<p><b>247 –</b> O Governo do Distrito Federal (GDF) inaugura neste sábado (29), às 9h30, o maior programa de captação e escoamento de águas pluviais já realizado na capital federal. A informação é da <i>Agência Brasília</i>, que detalha os impactos estruturais e ambientais do projeto Drenar DF, que custou R$ 180 milhões aos cofres públicos.</p>
<p>Mais do que uma grande obra de engenharia, o Drenar DF busca solucionar um problema histórico de alagamentos na Asa Norte, especialmente nas quadras mais antigas da região. A nova rede de drenagem, construída pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), duplica a capacidade de escoamento da estrutura anterior, reduzindo os riscos de enchentes, melhorando a qualidade de vida da população e protegendo o Lago Paranoá contra o acúmulo de resíduos sólidos.</p>
<h3>Infraestrutura de ponta e engenharia não destrutiva</h3>
<p>O novo sistema conta com 7,7 km de tubulação, projetados para suportar chuvas intensas e transportar grandes volumes de água até o ponto de escoamento. As galerias subterrâneas, construídas com a tecnologia tunnel liner – que permite escavações sem grandes danos à superfície –, começam na altura da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e seguem até a L4 Norte, cruzando importantes vias como a W3 Norte, Eixão e L2 Norte.</p>
<p>Durante o pico das obras, 35 frentes de trabalho atuaram simultaneamente nos cinco lotes do projeto, gerando cerca de 450 empregos diretos e indiretos. Ao todo, foram instaladas 291 bocas de lobo em pontos estratégicos da Asa Norte, definidos a partir de mapeamentos de áreas críticas de alagamento.</p>
<p>Segundo o diretor técnico da Terracap, <b>Hamilton Lourenço Filho</b>, o novo sistema atua em sinergia com a rede já existente. “<b>A sobrecarga do sistema atual é descarregada na rede do Drenar DF, tudo isso para que não ocorram mais alagamentos, enchentes e enxurradas nas quadras iniciais da Asa Norte</b>”, explicou.</p>
<h3>Sustentabilidade e preservação do Lago Paranoá</h3>
<p>Um dos pilares do projeto é a preservação ambiental. Na etapa final do sistema está a <b>bacia de detenção</b>, um reservatório de 96 mil m³ (equivalente a 40 piscinas olímpicas), construído em um terreno de 37 mil m² no <b>Parque Urbano Internacional da Paz</b>, no Setor de Embaixadas Norte. A função da bacia é reduzir a pressão da água e reter sedimentos e detritos antes que cheguem ao Lago Paranoá, preservando sua balneabilidade — hoje considerada adequada em 95% da área.</p>
<p>Antes da obra, o lago recebia água com alta velocidade e carregada de lixo, animais mortos e detritos urbanos, agravando a poluição e prejudicando o ecossistema local. Com o novo sistema, o processo de decantação será mais eficiente, contribuindo com a manutenção da qualidade da água.</p>
<h3>Novo cartão-postal: o Parque Urbano Internacional da Paz</h3>
<p>Além da drenagem, o projeto contempla a criação de um novo espaço de lazer para os brasilienses. Com investimento adicional de R$ 2,2 milhões, o <b>Parque Urbano Internacional da Paz</b> foi erguido com ciclovia, calçadas, estacionamento, áreas arborizadas e uma praça que circunda a bacia de detenção. A obra foi desenvolvida pela Terracap em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-DF) e seguiu diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).</p>
<h3>Avanço das escavações e desafios geológicos</h3>
<p>As escavações, em sua maioria manuais, utilizaram ferramentas como pá, picareta e martelete elétrico. No entanto, durante a execução do lote 2, os engenheiros se depararam com solo extremamente rígido, exigindo o uso de escavadeiras e furadeiras hidráulicas especializadas. O rompimento do último trecho desse tipo de solo ocorreu no dia 8 de março, marcando o fim da etapa mais complexa da construção subterrânea.</p>
<p>Foram escavados 108 poços de visita (PVs), que chegam a até 21,3 metros de profundidade — o equivalente a um prédio de seis andares — e que servirão para manutenção futura do sistema.</p>
<h3>Próximas fases</h3>
<p>O GDF já planeja expandir o programa. A <b>segunda fase</b>, a cargo da Terracap, abrangerá as quadras 4 e 5 até as 14 da Asa Norte, enquanto um <b>terceiro projeto</b> estuda a extensão para as quadras 15 e 16. Ambos aguardam aprovação técnica e liberação de recursos pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).</p>
<p>A entrega do Drenar DF representa um marco na infraestrutura urbana de Brasília, reunindo inovação técnica, preservação ambiental e bem-estar social. Além de resolver gargalos históricos, o programa antecipa soluções sustentáveis diante dos desafios climáticos contemporâneos, colocando a capital federal como referência em planejamento urbano e engenharia verde.</p>

Redação Brasil 247

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