247 - A integração de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) se concretizou neste mês com a energização do Linhão Manaus–Boa Vista, projeto de infraestrutura aguardado há anos. A medida garante fornecimento estável de energia, reduz custos e abre caminho para que o estado se torne referência em setores estratégicos como saúde, tecnologia, turismo, irrigação e agronegócio.
O empreendimento recebeu investimentos de R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 2,5 bilhões financiados pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) por meio dos Fundos Constitucionais do Norte (FNO) e da Amazônia (FDA). No último dia 21 de setembro, Roraima chegou a exportar 27 megawatts (MW) ao SIN, demonstrando que a geração local já supera a própria demanda.
<h2>Potencial para transformar a economia do estado</h2>
Para o secretário extraordinário de Atração de Investimentos do governo estadual, Aluízio Nascimento da Silva, a conexão representa apenas o início de um ciclo mais amplo de desenvolvimento. “O grande negócio do linhão não é só Roraima estar no sistema nacional, mas criar condições para atrair investimentos e, no futuro, disponibilizar energia ao SIN. Queremos transformar essa capacidade em uma regra e fazer dela o grande negócio do estado”, afirmou.
A linha de transmissão, em circuito duplo de 500 kV, liga as subestações Lechuga, Equador e Boa Vista. No momento, opera com cerca de 55% da carga, enquanto o restante continua suprido por usinas locais até o encerramento dos contratos em vigor.
Com a nova infraestrutura, Roraima terá acesso ao mercado livre de energia, condição essencial para futuros empreendimentos industriais, projetos de irrigação e expansão do agronegócio, setor que já cresce em ritmo acelerado no estado.
<h2>Interesse em data centers, agroindústria e exportação</h2>
Segundo Nascimento, diversos segmentos já manifestam interesse em investir no estado. “Um setor que me deixa muito animado é o de data centers. Já estamos recebendo propostas nesse sentido, assim como de agroindústrias finalísticas, como frigoríficos de frango, visando o consumo local e do Amazonas, que juntos somam quase 5 milhões de consumidores, mas também para atender a vizinhos como Venezuela, Colômbia, Guiana e até os países do Caribe, um mercado de mais de 60 milhões de pessoas. Tudo isso só é possível com energia de confiança”, destacou.
Outro ponto estratégico é a conectividade. Com a Guiana recebendo quatro cabos de fibra ótica internacionais em Georgetown, há possibilidade de aproveitar essa estrutura e oferecer redundância de rede para todo o Norte do Brasil.
<h2>Programa Roraima Day fortalece a atração de investidores</h2>
Além do setor energético, o estado vem promovendo o programa Roraima Day, criado em 2019 para apresentar o potencial local a investidores nacionais e internacionais. Desde o lançamento, o evento já percorreu nove estados brasileiros, atraindo centenas de empresas.
Na edição mais recente, em Curitiba, 163 companhias participaram, e segundo Nascimento, os resultados são imediatos: “Tenho 34 visitas marcadas in loco de pessoas que estavam em Curitiba”, revelou.
<h2>Energização contou com presença do presidente Lula</h2>
A cerimônia de energização do linhão ocorreu em 10 de setembro, a partir da sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do MIDR, Waldez Góes.
Para Góes, o projeto representa um marco no desenvolvimento da região amazônica. “O presidente Lula segue firme garantindo à Amazônia aquilo que é condicionante para o processo de desenvolvimento e agregar valor às nossas vocações produtivas, que é inovação tecnologia, infraestrutura, energia de qualidade e logística”, afirmou.
<h2>Impactos fiscais e ambientais</h2>
Com a entrada de Roraima no SIN, há expectativa de forte redução de custos com combustíveis fósseis. Atualmente, usinas termelétricas a diesel são responsáveis pelo abastecimento local, pressionando a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), subsídio pago por todos os brasileiros.
De acordo com Roberto Wagner Lima, gerente de Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), até 2026 o linhão de Tucuruí deve suprir cerca de 70% da demanda estadual. Essa mudança poderá representar uma economia superior a R$ 500 milhões anuais. “O Linhão, além de garantir segurança energética para Roraima, vai aliviar o bolso de todos os consumidores do país, reduzindo a necessidade desse subsídio aos combustíveis fósseis”, destacou.
Com a conexão definitiva ao sistema nacional, Roraima deixa de ser a única unidade da federação isolada da rede elétrica e passa a ocupar papel central na estratégia energética e econômica da Amazônia.

Guilherme Levorato

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Brasil Soberano

Roraima passa a integrar sistema elétrico nacional e se consolida como polo estratégico para novos investimentos

247 - Ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, chairman do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), criticou duramente o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Assembleia Geral da ONU. Em postagem nas redes sociais, Prates classificou como “desonestidade intelectual, demagogia barata e irresponsabilidade ambiental” as declarações do líder norte-americano sobre energia eólica.
Trump afirmou que a fonte é “patética” e “a mais cara do mundo”, além de insinuar que a China apenas vende turbinas, mas não aproveita o vento para gerar eletricidade. Segundo Prates, essas afirmações carecem de base técnica e ignoram dados recentes de agências internacionais de energia.
<h2>Energia eólica é competitiva e estratégica</h2>
Prates destacou que a energia eólica terrestre (onshore) está entre as fontes mais baratas da matriz elétrica global. Relatórios da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) e da Agência Internacional de Energia (IEA) comprovam que o custo nivelado de eletricidade (LCOE) da eólica onshore já compete, e em muitos casos supera, o de usinas fósseis como gás natural e carvão.
Embora a geração offshore ainda apresente custos mais elevados, o ex-presidente da Petrobras ressaltou que esses valores estão em rápida queda, impulsionados pela inovação tecnológica, pela escala de produção e pelo fortalecimento das cadeias de suprimento globais. “Chamar a fonte de ‘a mais cara do mundo’ não passa de retórica política sem fundamento técnico”, afirmou.
<h2>China lidera em capacidade instalada</h2>
Em contraposição ao discurso de Trump, Prates lembrou que a China é hoje a principal potência mundial em geração eólica. Entre 2023 e 2024, o país asiático foi responsável por mais da metade da nova capacidade instalada global, tanto em projetos onshore quanto offshore.
“As maiores turbinas eólicas já fabricadas, de 16 a 18 MW, são chinesas e estão sendo instaladas em parques offshore”, destacou Prates. Ele acrescentou que é incorreto afirmar que a China apenas comercializa equipamentos: “Na realidade, os chineses utilizam a energia eólica em escala inédita, integrando-a a políticas industriais e de descarbonização”.
<h2>Retórica política versus realidade de mercado</h2>
Não é a primeira vez que Trump ataca a energia eólica. Durante sua presidência, ele chegou a difundir alegações sem respaldo científico, como a de que turbinas poderiam causar câncer pelo barulho. Para Prates, essa narrativa está diretamente ligada ao apoio do presidente norte-americano a combustíveis fósseis — carvão, gás e petróleo — e ao apelo a setores rurais conservadores que resistem à mudança da paisagem.
Enquanto isso, no mercado internacional, a eólica é cada vez mais vista como estratégica para garantir segurança energética e competitividade industrial. “As falas de Trump se assemelham mais a um papo de clube de golfe, regado a estatísticas distorcidas e argumentos equivocados, do que a um discurso alinhado à realidade econômica e tecnológica”, concluiu Prates.
Para o ex-senador, o ataque do presidente dos Estados Unidos não apenas ignora a transformação em curso no setor energético, como também desconsidera a relevância da energia eólica como pilar da matriz elétrica do século XXI.

Jean Paul Prates e energia eólica offshore

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Meio Ambiente

"Desonestidade, demagogia e irresponsabilidade ambiental", diz Jean Paul Prates sobre Trump na ONU

247 - A Alupar Investimento S.A. (B3: ALUP11) anunciou nesta terça-feira (23) que a Transnorte Energia (TNE), sua joint venture com a Eletronorte, recebeu autorização do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para iniciar a operação comercial da linha de transmissão que conecta o Amazonas a Roraima. A informação foi publicada pelo <a href="https://brazilstockguide.com/insights/alupar-roraima-national-power-grid/">Brazil Stock Guide</a>.
O projeto entra em operação no dia 16 de setembro de 2025 e garantirá uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 561,7 milhões para o ciclo tarifário 2025/2026. Com 724 quilômetros de linhas de transmissão em 500 kV, o empreendimento representa a integração definitiva do último estado brasileiro que ainda operava de forma isolada ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
<h2>Redução de custos e maior estabilidade</h2>
A conexão direta permitirá substituir a geração cara e poluente de energia a diesel, que era usada em caráter emergencial em Roraima. Segundo a Alupar, a nova estrutura garante energia mais limpa, barata e estável, além de reduzir o risco de apagões e apoiar o desenvolvimento econômico regional.
<h2>Um projeto de longa duração</h2>
O empreendimento foi originalmente concedido em 2011 em leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), mas só foi concluído em 2025 — após 14 anos de desafios. Entre os obstáculos, estiveram questões de licenciamento ambiental, obras compensatórias em terras indígenas, disputas judiciais e uma arbitragem internacional iniciada em 2022.
O ponto de virada ocorreu em junho de 2025, quando a ANEEL publicou a Resolução nº 1.991, encerrando a arbitragem e destravando a conclusão do projeto. Em julho do mesmo ano, uma segunda alteração contratual consolidou o acordo financeiro e regulatório.
<h2>Um marco para o setor elétrico brasileiro</h2>
A Alupar classificou a linha da TNE como “um projeto emblemático para o setor elétrico brasileiro”. Além de concluir a integração de todos os estados brasileiros em um único sistema interligado, a empresa destacou que a obra só foi possível graças ao alinhamento entre os setores público e privado.
Em comunicado, a companhia reforçou seu compromisso com o crescimento sustentável, disciplina financeira, excelência operacional e geração de valor de longo prazo.

Redação Brasil 247

Torre de transmissão de energia elétrica 

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Brasil

Alupar conecta Roraima ao sistema nacional de energia

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de US$ 71,4 milhões, cerca de R$ 390 milhões, para apoiar a exportação de equipamentos da WEG S.A. ao Chile. Segundo o jornal <a href="https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2025/09/17/bndes-aprova-r-390-milhoes-para-exportacao-de-equipamentos-da-weg-para-linha-de-transmissao-no-chile-operada-por-brasileira.ghtml">O Globo</a>, os recursos serão destinados à subsidiária da Alupar no país vizinho, responsável pela operação de uma nova linha de transmissão de energia elétrica.
De acordo com o BNDES, os equipamentos produzidos pela WEG — multinacional brasileira especializada em soluções eletroeletrônicas — serão empregados em duas subestações localizadas nas províncias de Antofagasta e Atacama. A infraestrutura será administrada pela Sincro Energía del Desierto (SED), subsidiária chilena da Alupar.
<h2>Concessão internacional e expansão energética</h2>
A Alupar, que atua em geração e transmissão de energia em quatro países da América do Sul, conquistou a concessão do projeto em licitação internacional realizada em 2024. O contrato prevê que as subestações Ana María e Illapa sejam operadas pela empresa brasileira durante 25 anos.
“A SED contribuirá para o fortalecimento da infraestrutura de transmissão elétrica no Chile, assegurando maior confiabilidade no fornecimento de energia em uma região estratégica para a expansão das fontes renováveis”, destacou o BNDEs em nota.&nbsp;
<h2>Financiamento de exportações</h2>
O empréstimo foi concedido por meio da linha BNDES Exim Pós-embarque, mecanismo que financia exportações brasileiras a partir de operações realizadas por clientes importadores no exterior. Nesse caso, a importadora é a própria subsidiária chilena da Alupar.
Ainda de acordo com a reportagem, os itens que serão fornecidos pela WEG incluem compensadores síncronos, transformadores de força e sistemas auxiliares, fundamentais para o funcionamento das novas subestações.

Paulo Emilio

Economia

BNDES aprova financiamento de R$ 390 mi para exportações da WEG ao Chile

Agência Brasil - Estudantes e professores do 8º e do 9º ano do ensino fundamental poderão se inscrever até o dia 30 de setembro na quarta edição da Olimpíada Nacional de Eficiência Energética (ONEE), a competição educacional do setor elétrico.
O evento objetiva despertar a conscientização sobre o consumo responsável de energia, sustentabilidade e os impactos sociais e econômicos associados ao uso dos recursos naturais e combina a proposição de desafios com gamificação, que consiste na aplicação de jogos para aumentar o engajamento, a motivação e a participação.
A edição 2025 da ONEE é promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e contará com a atuação conjunta de 48 distribuidoras de energia elétrica do país.
A expectativa dos organizadores é alcançar a participação de 500 mil estudantes dos últimos anos do ensino fundamental de todo o país.
<h2>Como participar</h2>
Os interessados em participar da edição de 2025 devem se inscrever virtualmente no <a href="https://inscricao.onee.org.br/?_gl=1*490ups*_ga*MTU2MDkyODQ4NC4xNzU3NzA2OTQ0*_ga_TYR45139LZ*czE3NTc3MDY5NDQkbzEkZzEkdDE3NTc3MDcxNjckajU4JGwwJGgxNDM5MzcxMjA2" target="_blank">site da Olimpíada Nacional de Eficiência Energética</a>. A participação é gratuita.
<h2>Competição</h2>
Na primeira fase, os alunos vão participar de desafios gamificados sobre eficiência energética. Já na segunda etapa, eles realizarão uma prova objetiva, disponível no site ou aplicativo da <a href="https://onee.org.br/" target="_blank">ONEE</a>.
Os professores também terão apoio com formação a distância (EaD) de 40 horas e mentorias coletivas.
<h2>Premiação</h2>
As premiações são para os alunos vencedores e para docentes. Além de um curso de formação exclusivo para os professores ele vão competir nas seguintes modalidades:
<ul>
 <li>regional (100 professores): os 20 professores com mais pontos em cada uma das 5 regiões do Brasil recebem vale-presente de R$ 2 mil;</li>
 <li>estadual (27 professores): o professor com maior pontuação em cada estado e no Distrito Federal ganha uma viagem com despesas pagas a Brasília. Caso já estejam entre os 100 premiados regionalmente, garantem a premiação; se não, substituem automaticamente o professor de menor pontuação da região.</li>
 <li>nacional adicional (3 professores): os 3 professores com maior pontuação no ranking nacional recebem vales-presente de R$ 15 mil (1º), R$ 10 mil (2º) e R$ 7,5 mil (3º).</li>
 <li>por alunos destaque (3 professores): os educadores dos três alunos mais bem colocados no Brasil recebem vales-presente de R$ 15 mil, R$ 10 mil e R$ 7,5 mil.</li>
</ul>
Já a premiação para alunos inclui 10 mil medalhas para os melhores estudantes e eles também concorrem a prêmios especiais:
<ul>
 <li>premiação estadual: o melhor aluno de cada estado e do Distrito Federal recebe viagem com todas as despesas pagas para Brasília para a Solenidade Nacional de Premiação, junto de um responsável, e um notebook.</li>
 <li>Premiação Nacional Adicional: os cinco melhores alunos do Brasil ganham vale-presente de R$ 2 mil.</li>
</ul>
Saiba mais sobre a competição no <a href="http://https//onee.org.br/" target="_blank">site oficial</a>. Em caso de dúvidas, escreva para o e-mail contato@onee.org.br

Brasil Sustentável

Inscrições para Olimpíada de Eficiência Energética já estão abertas

247 - O Ministério de Minas e Energia anunciou nesta terça-feira (2) a abertura de uma consulta pública com propostas de regulamentação para ampliar o acesso ao mercado livre de energia. A medida, aguardada há anos pelo setor elétrico, abre caminho para que consumidores residenciais possam negociar diretamente a compra de energia com fornecedores, geradores ou comercializadores. As informações são da <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/09/governo-propoe-regras-para-abertura-total-do-mercado-livre-de-energia.shtml">Folha de S.Paulo</a>.&nbsp;
Conhecido como ambiente de contratação livre (ACL), esse modelo já é realidade para empresas de diferentes portes, que negociam preços e prazos de forma independente das distribuidoras. No mercado regulado, ao contrário, consumidores como residências ficam vinculados a tarifas definidas pelas concessionárias. Segundo a reportagem da Folha, a novidade pode reduzir custos para famílias, uma vez que até mesmo pequenos consumidores de baixa tensão — abaixo de 2,3 kilovolts (kV) — poderão aderir ao ACL.
Entre os pontos centrais do texto em consulta está a definição do papel do Supridor de Última Instância (SUI), que será responsável por garantir o abastecimento de energia em situações emergenciais, como problemas no fornecimento por parte de vendedores. A figura do SUI busca assegurar que nenhum consumidor fique desamparado contratualmente em caso de falhas.
A abertura do mercado livre está prevista na medida provisória nº 1.300, publicada em maio deste ano, que propõe uma série de reformas no setor elétrico brasileiro. O texto começou a tramitar no Congresso na semana passada e precisa ser aprovado até meados de setembro para não perder a validade.

Linhas de transmissão de energia conectadas à usina hidrelétrica de Itaipu
11/10/2021 

Governo apresenta proposta para abertura total do mercado livre de energia

247 - O Brasil consolidou sua posição como uma das maiores referências globais em geração de energia sustentável. De acordo com dados do Balanço Energético Nacional (BEN) 2025, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 88,2% da eletricidade produzida no país em 2024 teve origem em fontes renováveis.&nbsp;
De acordo com a Agência Gov, o levantamento mostra que as fontes solar e eólica cresceram de forma significativa e, juntas, responderam por 23,7% da eletricidade gerada no Brasil no último ano. Esse desempenho reforça o protagonismo nacional na transição energética global e confirma a liderança do país em uma matriz mais limpa e diversificada.
Segundo o relatório, a energia eólica apresentou expansão de 12,4%, enquanto a solar teve um salto de 39,6%. O gás natural também cresceu, com alta de 23,9%. Esse movimento provocou leve redução na participação das hidrelétricas, que recuaram 1,0% na matriz elétrica nacional.
No total, a oferta interna de energia elétrica em 2024 chegou a 762,9 terawatt-hora (TWh), representando um crescimento de 5,5% em relação a 2023.
A publicação ressalta que o índice brasileiro está muito acima da média global e também supera o desempenho dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Desde 2004, o Brasil mantém participação de fontes renováveis superior a 70%, consolidando-se como um dos líderes mundiais na geração sustentável de eletricidade.
O Balanço Energético Nacional é divulgado anualmente pelo MME em parceria com a EPE. O documento reúne dados sobre oferta e consumo de energia no país, abordando desde a extração de recursos primários até a distribuição e o uso final. Além disso, contabiliza importações, exportações e processos de conversão em diferentes formas de energia. A EPE, vinculada ao MME, é a responsável pela elaboração técnica do levantamento desde 2004.

Brasil alcança 88% de energia elétrica proveniente de fontes renováveis

247 - O governo federal estabeleceu a meta de realizar 400 mil novas ligações do Luz para Todos até 2028, mais da metade na Amazônia Legal, dentro do Novo PAC. A projeção foi apresentada nesta terça-feira (19/8), em evento do Ministério de Minas e Energia que avaliou investimentos de 2023 a 2025 e o primeiro ano de gestão da ENBPar
Neste período, foram 123,2 mil novas ligações, beneficiando cerca de 500 mil pessoas. No mesmo recorte de tempo, dez contratos adicionais foram firmados para atender 22 mil novas unidades consumidoras, com R$ 735 milhões em investimentos em comunidades do Acre, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins. Para 2026, o planejamento prevê R$ 3 bilhões para mais 80 mil conexões
Ao destacar a retomada do programa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou: “O programa Luz para Todos é um grande exemplo de política pública que transforma vidas. No próximo ano, R$ 3 bilhões em investimentos já estão previstos para 80 mil novas ligações. Até 2028, no âmbito do Novo PAC, serão mais 400 mil ligações realizadas, mais da metade delas na Amazônia Legal. O Luz para Todos voltou com toda força no atual governo e só vamos parar quando chegarmos até o último brasileiro que não dispõe desse serviço básico”
O presidente da ENBPar, Marlos Costa de Andrade, reforçou o foco social e territorial da iniciativa: “Esse é o nosso objetivo, essas são nossas metas: levar mais desenvolvimento social para as pessoas, diminuir a desigualdade e, através de nossas ações para levar energia, levar, também, melhoria na qualidade de vida, assim como emancipar as pessoas que mais precisam. Estamos trabalhando em conjunto, buscando desenvolver os rincões do país”
Criado em 2003, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Luz para Todos soma mais de 3,7 milhões de famílias conectadas — cerca de 17,7 milhões de brasileiros — e R$ 27 bilhões investidos desde sua origem. Relançado em 2023 com prioridade para soluções sustentáveis, o programa mira atender mais de 2 milhões de famílias até 2026, levando energia a áreas rurais e comunidades tradicionais, com destaque para sistemas solares fotovoltaicos em territórios indígenas, quilombolas e ribeirinhos
Um exemplo recente vem de Timon (MA). Moradora da cidade, Flaviana Pereira, 36 anos, relata o impacto direto da chegada da rede elétrica em agosto: “A energia chegou para melhorar nossa vida. Eu trabalho na minha horta e preciso de irrigação. A que eu usava era bem fraca e agora vou conseguir ampliar a horta e melhorar a renda da minha família. Na rotina, ela ajuda a conservar os alimentos, a ter água gelada e sem falar na iluminação nas ruas à noite, melhorou muito a segurança da região”
A ENBPar — estatal vinculada ao MME, criada pela Lei nº 14.182/2021 e constituída em 2022 — coordena, desde 2024, a parceria que acelera a execução do Luz para Todos ao manter sob controle da União as operações nucleares e funções estratégicas antes atribuídas à Eletrobras. Essa governança favorece projetos em áreas remotas, onde a expansão de redes e a adoção de energia solar descentralizada reduzem custos logísticos e prazos de implantação

Luis Mauro Filho

Linhas de transmissão de  energia elétrica

Governo projeta 400 mil novas ligações do Luz para Todos até 2028

247 - O uso de fontes renováveis de energia nas residências brasileiras atingiu um patamar histórico. De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN) 2025, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), o índice de renovabilidade do setor residencial alcançou 71,8% em 2024. O levantamento, divulgado em maio deste ano, reforça o avanço do país rumo a uma matriz mais limpa e sustentável.
Segundo os dados oficiais, o setor residencial respondeu por quase 80% de todo o consumo de energia solar térmica no Brasil. No segmento comercial, essa participação foi de 17,4%, colocando-o como segundo maior consumidor de fontes renováveis. Já na indústria, a energia solar térmica representou 3,1% do consumo energético, evidenciando a substituição gradual de fontes fósseis por alternativas mais sustentáveis.
Avanço da transição energética - O BEN mostra que a transição energética brasileira avança de forma consistente em diferentes setores. Além da expansão da energia solar térmica, cresce a participação de fontes eólica, solar fotovoltaica e biocombustíveis na matriz nacional. O relatório detalha o desempenho de cada segmento — residencial, comercial e industrial —, destacando o papel das políticas públicas e dos investimentos privados para viabilizar essa mudança.
Publicada anualmente, a pesquisa contabiliza a oferta e o consumo de energia no país, incluindo a extração de recursos energéticos primários, a conversão em formas secundárias, importações, exportações, distribuição e uso final. Desde 2004, a EPE é responsável pela elaboração e divulgação do documento, consolidando dados que orientam estratégias do setor energético.
<h3>Série especial para popularizar dados</h3>
Para ampliar o acesso às informações, o MME lançou a série Energia do Brasil, que apresenta de forma didática os principais números e tendências do BEN. A iniciativa inclui infográficos e análises sobre a descarbonização da matriz, a eletrificação do transporte, a diversificação dos biocombustíveis e a expansão das fontes solar e eólica.
O conteúdo busca aproximar a população dos debates sobre energia, mostrando como cada segmento da economia — e também as residências — tem papel fundamental na redução das emissões e na construção de um modelo energético sustentável.

Uso de energia limpa cresce e já representa 71,8% do consumo residencial no Brasil

247 - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisou para cima sua estimativa de reajuste médio nas tarifas de energia elétrica para 2025, passando de 3,5% para 6,3%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (11) no boletim trimestral sobre tarifas, segundo informações do Valor Econômico. A nova projeção indica que o impacto no bolso do consumidor deverá ficar acima da inflação prevista para o ano.
De acordo com a Aneel, a principal razão para o aumento da projeção é o orçamento aprovado para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que neste ano somará R$ 49,2 bilhões — sendo R$ 46,8 bilhões pagos diretamente pelos consumidores. O valor supera em R$ 8,6 bilhões a estimativa inicial da área técnica e incorpora despesas maiores com subsídios à geração distribuída, recursos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e a Tarifa Social, que o governo propõe tornar gratuita para beneficiários de programas sociais.
<h3>Menor devolução de créditos e risco de novas altas</h3>
Outro fator citado pela agência é a devolução de créditos tributários do PIS/Cofins cobrados indevidamente, que ficou abaixo do previsto. A Aneel alerta ainda para a possibilidade de novas altas nas tarifas caso o Supremo Tribunal Federal (STF) decida, nesta quarta-feira (13), a favor de um prazo de prescrição que obrigue consumidores a devolver recursos às distribuidoras.
Além disso, o relatório aponta impactos potenciais da Medida Provisória (MP) 1.300/2025, que trata da reforma do setor elétrico e inclui a abertura gradual do mercado livre para todos os consumidores, mudanças nos encargos e eliminação progressiva de subsídios cruzados entre categorias. A MP precisa ser aprovada pelo Congresso até 17 de setembro para não perder validade.
<h3>Bandeiras tarifárias seguem até o fim do ano</h3>
Sobre o sistema de bandeiras tarifárias, a Aneel informa que o acionamento continuará até que haja recuperação dos níveis de armazenamento nos reservatórios, prevista para o início do período úmido, em dezembro. Atualmente, vigora a bandeira vermelha patamar 2, a mais cara. Conforme projeções da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), existe chance de retorno à bandeira verde no último mês do ano.

Aneel eleva previsão e projeta alta média de 6,3% nas tarifas de energia em 2025

247 - A matriz elétrica brasileira segue em processo acelerado de transformação, com destaque para o avanço das fontes renováveis de energia. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), publicados em seu portal oficial, o mês de julho de 2025 foi marcado pela entrada em operação de quatro novas usinas geradoras — três delas eólicas (61 MW) e uma solar fotovoltaica (45 MW) — totalizando 106 MW adicionados ao sistema.
De janeiro a julho, o crescimento acumulado na capacidade instalada foi de 4.211,13 megawatts (MW), com destaque para a predominância das usinas renováveis e a participação relevante das termelétricas. O volume equivale a cerca de 2% do parque gerador nacional. Ao longo desses sete meses, 64 novas usinas entraram em operação comercial em 14 estados brasileiros, com destaque para o Rio de Janeiro (1.672,60 MW), Bahia (687,70 MW) e Minas Gerais (553,25 MW).
Fontes de energia e distribuição regional - Apesar do protagonismo das fontes eólica e solar no mês de julho, no acumulado do ano até então, a maior parte da expansão se deu com a entrada de 11 novas usinas termelétricas, que adicionaram 2.428,05 MW — o equivalente a 57,66% do total. Desse montante, a maior contribuição veio da Usina Termelétrica GNA II, no estado do Rio de Janeiro, que começou a operar em maio com potência de 1,7 gigawatts (GW).
As fontes renováveis, no entanto, mantiveram forte presença na matriz: foram incorporadas 27 usinas eólicas (898,90 MW), 18 solares fotovoltaicas (783,63 MW), seis pequenas centrais hidrelétricas (95,85 MW) e duas centrais geradoras hidrelétricas (4,70 MW).
Minas Gerais liderou a expansão em junho, com 45 MW adicionados por meio da usina solar Pedro Leopoldo I. Já o Ceará ficou em segundo lugar no mesmo mês, com a inauguração da usina eólica Kairós Wind 6, de 40 MW.
Usinas em teste e capacidade total do sistema - Além das unidades já em operação comercial, julho terminou com 88 usinas em fase de testes, somando uma potência de 3.063 MW. Esse conjunto inclui 45 usinas eólicas, 33 solares fotovoltaicas, seis termelétricas, duas pequenas centrais hidrelétricas, uma central geradora hidrelétrica e uma hidrelétrica de maior porte.
Segundo dados atualizados até 1º de agosto pelo Sistema de Informações de Geração da ANEEL (SIGA), o Brasil atingiu 212.649,17 MW de potência fiscalizada. Deste total, 84,45% são oriundos de fontes renováveis, o que reforça a posição do país como uma das potências mundiais em energia limpa.
Ferramentas para acompanhamento da expansão - A ANEEL disponibiliza em seu portal o painel RALIE (Relatório de Acompanhamento da Expansão da Oferta de Geração de Energia Elétrica), que permite uma análise detalhada da evolução da matriz elétrica brasileira. A ferramenta interativa possibilita o acompanhamento por estado, tipo de fonte e cronograma de implantação, com dados atualizados mensalmente a partir das vistorias em campo e informações enviadas pelas próprias empresas do setor.
O painel é abastecido com base no Relatório de Acompanhamento de Empreendimentos de Geração de Energia Elétrica (Rapeel), um dos principais instrumentos de fiscalização da ANEEL.

Energia renovável lidera expansão da matriz elétrica brasileira em 2025

247 - Os primeiros complexos de data centers dedicados à inteligência artificial no Brasil têm potencial para atingir um consumo energético equivalente ao de 16,4 milhões de residências brasileiras. A estimativa foi calculada com base na potência máxima divulgada pelas empresas responsáveis pelos empreendimentos, informa o <a href="https://g1.globo.com/inovacao/noticia/2025/08/03/primeiros-data-centers-de-ia-no-brasil-podem-consumir-mesma-energia-de-16-milhoes-de-casas-conheca-os-projetos.ghtml">g1</a>.
As unidades estão previstas para serem instaladas nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Eldorado do Sul (RS), Maringá (PR) e Uberlândia (MG). Um quinto projeto, previsto para Caucaia (CE), poderá ser operado pela ByteDance, dona do TikTok, segundo informou a agência Reuters. No entanto, como não há confirmação oficial de que esse centro será voltado à IA, ele ficou fora da estimativa total de consumo energético.
Crescimento acelerado impulsionado por modelos como o ChatGPT - O avanço no uso de tecnologias como o ChatGPT tem exigido estruturas cada vez mais potentes para treinamento de modelos de linguagem. Isso fez com que os data centers de IA se tornassem essenciais para abrigar supercomputadores com grande capacidade de processamento, exigindo altíssimo fornecimento de energia e sistemas eficientes de refrigeração.
De acordo com o site Data Center Map, o Brasil já conta com 188 data centers, todos voltados à operação de serviços em nuvem. Já os centros de IA, que têm como foco o treinamento de modelos complexos, podem atingir níveis de consumo muito superiores aos centros convencionais. Enquanto um data center tradicional de 20 megawatts pode consumir o equivalente a 80 mil residências por dia, os de IA podem multiplicar esse número em dezenas de vezes.
Onde estão os projetos e qual o impacto previsto:
Rio de Janeiro (RJ) – No bairro de Jacarepaguá, a Elea Data Centers planeja instalar quatro centros voltados à inteligência artificial no complexo Rio AI City. Um já está em operação, mas ainda funciona com serviços em nuvem. A potência inicial prevista é de 1,5 mil megawatts, equivalente ao consumo de 6 milhões de casas. A capacidade pode dobrar futuramente. O projeto também prevê prédios para pesquisa e startups. O prefeito Eduardo Paes (PSD) já assinou um memorando de intenções com o objetivo de transformar o município na “capital da inteligência artificial brasileira”.
Eldorado do Sul (RS) – A Scala Data Centers anunciou a criação do complexo Scala AI City, que terá potência inicial de 1,8 mil megawatts, podendo chegar a 5 mil megawatts até 2033. Na prática, isso representa um consumo diário de até 7,2 milhões de residências. A refrigeração será feita por um sistema com óleo em circuito fechado, para economizar água. A cidade aprovou leis com incentivos fiscais para instalação de empresas de tecnologia.
Maringá (PR) e Uberlândia (MG) – A RT-One planeja erguer dois centros, um em cada cidade, com potência de 400 megawatts cada. Isso representa até 1,6 milhão de casas por local. Em Maringá, a prefeitura estuda criar uma área de livre comércio para facilitar a importação de equipamentos. A empresa avalia a possibilidade de utilizar o Aquífero Guarani para resfriamento, devolvendo a água ao subsolo por meio de trocadores de calor.
Caucaia (CE) – Embora ainda sem foco confirmado em IA, a Casa dos Ventos vai construir um centro com 300 megawatts na primeira fase, podendo chegar a 576 megawatts. Segundo a Reuters, a unidade poderá atender à demanda da ByteDance. A operação deve começar em 2027 e o investimento estimado supera R$ 50 bilhões.
Especialistas alertam para lacunas de transparência e impactos ambientais - A estimativa de consumo é baseada na potência total anunciada multiplicada pelas 24 horas do dia, e comparada ao consumo médio de residências no Brasil — cerca de 6 kWh/dia, conforme dados de março de 2025 da Empresa de Pesquisa Energética. No entanto, o uso real depende de quais e quantos servidores serão ativados, como explica Eduardo Fagundes, engenheiro e professor especializado em tecnologia e inteligência artificial:
<blockquote>“Não se consome toda essa energia. Cada servidor consome um pouco menos do limite dependendo do que você colocar para rodar”, afirma.</blockquote>
Apesar disso, o impacto ambiental segue sendo motivo de preocupação. A pesquisadora Elaine Santos, do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), em Portugal, destaca a complexidade para medir os reais efeitos desses centros de dados:
<blockquote>“Tem que analisar a região onde o data center está, se há uma escassez hídrica, que tipo de região é, como a energia é usada, se existe pobreza energética. Basicamente, fica impossível para qualquer pesquisador ou interessado no tema".</blockquote>
Além da energia, o uso intensivo de água para resfriamento também desperta alertas. Um estudo da Universidade da Califórnia, em Riverside, revelou que treinar o modelo GPT-3, utilizado pelo ChatGPT, pode evaporar até 700 mil litros de água. No lado do usuário, 50 perguntas ao sistema consomem aproximadamente meio litro.
Shaolei Ren, professor de Engenharia Elétrica e de Computação na mesma universidade e autor do estudo, alerta:
<blockquote>“Precisamos entender o impacto e avaliar: estamos obtendo benefícios suficientes para compensar os impactos negativos do ponto de vista da sociedade? Queremos garantir que o benefício que isso traz supere o lado negativo".</blockquote>

Servidores para armazenamento de dados em Hafnarfjordur, Islândia

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