André Richter - Repórter da Agência Brasil
Informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontam que o ex-presidente Jair Bolsonaro movimentou R$ 30,5 milhões nas suas contas bancárias entre março de 2023 e junho deste ano.
Os valores fazem parte do relatório de inteligência financeira, que foi usado pela Polícia Federal (PF) no <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-08/pf-indicia-bolsonaro-e-eduardo-em-inquerito-sobre-sancoes-dos-eua">inquérito que indiciou Bolsonaro </a>e um de seus seu filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no caso do tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil.
<blockquote>“No período de 01/03/2023 a 07/02/2024, foram movimentados R$ 30.576.801,36 em créditos e R$ 30.595.430,71 em débitos, cujos resumos por tipo de lançamento constam nas tabelas a seguir”, escreveu a PF.</blockquote>
O relatório não cita ilegalidades quanto à origem dos recursos movimentados por Bolsonaro, mas relata cerca de 50 comunicações de movimentações atípicas envolvendo o ex-presidente e pessoas ligadas a ele, como o filho, Eduardo, e a esposa, Michele Bolsonaro.
Das 50 comunicações, quatro informaram operações suspeitas em contas de Bolsonaro e outras quatro nas contas de Eduardo. Outras 42 operações foram feitas em contas de terceiros.
Segundo os investigadores, as movimentações “apresentam indícios de possíveis práticas de lavagem de dinheiro ou outros ilícitos, tendo os principais investigados como vinculados às referidas movimentações”.
Entre as operações atípicas envolvendo Bolsonaro, consta o repasse de R$ 2 milhões para bancar a <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-06/Bolsonaro%20afirma-que-deu-R%24%202%20milh%C3%B5es-a-filho-que-est%C3%A1-nos-EUA">estadia de Eduardo nos Estados Unidos</a>. A transferência foi feita no dia 13 de maio deste ano.
O repasse já era de conhecimento público e foi confirmado pelo próprio Bolsonaro. O dinheiro faz parte do montante de R$ 19 milhões recebido em doações de apoiadores, via Pix, entre 2023 e 2024.
O Coaf registrou outra operação de R$ 2 milhões da conta de Bolsonaro para Michele Bolsonaro. De acordo com a PF, a quantia <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-08/bolsonaro-omitiu-transferencia-de-r-2-milhoes-michele-diz-pf">foi omitida pelo ex-presidente</a> no depoimento prestado durante as investigações.
No caso de Eduardo, foi encontrada uma operação de câmbio de R$ 1,6 milhão para uma conta no banco Wells Fargo, nos Estados Unidos. A operação foi realizada no dia 26 de maio deste ano.
<blockquote>“Adicionalmente, a empresa [corretora]declarou, na mesma comunicação, que o valor teria como origem uma doação realizada por seu genitor, Jair Bolsonaro, conforme indicado em extrato bancário encaminhado à corretora”, completou o relatório.</blockquote>
As informações financeiras também apontam que Bolsonaro teve despesas de R$ 6,6 milhões com dois escritórios de advocacia.&nbsp;
<h2>Defesa</h2>
A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Bolsonaro e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.&nbsp;
Mais cedo, os advogados do ex-presidente <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-08/defesa-de-bolsonaro-se-diz-surpreendida-com-indiciamento">disseram que foram surpreendidos </a>com o indiciamento.&nbsp;

Paulo Emilio

Ex-presidente Jair Bolsonaro em casa, em Brasília, durante prisão domiciliar determinada pelo STF
14/08/2025


original

1250x600

610x380

1280x490

300x400

500x240

321x200

square

360x640

320x320

3000x1800

thumbnail

viewImage

Brasil

Bolsonaro movimentou R$ 30 milhões em um ano, aponta relatório da PF

247 - O delegado da Polícia Federal Ricardo Andrade Saadi será o novo presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a partir de 1 de julho. Saadi ocupará o posto atualmente exercido por Ricardo Liáo, que está à frente do Coaf desde agosto de 2019 e solicitou sua saída da função.
Em nota, segundo o <a href="https://www.metropoles.com/brasil/ricardo-saadi-delegado-da-pf-sera-novo-presidente-do-coaf">Metrópoles</a>, o Banco Central, responsável pela supervisão do órgão, destacou que a trajetória de Saadi "contribuirá para a missão do Coaf de produzir inteligência financeira e supervisionar setores econômicos para proteção da sociedade contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa". O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, manifestou agradecimento ao atual chefe do Coaf pelos serviços prestados durante os últimos cinco anos.
Com uma carreira voltada ao enfrentamento do crime organizado, lavagem de dinheiro e corrupção, Ricardo Saadi é atualmente diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção na Polícia Federal. Entre 2010 e 2017, atuou como conselheiro do próprio Coaf. Já entre 2020 e 2022, ocupou a função de oficial de ligação junto à Europol, em Haia, na Holanda.

Tudo sobre conselho-de-controle-de-atividades-financeiras-coaf

Bolsonaro movimentou R$ 30 milhões em um ano, aponta relatório da PF

Delegado da PF assumirá presidência do Coaf a partir de julho

Cortes da TV 247