247 - Escolhido por pelo menos 89 dos 133 cardeais para ser o novo papa e liderar a Igreja Católica, o cardeal Robert Francis Prevost nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, tem 69 anos e tornou-se o primeiro papa norte-americano da história da Igreja. É também o primeiro pontífice proveniente de um país de maioria protestante.
Mesmo tendo nascido nos EUA, grande parte da trajetória religiosa de Francis Prevost ocorreu na América Latina. Foi no Peru que ele se destacou e chegou aos cargos mais altos da Cúria Romana, espécie de órgão administrativo que auxilia o papa.&nbsp;
Antes de ser eleito como novo líder da Igreja Católica, Prevost &nbsp;ocupava duas funções importantes no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos, órgão que nomeia os bispos, e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.
O papa norte-americano iniciou a vida religiosa aos 22 anos. É formado em teologia na União Teológica Católica de Chicago e, aos 27, foi enviado a Roma para estudar direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino.&nbsp;
O religioso foi ordenado padre em 1982 e, dois anos depois, começou a atuação missionária no Peru — primeiro em Piura, depois em Trujillo, onde permaneceu por dez anos, inclusive durante o governo autoritário de Alberto Fujimori. Prevost chegou a cobrar desculpas públicas pelas injustiças cometidas no período.
Em 2014, foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, no Peru. Após esse período, o cardeal enfrentou sérias acusações. Ele foi denunciado por encobrir abusos sexuais cometidos por padres tanto em Chicago quanto no Peru.
No ano passado, Prevost e seu sucessor em Chicago, Blaise Cupich (também progressista), foram acusados de não terem implementado soluções adequadas nos anos 80 e 90 contra dois agostinianos que posteriormente foram condenados por abuso sexual.&nbsp;
No Peru, Prevost foi acusado de ter encoberto um caso em que três religiosas relataram ter sido vítimas de abuso sexual por dois padres.

Leonardo Lucena

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Mundo

Saiba quem é Robert Francis Prevost, eleito novo papa com o nome de Leão XIV

247 - O cardeal-arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, afirmou neste domingo (4) que a Igreja Católica permanece unida e que o futuro Papa deverá seguir os passos do pontificado de Francisco. A declaração foi dada durante passagem por Roma, onde o religioso celebrou missa na Basílica de São Bonifácio e Santo Aleixo, no alto do Monte Aventino. As informações são do jornal <a href="https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/05/04/igreja-nao-esta-dividida-e-novo-papa-sera-de-continuidade-diz-cardeal-de-brasilia.ghtml">O Globo</a>.
“A Igreja não está dividida. O colégio cardinalício não está dividido. Existem formas diferentes de pensar, mas isso é normal. Há uma profunda fraternidade entre nós”, disse Dom Paulo, rejeitando especulações sobre divisões internas entre os cardeais.
Com 57 anos, ele é o mais jovem entre os sete cardeais brasileiros que participarão do conclave. Embora não tenha revelado seu voto, manifestou expectativa de continuidade em relação ao pontificado atual.
“É normal que o próximo pontificado seja de continuidade. Francisco tratou das grandes questões do mundo. Quem vier deve seguir este caminho”, afirmou.
Dom Paulo também destacou o perfil que considera ideal para o próximo Papa: alguém capaz de unir a Igreja e aprofundar o diálogo iniciado por Francisco. “Penso que a tendência é a gente ter um papa conciliador”, disse. “A tendência seria alguém que continue esse diálogo suscitado por Francisco. Um papa dos nossos tempos, com seu estilo próprio.”

Redação Brasil 247

Cardeais participam da missa do Domingo de Páscoa na Praça de São Pedro, no Vaticano - 20 de abril de 2025.

Novo papa será de continuidade, diz cardeal de Brasília

247 - O cardeal italiano Angelo Becciu voltou a provocar polêmica no Vaticano ao insistir em seu direito de participar da eleição do novo papa, mesmo após ter sido banido do conclave por decisão direta do papa Francisco. As informações são da <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/cardeal-banido-por-francisco-insiste-em-participar-de-escolha-do-novo-papa/">CNN Brasil, </a>com reportagem de Tiago Ferreira Resende.
Becciu, de 76 anos, foi destituído de seu cargo e perdeu o direito de voto em futuros conclaves após se envolver em um escândalo financeiro de grandes proporções em 2020, relacionado à aquisição de um imóvel de luxo em Londres, que resultou em um prejuízo estimado em 139 milhões de euros para os cofres da Santa Sé. A decisão de Francisco, que rompeu com precedentes, foi uma das medidas mais drásticas do seu pontificado no combate a irregularidades internas na Igreja.
Ainda assim, Becciu afirma que não reconhece o veto. Em entrevista ao jornal italiano L’Unione Sarda, ele contestou publicamente sua exclusão da lista oficial de eleitores do conclave, divulgada recentemente pela Santa Sé. “Ao convocar-me para o último consistório, o papa reconheceu as minhas prerrogativas cardinalícias, na medida em que não houve nenhuma vontade explícita de me excluir do conclave, nem houve qualquer pedido explícito por escrito de minha renúncia”, argumentou o cardeal.
Segundo ele, a lista divulgada pela Santa Sé “não tem qualquer valor e deve ser considerada como tal”. Ele também reafirmou sua inocência no processo judicial que o condenou por fraude fiscal em 2023, sentença da qual ainda recorre. O cardeal alega que foi alvo de uma acusação injusta e que a condenação comprometeu indevidamente sua carreira e reputação.
Antes do escândalo, Angelo Becciu era apontado como um dos favoritos à sucessão de Francisco. Tinha prestígio dentro da Cúria Romana e ocupava o terceiro posto mais importante na hierarquia do Vaticano. Sua queda, no entanto, foi abrupta e amplamente repercutida, abrindo um precedente inédito na história recente da Igreja.
A polêmica sobre sua presença no conclave reacende o debate sobre os limites do poder papal e a transparência das decisões que afetam o Colégio Cardinalício. O caso de Becciu também não é isolado: outros religiosos foram discretamente afastados sob o pontificado de Francisco, como o peruano Juan Luis Cipriani, ex-arcebispo de Lima, que foi silenciado após denúncias de abusos sexuais.
A decisão final sobre a eventual participação de Becciu na eleição do próximo papa caberá ao decano do Colégio Cardinalício, o reverendo Giovanni Battista Re, que assume funções protocolares até a escolha do novo pontífice.
Enquanto isso, o Vaticano se vê novamente às voltas com uma disputa interna em um dos momentos mais delicados da história recente da Igreja Católica.

Laís Gouveia

Membros da Guarda Suíça ao lado do caixão contendo o corpo do Papa Francisco, no dia do translado de seu corpo, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 23 de abril de 2025

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