247 - “A digitalização não é uma opção, é um caminho sem volta e fator imprescindível para a sobrevivência dos pequenos negócios na economia moderna”. Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o avanço das plataformas digitais e da inteligência artificial está estimulando a concentração de riquezas nas grandes empresas de tecnologia e criando um desafio para a instituição e o governo brasileiro, que precisam criar alternativas para que as micro e pequenas empresas consigam encontrar seu próprio espaço.
"As big techs são o novo latifúndio. Antigamente, a riqueza estava na terra. Hoje, está concentrada nessas plataformas digitais. Essa concentração pode sufocar os pequenos, que são justamente os responsáveis por movimentar a economia e gerar inclusão", destaca Lima.
Para o presidente do Sebrae, a digitalização é um pilar fundamental para o futuro e a competitividade das micro e pequenas empresas (MPEs) no Brasil. Em um cenário de rápidas transformações tecnológicas, Lima ressalta que a inserção no ambiente digital se tornou crucial para que esses empreendimentos continuem sendo os protagonistas da transformação econômica em curso no país.
Para Décio Lima, as MPEs, responsáveis por 95% dos CNPJs e 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, são as grandes geradoras de emprego, renda e inclusão produtiva. No entanto, ele aponta que o desafio atual é preparar esses empreendedores para três grandes movimentos: a digitalização, a valorização da criatividade brasileira e a construção de um modelo sustentável de desenvolvimento.
Nesse contexto, a missão do Sebrae tem sido a de garantir que o pequeno empreendedor tenha acesso às ferramentas digitais e se torne um protagonista dessa nova economia. Com a conexão à internet praticamente universalizada (98% dos pequenos empreendedores já estão na rede) e 76% deles já utilizando computadores em suas rotinas diárias, o dirigente do Sebrae acredita que o país vive um novo ciclo de desenvolvimento. "Quando a economia está na mão de muitos, ela cresce, circula e combate a exclusão. Essa é a revolução que estamos vivendo com os pequenos negócios", conclui.
Décio Lima enxerga no Brasil, e especialmente na região Nordeste, um celeiro de criatividade capaz de transformar cultura em inovação tecnológica. Ele lembra que o artesanato e os festejos populares, marcas da cultura nordestina, hoje se conectam ao mundo digital e abrem espaço para novos modelos de negócio. "É difícil encontrar um povo mais criativo que o brasileiro. O Nordeste, por exemplo, já é o segundo polo de startups do país, atrás apenas de São Paulo. No evento Neon Nordeste, reunimos mais de 20 mil jovens que apresentaram soluções inovadoras. Essa energia criativa precisa ser valorizada como diferencial competitivo do Brasil", acrescenta.

Guilherme Levorato

Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional

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Empreender

Digitalização: o caminho sem volta para pequenos negócios

Por Ana Cristina Campos e Alice Rodrigues*, repórteres da Agência Brasil - Após perder o filho de 2 anos e 4 meses por negligência médica, Evelin de Moura Nascimento, de 38 anos, diz que transformou o luto em luta. Por causa da morte do filho, resolveu criar um projeto para acolher famílias vítimas de negligência médica.&nbsp;
Evelin deu ao projeto o nome “Mufi”, que significa mais um futuro. Assim, começou a confeccionar camisas.
Formada em técnico de produção de moda, fez o curso de capacitação na confecção de camisas no projeto Mulher Potência Empreendedora, do Instituto da Providência. “O curso me ajudou muito nessa fase de perda de um filho, me senti muito acolhida. O Mufi virou uma marca e agora vou criar peças buscando justiça pelo meu filho”.
“Essa luta também é em prol da minha filha de 1 ano e 11 meses para mostrar que, a partir de um luto, a vida não acaba, se inicia um outra”, afirmou.
<h2>Mulheres empreendedoras</h2>
Evelin foi uma das 260 mulheres empreendedoras do projeto que se formaram nesta quinta-feira (18), no Teatro Bangu Shopping, na zona oeste do Rio de Janeiro. Elas cursaram aulas nos setores de gastronomia, moda e beleza por nove meses para estarem aptas a abrir seus negócios. Desde 2022, a iniciativa atendeu a 1,7 mil mulheres e gerou 684 novos negócios.
&nbsp;Segundo a diretora executiva do Instituto da Providência, Maria Garibaldi, são 260 mulheres que agora conseguem olhar para a frente e ver sua trajetória como empreendedoras, donas dos seus negócios, autônomas e gerando renda.
“As mulheres continuam com mentorias para abertura dos negócios. São mulheres dos 18 aos 60 anos, em situação de vulnerabilidade, residentes na zona oeste do Rio. São mulheres que hoje não geram renda e depois vão ter um aumento exponencial da renda. Isso melhora a renda da família e faz com que ela consiga proporcionar educação, saúde e lazer para sua família”, disse a diretora.
Raquel Baltar de Paula, de 40 anos, lembra que o marido e o filho de 20 anos foram demitidos na mesma época e as contas da família apertaram com o aluguel e o cuidado com o outro filho de 2 anos. Para ajudar na renda familiar, Raquel começou a trabalhar na produção de salgados de um buffet.&nbsp;
“Então eu vi como uma oportunidade de, em vez de ser funcionária, eu poderia comprar salgados para revender. E foi assim que a minha história começou”, contou. &nbsp;
Raquel lembra que o negócio começou a se expandir. Depois das vendas na rua, passou a vender no bairro inteiro, em Jacarepaguá, na comunidade do Tanque, e como começou a tomar gosto pelo negócio, resolveu procurar cursos para se capacitar.
“Eu conheci o projeto e fiz a inscrição. Fui chamada, e agora eu posso dizer que foi a melhor coisa da minha vida que me aconteceu. Conhecer o projeto, aprender a técnica de doces e salgados. Tive profissionais maravilhosos ali, me ajudando, me apoiando, a questão da rede de apoio também com o meu bebê foi fundamental”, destaca Raquel.
Ela diz com orgulho que começou a deslanchar e já sabe fazer seus próprios salgados, em vez de comprá-los para revendê-los na rua. “Já estou tendo renda. Durante um tempo, eu fui a provedora do meu lar. Meu filho, de 20 anos, vende os salgados na rua também. Só falta meu esposo vir também. Eu quero deixá-lo na parte administrativa do negócio”, disse.
Outra aluna do curso, Claudete Luiz da Costa, de 44 anos, revela que antes de se capacitar ficava em casa, cabisbaixa, de mãos atadas e sem saber o que fazer. Até que uma amiga contou sobre o curso do Instituto da Providência e “graças a Deus, cheguei até aqui”.&nbsp;
Solteira e sem filhos, Claudete vivia com a ajuda familiar, com o amparo do pai e da irmã. “Mas hoje, com toda certeza, posso dizer que sou capacitada e que serei uma empreendedora de sucesso”.
Ela se capacitou no curso de cílios e sobrancelhas, e não parou por aí.
“Entrei totalmente crua, mas lá a gente não fez só um curso, fomos amparadas também pelas meninas do Instituto da Providência, pelas colegas também de curso, uma segurando a mão da outra. Construímos uma profissão no final, hoje eu estou capacitada para o mercado de trabalho, eu tenho convicção que darei o meu melhor”, relata Claudete.
*Estagiária sob supervisão de Gilberto Costa

Evento Mulher Potência Empreendedora, do Instituto da Providência

ONG ajuda mulheres a sair da vulnerabilidade e virar empreendedoras

247 - A 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir) não se limita ao debate de políticas públicas: o evento também abre caminho para o fortalecimento do empreendedorismo de comunidades historicamente marginalizadas. Até sexta-feira (19), a Feira Nacional de Expositores, parte da programação da conferência, reúne 45 empreendedores negros, quilombolas, indígenas, ciganos e representantes de povos de terreiro selecionados por edital do Ministério da Igualdade Racial (MIR).
De acordo com a pasta, a iniciativa tem como objetivo ampliar a visibilidade cultural, econômica e social de grupos que enfrentaram exclusão estrutural no país. Para a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a feira representa um ato de resistência: “A ancestralidade é uma herança única que os produtos desses empreendedores carregam. Oferecer esse espaço é um ato de resistência diante da exclusão social e econômica contra a qual lutamos”.
<h2>Histórias de resistência e ancestralidade</h2>
Entre os participantes está Cláudia Cristinada Silva, que viajou de São Paulo para apresentar suas bonecas e máscaras africanas produzidas em biscuit. “Meus produtos exaltam a negritude. São pensados para representar pessoas afrodescendentes, para que se reconheçam na arte”, destacou. O projeto nasceu de um pedido inesperado para confeccionar uma máscara africana e se transformou na empresa Art Abanã.
Outro exemplo é o de Leandro Silva, fundador da África Lion, que aposta no talento de artesãos e costureiras de Salvador (BA). “A África Lion iniciou os trabalhos em 2022, quando passou a atuar no mercado de couro e tecidos africanos. Essa iniciativa gerou empregos para sete famílias. Deixou de ser apenas o sonho de um empreendedor para se tornar o sonho de gerações envolvidas nesse processo”, contou.
<h2>Juventude indígena em destaque</h2>
A feira também abriu espaço para a juventude indígena. Yasmin Pires, de 19 anos, do povo Kariri Xocó, em Alagoas, apresenta sua marca Ynawana Moyra Grafismo. Ela relembra que enfrentou preconceito no mercado de trabalho por viver em uma reserva indígena e decidiu transformar a arte em sustento: “Faço pintura corporal desde pequena; pinto meu povo e também pessoas não indígenas como forma de resistência”.
<h2>Economia criativa e inclusão social</h2>
O nordestino João Silva, integrante do Coletivo Cordeliando, que divulga xilogravuras e literatura de cordel, reforçou a importância do espaço: “É de fundamental importância contar com iniciativas que impulsionam a economia criativa, para que pessoas negras, quilombolas e indígenas possam divulgar seus trabalhos”.
Já a quilombola Lidia Kalunga, do Jardim Cascata em Aparecida de Goiânia (GO), apresentou sua marca de roupas e acessórios afro. “Me emociono ao ver tanta gente valorizando o trabalho de empreendedores negros, quilombolas e indígenas neste evento”, comemorou.
<h2>Protagonismo feminino e fortalecimento comunitário</h2>
A feira também destacou o protagonismo das mulheres. Edineia Oliveira, da comitiva do Espírito Santo, observou a predominância feminina entre os estandes: “Fiquei maravilhada ao ver tantas mulheres apresentando seus produtos. A predominância feminina dá relevância e brilho a este momento de discussão e fomento de políticas públicas”.
O reconhecimento também veio de Gilvano da Silva, do Piauí, que ressaltou o impacto da iniciativa: “É fundamental apoiar os negócios de nosso povo, que historicamente têm enfrentado limitações de acesso ao mercado e às posições de destaque”.
<h2>Dímbolo de retomada histórica</h2>
Promovida pelo Ministério da Igualdade Racial, a 5ª Conapir é organizada pelo Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial e conta com a presença de cerca de duas mil pessoas. O evento simboliza uma retomada histórica da participação da sociedade civil na formulação de políticas públicas para promoção da igualdade racial, ao mesmo tempo em que impulsiona o desenvolvimento econômico de comunidades tradicionais.

Empreendedoras na Feira de Expositores da 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir)

Empreendedores negros, quilombolas e indígenas ganham espaço na 5ª Conapir

247 - Às vésperas da entrada em vigor do chamado “tarifaço” promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o governo brasileiro prepara uma medida de apoio às micro e pequenas empresas exportadoras. Segundo Igor Gadelha, do <a href="https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/na-vespera-do-tarifaco-lula-planeja-gesto-a-pequenas-empresas">Metrópoles</a>, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve sancionar, na segunda-feira (28), o projeto de lei que institui o programa Acredita Exportação.
A proposta foi enviada pelo próprio Executivo e aprovada pelo Senado em julho. O texto cria um mecanismo de estímulo para que pequenos negócios ampliem sua presença no mercado internacional, com foco na devolução parcial de tributos pagos ao longo da cadeia produtiva. A medida vem em momento estratégico, já que o Brasil enfrenta dificuldades para estabelecer um canal de diálogo com a gestão Trump, que prometeu elevar tarifas sobre produtos brasileiros.
O que prevê o Acredita Exportação - Desenvolvido em articulação entre os ministérios da Indústria e Comércio, da Fazenda e do Empreendedorismo, o programa garantirá a restituição de 3% sobre as receitas de exportações realizadas por micro e pequenas empresas. O valor corresponde à fração dos tributos recolhidos ao longo da cadeia produtiva desses empreendimentos.
A devolução poderá ocorrer de duas formas: por meio de compensação para quitação de outros tributos ou via ressarcimento direto ao beneficiário. A expectativa é de que essa iniciativa fortaleça a competitividade externa de negócios de menor porte, que enfrentam desvantagens operacionais e logísticas no mercado global.

Contêineres no Porto de Santos (SP)
03/04/2025


Lula sancionará incentivo a exportações de micro e pequenas empresas

247 - No primeiro semestre de 2025, o estado do Maranhão alcançou um novo marco em sua trajetória econômica, registrando o maior número de empresas abertas da sua história. Por meio do empreendedorismo e ações de fomento por parte do governo estadual, 33.751 novos negócios foram formalizados entre janeiro e junho, um crescimento de 20,4% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados da Junta Comercial do Estado do Maranhão (Jucema). O desempenho coloca o Maranhão como líder na Região Nordeste e entre os primeiros colocados no país em dinamismo econômico, ambiente de negócios e estímulo ao empreendedorismo.&nbsp;  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250711180752_4bbd4125916985bfecb6c906adc16c1c80382a96f1632f3659b4df9de10bd6fa.jpg" data-media-id="editor_0" data-image-id="20250711180752_4bbd4125916985bfecb6c906adc16c1c80382a96f1632f3659b4df9de10bd6fa" data-rendition-name="original" width="960" height="1280" loading="lazy" alt="grafico"><figcaption>Estado atinge recorde histórico com mais de 33 mil novos negócios formalizados no 1º semestre e ocupa o 4º lugar no ranking nacional de crescimento, segundo dados do CLP</figcaption></figure>  O governador Carlos Brandão também celebrou o resultado, destacando os avanços do estado: “Estamos construindo um Maranhão mais moderno, competitivo e inclusivo. O recorde de empresas abertas neste semestre mostra que nossas políticas públicas estão gerando resultados concretos para a economia do estado. Desde o início da nossa gestão, já somamos 100 mil novas empresas ativas. Um ambiente de negócios forte, com mais oportunidade, emprego e renda para os maranhenses”. Empreendedorismo - As micro e pequenas empresas protagonizam a expansão, respondendo por mais de 91% das aberturas, com destaque para o setor de serviços, que, contando com 16.014 novos empreendimentos, liderou as formalizações no período. Também avançaram os setores de construção civil, indústria, agropecuária e comércio. Entre os municípios que mais contribuíram para o resultado estão São Luís, Imperatriz, São José de Ribamar, Timon e Balsas.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250711180752_7e9e52155a3cb35f3d21b69a6a6c4f12479cd1327173de3983dfaef525c9a36c.jpg" data-media-id="editor_1" data-image-id="20250711180752_7e9e52155a3cb35f3d21b69a6a6c4f12479cd1327173de3983dfaef525c9a36c" data-rendition-name="original" width="960" height="1280" loading="lazy" alt="grafico"><figcaption>Estado atinge recorde histórico com mais de 33 mil novos negócios formalizados no 1º semestre e ocupa o 4º lugar no ranking nacional de crescimento, segundo dados do CLP</figcaption></figure>  Para o presidente da Jucema, Sérgio Sombra, os números refletem o ambiente favorável que o Maranhão vem construindo: “Alcançar mais esse recorde é um reflexo direto de um ambiente de negócios mais moderno, simplificado e digital. E converge com a posição de destaque que o Maranhão passou a ocupar no cenário nacional. De acordo com divulgação recente do Centro de Liderança Pública (CLP), o estado lidera o Nordeste e alcançou a 4ª colocação entre as unidades da federação com maior taxa de crescimento econômico. Isso demonstra que o Maranhão Digital e o aumento na abertura de empresas estão diretamente ligados a um cenário econômico mais sólido, impulsionado por políticas públicas consistentes de incentivo ao empreendedorismo”. A expectativa é de que o Maranhão mantenha essa tendência positiva até o fim de 2025, devendo superar o próprio recorde anual e consolidar sua posição de destaque no cenário econômico nacional.

Redação Brasil 247

Maranhão lidera empreendedorismo no Nordeste e se destaca no cenário nacional

247 - A indústria têxtil é uma das que mais impacta o meio ambiente. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o setor descarta por ano mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis no país – o equivalente a 5% do que é produzido. Frente a esse cenário, os projetos de conscientização e upcycling se tornam cada vez mais urgentes para promover a mudança de comportamento do consumidor.
O projeto (RE) Estampa, desenvolvido pelo Instituto Focus Têxtil em parceria com a Brother Brasil e com o Istituto Europeo di Design (IED), visa promover a sustentabilidade no segmento através do reaproveitamento de resíduos, apoiando o empreendedorismo e a inovação. A iniciativa consiste em um curso de estamparia e moda circular, que orienta os participantes a estudarem tecidos que seriam descartados e transformá-los em outras peças por meio de técnicas de reestampa, bordado, corte e modelagem. “Mais do que um princípio de cuidado ambiental, o (RE) Estampa é um projeto que atinge também questões sociais, pois traz uma nova luz sobre as possibilidades que a personalização e o upcycling oferecem como negócio, como geração de renda”, comenta Paulo Akashi, diretor de Vendas da Brother, que oferece máquinas de costura, de bordado, de corte e impressora de sublimação para viabilizar a iniciativa.&nbsp;
A primeira edição do projeto foi realizada em 2024. A turma, composta por cerca de 20 estudantes de moda e profissionais do setor têxtil, teve aulas teóricas e práticas com três mentores, durante cerca de três meses. Os encontros, realizados duas vezes por semana, intercalam conteúdos teóricos — como fundamentos da moda sustentável, história da estamparia, design e empreendedorismo — com oficinas práticas em que os alunos experimentam na pele o potencial criativo do reuso. A metodologia do curso privilegia a autonomia criativa, o olhar atento para os resíduos e a construção de novas narrativas por meio da estética e da técnica.&nbsp;
A principal matéria-prima do projeto – os resíduos têxteis – vem do que seria descartado da empresa Focus Têxtil. “O projeto (RE) Estampa se destaca como uma iniciativa relevante por unir inovação, sustentabilidade e impacto ambiental no setor da moda. A proposta incentiva a criatividade ao ressignificar materiais e desafiar os participantes a desenvolverem soluções inovadoras a partir do reaproveitamento de resíduos, valorizando o processo de criação com propósito. Com forte apoio institucional e presença em eventos de destaque no setor, o projeto se consolida como uma plataforma de formação e transformação, contribuindo para um futuro mais ético e responsável na moda brasileira. Em 2024, a iniciativa alcançou marcos expressivos, como o reaproveitamento de 600 kg de resíduos têxteis e a certificação de 20 novos profissionais capacitados em estamparia digital e modelagem sustentável”, afirma Beatriz Pimentel, coordenadora de projetos do Instituto Focus Têxtil.&nbsp;
O que dizem os participantes - A designer de moda Wanise Las Casas participou da primeira edição do projeto. Segundo ela, o (RE) estampa trouxe novas oportunidades de negócios e impulsionou o conhecimento para uso de soluções como a GTX Pro da Brother. “Tenho desenvolvido peças que se tornaram mais sofisticadas e diferenciadas, ajudando no crescimento da minha empresa”, diz.
Na segunda edição, que começou em abril e segue até agosto, quem está aproveitando a aprendizagem é Isabella Las Casas Britto da Silva, estudante de design de moda e filha de Wanise. &nbsp;“Durante a faculdade, a aceleração das tendências de moda e a sustentabilidade essencial para o consumo consciente são temas recorrentes. E o curso aborda muito este fator em todas as etapas. Além de corroborar com meu portfólio e na pesquisa, o processo de criação ensinado no curso faz uma grande diferença para qualquer um do meio da moda”, avalia.
Mais do que ensinar técnicas, o (RE) Estampa estimula o pensamento crítico sobre consumo, descarte e produção consciente. A jornada de aprendizado culmina em um desfile, onde os alunos apresentam suas criações, evidenciando como a moda pode ser ferramenta de transformação econômica, social e ambiental.

Brasil Sustentável

Projeto transforma resíduos têxteis em negócios e protagonismo social

247 – Uma pesquisa do instituto Datafolha, <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/06/trabalhar-por-conta-propria-e-melhor-que-ter-emprego-para-59-dos-brasileiros-mostra-datafolha.shtml">publicada pela Folha de S.Paulo</a> em 21 de junho, revelou que 59% dos brasileiros preferem trabalhar por conta própria, enquanto apenas 39% consideram melhor serem contratados por empresas. O estudo inédito nesse recorte aponta uma tendência crescente de valorização do trabalho autônomo, sobretudo entre os mais jovens e os eleitores de direita.
Embora a pesquisa tenha incluído entrevistas presenciais em 136 municípios de todo o país, com 2.004 pessoas ouvidas nos dias 10 e 11 de junho, a pergunta sobre o que é melhor — trabalhar por conta própria ou ser empregado — foi feita pela primeira vez, o que impossibilita comparação com anos anteriores. Mesmo assim, outros dados comparáveis com 2022 mostram um aumento de 10 pontos percentuais na parcela de brasileiros que priorizam o ganho financeiro sobre a formalidade do emprego.
<h3>Desvalorização da CLT e busca por flexibilidade</h3>
Entre 2022 e 2025, caiu de 77% para 67% a fatia de brasileiros que preferem um trabalho com carteira assinada mesmo ganhando menos. No mesmo período, cresceu de 21% para 31% o número dos que aceitam abrir mão da formalidade em troca de salários mais altos.
A queda na valorização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) parece estar associada, segundo o economista Daniel Duque, pesquisador do FGV/Ibre, a fatores culturais e conjunturais. “Com o mercado de trabalho aquecido, os trabalhadores percebem que teriam espaço para ganhar mais, mas isso não é possível pelos encargos trabalhistas elevados”, avalia. Ele também destaca que a popularização do home office durante a pandemia e o crescimento das ocupações via aplicativos de entrega, transporte e comércio digital vêm contribuindo para essa mudança. “Cada vez mais os trabalhadores querem uma ocupação em que podem trabalhar somente o que estão dispostos naquele momento”, afirma Duque.
<h3>Juventude e direita lideram preferência pelo trabalho autônomo</h3>
A opção pela autonomia é maior entre os jovens de 16 a 24 anos: 68% preferem trabalhar por conta própria, ante 29% que optam por um emprego formal. Já entre os maiores de 60 anos, a diferença é menor — 50% preferem ser autônomos e 45% preferem a contratação tradicional.
No recorte por filiação partidária, 66% dos simpatizantes do PL (Partido Liberal), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, dizem preferir ser autônomos. Já entre os que simpatizam com o PT (Partido dos Trabalhadores), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 55% preferem o trabalho independente. A valorização da carteira assinada é mais alta entre os eleitores petistas: 73% consideram o vínculo formal mais importante, contra 54% dos eleitores do PL.
<h3>Perfil do trabalhador que valoriza a formalidade</h3>
Apesar da tendência de crescimento da informalidade desejada, há segmentos que seguem priorizando a CLT. Mulheres (71%) valorizam mais o vínculo formal do que os homens (62%). Idosos também: entre os brasileiros com mais de 60 anos, 79% ainda consideram o emprego com carteira assinada mais importante.
A renda e a escolaridade também influenciam essa percepção. Entre quem recebe até dois salários mínimos, 72% consideram importante ter a carteira assinada. Já entre os que ganham mais de dez salários mínimos, esse percentual cai para 56%. Quanto menor o nível de escolaridade, maior o apego à formalização: 75% dos que têm ensino fundamental defendem o vínculo formal, contra 66% dos que têm ensino médio e 59% dos com ensino superior.
O recorte por profissão reforça a diferença: 80% dos aposentados e 72% dos servidores públicos são mais favoráveis ao regime CLT. Em termos regionais, o vínculo formal é mais valorizado no Nordeste (69%), Sudeste (67%) e Sul (66%) e menos nas regiões Norte e Centro-Oeste (ambas com 62%).
<h3>Visões políticas e futuro do trabalho</h3>
A pesquisa também cruzou os dados com a percepção política dos entrevistados. Entre os que avaliam o presidente Lula como “ótimo” ou “bom”, 76% valorizam a carteira assinada; entre os que o avaliam como “ruim” ou “péssimo”, esse percentual cai para 57%. Já entre os otimistas com o país, 72% consideram importante a CLT, contra 62% dos pessimistas.
Para Daniel Duque, o cenário aponta para mudanças estruturais no modelo trabalhista brasileiro: “Acredito que vai crescer a pressão política para redução dos encargos trabalhistas, já que a CLT atualmente está pouco atrativa para os trabalhadores um pouco mais qualificados que a média. E os mais jovens vão tomando conta do mercado de trabalho, e estão em busca de maior flexibilidade.”
A pesquisa Datafolha sinaliza, assim, um país em transição: entre a segurança da formalidade e a liberdade da autonomia, os brasileiros parecem cada vez mais inclinados a apostar no segundo caminho — mesmo que isso implique riscos e menos garantias.

Economia

Trabalhar por conta própria atrai maioria dos brasileiros, revela Datafolha

247 - “Somos a primeira marca que sai da comunidade do Carão. Eu quero que a marca seja referência da região amazônica”. É dessa forma que a empreendedora Regina Ramos, uma mulher cabocla ribeirinha, fala da Sapopema Biojoias, um negócio inovador que utiliza matéria-prima da floresta para fabricação de itens acessórios de moda sustentável, garantindo geração de renda para seu território, principalmente para mulheres artesãs, e contribuindo para a proteção da Amazônia.
A Sapopema atua na comunidade ribeirinha do Carão, localizada no município de Iranduba (a 27 quilômetros da capital amazonense) - Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro, na Região Metropolitana de Manaus.
A ideia nasceu em 2017. Na época, Regina sofria com síndrome do pânico e ansiedade generalizada, além de ser mãe solo, enquanto o artesanato ajudava como terapia ocupacional. Ali, ela enxergou a oportunidade de iniciar o próprio negócio: a Sapopema.
“As pessoas [amigos, vizinhos] foram querendo comprar as peças, porque eram diferentes. Isso começou a ser minha fonte de renda”, explica a fundadora, designer e CEO do negócio.
Desde então, a empresa passou a fabricar colares, brincos, pulseiras e outros itens de moda sustentável, duráveis e que representam a essência do ribeirinho e do caboclo. Tudo isso a partir de elementos da floresta, como sementes, fibras naturais, frutos secos e outros elementos, que são extraídos de forma sustentável e sem qualquer agressão ao meio ambiente.
Segundo ela, os primeiros momentos foram desafiadores. Mesmo com um variado catálogo de produtos, Regina não tinha sucesso na hora de fidelizar clientes e não conseguia fazer muitas vendas.
Isso não é um cenário isolado, pelo contrário, muitos empreendimentos enfrentam essa realidade. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta que 56,56% das startups brasileiras não possuem faturamento, o que resulta em uma falência precoce logo nos primeiros anos de operação. Há várias razões para isso, mas especialistas apontam que falta equilíbrio entre o produto/serviço oferecido e a demanda do mercado.
Em um determinado momento, Regina cogitou encerrar as atividades da Sapopema e fazer da fabricação de biojoias apenas uma renda extra ou somente uma terapia ocupacional. Mas o aceite recebido pela primeira Chamada de Negócios do “Lab de Impacto”, coordenado pelo Impact Hub, mudou tudo.
“Havia muitas portas fechadas enquanto biojoias. Queria migrar para um outro negócio que me desse mais autonomia, queria investir em turismo. Foi quando me inscrevi para o ‘Lab de Impacto’, porque queria migrar para este novo negócio. Quando me fizeram a proposta de continuar a Sapopema, eu fiquei um pouco receosa, mas fiz. Passei a investir mais em marketing, em estratégias de negócio e no processo de reconhecimento da marca. Ainda não terminou, estamos trabalhando nestes pontos”, enfatiza Regina
No decorrer de quatro meses, no Lab de Impacto, a Sapopema foi contemplada com formações especializadas, mentorias, conexões estratégicas com outros atores do mercado e um capital semente de R$ 30 mil para alavancar os resultados.
Ao longo da formação, a empreendedora da floresta viu as oportunidades, antes sem possibilidade, começaram a se abrir. Atualmente, o negócio possui mais de três mil seguidores no Instagram, exporta seus produtos para todo o Brasil e oportuniza renda para outras mulheres artesãs da comunidade. Além disso, o negócio já teve suas peças expostas em feiras e eventos nacionais e internacionais, conquistando quem acredita e valoriza os produtos da floresta.
“O valor da Sapopema está na essência originária que cada peça de moda carrega. Eu quero que seja uma marca referência da região amazônica. Meu foco principal é fazer com que seja a voz do Norte através da biojoia, a voz do ribeirinho através da biojoia”, finaliza Regina.
Mais sobre o Lab de Impacto - O Lab de Impacto é um programa de aceleração coordenado pelo Impact Hub Manaus. A iniciativa apoia negócios de impacto socioambiental nos nove estados da Amazônia Legal, oferecendo formação especializada, mentorias, conexões estratégicas e capital semente que varia entre R$ 30 mil e R$ 100 mil.
Ao longo de três edições, o programa recebeu 319 inscrições de negócios em fase de Piloto ou MVP (Minimum Viable Product). Atualmente, mais de 20 iniciativas seguem ativas com apoio do Lab, atuando em setores como alimentação, piscicultura, gestão de resíduos, turismo e moda sustentável.
O Lab de Impacto é uma realização do Impact Hub Manaus, em parceria com a Bemol, Singulari Consultoria e Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA).

Negócio da floresta cria biojoias e gera renda para mulheres ribeirinhas

247 – O empreendedorismo tem se destacado como um dos principais motores do mercado de trabalho no Brasil, impulsionando a geração de renda, segundo um levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) Social. O estudo revela um recorde nos lucros dos pequenos negócios no fim do ano passado. A informação foi divulgada pela Agência Gov.
O ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, destacou a integração entre programas sociais e o incentivo ao empreendedorismo como uma fórmula eficaz para impulsionar o setor econômico e reduzir desigualdades. "O pequeno negócio nunca lucrou tanto", disse o chefe da pasta.
Marcelo Neri, pesquisador da FGV responsável pela análise, afirmou que o lucro dos pequenos negócios alcançou o nível mais alto da série histórica. Para ele, o empreendedorismo se tornou um protagonista na economia brasileira, complementando o papel da carteira assinada.
“O caminho é fazer políticas, como por exemplo, o Acredita, que ataca o microcrédito e a questão da qualificação profissional”, pontuou Neri.
O estudo também ressalta o impacto de políticas públicas, como o Programa Acredita no Primeiro Passo, lançado pelo Governo Federal em 2024 para facilitar o acesso ao microcrédito e promover a capacitação de empreendedores. De acordo com os dados mais recentes do programa, até fevereiro de 2025, foram contratados R$ 726,42 milhões em mais de 87 mil operações de crédito.

Bianca Penteado

Lucro dos pequenos negócios atinge recorde em 2024, aponta estudo da FGV

247 - O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou que o programa “Acredita no Primeiro Passo”, iniciativa do governo federal voltada à promoção da autonomia financeira de famílias em situação de vulnerabilidade, já soma 155 mil contratos assinados e um volume de R$ 1,8 bilhão em investimentos em pequenos empreendimentos por todo o País.
O público-alvo da ação é formado por pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), que reúnem potencial produtivo e estão em busca de oportunidades para consolidar ou expandir seus próprios negócios. “Nós estamos falando de pessoas que são de uma família que recebe algum benefício, mas ela já tem curso superior ou está fazendo universidade. Tem um curso técnico, ou está fazendo o ensino médio. Pessoas que já têm um negócio. São 19 milhões de pessoas que se declaram pequenos empreendedores, mas com uma renda baixa”, afirmou o ministro durante entrevista ao programa A Voz do Brasi,l nesta terça-feira (1)
A proposta central do programa é ampliar o acesso ao microcrédito produtivo com juros reduzidos, a partir de uma articulação entre o governo e instituições financeiras parceiras. A adesão está aberta a cidadãos de 16 a 65 anos com cadastro atualizado no CadÚnico. O programa dá prioridade a mulheres, pessoas com deficiência, jovens, negros, populações tradicionais e ribeirinhas.
Segundo Wellington Dias, o Acredita no Primeiro Passo quebra barreiras históricas de acesso ao crédito. Para isso, o governo federal instituiu um Fundo Garantidor que funciona como avalista das operações. “Então, o presidente Lula criou um Fundo Garantidor Federal para resolver vários problemas, por exemplo: os pequenos quando chegam num banco, o banco pergunta ‘tem um avalista?’ Não tem. ‘Tem um bem para dar como garantia?’ Não tem. Pronto, já encerrou a conversa. Com o fundo garantidor, não precisa desses requisitos”, explicou.
Outro eixo do programa é o incentivo à qualificação profissional e à inserção no mercado de trabalho, seja por meio do emprego formal ou da atividade empreendedora. A meta é estruturar empreendimentos sustentáveis e ampliar as possibilidades de renda para quem mais precisa.
Wellington Dias também ressaltou que o programa é complementar a outros benefícios sociais e não implica perda de direitos. “O programa Acredita é uma oportunidade para você ter mais do que a perspectiva de um salário mínimo de aposentadoria, é apoiar o seu negócio. Não há nenhuma interferência nem em relação à aposentadoria rural, e nem a outras formas de aposentadoria”, destacou o ministro.&nbsp;
“É um programa que quer que a pessoa cresça como empreendedora, e como empreendedora você tem uma oportunidade de, ao crescer, planejar inclusive uma aposentadoria maior”, completou.

Paulo Emilio

'Acredita no Primeiro Passo' já injetou R$ 1,8 bilhão em pequenos negócios, diz Wellington Dias

247 - A presidente do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Banco+do+Brasil+">Banco do Brasil</a>, Tarciana Medeiros, afirmou nesta segunda-feira (31), durante a 4ª edição do Prêmio Mulheres Exponenciais, promovido pela Esfera Brasil, que a instituição terá 50% de mulheres em cargos de liderança até 2030. 
“Até eu ser indicada presidente, o banco havia tido apenas uma mulher vice-presidente. Hoje, temos 45% de representatividade no conselho diretor”, disse. “Vamos buscar equidade de gênero nos cargos de liderança até 2030.”
O evento, realizado em São Paulo, homenageou sete mulheres que se destacaram em áreas estratégicas como sustentabilidade, gestão pública, inovação, <a href="https://www.brasil247.com/search?term=empreendedorismo">empreendedorismo</a>, educação e impacto social.
<h3>Mulheres que transformam o Brasil</h3>
A CEO da <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Esfera+Brasil">Esfera Brasil</a>, Camila Funaro Camargo Dantas, destacou a urgência de políticas públicas para ampliar a presença feminina. “Quantas mulheres exponenciais não perdemos no Brasil por falta de políticas públicas eficientes?”, questionou. Ela lembrou que, segundo a OCDE, a paridade global de gênero só será alcançada em 134 anos.
No painel “Mulheres que Transformam o Brasil”, lideranças femininas reforçaram a importância de incentivar outras mulheres a ocupar espaços de decisão. A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, premiada na categoria Gestão Pública, resumiu essa missão: “Uma mulher em cargo de liderança tem que puxar outras mulheres. É esse exemplo que eu carrego desde que entrei no setor público.”
<h3>COP30 em discussão</h3>
Já a secretária nacional de Mudança do Clima e CEO da <a href="https://www.brasil247.com/search?term=COP30">COP30</a>, Ana Toni, homenageada na categoria Sustentabilidade, destacou o papel coletivo da luta por equidade e pela ação climática. “Adoro o nome do prêmio, exponenciais, passa a sensação de que a gente nunca está sozinha, sempre sendo puxada ou puxando outras mulheres”, declarou. 
Sobre a próxima conferência climática, ela ressaltou: “A COP30 em Belém pode se tornar um símbolo da importância do multilateralismo climático. A mudança do clima só vai ser resolvida se todos os países se comprometerem.”
A escolha das homenageadas é feita pela direção e pelo conselho consultivo da Esfera Brasil, com base no impacto de seus trabalhos no ano anterior. Segundo Camila Funaro Camargo Dantas, idealizadora do prêmio, a premiação busca ampliar o engajamento feminino nas pautas políticas e econômicas do país.

Luis Mauro Filho

Brasil

Banco do Brasil mira equidade de gênero na liderança até 2030, afirma Tarciana Medeiros

247 - Um levantamento realizado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) aponta que, em 2024, mulheres na modalidade pessoa física foram responsáveis pela contratação deste montante do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), correspondendo a quase 20% dos R$ 44,8 bilhões financiados pelo Fundo no período e cerca de 40% dos recursos destinados a pessoas físicas, que totalizaram R$ 21,54 bilhões. O aporte financeiro beneficiou quase um milhão de mulheres na região.
Para o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, o volume expressivo de financiamentos concedidos ao público feminino reforça "a importância da participação feminina no ambiente de negócios e das ações em prol da igualdade de gênero para o desenvolvimento regional".
Os R$ 8,7 bilhões contratados por mulheres foram distribuídos entre diversos setores produtivos: pecuária (R$ 4,16 bilhões), comércio (R$ 2,69 bilhões), agricultura (R$ 1,55 bilhão), serviços (R$ 284,05 milhões) e indústria (R$ 57,57 milhões). Entre os programas que viabilizaram esses recursos, destacam-se o Pronaf B, voltado para a agricultura familiar, que registrou contratações de R$ 3,97 bilhões, e o Crediamigo, que contabilizou repasses de R$ 2,94 bilhões.
O diretor de Fundos, Incentivos e Atração de Investimentos da Sudene, Heitor Freire, celebrou o crescimento do apoio do FNE ao empreendedorismo feminino e ressaltou que isso demonstra "a capacidade do Fundo de se adequar às necessidades da sociedade".
Na distribuição dos financiamentos para o público feminino, considerando apenas pessoas físicas, os estados da área de atuação da Sudene tiveram os seguintes volumes contratados: Bahia (R$ 1,89 bilhão), Ceará (R$ 1,83 bilhão), Maranhão (R$ 1,15 bilhão), Piauí (R$ 987,69 milhões), Pernambuco (R$ 815,88 milhões), Minas Gerais (R$ 612,74 milhões), Paraíba (R$ 598,90 milhões), Rio Grande do Norte (R$ 450,76 milhões), Sergipe (R$ 410,20 milhões), Alagoas (R$ 387,10 milhões) e Espírito Santo (R$ 54,69 milhões).
Para 2025, o orçamento do FNE foi ampliado para R$ 47,3 bilhões, um crescimento de 18,6% em relação à estimativa inicial de 2024. A projeção de distribuição por estado é de R$ 9,98 bilhões (21,1%) para a Bahia, R$ 6,31 bilhões para o Ceará, R$ 5,64 bilhões para Pernambuco, R$ 5,01 bilhões para o Maranhão, R$ 4,61 bilhões para o Piauí, R$ 3,33 bilhões para o Rio Grande do Norte, R$ 3,28 bilhões para a Paraíba, R$ 2,87 bilhões para Minas Gerais, R$ 2,54 bilhões para Alagoas, R$ 2,48 bilhões para Sergipe e R$ 1,19 bilhão para o Espírito Santo.&nbsp;
O coordenador-geral de Fundos de Desenvolvimento e Financiamento da Sudene, Wandemberg Almeida, ressaltou que "a ampliação constante do orçamento do FNE ao longo dos anos reflete o crescimento da economia nordestina".

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