WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., disse na quinta-feira que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças precisa cumprir as ambições do presidente Donald Trump, um dia depois que a Casa Branca demitiu a diretora da agência de saúde e que funcionários de alto escalão se demitiram.
Três dos funcionários foram escoltados para fora do campus da sede do CDC em Atlanta na manhã de quinta-feira, de acordo com quatro fontes familiarizadas com a situação.
A Casa Branca afirmou na quarta-feira que a diretora do CDC, Susan Monarez, foi demitida porque "se recusou a renunciar, apesar de ter informado a liderança do HHS (Health and Human Services) de sua intenção de fazê-lo", acrescentando que ela não estava "alinhada com a agenda do presidente de Tornar a América Saudável Novamente".
Os advogados de Monarez, Mark S. Zaid e Abbe David Lowell, rejeitaram a declaração da Casa Branca, dizendo que a notificação de demissão é legalmente deficiente e que ela continua sendo diretora do CDC. Mais cedo na quarta-feira, eles disseram que ela foi alvo por se recusar a apoiar "diretrizes não científicas e imprudentes".
As importantes autoridades que se demitiram, incluindo a diretora médica do CDC Debra Houry, citaram um aumento na desinformação sobre saúde, especialmente sobre vacinas, ataques à ciência e tentativas de cortar o orçamento da agência em suas cartas de demissão, vistas pela Reuters.
A reviravolta na liderança do CDC ocorre no momento em que Kennedy fez mudanças radicais nas políticas de vacinas desde que assumiu o cargo este ano, inclusive demitindo os membros do painel consultivo de especialistas em vacinas e substituindo-os por ativistas antivacinas e outros consultores escolhidos a dedo.
Desde que tomou posse em janeiro, Trump assumiu o controle de agências do governo dos EUA que, durante anos, se orgulhavam de sua independência da política presidencial, ao supervisionarem assuntos como eleições, mercados de ações e agitação trabalhista.
Kennedy se recusou a comentar durante uma entrevista na quinta-feira sobre os detalhes da saída de Monarez e de outros quatro funcionários do CDC.
"A agência está com problemas, precisamos consertá-la e estamos consertando. E pode ser que algumas pessoas não devam mais estar trabalhando lá", disse ele ao programa "Fox and Friends", da Fox News.
"Precisamos de uma liderança forte que vá para lá e que seja capaz de executar as amplas ambições do presidente Trump para essa agência", acrescentou.
Além de seu papel na proteção da saúde da população dos EUA, o CDC é líder global na detecção e resposta a surtos de doenças infecciosas e desempenhou um papel significativo na erradicação da mpox, na redução da incidência global da poliomielite e no controle do HIV/Aids.
A agência foi duramente criticada nos últimos meses por ter abandonado sua recomendação de que mulheres grávidas sejam vacinadas contra a Covid-19 e por ter restringido seu apoio às vacinas para crianças com complicações de saúde. Na quarta-feira, a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) deu uma aprovação restrita às vacinas atualizadas contra a Covid que serão lançadas em breve.

Guilherme Paladino

Robert Kennedy Jr. durante entrevista em Austin

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Kennedy diz que CDC deve cumprir agenda de Trump após Casa Branca demitir diretora

WASHINGTON (Reuters) - Robert F. Kennedy Jr., um crítico de vacinas que apoiou o presidente Donald Trump após abandonar sua própria candidatura presidencial, foi confirmado pelo Senado dos EUA nesta quinta-feira como secretário de Saúde e Serviços Humanos, superando a resistência do establishment médico e de membros do Congresso.
A votação foi de 52 a 48, com o senador Mitch McConnell, do Kentucky, sendo o único republicano a se juntar aos 47 democratas para votar contra Kennedy, que havia se comprometido a proteger os programas de vacinação existentes em uma tentativa de garantir os votos dos parlamentares hesitantes.
A confirmação abre caminho para que ele seja empossado no cargo de supervisor de várias agências de alto nível, incluindo a FDA e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças.
Kennedy, de 71 anos, é um advogado ambientalista que há muito tempo semeia dúvidas sobre a segurança e a eficácia das vacinas que ajudaram a conter doenças e evitaram milhões de mortes durante décadas.
Ele agora dirigirá o Departamento de Saúde que direciona mais de US$3 trilhões em gastos com saúde. Também sob a alçada do departamento estão os programas Medicare e Medicaid, que fornecem seguro de saúde para mais de 140 milhões de norte-americanos, e o Instituto Nacional de Saúde.

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247 - O governo chinês descartou a presença de novas doenças infecciosas no país e assegurou que os casos atuais de infecções respiratórias são causados por patógenos conhecidos, conforme afirmado por especialistas do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (China CDC). A principal causa de infecções respiratórias agudas é a gripe, de acordo com Wang Liping, pesquisadora do China CDC, em coletiva da Comissão Nacional de Saúde (CNS).
Dados recentes indicam que a intensidade da gripe permanece moderada na maioria das províncias chinesas. Com a aproximação das férias de inverno nas escolas de ensino fundamental e médio, espera-se uma redução nos casos de gripe entre meados e o final de janeiro. Wang destacou, segundo a agência de notícias Xinhua, que o metapneumovírus humano (HMPV) não é um patógeno novo, estando presente entre humanos há décadas, e que o aumento dos casos relatados decorre de avanços nos métodos de detecção.
Apesar do aumento nas visitas a clínicas de febre e departamentos de emergência, os números estão abaixo dos registrados no mesmo período do ano passado. Não houve falta significativa de recursos médicos, segundo Gao Xinqiang, da CNS. Desde outubro de 2024, a CNS tem implementado planos de monitoramento e mobilizado recursos para manter os serviços médicos estáveis e organizados.
As análises mostraram que a cepa dominante da gripe é o subtipo H1N1, e a vacina contra a gripe deste ano tem se mostrado eficaz contra essa variante. Os vírus da gripe em circulação também são sensíveis aos medicamentos antivirais, garantindo a eficácia dos tratamentos. Wang recomendou a vacinação anual contra a gripe para todas as pessoas com mais de seis meses de idade, desde que não haja contraindicações.
Em resposta a preocupações internacionais sobre um suposto "vírus desconhecido" na China, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, negou tais rumores, esclarecendo que o HMPV é um vírus comum que causa infecções respiratórias superiores e não apresenta riscos graves à saúde pública. Ele destacou que caracterizar o HMPV como "desconhecido" é cientificamente incorreto e gera medo desnecessário.
Guo reiterou o compromisso do governo chinês com a saúde de sua população e de estrangeiros residentes no país. Ele ressaltou que a China mantém cooperação constante com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e compartilha informações atualizadas sobre doenças respiratórias, além de orientar a população sobre medidas preventivas baseadas em evidências científicas.

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