogério Meneghetti, superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, ressaltou que o projeto pode abrir caminho para uma revolução energética. “Se o projeto experimental se mostrar viável, a Itaipu passa a ter a possibilidade de gerar até 14 mil megawatts se ocupar 10% do espelho d’água do reservatório com placas fotovoltaicas. O volume gerado seria equivalente à da própria Itaipu”, explicou.
Já o diretor-geral brasileiro da binacional, Enio Verri, destacou o caráter inovador da iniciativa. “Esta experiência reforça o papel de Itaipu como promotora da inovação no setor elétrico e na transição energética”, afirmou.

Vista panorâmica da hidrelétrica de Itaipu, que alcançou a marca histórica de 3,1 bilhões de MWh produzidos desde 1984

Itaipu dá início à montagem da usina solar flutuante

247 – A CPFL Energia, empresa controlada pela chinesa State Grid, anunciou que sua matriz de geração passou a ser 100% renovável, consolidando-se como uma das maiores companhias privadas do setor elétrico brasileiro alinhadas à descarbonização. O resultado foi obtido com o encerramento definitivo das operações da UTE EPASA, na Paraíba, que representava 4% da geração da companhia. Essa decisão elimina de forma completa a presença de ativos a combustíveis fósseis no portfólio da CPFL. “Ao antecipar em cinco anos a meta de alcançar 100% da geração renovável, reafirmamos a seriedade dos compromissos assumidos em nosso Plano ESG 2030 e demonstramos a capacidade de avançarmos além do previsto na jornada de sustentabilidade”, destacou Gustavo Estrella, presidente da CPFL Energia.
Com a mudança, a empresa passa a contar exclusivamente com usinas hidrelétricas, eólicas, termelétricas a biomassa e solares fotovoltaicas, totalizando 4.044 MW de capacidade instalada. Hoje, 60% desse montante vem de hidrelétricas, 35% de parques eólicos e 5% de biomassa e energia solar.
A CPFL mantém em andamento um pipeline de mais de 4,4 GW de novos projetos 100% renováveis, reforçando que sua expansão futura seguirá o mesmo caminho sustentável. Um dos exemplos mais recentes é a PCH Cherobim, inaugurada no Paraná em janeiro, que ampliou a capacidade de energia limpa no Sistema Elétrico Nacional.
Em 2024, a companhia já havia registrado uma redução de 59% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação com a linha de base de 2021, consolidando o plano de neutralidade de carbono a partir de 2025.
<h2>Agenda ESG e reconhecimento internacional</h2>
O compromisso ambiental da CPFL Energia foi reconhecido pela Science Based Targets initiative (SBTi), que validou cientificamente suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. Isso garante que a estratégia da companhia está alinhada ao Acordo de Paris e ao esforço global para limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C.
No campo social, a CPFL se destaca com o programa CPFL nos Hospitais, que já beneficiou mais de 600 instituições públicas e filantrópicas em mais de 300 municípios. O investimento total chega a R$ 300 milhões, gerando uma economia estimada de R$ 33 milhões por ano em custos de energia e reduzindo mais de 7 mil toneladas de CO₂. Com o anúncio da Fase 3, será destinado um aporte adicional de R$ 120 milhões.
No pilar de governança, a empresa mantém adesão a padrões internacionais como TCFD, CDP e Pacto Global da ONU, reforçando a transparência e a credibilidade da sua atuação.
<h2>Conexão Brasil-China</h2>
A trajetória sustentável da CPFL está integrada à estratégia global da controladora State Grid, que promove projetos socioambientais no Brasil. Um dos exemplos é a iniciativa de dessalinização no Rio Grande do Norte, que fornece água potável para cerca de 3 mil pessoas em João Câmara por meio de tecnologia chinesa de última geração.
Outro destaque são os projetos ambientais no Rio Grande do Sul, com investimentos de quase R$ 18 milhões, que beneficiam 2.800 famílias em 140 municípios e contribuem para a recuperação de mais de 5 mil hectares do Pampa e da Mata Atlântica.
<h2>Perspectivas e COP 30</h2>
A conquista da matriz 100% renovável ocorre em um momento simbólico, às vésperas da COP 30, que será realizada no Brasil. Para Gustavo Estrella, a transição energética não pode ser encarada apenas como responsabilidade individual. “A transição energética não é apenas uma responsabilidade individual, mas um esforço coletivo que depende da cooperação entre empresas, governos e sociedade civil. A companhia defende políticas públicas consistentes e investimentos robustos em infraestrutura como fatores essenciais para acelerar a descarbonização”, afirmou o executivo.
Em 2024, a CPFL investiu R$ 5,8 bilhões em seus negócios e prevê aportar R$ 29,8 bilhões até 2029, priorizando infraestrutura, digitalização e resiliência climática, consolidando-se como uma das empresas líderes da transição energética no Brasil.

Redação Brasil 247

Grupo de energia CPFL, controlado pela chinesa State Grid, alcança matriz 100% renovável no Brasil

247 - O Brasil consolidou sua posição como uma das maiores referências globais em geração de energia sustentável. De acordo com dados do Balanço Energético Nacional (BEN) 2025, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 88,2% da eletricidade produzida no país em 2024 teve origem em fontes renováveis.&nbsp;
De acordo com a Agência Gov, o levantamento mostra que as fontes solar e eólica cresceram de forma significativa e, juntas, responderam por 23,7% da eletricidade gerada no Brasil no último ano. Esse desempenho reforça o protagonismo nacional na transição energética global e confirma a liderança do país em uma matriz mais limpa e diversificada.
Segundo o relatório, a energia eólica apresentou expansão de 12,4%, enquanto a solar teve um salto de 39,6%. O gás natural também cresceu, com alta de 23,9%. Esse movimento provocou leve redução na participação das hidrelétricas, que recuaram 1,0% na matriz elétrica nacional.
No total, a oferta interna de energia elétrica em 2024 chegou a 762,9 terawatt-hora (TWh), representando um crescimento de 5,5% em relação a 2023.
A publicação ressalta que o índice brasileiro está muito acima da média global e também supera o desempenho dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Desde 2004, o Brasil mantém participação de fontes renováveis superior a 70%, consolidando-se como um dos líderes mundiais na geração sustentável de eletricidade.
O Balanço Energético Nacional é divulgado anualmente pelo MME em parceria com a EPE. O documento reúne dados sobre oferta e consumo de energia no país, abordando desde a extração de recursos primários até a distribuição e o uso final. Além disso, contabiliza importações, exportações e processos de conversão em diferentes formas de energia. A EPE, vinculada ao MME, é a responsável pela elaboração técnica do levantamento desde 2004.

Brasil alcança 88% de energia elétrica proveniente de fontes renováveis

Agência Brasil - A companhia Hitachi Energy inicia nesta terça-feira (26) a construção de nova fábrica de transformadores elétricos de potência no Vale do Paraíba, em Pindamonhangaba, no interior paulista. O anúncio deverá contar com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, natural do município.
Segundo a empresa, os equipamentos que serão fabricados na nova planta são essenciais para a operação das redes elétricas, na expansão da geração de energia renovável e desempenham papel fundamental na construção de data centers – necessários para viabilizar tecnologias de inteligência artificial.&nbsp;
A nova fábrica faz parte de um investimento de cerca de US$ 200 milhões da Hitachi Energy no Brasil, anunciado em 2024. Cerca de 80% desse valor será destinado à construção da nova unidade.
“A localização estratégica da cidade, no interior de São Paulo, foi decisiva para a escolha, já que está entre São Paulo e o Rio de Janeiro e próxima aos portos de Itaguaí (RJ) e Santos (SP). Prevista para ser concluída em 2028, a fábrica contará com produção de transformadores de última geração, utilizando maquinário moderno e eficiente”, destacou a companhia, em nota.
A nova fábrica é a terceira planta industrial da empresa no Brasil, que já tem unidades em Guarulhos (SP) e Blumenau (SC). &nbsp;A área construída será de 46.300 metros quadrados, na primeira fase, e deverá gerar 450 empregos diretos e cerca de 1,8 mil indiretos.

Hitachi anuncia nova fábrica visando data centers e energia renovável

247 - A metrópole de Shenzhen, no sul da China, deu início a um ambicioso programa de incentivo para estimular proprietários de veículos de nova energia (NEVs) a utilizar eletricidade proveniente de fontes renováveis em suas recargas. A informação foi divulgada pela <a href="https://xhnewsapi.xinhuaxmt.com/share/news_pc?id=1115106328883200&amp;showType=3002&amp;utdId=09ac6ebb9873620c10be3deaacd55dab&amp;version=4.1.0">Agência Xinhua</a>, que destacou o lançamento oficial da iniciativa batizada de “Carro Verde, Eletricidade Verde”.
Pela nova regra, motoristas que acumularem 1.000 kWh em recargas em qualquer uma das 11 estações de eletricidade verde espalhadas pela cidade terão direito a um certificado verde personalizado, emitido pela Administração Nacional de Energia (NEA). Durante o evento de lançamento, na estação de supercarregamento Lianhuashan, os participantes receberam um selo simbólico da campanha e um cartão de recarga no valor de 50 yuans (cerca de US$ 7).
O certificado verde é um documento comercial que comprova o uso de energia renovável — eólica, solar ou biomassa. Segundo Cheng Kun, executivo do escritório de fornecimento de energia de Shenzhen da China Southern Power Grid, essa certificação representa “uma prova confiável do apoio do proprietário ao desenvolvimento verde e de baixo carbono e de sua contribuição à proteção ambiental”.
A China implementou o sistema de certificados verdes em caráter piloto em 2017. Em dezembro de 2023, a NEA distribuiu o primeiro lote. Apenas entre janeiro e junho de 2025, foram emitidos mais de 1,37 bilhão de certificados, dos quais 348 milhões já foram transacionados em todo o país.
De acordo com a China Southern Power Grid, as 11 estações de Shenzhen operam hoje com 100% de energia renovável, adquirida via comércio de eletricidade verde ou fornecida por diferentes províncias.
A iniciativa foi estruturada a partir de diretrizes divulgadas em março pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) e outros órgãos federais, que defendem a expansão das estações de recarga verde como forma de impulsionar o consumo de energia limpa no setor de transportes.
A prática já se espalha por outras regiões. Em Jingjiang, província de Jiangsu, as estações exibem nas telas a mensagem: “A eletricidade que está sendo carregada é 100% eletricidade verde”. Para motoristas como Wang Xiaodong, proprietário de um NEV, a mudança é perceptível: “Eu costumava me concentrar apenas na rapidez com que conseguia carregar meu veículo, mas agora também consigo ver as contribuições ambientais que estou fazendo”, afirmou, exibindo o certificado digital que comprova a origem da energia usada em seu carro.
A adesão ao modelo sustentável já é realidade em mais de 200 postos de recarga em rodovias de Jiangsu, que atingiram 100% de fornecimento verde. Pequim também anunciou, em maio do ano passado, que adotará medidas inovadoras para ampliar o consumo de eletricidade renovável nos veículos elétricos.
A política de incentivo, segundo a reportagem, se insere no compromisso chinês de atingir o pico das emissões de carbono até 2030 e a neutralidade até 2060. Em julho, Zhou Haibing, vice-presidente da NDRC, destacou que a capacidade instalada de energia renovável já alcançou 2,09 bilhões de quilowatts, mais que o dobro do registrado no 13º Plano Quinquenal (2016-2020).
O mercado de veículos de nova energia acompanha esse crescimento: 31,4 milhões de NEVs circulavam na China em 2024, contra 4,92 milhões no fim do ciclo 2016-2020. Shenzhen, com sua nova iniciativa, desponta como referência mundial na integração entre transporte elétrico e energia limpa.

Linha produção de carros elétricos na China

Mundo

China avança em programa para incentivar recarga de carros elétricos com energia 100% renovável

247 - O uso de fontes renováveis de energia nas residências brasileiras atingiu um patamar histórico. De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN) 2025, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), o índice de renovabilidade do setor residencial alcançou 71,8% em 2024. O levantamento, divulgado em maio deste ano, reforça o avanço do país rumo a uma matriz mais limpa e sustentável.
Segundo os dados oficiais, o setor residencial respondeu por quase 80% de todo o consumo de energia solar térmica no Brasil. No segmento comercial, essa participação foi de 17,4%, colocando-o como segundo maior consumidor de fontes renováveis. Já na indústria, a energia solar térmica representou 3,1% do consumo energético, evidenciando a substituição gradual de fontes fósseis por alternativas mais sustentáveis.
Avanço da transição energética - O BEN mostra que a transição energética brasileira avança de forma consistente em diferentes setores. Além da expansão da energia solar térmica, cresce a participação de fontes eólica, solar fotovoltaica e biocombustíveis na matriz nacional. O relatório detalha o desempenho de cada segmento — residencial, comercial e industrial —, destacando o papel das políticas públicas e dos investimentos privados para viabilizar essa mudança.
Publicada anualmente, a pesquisa contabiliza a oferta e o consumo de energia no país, incluindo a extração de recursos energéticos primários, a conversão em formas secundárias, importações, exportações, distribuição e uso final. Desde 2004, a EPE é responsável pela elaboração e divulgação do documento, consolidando dados que orientam estratégias do setor energético.
<h3>Série especial para popularizar dados</h3>
Para ampliar o acesso às informações, o MME lançou a série Energia do Brasil, que apresenta de forma didática os principais números e tendências do BEN. A iniciativa inclui infográficos e análises sobre a descarbonização da matriz, a eletrificação do transporte, a diversificação dos biocombustíveis e a expansão das fontes solar e eólica.
O conteúdo busca aproximar a população dos debates sobre energia, mostrando como cada segmento da economia — e também as residências — tem papel fundamental na redução das emissões e na construção de um modelo energético sustentável.

Uso de energia limpa cresce e já representa 71,8% do consumo residencial no Brasil

247 - O Brasil conta atualmente com 111 empreendimentos vinculados à cadeia produtiva do hidrogênio verde, combustível limpo que não gera poluentes. A informação faz parte de um levantamento inédito divulgado pela consultoria Clean Energy Latin America (CELA).
Os projetos identificados estão espalhados por 15 estados e representam um total de R$ 454 bilhões em investimentos já anunciados. O estudo, segundo a coluna do jornalista <a href="https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2025/07/brasil-tem-111-projetos-de-hidrogenio-verde-com-r-454-bi-investidos-veja-mapeamento.ghtml">Lauro Jardim</a>, de O Globo, não se limita ao hidrogênio verde: também abrange alternativas sustentáveis como a amônia verde, o e-metanol e o chamado aço verde — todos considerados de relevância estratégica para a transição energética.
A CELA aponta que a operação plena desses empreendimentos exigirá a instalação de novas usinas de energia renovável no país. Segundo os cálculos da consultoria, a capacidade instalada adicional necessária para atender essa demanda é da ordem de 90 gigawatts (GW), o que equivale a mais de 60% de toda a atual capacidade elétrica brasileira.
O estudo destaca ainda a competitividade da amônia verde produzida no Brasil. De acordo com a análise, o custo por tonelada dessa substância — quando obtida de fontes renováveis — varia entre US$ 539 e US$ 1.103, valores inferiores aos da amônia convencional produzida com combustíveis fósseis, que pode chegar a US$ 1.300. Já o custo do hidrogênio verde brasileiro oscila entre US$ 2,83 e US$ 6,16 por quilo, segundo o mesmo levantamento.

Brasil já soma 111 projetos de hidrogênio verde e similares com R$ 454 bilhões em investimentos

(Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou nesta segunda-feira que as agências federais reforcem as disposições da nova lei de cortes de impostos e gastos que revogam ou modificam os créditos fiscais para projetos de energia solar e eólica.
Em um decreto, Trump disse que os recursos de energia renovável não eram confiáveis, eram caros, substituíam fontes de energia mais confiáveis, dependiam de cadeias de suprimentos controladas por estrangeiros e eram prejudiciais ao ambiente natural e à rede elétrica.
O decreto instrui o Departamento do Tesouro a aplicar a eliminação gradual dos créditos fiscais para projetos eólicos e solares que foram revertidos no projeto de orçamento aprovado pelo Congresso e sancionado por Trump na semana passada.
Também orienta o Departamento do Interior a analisar e revisar quaisquer políticas que favoreçam as energias renováveis em detrimento de outras fontes de energia.
Ambas as agências devem apresentar um relatório à Casa Branca dentro de 45 dias, detalhando as medidas tomadas.
A nova lei de cortes de impostos e gastos efetivamente encerra os créditos fiscais de energia renovável após 2026 se os projetos não tiverem iniciado a construção. Os projetos eólicos e solares cuja construção for iniciada depois disso deverão ser colocados em serviço até o final de 2027. De acordo com a lei anterior, os desenvolvedores de projetos poderiam reivindicar um crédito fiscal de 30% até 2032.

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