247 - A OpenAI anunciou nesta semana o lançamento do “agente do ChatGPT”, ferramenta que promete revolucionar a interação com a inteligência artificial ao permitir que ela pense, aja e execute tarefas complexas de forma autônoma na web. A informação é da própria OpenAI, que detalhou as funcionalidades em seu blog oficial.
De acordo com a empresa, o agente integra os recursos de navegação do Operator, de investigação na web e de execução de tarefas em um sistema unificado. Com isso, o ChatGPT passa a ser capaz de realizar ações como preencher formulários, navegar por sites, editar planilhas e criar apresentações sofisticadas, além de acessar APIs e interagir com interfaces visuais — tudo isso a partir de comandos simples do usuário.
Agente inteligente com "computador próprio" - A grande inovação está no fato de o agente operar com um “computador virtual próprio”, capaz de acessar sites, executar códigos, coletar dados e até fazer login em sistemas mediante autorização do usuário. O sistema escolhe automaticamente as melhores ferramentas para cada tarefa, avalia resultados e adapta sua atuação com base no progresso da atividade. A ideia é permitir que os usuários “passem da ideia à ação”, com ganhos de tempo e eficiência.
Segundo a OpenAI, o usuário permanece no controle em todas as etapas. “O ChatGPT solicita permissão antes de realizar ações importantes”, garante a empresa. Ainda assim, o próprio texto de apresentação admite que a tecnologia pode cometer erros e que a criação de apresentações, por exemplo, ainda está em fase beta, com limitações visuais e funcionais.
Potência e desempenho: os números do agente - A empresa destaca o desempenho da nova tecnologia em benchmarks acadêmicos e testes práticos, como o DSBench, o SpreadsheetBench e o WebArena, com resultados que superam modelos anteriores e até o desempenho humano em certas tarefas. No teste SpreadsheetBench, por exemplo, o agente atingiu 45,5% de precisão — mais que o dobro da versão anterior, GPT-4o, e muito acima do Copilot da Microsoft.
Além disso, em um teste interno que simula tarefas de analistas financeiros de grandes corporações, o modelo obteve pontuação significativamente superior às versões anteriores, segundo a OpenAI.
Privacidade, supervisão e limites: a cautela é necessária - Apesar da sofisticação técnica, o lançamento também acende alertas sobre privacidade e segurança. O sistema foi projetado para resistir a tentativas de manipulação, como ataques de “injeção de prompt”, e se recusa a executar tarefas ilegais ou de alto risco, como transações financeiras ou ações jurídicas sigilosas. Ainda assim, como o próprio modelo pode interagir com dados sensíveis, inclusive em sites protegidos por login, especialistas apontam para o risco de vazamentos ou falhas de supervisão.
O agente depende do envolvimento ativo do usuário em tarefas delicadas, como envio de e-mails ou preenchimento de formulários com informações confidenciais. Em alguns casos, é exigido o “modo de observação”, em que cada etapa precisa ser autorizada manualmente.
Disponibilidade e próximos passos - O novo recurso já está disponível para usuários dos planos Pro, Plus e Team, e será liberado para contas Enterprise e Education ainda em julho. Usuários Pro poderão executar um número quase ilimitado de tarefas mensais, enquanto os demais terão cotas restritas, com possibilidade de ampliar via créditos adicionais.
A OpenAI avisa que a versão atual do agente é apenas o começo e promete aprimoramentos contínuos. Novas funções, como geração mais sofisticada de apresentações e melhor integração com ferramentas de trabalho, estão em desenvolvimento. Contudo, mesmo com esses avanços, a empresa reconhece que o modelo “ainda está dando os primeiros passos” e pode apresentar falhas durante a execução de tarefas complexas.

Guilherme Levorato

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ChatGPT ganha agente virtual que executa tarefas online e acessa sites com autonomia

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