Por Fabíola Sinimbú, repórter da Agência Brasil - Em 2024, o Brasil gerou 81,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), registrando um crescimento de 0,75% em relação ao ano anterior. Desse total, a maior parte – 76,4 milhões de toneladas (93,7%) – foi coletada, sendo que 41,4 milhões de toneladas (59,7%) receberam a destinação ambientalmente adequada e foram destinadas a um aterro sanitário.
O volume total de RSU gerado equivale a uma média de 384 quilos (kg) por habitante ao ano ou 1,241 kg ao dia, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2025, lançado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), na noite desta segunda-feira (8).
Apesar de a disposição final inadequada ainda representar 40,3% do total de resíduos gerados no Brasil, o dado revela uma melhora em relação ao ano anterior. À época, 41,5% do RSU gerado foi lançado em locais não apropriados, como lixões ou enterrado na propriedade geradora.
“No ano em que o Brasil proibiu todas as formas de destinação irregular dos resíduos coletados nos municípios, ainda estimamos a existência de quase 3 mil lixões que recebem passivos ambientais que colocam a saúde pública em risco, mas que poderiam se tornar ativos econômicos para o país”, destaca o presidente da Abrema, Pedro Maranhão.
<h2>Reciclagem</h2>
Em 2024, 7,1 milhões de toneladas de resíduos secos foram enviados à reciclagem, o equivalente a 8,7% do RSU gerado. Desse volume, 2,5 milhões de toneladas tiveram origem no serviço público de coleta e 4,6 milhões de toneladas foram coletados de maneira informal e transportados diretamente para a reciclagem.
Aproximadamente 2,5 milhões de toneladas (52%) desse material foi recuperado, e o restante foi encaminhado para disposição final como rejeito.
<h2>Geração de energia</h2>
Pela primeira vez, o estudo incluiu uma análise sobre reaproveitamento de resíduos orgânicos ou não recicláveis destinados à produção de energia. No relatório, foram considerados combustível derivado de resíduo (CDR), produção de biogás e biometano e compostagem para estabelecer o conceito de reciclagem bioenergética.
Segundo Antônio Januzzi, diretor técnico da Abrema que integrou a equipe responsável pelo relatório, a metodologia unificou em um único dado o reaproveitamento de materiais orgânicos e outros inviabilizados para reciclagem de secos, como papéis sujos de materiais orgânicos. “A própria Política Nacional de Resíduos define que a gente pode considerar reciclagem, o uso de resíduos na geração de outros elementos que possam ser aproveitados.”
Os dados revelam que a reciclagem bioenergética alcança um percentual maior de resíduos orgânicos que a prática de recuperação de materiais empregada para reciclagem de resíduos secos, como papel, vidro, plástico e alumínio. Ao quantificar de forma unificada, enquanto a transformação de orgânicos em energia ou composto abrange 11,7% do total de resíduos gerados, a reciclagem mecânica de secos chega a 8,7%.
<h2>Logística reversa</h2>
A edição do panorama deste ano, que tem como ano-base 2024, também inclui uma análise da situação da logística reversa no país a partir dos 13 sistemas existentes: agrotóxicos, baterias de chumbo ácido, eletrônicos, embalagens de aço, de vidro, de óleo lubrificante e embalagens em geral, óleos lubrificantes usados, lâmpadas, latas de alumínio, medicamentos, pilhas e pneus.
Segundo Jannuzi, os dados são positivos de forma geral, mostrando uma evolução na adução de um modelo de economia cíclica no país. “Este ano, a gente teve a publicação do Decreto 12.688/2025, também chamado de Decreto do Plástico, que vai fazer crescer de 13 para 14 os materiais que serão incluídos nessa economia cíclica. E isso também é um impulsionador importante dentro da cadeia da gestão de resíduos”, conclui.
<h2>CNM</h2>
Em nota enviada à Agência Brasil, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) aponta que os municípios com até 50 mil habitantes são os que mais demandam apoio para eliminar lixões e implantar aterros sanitários. "O encerramento de lixões e a implantação e operação de aterros sanitários exigem atuação federativa, com União e estados apoiando os municípios técnica e financeiramente", defende a entidade.&nbsp;
A CNM avalia há vários desafios para a implantação de aterros sanitários, como o alto custo de operação e a dificuldade de encontrar áreas que atendam aos critérios da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que levam em conta, por exemplo, o tipo de solo e a proximidade com lençol freático e com área urbana.
"Para algumas regiões, como o Norte do país, torna-se quase impossível encontrar um local que consiga atender todas as exigências. Não obstante, em alguns estados com municípios com grande extensão territorial e pequeno porte populacional, os consórcios ficam inviáveis, pois para conseguir contar mais de 100 mil habitantes passam a ser necessárias estações de transbordo, aumentando o custo. Porém, municípios de pequeno porte não dispõem de recursos financeiros suficientes, motivos pelos quais a CNM reforça a necessidade de atuação federativa para o Brasil encerrar todos os lixões."
Sobre o potencial para uso dos resíduos na geração de energia, a confederação destaca que esse reaproveitamento tem alto custo e cita estudos que apontam sua viabilidade apenas para municípios ou consórcios com mais de 300 mil habitantes. "A CNM alerta que a geração de energia deve se basear em rejeitos [resíduos sem viabilidade para reciclagem], de modo a não gerar exclusão social de catadores e catadoras", acrescenta a nota.

Guilherme Levorato

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Brasil Sustentável

Destinação adequada do lixo melhora no Brasil em 2024

247 - O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) encerrou, em 31 de outubro, o primeiro ciclo de recebimento de propostas da Lei de Incentivo à Reciclagem (LIR), registrando resultados inéditos e expressivos em todo o país. Foram apresentadas 952 propostas provenientes de 26 estados, somando um volume recorde de R$ 2,2 bilhões em investimentos. O número evidencia a adesão do setor privado e da sociedade civil à economia circular e à gestão de resíduos sólidos, pilares fundamentais da política ambiental brasileira.
O secretário nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Adalberto Maluf, destacou o impacto positivo da mobilização. “O volume de R$ 2,2 bilhões em propostas mostra que a LIR se consolidou como uma ferramenta eficiente para mobilizar investimentos. É o mercado respondendo de forma positiva ao compromisso do governo federal com a inclusão social de catadoras e catadores e com a redução da poluição”, afirmou.
Entre os projetos inscritos, há iniciativas voltadas à estruturação de cooperativas de catadores, ao desenvolvimento de tecnologias de reciclagem, à implantação de sistemas de compostagem e à criação de centros de referência em resíduos sólidos. Também se destacam propostas de pesquisa e desenvolvimento (P&amp;D) em empresas que buscam aprimorar processos e soluções sustentáveis.
O sucesso da primeira rodada da LIR é resultado da articulação entre o MMA, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), a Secretaria-Geral da Presidência da República e o Banco do Brasil. A lei, regulamentada em 2024, representa um marco para o fortalecimento de políticas públicas que unem desenvolvimento econômico, responsabilidade ambiental e inclusão social.
A análise técnica das propostas terá início nas próximas semanas, e o novo ciclo do programa começará em janeiro de 2026. As informações completas sobre os projetos e o acompanhamento do processo seletivo estão disponíveis no site do governo federal.

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Lei de Incentivo à Reciclagem atrai R$ 2,2 bilhões em propostas

247 - O arroz, um dos alimentos mais presentes na mesa do brasileiro,também é símbolo de avanço ambiental e social. A Ambipar, líder global em soluções sustentáveis, e a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) firmaram uma parceria para ampliar a reciclagem das embalagens plásticas utilizadas pelo setor industrial orizícola no país.
A iniciativa vai muito além do cumprimento das exigências legais. Com a implementação de um sistema completo de logística reversa, as embalagens ganham um novo destino, e o Brasil dá mais um passo rumo a uma economia circular robusta. O projeto será operacionalizado por meio do selo Circular Pack, que garante rastreabilidade de ponta a ponta, desde a coleta até a destinação final, além de estimular ações de educação ambiental e inclusão produtiva.
“A parceria com a Ambipar tem por objetivo disponibilizar uma solução adicional de logística reversa de embalagens à indústria orizícola. É mais uma das iniciativas sustentáveis adotadas pelo setor, que também investe no tratamento de água e efluentes, gera energia limpa a partir da casca de arroz e já reduziu, em mais de 30%, as emissões de metano nos últimos 15 anos”, ressalta o presidente da Abiarroz, Renato Franzner.
Para Felipe Nassar Cury, head de Pós-Consumo da Ambipar, o projeto com a Abiarroz mostra como é possível transformar responsabilidade ambiental em oportunidade de impacto positivo. “Acreditamos que a logística reversa pode ir muito além da obrigação legal. É uma estratégia poderosa para gerar valor ambiental, econômico e social. A parceria com a Abiarroz reforça nosso compromisso em transformar desafios da reciclagem em oportunidades sustentáveis, estruturando a cadeia de ponta a ponta e fortalecendo cooperativas regionais”, afirma.
O foco da parceria são as embalagens plásticas flexíveis usadas no empacotamento do arroz, materiais que representam um dos maiores gargalos na reciclagem no Brasil, tanto pelo volume quanto pela dificuldade técnica de reaproveitamento. Para enfrentar esse desafio, a Ambipar tem apostado na estruturação de cooperativas, centros de triagem e programas de coleta seletiva que conectam moradores, comércios e grandes marcas.
Mais do que reciclar, o modelo busca gerar impacto social. Ao criar empregos verdes, promover a inclusão de catadores e estimular a educação ambiental, o Circular Pack transforma resíduos em oportunidade de renda e desenvolvimento. Com atuação nas 27 unidades federativas e mais de 400 empresas já atendidas, o selo também garante conformidade com legislações estaduais e transparência, com auditorias independentes e monitoramento público.
“O grande diferencial dessa parceria está na capacidade de entregar resultados auditáveis e gerar benefícios reais para a cadeia de reciclagem, indo além da simples compra formal de créditos. Promovemos empregos verdes, inclusão social e educação ambiental, com capilaridade nacional e atuação nas 27 unidades federativas”, finaliza Cury.
Sobre a Abiarroz - Fundada em 2009, a Abiarroz tem por objetivo representar o segmento industrial orizícola nacionalmente em seus interesses junto às diversas esferas de poder. Atualmente, representa indústrias e cooperativas filiadas em diversas regiões do Brasil, que, juntas, são responsáveis por cerca de 70% do arroz beneficiado no país.
Por meio do projeto Brazilian Rice, atua na abertura de mercados e promove a imagem do arroz fora do país. Também desenvolve ações voltadas à sustentabilidade da atividade industrial orizícola, com enfoque na interlocução junto a entidades governamentais.
Sobre a Ambipar - A Ambipar é líder global em soluções ambientais e investe e opera projetos de descarbonização, economia circular, transição energética e regeneração ambiental. Fundada em 1995, a companhia atua em 41 países com um amplo portfólio de serviços ambientais, especialmente para recuperação de resíduos e respostas a emergências ambientais. 
Pioneira em diversos produtos e serviços, é referência no mercado em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&amp;I), com mais de 100 soluções de economia circular, mais de 25 patentes e mais de 50 prêmios de inovação nacionais e internacionais. 
Com mais de 23 mil funcionários espalhados pelo mundo e mais de 600 bases operacionais, a empresa possui ações listadas na B3 e na Bolsa de Valores de Nova York. Seu desempenho também é reconhecido pela Standard &amp; Poor’s, que classificou as ações da Ambipar como ações verdes na B3, a bolsa de valores brasileira. 
Para mais informações, acesse: <a href="https://ambipar.com/">https://ambipar.com</a>

Ambipar e Abiarroz se unem para ampliar reciclagem de embalagens plásticas do setor industrial arrozeiro

247 – A economia mundial segue desperdiçando a maior parte dos recursos naturais que consome. De acordo com o Circularity Gap Report 2025, divulgado nesta semana no 8º Fórum Mundial de Economia Circular, realizado em São Paulo, apenas 6,9% dos materiais utilizados anualmente no planeta são reciclados. O relatório, elaborado pela consultoria Deloitte em parceria com a organização internacional Circle Economy, revela um retrocesso de 2,2 pontos percentuais em relação a 2015, segundo <a href="https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/05/so-69-dos-materiais-usados-no-mundo-sao-reciclados-diz-estudo.shtml">reporta a Folha de S. Paulo</a>.
O estudo mostra que, embora a extração de matérias-primas continue crescendo de forma acelerada — impulsionada pela urbanização e pelo aumento do PIB —, os sistemas de reciclagem estão longe de acompanhar esse ritmo. Com isso, quase 90% dos materiais extraídos, processados e consumidos no mundo se tornam resíduos e não retornam ao ciclo produtivo.
<h3>Consumo desproporcional e crise planetária</h3>
Em meio ao aumento no uso de recursos naturais, a população global também consome mais por habitante: o relatório aponta que o consumo per capita passou de 8,4 toneladas por ano em 1970 para 12,2 toneladas em 2020. A consequência direta é a sobrecarga dos ecossistemas e o agravamento da crise climática.
“Nossa análise é clara: mesmo no cenário ideal, não podemos resolver a crise planetária apenas com reciclagem. É necessária uma transformação sistêmica profunda. Todos precisamos fazer escolhas diferentes, ser ousados e investir em soluções circulares”, afirmou Ivonne Bojoh, CEO da Circle Economy.
<h3>Reciclagem como vetor de mudança</h3>
Apesar das limitações atuais, a reciclagem ainda é vista como um componente crucial para a redução de emissões. Para Marcelo Souza, CEO da indústria Fox e autor do livro Reciclagem de A a Z, “a reciclagem é como uma mineração urbana. Se fosse plenamente implementada, reduziríamos drasticamente a necessidade de extrair matéria-prima virgem”. Ele exemplifica: “A emissão de carbono para produzir uma tonelada de alumínio virgem é mais de 90% superior à da mesma quantidade de alumínio reciclado”.
O estudo estima que, se todos os materiais recicláveis fossem de fato reaproveitados, a taxa de circularidade global poderia saltar para até 25%, sem necessidade de reduzir o consumo. No entanto, os autores alertam que os sistemas atuais são ineficientes e incapazes de processar todo o volume de resíduos gerado.
<h3>Obstáculos estruturais e sociais</h3>
Grande parte dos materiais reaproveitados atualmente provém de resíduos industriais e de demolição. Apenas 3,8% vêm do lixo doméstico, o que revela um grande potencial ainda inexplorado. No Brasil, por exemplo, só 8% dos resíduos sólidos urbanos recicláveis são efetivamente reciclados, em um universo de mais de 80 milhões de toneladas de lixo geradas por ano.
Para Dione Manetti, presidente do Instituto Caminhos Sustentáveis e responsável técnico pelo Anuário da Reciclagem, é preciso atacar as causas estruturais: “O ideal seria reaproveitar tudo o que for possível e reinserir esses materiais na cadeia produtiva. Isso reduziria a extração, fortaleceria a economia e geraria trabalho decente para milhares de catadores”. Segundo ele, isso só será viável com políticas públicas robustas: “É urgente incentivar o setor por meio de investimentos em cooperativas e por meio de uma política tributária que torne mais vantajoso o uso de matéria-prima reciclada”.
Essa lógica distorcida — em que sai mais barato extrair da natureza do que reciclar — explica por que muitos materiais recicláveis não chegam a ser reaproveitados. E o problema começa dentro de casa: levantamento do Datafolha mostra que um em cada três brasileiros que têm acesso à coleta seletiva não separam os resíduos.
<h3>Falta infraestrutura e cultura</h3>
Para Telines Basilio do Nascimento Junior, conhecido como Carioca, presidente da Coopercaps — uma das maiores cooperativas de catadores do país —, o gargalo é evidente: “Faltam municípios com coleta seletiva, há poucas centrais de triagem e muitas organizações estão sucateadas. Mesmo que a coleta aumentasse, não conseguiríamos dar conta da demanda”, afirma. Ele também aponta a necessidade urgente de educação ambiental e campanhas de conscientização.
Nesse sentido, especialistas concordam que é preciso reverter a lógica que valoriza o novo e descarta o reaproveitado. “Ficamos 250 anos sendo bombardeados com a ideia de que o belo é o material virgem. Chegou a hora de valorizar o que é reciclado”, afirma Marcelo Souza.
Beatriz Luz, fundadora do Hub de Economia Circular Brasil, reforça: “O resíduo precisa virar algo novo, uma matéria-prima com valor e escala. Sem criar novas relações comerciais e modelos de governança, continuaremos tratando o lixo como lixo”.

Redação Brasil 247

Economia global falha na reciclagem e apenas 6,9% dos materiais voltam à produção

247 - O grupo brasileiro Ambipar, especializado em gestão ambiental, iniciou uma nova etapa de aproximação com o mercado chinês ao visitar, nesta semana, a Associação Chinesa de Economia Circular, entidade ligada ao desenvolvimento de políticas sustentáveis no país asiático.
A comitiva foi liderada por Tercio Borlenghi Junior, fundador e CEO da Ambipar, e teve como objetivo explorar oportunidades de investimento, cooperação e expansão de negócios voltados à descarbonização industrial, reciclagem de resíduos e soluções integradas para sustentabilidade ambiental. A visita aconteceu na segunda-feira (12), em Pequim, e contou com a recepção de Zhao Kai, vice-presidente executivo da associação.
A China tem se consolidado como um dos principais protagonistas globais no avanço da economia circular — conceito que busca conciliar crescimento econômico com preservação ambiental por meio do reaproveitamento de recursos, redução de resíduos e inovação em modelos produtivos. Segundo a associação chinesa, o país tem intensificado nos últimos anos políticas voltadas à neutralidade de carbono e à transição ecológica, com metas ambiciosas para os próximos anos.
Rafael Tello, CEO da Ambipar para o Oriente Médio e Norte da África, apresentou à entidade chinesa o escopo de atuação do grupo brasileiro, que está presente em 41 países, com 600 unidades operacionais e mais de 23 mil funcionários. A empresa atende setores diversos, como mineração, petróleo e gás, papel e celulose, alimentos, construção civil e serviços financeiros, com mais de 25 mil clientes globais.
A Ambipar se coloca como parceira estratégica para países que buscam soluções técnicas e integradas em gestão de resíduos, tratamento de efluentes industriais, resposta a emergências ambientais e consultoria para políticas públicas. Durante a reunião, os representantes da empresa demonstraram interesse em apoiar as metas chinesas de descarbonização e recuperação ambiental, especialmente em regiões menos desenvolvidas do interior do país, onde há maior demanda por investimentos em infraestrutura verde.
Zhang Min, secretária-executiva da associação chinesa, afirmou que a China tem promovido, nas últimas duas décadas, um esforço nacional de reorganização do modelo produtivo com base na lógica circular. De acordo com ela, embora as regiões costeiras tenham avançado mais rapidamente, ainda há grande potencial de atuação no centro e no oeste do país — o que representa uma porta de entrada para grupos internacionais.
A associação sugeriu que a Ambipar considere estabelecer uma filial na China e formalize uma parceria estratégica de médio e longo prazo com a entidade chinesa. O objetivo seria facilitar a entrada da empresa no país e ampliar a oferta de soluções ambientais adaptadas às necessidades locais.
Ao final da reunião, Tercio Borlenghi Junior agradeceu a receptividade e classificou o encontro como “um excelente ponto de partida” para futuras colaborações. Ele afirmou que a Ambipar estudará com atenção a viabilidade de instalar uma estrutura na China, a fim de contribuir com os esforços que o país tem promovido no combate às mudanças climáticas e na promoção do desenvolvimento sustentável.
Participaram também da reunião o CEO do Banco Ambipar, Victor Borlenghi; o presidente global de operações do grupo, Roberto Azevêdo; o diretor da área de pós-consumo, Felipe Curie; além de representantes da empresa chinesa Zhongchuang Carbon Investment Technology e do comitê setorial de petroquímica da associação.

Guilherme Paladino

Visita de executivos da Ambipar à Associação de Economia Circular da China

Economia

Ambipar busca expandir atuação na China e vê oportunidades em economia circular

247 - A economia verde tem ganhado destaque no Brasil, com potencial significativo para impulsionar o crescimento econômico e a sustentabilidade industrial. Um estudo realizado pelo Insituto AYA indica que a economia verde pode adicionar até US$ 430 bilhões ao PIB brasileiro até 2030, enfatizando a importância de estratégias de baixo carbono e sustentáveis.
E ainda, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), essa abordagem promove a eficiência no uso de recursos, reduz a degradação ambiental e fomenta empregos sustentáveis.
Neste aspecto, o Brasil possui um exemplo eficaz de economia verde, uma vez que o país recicla, ou melhor, rerrefina cerca de 500 milhões de litros de Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado (OLUC) por ano, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esse volume significativo não apenas reduz a dependência de óleos básicos de primeiro refino, derivados do petróleo, como também minimiza as emissões de gases de efeito estufa e promove a geração de empregos diretos e indiretos no setor. Em um cenário de crescente preocupação com sustentabilidade e economia circular, o rerrefino se consolida como uma solução estratégica para a indústria e para o meio ambiente.
De forma simplificada, o rerrefino, é um processo que garante a transformação do resíduo e sua reutilização de forma sustentável, permitindo que ele retorne ao mercado com a mesma qualidade de um óleo básico de primeiro refino. Além de contribuir com o meio ambiente, esse processo garante o reaproveitamento da matéria-prima, promovendo um modelo produtivo mais eficiente e sustentável, na prática uma economia verde.
Conheça mais sobre a logística reversa do OLUC - Iniciativas como o rerrefino de óleo lubrificante reforçam esse conceito, demonstrando como a indústria pode adotar práticas responsáveis sem comprometer sua produtividade e inovação.Marcelo Murad, Diretor de Óleos Básicos da Lwart Soluções Ambientais, empresa referência no setor, ressalta a importância do rerrefino para a economia verde: “O trabalho que a Lwart desenvolve na gestão do OLUC tem um papel essencial na economia circular, convertendo um resíduo perigoso em insumo de alta qualidade. Esse modelo sustentável não só reduz o impacto ambiental, como também fortalece a indústria nacional e reduz a dependência de matérias primas importadas. A Lwart está expandindo sua capacidade produtiva em 60%, um investimento significativo aumentar a circularidade do OLUC no Brasil”.
Com avanços tecnológicos e investimentos no setor, o rerrefino segue como um dos pilares da economia verde, garantindo um futuro mais sustentável para a indústria e para o planeta.

Economia verde: PIB brasileiro poderá ter um incremento superior a US$ 400 bilhões até 2030

247 - O Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF2025) será realizado pela primeira vez na América Latina, entre os dias 13 e 16 de maio, no Parque do Ibirapuera, em <a href="https://www.brasil247.com/search?term=S%C3%A3o+Paulo">São Paulo</a>. Organizado pelo Fundo Finlandês de Inovação Sitra, em parceria com a Fiesp, CNI, Senai Nacional e Senai-SP, o evento reunirá especialistas, líderes empresariais e representantes governamentais para discutir estratégias rumo a uma economia mais sustentável e regenerativa.
Com o tema "Soluções tropicais para um mundo sustentável", o WCEF2025 destacará o potencial das regiões tropicais na construção de uma economia de baixo carbono. A programação inclui mais de 100 sessões, entre plenárias e encontros paralelos nos dias 13 e 14 de maio. Nos dias 15 e 16, o evento se estende com atividades práticas de aceleração em diferentes regiões da cidade.
<h3>Fórum sustentável</h3>
Durante o WCEF2025, a Ambipar será responsável pela gestão completa dos resíduos gerados no evento, mesmo com a estrutura do fórum projetada para ter baixo impacto ambiental. Entre as medidas sustentáveis adotadas estão o uso de utensílios reutilizáveis no lugar de descartáveis.&nbsp;
A atuação técnica da companhia será essencial para garantir a destinação correta de todos os materiais descartados. Além disso, a Ambipar também será responsável pela compensação das emissões de CO₂ geradas durante o evento, contribuindo para que esta edição seja ainda mais sustentável.
<h3>O que é economia circular?</h3>
A <a href="https://www.brasil247.com/search?term=economia+circular">economia circular</a> é um modelo econômico que visa a sustentabilidade através da redução, reutilização e reciclagem de recursos. Ao contrário do modelo linear tradicional, que segue a sequência de extrair, produzir, consumir e descartar, a economia circular propõe um ciclo contínuo onde os produtos e materiais são mantidos em uso pelo maior tempo possível. Esse conceito busca minimizar o desperdício e maximizar o valor dos recursos, promovendo um sistema mais eficiente e sustentável.
O Circular Day, promovido pela InvestSP, ocorrerá em 16 de maio, integrando a programação do WCEF2025. O evento contará com workshops, painéis temáticos e uma feira de projetos, reunindo lideranças do setor público, da iniciativa privada e do terceiro setor para debater e apoiar iniciativas de economia circular.

Luis Mauro Filho

Brasil

Ambipar reforça liderança em soluções ambientais no Fórum Mundial de Economia Circular 2025

247 - A segunda edição da campanha “Eletrônico Não é Lixo”, realizada pelo SENAI-SP em parceria com a Green Eletron, encerrou com números expressivos: mais de 18 toneladas de resíduos eletroeletrônicos, pilhas e baterias foram arrecadados em apenas três semanas – um crescimento de 130% em relação à edição de 2023, que havia coletado cerca de 8 toneladas.
A grande campeã desta edição foi a Escola SENAI “Paulo Antonio Skaf”, de São Caetano do Sul, que sozinha arrecadou 7,6 toneladas de resíduos, reafirmando seu protagonismo na conscientização ambiental entre os alunos e a comunidade local. Além da vencedora, outras escolas também se destacaram, como o SENAI "Antonio A. Lobbe", de São Carlos, e o SENAI "Antonio Souza Noschese", de Santos, com mais de 3 e 2,9 toneladas arrecadadas, respectivamente.
A ação envolveu 11 escolas do SENAI em todo o estado de São Paulo e mobilizou milhares de estudantes, docentes e colaboradores. A campanha teve como objetivo principal educar e engajar a população sobre a importância da logística reversa e da economia circular, promovendo o descarte correto de equipamentos eletroeletrônicos fora de uso.
“O sucesso da campanha reforça que eletrônico não é lixo, mas é oportunidade de transformação. Quando descartado corretamente, o resíduo eletroeletrônico deixa de ser um problema ambiental para se tornar um ativo para a economia circular”, afirma Ademir Brescansin, Gerente Executivo da Green Eletron.
O descarte adequado de eletroeletrônicos é essencial para proteger o meio ambiente. Esses materiais, quando descartados de forma incorreta, podem contaminar o solo e a água, colocando em risco ecossistemas inteiros e a saúde pública. Além disso, o reaproveitamento dos componentes e metais presentes nos dispositivos contribui para a redução da extração de recursos naturais, diminui a emissão de gases de efeito estufa e impulsiona a geração de empregos na cadeia da reciclagem.
Segundo a pesquisa “Resíduos Eletrônicos no Brasil” de 2023 da entidade, embora 72% dos brasileiros já tenham levado algum item a um ponto de coleta, 85% ainda guardam lixo eletrônico em casa. A campanha buscou justamente mudar esse hábito, levando informação e ação para dentro das instituições de ensino. A Green Eletron é referência nacional em logística reversa de eletroeletrônicos, pilhas e baterias, conectando empresas, governo e sociedade civil para construir um sistema eficiente, acessível e sustentável de descarte.

Ação "Eletrônico Não É Lixo" arrecada 18 toneladas de eletroeletrônicos, pilhas e baterias para descarte correto

247 - A edição de abril do Plastitroque, realizada no ABC Paulista no último sábado (5), foi considerada um sucesso. A iniciativa da Braskem, petroquímica global que desenvolve soluções sustentáveis da química e do plástico para melhorar a vida das pessoas, incentiva a destinação correta de resíduos plásticos e a conscientização ambiental, arrecadou 1,8 toneladas de resíduos plásticos, e reforça a importância da economia circular ao envolver cooperativa parceira do SER+, projeto que fomenta a inclusão social e o desenvolvimento socioeconômico dos trabalhadores da reciclagem.
A ação, pautada na troca de embalagens plásticas como PP e PET (garrafas plásticas de bebidas), PE - Plástico Duro (potes de cosméticos, baldes e brinquedos), Plástico Mole (sacos de alimentos, sacolas plásticas e embalagens Tetrapak)-, PVC (sandálias plásticas, tubos e mangueira), PS (embalagens para alimentos e remédios, bandejas, copos e pratos descartáveis) e Isopor (bandejas, embalagens de alimentos e de proteção para eletroeletrônico), por itens de alimentação e limpeza, recebeu mais uma vez, uma resposta positiva da comunidade, demonstrando a importância de programas como esse na conscientização ambiental e na promoção de práticas sustentáveis.
Além da quantidade expressiva de material coletado, o evento contou com a participação de 285 moradores da região, que puderam trocar seus resíduos por 156kits de alimentação e 129 kits de higiene e limpeza.
Durante a ação, estiveram presentes o subprefeito de São Matheus Ozziel Souza e a secretária adjunta de cultura do Município de São Paulo, Ana Carolina Lafemina, que reforçaram a importância dessa ação voltada a sustentabilidade e economia circular em um espaço já dedicado pela prefeitura a comunidade com ações de aproximação, informação e cultura.
O Plastitroque segue com edições mensais ao longo do ano, reforçando o compromisso da Braskem com a economia circular e o engajamento da comunidade.
Criada em 2019 no Brasil, a iniciativa já arrecadou mais de 150 toneladas de resíduos plásticos, no entorno das unidades da Braskem. O projeto acontece nos estados onde a Braskem tem atuação em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas.
“O Plastitroque tem se consolidado como um projeto fundamental para estimular a reciclagem e a participação da comunidade no descarte adequado do plástico. Cada edição fortalece essa cultura sustentável e beneficia não apenas o meio ambiente, mas também as cooperativas e os trabalhadores da reciclagem”, afirma Thais Romar Minelli Rodrigues, Coordenadora de Relações Institucionais da Braskem Sudeste.
A próxima edição já está programada para 03/05 também na Praça do Costinha, e para saber mais informações sobre o agendamento, mande uma mensagem para o número (11) 94321-8671.

Plastitroque arrecada 1,8 tonelada de plástico na edição de abril no ABC

247 - A cada início de ano letivo, o desafio de comprar material escolar se repete, mas a jovem escritora Malu Lira, de 14 anos, criadora do projeto Malu Finanças na Escola, compartilha dicas práticas para ajudar pais e crianças a enfrentar esse período sem comprometer o orçamento. Todos os alunos adoram ter materiais novos, especialmente os lançamentos, e quando têm personagens licenciados, esses itens se tornam quase obrigatórios nas mochilas escolares. Porém, essa tendência de consumo pode ser explicada e vivenciada de forma saudável pelos filhos. Malu sugere que a economia circular, com a troca de livros, mochilas, estojos e outros materiais entre amigos e familiares, pode ser uma forma bacana de praticar o consumo consciente. Além disso, essa prática contribui para um mundo mais sustentável e está totalmente alinhada com as discussões sobre a preservação do meio ambiente.
Pesquisas apontam que, em média, famílias gastam cerca de 25% do orçamento mensal nas compras de volta às aulas. Para Malu, aprender a administrar os materiais durante todo o ano e comprar de forma consciente ajuda a reduzir esse peso.
“Planejamento é superimportante para transformar o dinheiro que a gente gasta em uma chance de aprender sobre consumir de forma mais consciente. A economia circular, que todo mundo fala agora sobre moda, também serve pra coisas como materiais e livros escolares. Dá pra trocar, vender coisas que a gente não usa mais, usar sites, sebos, e até a escola pode ajudar nesse processo”, diz Malu.
Livros didáticos e paradidáticos podem ser repassados para estudantes mais novos, além de cadernos e materiais de papelaria que foram pouco usados. Quem está avançando também pode procurar os títulos pedidos na lista com colegas mais velhos da mesma escola.
Malu sugere que a família toda participe e ajude a fazer um inventário completo do que já existe em casa antes de ir às compras. “Isso evita itens duplicados e ensina as crianças a valorizarem o que têm”, diz. Além disso, ela recomenda criar um orçamento limite e envolver os pequenos no processo, apresentando opções e explicando escolhas.
Outra dica é evitar produtos com personagens famosos, que podem custar até 40% mais do que os genéricos. Existem também opções mais sustentáveis, como materiais reutilizáveis e trocas entre famílias, que estão em alta. “Essas alternativas ajudam no bolso e ensinam valores importantes para as crianças”, diz Malu.
Planejar as compras escolares com antecedência ou esperar o início das aulas pode fazer diferença no orçamento. “Fazer as compras em períodos menos movimentados, como antes do pico de procura ou depois que as aulas começam, aumenta muito as chances de economizar, porque os preços costumam ser mais baixos e ainda tem a chance de encontrar promoções nessas épocas”, explica Malu Lira.
Malu lembra que a educação financeira começa em casa. “Ensinar as crianças sobre consumo responsável desde cedo faz toda a diferença no futuro delas e, ao mesmo tempo, ajuda a aliviar o bolso dos pais.”

Jovem de 14 anos ensina como economia circular pode ajudar a diminuir em até 30% gastos com a lista de material escolar

247 – A proibição da importação de resíduos sólidos, tais como papel, plástico, vidro e metal, avançou mais um passo rumo à efetivação. Nesta terça-feira (17), o Plenário do Senado Federal aprovou o Projeto de Lei (PL) 3.944/2024, de autoria do deputado federal Célio Silveira (MDB-GO), que altera a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 2010). A matéria, conforme noticiado pela Agência Senado, agora segue para a sanção da Presidência da República.
Relatado pelo senador Weverton (PDT-MA), o projeto suscita amplo debate em torno da cadeia de reciclagem no Brasil. Ao apresentar seus argumentos, o parlamentar classificou como "incompreensível que o Brasil produza a quantidade de lixo que produz e ainda precise importar material para reciclagem." De acordo com dados da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), apenas 4% do lixo produzido no país é efetivamente reciclado. Apesar disso, empresas nacionais continuam importando toneladas de resíduos sólidos, especialmente para cumprir metas de conteúdo reciclado em sua produção.
As estimativas indicam que, entre 2023 e 2024, mais de 70 mil toneladas de materiais — papel, plástico, vidro e alumínio — teriam sido importadas, a um custo superior a US$ 300 milhões. “A possibilidade de importação de resíduos sólidos tem se tornado um dos maiores entraves ao fortalecimento da cadeia econômica da reciclagem”, declarou o senador Weverton durante a leitura de seu relatório no Plenário.
Emendas e exceções 
Durante a tramitação na Comissão de Meio Ambiente (CMA), o relator apresentou emendas redacionais que permitem a importação de resíduos utilizados na transformação de minerais estratégicos, incluindo metais importantes para a indústria de transformação. Outro ajuste excluiu especificamente a importação de pneus, alinhando o texto à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 101, que já proíbe a importação desse produto desde 2009.
Em Plenário, a preocupação de vários senadores recaiu sobre as aparas de papel, essenciais para certos setores industriais, sobretudo o de embalagens. Os senadores Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), Vanderlan Cardoso (PSD-GO), Esperidião Amin (PP-SC), Sergio Moro (União-PR) e Tereza Cristina (PP-MS) ressaltaram que a proibição poderia prejudicar fabricantes nacionais, que dependem desse insumo reciclável. Jorge Seif (PL-SC), autor de uma emenda pedindo exceção às aparas de papel, alegou: “Isso vai prejudicar, só em Santa Catarina, cerca de 40 empresas, que empregam 15 mil trabalhadores”. Após intenso debate, Weverton acolheu a expressão “tais como aparas de papel de fibra longa”, garantindo maior segurança ao setor.
Logística reversa e incentivo à indústria nacional 
Outra novidade do projeto é a autorização para que importadores e fabricantes de autopeças possam importar resíduos sólidos derivados de produtos nacionais previamente exportados, sempre com finalidade exclusiva de logística reversa e reciclagem integral, ainda que classificados como perigosos. Esse processo de gestão pós-consumo permite a recolocação de materiais no ciclo produtivo, diminuindo a necessidade de matérias-primas virgens.
Ao justificar as proibições, o relator argumentou que a medida impulsionará a cadeia interna de reciclagem, estimulando cooperativas e associações de catadores. Atualmente, cerca de 800 mil trabalhadores, segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, dependem da coleta e venda de resíduos.
“O maior sonho de um catador é vender seu produto diretamente para a indústria”, declarou o senador Giordano (MDB-SP), ao manifestar apoio à proposta. Ele lembrou sua própria experiência como catador de papel na juventude e defendeu a eliminação do “atravessador”, visando uma relação mais direta entre quem coleta e quem transforma o material, fortalecendo assim o mercado interno.
Setor do alumínio e outros materiais 
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio mostram que, entre janeiro de 2023 e maio de 2024, o Brasil importou 28 mil toneladas de papel, 5,6 mil toneladas de plástico, 16,6 mil toneladas de alumínio e 19 mil toneladas de vidro, totalizando US$ 322 milhões em importações desses quatro materiais. Segundo o relatório de Weverton, o alumínio representa 96,6% dos gastos, tornando-se um caso emblemático da dependência externa e justificando a ressalva para minerais críticos.
Com a aprovação do PL 3.944/2024, espera-se que o novo marco regulatório estimule o desenvolvimento da cadeia de reciclagem nacional, gerando empregos, reduzindo custos, fortalecendo a economia circular e minimizando os impactos ambientais.

Senado aprova veto à importação de resíduos sólidos e fortalece cadeia nacional de reciclagem

247 – O Governo do Distrito Federal (GDF) está apostando na economia circular para reduzir o impacto ambiental do descarte de resíduos eletrônicos. Até o início de dezembro, mais de 420 toneladas de eletrônicos já foram recicladas por meio dos mais de 100 pontos de entrega voluntária (PEVs) disponíveis na região. A meta é alcançar 500 toneladas recicladas até o final do mês, reforçando o compromisso com a sustentabilidade. A ação segue as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), que prevê a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, distribuidores, consumidores e gestores públicos, segundo <a href="https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2024/12/15/gdf-garante-reciclagem-de-mais-de-420-toneladas-de-eletronicos-com-pontos-de-entrega-voluntaria/">informa a Agência Brasília</a>.
A economia circular, ao contrário do modelo linear tradicional (extrair, produzir, descartar), propõe a reutilização de recursos ao máximo, minimizando resíduos e prolongando o ciclo de vida dos produtos. Nesse contexto, a reciclagem de eletrônicos, também chamada de mineração urbana, desempenha um papel crucial. Esse conceito se refere ao reaproveitamento de materiais valiosos, como metais pesados e preciosos encontrados em dispositivos descartados, reduzindo a necessidade de extração de recursos naturais e os impactos ambientais associados.
“A sociedade precisa ter esses locais de entrega voluntária para que os objetos não fiquem entulhados e não sejam descartados de forma irregular”, destacou o secretário do Meio Ambiente, Gutemberg Gomes, ressaltando a importância da participação da população na logística reversa. Essa política permite que materiais descartados, como celulares antigos, televisores e geladeiras, sejam reciclados e reinseridos na cadeia produtiva.
<h3>Impactos positivos e conscientização</h3>
Entre os materiais reciclados estão componentes como chumbo, mercúrio e cádmio, que, quando descartados incorretamente, podem causar contaminação do solo e da água. O coordenador substituto de Resíduos Sólidos da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Hamilton Favilla, destacou o papel dos PEVs: “Os pontos de entrega demonstram que, com a cooperação e o envolvimento de todos, é possível destinar os resíduos de forma ambientalmente correta.”
Cloves Fernandes Lima, 74, morador do Guará, utiliza os PEVs próximos à sua residência. “Antes eu costumava descartar itens eletrônicos na Asa Norte, onde eu trabalhava, mas, depois da aposentadoria, fiquei muito feliz de descobrir um local próximo de casa. É importante ter esses pontos em todas as regiões do DF para facilitar a vida dos moradores”, opinou.
Alessandra Sá, administradora e moradora do Lago Sul, também é adepta da iniciativa. “Costumo juntar todos os materiais e levar junto com o meu filho para ele entender a importância da iniciativa. Tem muita gente que não sabe o que o lixo eletrônico pode causar, então essa iniciativa é fundamental e precisa se expandir ainda mais”, afirmou.
<h3>Como participar</h3>
Os PEVs estão disponíveis em diversas localidades do DF, incluindo instituições como o Serviço Social do Comércio (Sesc). Além disso, é possível agendar coletas domiciliares gratuitas para itens que pesem mais de 30 quilos. Para resíduos menores, o serviço é avaliado caso a caso. Informações sobre os pontos de coleta estão disponíveis no site oficial da Sema ou pelo WhatsApp (61) 3301-3584.
A ação é realizada em parceria com a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree), responsável pela logística reversa, e executada pela empresa Zero Impacto, homologada para o transporte e destinação final dos resíduos.
<h3>Economia circular e mineração urbana: pilares da sustentabilidade</h3>
Ao promover a economia circular, o GDF contribui para transformar o lixo em recurso, reduzindo a necessidade de exploração de novas matérias-primas. A mineração urbana exemplifica esse processo, ao recuperar materiais valiosos de dispositivos descartados, como cobre, alumínio, ouro e prata. Esses elementos são reutilizados na fabricação de novos produtos, reduzindo os impactos ambientais e fomentando a criação de empregos verdes.
Com iniciativas como essa, o Distrito Federal avança na construção de um modelo de desenvolvimento mais sustentável e consciente, alinhado às necessidades do planeta.

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