247 – A China reforçou seu papel como principal destino das exportações brasileiras de minerais críticos, especialmente aqueles essenciais à transição energética, como cobre, manganês e nióbio. É o que revela o mais recente boletim do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), divulgado nesta semana e <a href="https://exame.com/economia/china-amplia-compra-de-minerais-criticos-do-brasil-venda-de-cobre-atinge-recorde-de-us-331-milhoes/">repercutido pela revista Exame</a>.
O relatório, assinado por Tulio Cariello, diretor de conteúdo e pesquisa do CEBC, mostra que no primeiro trimestre de 2025 as exportações brasileiras de minério de cobre para a China atingiram um recorde histórico de US$ 331 milhões — um crescimento de 180% em relação ao mesmo período de 2024. Esse avanço se deve tanto ao aumento de 18% no preço do minério quanto ao salto de 79% no volume exportado, que chegou a 124 mil toneladas, a maior marca já registrada para o período.
Com esse desempenho, o cobre passou a representar 2% de todas as exportações brasileiras para o mercado chinês, tornando-se o item de maior crescimento relativo entre os dez principais produtos da pauta exportadora, tanto em valor quanto em volume. A China agora lidera com 35% das compras brasileiras do minério, ultrapassando países como Bulgária (18%) e Alemanha (15%).
<h3>Demanda crescente e oportunidades estratégicas</h3>
Segundo o CEBC, a demanda chinesa por cobre e outros minerais estratégicos tem aumentado de forma consistente. Em 2014, o país respondia por apenas 11% das importações brasileiras de minério de cobre; em 2024, esse índice já havia saltado para 20%, consolidando-se em 2025 como o principal destino.
A tendência acompanha a expansão global da chamada “indústria verde”, focada na transição energética e na produção de veículos elétricos, baterias e tecnologias renováveis, todas altamente dependentes de insumos como cobre, lítio, manganês e nióbio. “Esse novo padrão de demanda vem abrindo oportunidades para o Brasil, que detém grandes reservas e capacidade produtiva desses insumos”, observa o relatório do CEBC.
<h3>Exportações em alta de outros minerais estratégicos</h3>
Além do minério de cobre, o boletim do CEBC aponta expressivos aumentos nas exportações brasileiras de outros minerais estratégicos para a China no primeiro trimestre de 2025. O manganês teve crescimento de 310%, seguido por ferroníquel (253%), cobre refinado e ligas de cobre (56%), obras de nióbio (35%) e ferronióbio (13%). Já os compostos de metais de terras raras de ítrio e escândio totalizaram 419 toneladas — sete vezes mais do que em todo o ano de 2024. O carbonato de lítio também ganhou destaque, com 56 toneladas embarcadas, ante nenhuma no mesmo período do ano anterior.
Apesar desse panorama otimista, o relatório registra queda de 22% no preço do minério de ferro, o que levou a uma redução de 25% no faturamento com esse produto. Ainda assim, o minério de ferro segue como carro-chefe da pauta mineral, respondendo por 65% das remessas do setor para a China. O volume exportado cresceu 3% e atingiu 59 mil toneladas, também um recorde para o primeiro trimestre.
<h3>Geopolítica e disputa por recursos estratégicos</h3>
O avanço das exportações brasileiras de minerais críticos ocorre em meio a uma crescente tensão nas relações comerciais globais em torno desses recursos estratégicos. Nesta terça-feira, 15, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou uma investigação oficial para avaliar a necessidade de novas tarifas sobre importações de minerais estratégicos.
Segundo a Casa Branca, o objetivo da investigação é determinar se essas importações prejudicam a “segurança e resiliência dos EUA”. Caso o secretário de Comércio confirme o risco, Trump poderá impor novas taxas, substituindo as tarifas recíprocas atualmente em vigor.
<h3>Soja e indústria de transformação também se destacam</h3>
O boletim do CEBC, destacado pela revista Exame, também evidencia o bom desempenho da soja nas exportações brasileiras para a China. O volume embarcado chegou a quase 17 mil toneladas — alta de 7% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar da queda de 4,4% no faturamento devido à desvalorização do grão, a China ampliou sua participação nas compras brasileiras de soja, agora com 77% de representatividade (alta de 5 pontos percentuais).
Outro ponto de destaque é o avanço da indústria de transformação nas exportações para a China. Sua participação cresceu para 23% no primeiro trimestre, alta de 6 pontos percentuais em relação a 2024. Por outro lado, o setor extrativo teve queda de 5 pontos, ficando com 42%, e o setor agropecuário caiu um ponto percentual, com 35%.
A guinada nas exportações brasileiras em direção à China, especialmente no setor mineral, mostra um realinhamento importante na geoeconomia global. O Brasil surge como fornecedor estratégico de matérias-primas para uma economia chinesa que busca liderar a transição energética mundial — enquanto o cenário geopolítico global, liderado pela ofensiva tarifária dos EUA, sinaliza que a disputa pelos recursos do futuro está apenas começando.

Redação Brasil 247

A China possui 63% da mineração de terras raras do mundo, 85% do processamento e 92% da produção de ímãs

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Economia

China amplia compra de minerais críticos do Brasil; venda de cobre atinge recorde de US$ 331 milhões

247 - O governo dos <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Estados+Unidos+">Estados Unidos </a>anunciou que as importações de aço, alumínio, cobre e ouro serão isentas das novas tarifas recíprocas impostas pelo presidente Donald Trump. A informação foi divulgada em um comunicado oficial da Casa Branca nesta quarta-feira (2).
De acordo com o comunicado, as importações desses metais, já sujeitas às tarifas estabelecidas pela Seção 232, não serão afetadas pelas novas medidas tarifárias anunciadas pelo presidente. 
Essa decisão visa proporcionar alívio aos compradores domésticos que já enfrentam tarifas de 25% sobre todas as importações desses metais, utilizados em produtos que vão desde <a href="https://www.brasil247.com/search?term=tarifas">automóveis </a>até eletrodomésticos. ​
A determinação indica que a administração Trump concedeu certa flexibilidade aos mercados de metais, que têm sido uma prioridade nas disputas comerciais do presidente. Além do aço e do alumínio, o cobre e o ouro também foram mencionados na cláusula de isenção. ​
A secretária de imprensa da <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Casa+Branca">Casa Branca</a>, Karoline Leavitt, afirmou que as novas tarifas entrarão em vigor imediatamente após o anúncio oficial. "Minha compreensão é que o anúncio das tarifas ocorrerá amanhã. Elas serão efetivas imediatamente, e o presidente tem sinalizado isso há bastante tempo", disse Leavitt a repórteres na terça-feira. ​
O presidente Trump declarou que as tarifas recíprocas visam reequilibrar as relações comerciais dos EUA. "Os números seão menores do que os que eles têm nos cobrado, e, em alguns casos, podem ser substancialmente menores", afirmou o presidente. ​
Leavitt minimizou as preocupações sobre a volatilidade do mercado antes do anúncio. "Assim como foi em seu primeiro mandato, Wall Street ficará bem", disse ela. Ao ser questionada sobre a possibilidade de os conselheiros da Casa Branca errarem na avaliação dos efeitos das tarifas e prejudicarem a economia dos EUA, Leavitt descartou essa hipótese. "Eles não vão errar", afirmou. 
"Isso vai funcionar, e o presidente tem uma equipe brilhante de conselheiros que estudam essas questões há décadas. Estamos focados em restaurar a era dourada da América e tornar os EUA uma superpotência manufatureira." ​
<h3>Tarifas de Trump afetam todo o mundo</h3>
<a href="https://www.brasil247.com/search?term=trump">Trump</a> anunciou a implementação de tarifas recíprocas sobre importações de diversos países, com o objetivo de equiparar as taxas que essas nações impõem aos produtos americanos. 
A iniciativa, denominada "Dia da Libertação" pelo presidente, estabelece uma tarifa mínima de 10% sobre todas as importações, com percentuais mais elevados para parceiros comerciais específicos. 
De acordo com o anúncio, produtos originários da China serão submetidos a uma tarifa de 34%, enquanto bens provenientes da União Europeia enfrentarão uma taxa de 20%. Importações do Japão e de Taiwan serão tarifadas em 24% e 32%, respectivamente. Além disso, uma tarifa de 25% será aplicada a todos os veículos importados. ​

Luis Mauro Filho

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Mundo

EUA isentam aço, alumínio, cobre e ouro de novas tarifas recíprocas

XANGAI (Reuters) - A China reduzirá as tarifas de importação de etano e de algumas matérias-primas recicladas de cobre e alumínio a partir do próximo ano, informou o governo no sábado.
O Ministério das Finanças anunciou ajustes em várias categorias de tarifas de importação, a partir de 1º de janeiro, com o objetivo de aumentar as importações de produtos de alta qualidade, expandir a demanda doméstica e promover a abertura de alto nível, informou em um comunicado.
Tarifas provisórias de importação abaixo das taxas da nação mais favorecida serão aplicadas a 935 itens, informou o ministério. As tarifas de importação serão reduzidas para o etano e algumas matérias-primas recicladas de cobre e alumínio para promover o desenvolvimento verde e de baixo carbono.
As tarifas aumentarão para commodities como melaço e pós pré-misturados contendo açúcar, mas serão reduzidas para itens como polímeros de olefinas cíclicas, copolímeros de etileno-álcool vinílico e transmissões automáticas para veículos para fins especiais, como caminhões de bombeiros e veículos de reparo.
As tarifas de importação também serão reduzidas em itens como ciclosilicato de zircônio e sódio, vetores virais para terapia de tumores CAR-T e fios de liga de níquel-titânio para implantes cirúrgicos.
O Acordo de Livre Comércio China-Maldivas entrará em vigor em 1º de janeiro, com a implementação de reduções tarifárias, informou o ministério.

Guilherme Paladino

China reduzirá tarifas de importação de algumas matérias-primas recicladas de cobre e alumínio

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China amplia compra de minerais críticos do Brasil; venda de cobre atinge recorde de US$ 331 milhões

EUA isentam aço, alumínio, cobre e ouro de novas tarifas recíprocas

China reduzirá tarifas de importação de algumas matérias-primas recicladas de cobre e alumínio

Cortes 247

Revista Brasil 247

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