247 - O Ministério Público (MP-RJ) tenta identificar os policiais do Bope flagrados furtando objetos dentro de uma casa no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro.&nbsp;
A Corregedoria da PM prendeu um dos agentes, o policial militar Leandro Silva Pereira dos Santos. Ele foi detido enquanto trabalhava em outro batalhão, o de Botafogo. A prisão ocorreu no último sábado (4).&nbsp;
Investigadores iniciaram as apurações com imagens registradas pela câmera corporal usada pelo próprio policial. De acordo com o MP, os agentes destruíram uma câmera de monitoramento, retiraram a fiação e impediram uma moradora de filmar a ação. Depois voltaram ao quarto e furtaram camisetas, perfumes e uma luva tática.
A denúncia do MP apontou que Leandro e outros colegas entraram na residência, reviraram armários e cômodos, mas não encontraram alguma coisa ilegal.&nbsp;

Leonardo Lucena

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MP denuncia PM do Bope por furto no Complexo do Alemão: 'transformaram casa em bazar grátis'

Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou, na última segunda-feira (9), um procedimento investigatório criminal (PIC) sobre a operação policial na Comunidade Santo Amaro, no Catete, no sábado (7), durante uma festa junina. Na ação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar, Herus Guimarães Mendes morreu e outras cinco pessoas ficaram feridas. Segundo o MPRJ, nas primeiras horas da manhã de sábado, o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, movimentou as estruturas institucionais para realizar uma investigação paralela às da Polícia Militar e da Polícia Civil. Um perito e três técnicos periciais estiveram no Instituto Médico Legal (IML) para uma perícia independente no corpo da vítima, utilizando um scanner com recursos digitais avançados.&nbsp; De acordo com o procurador-geral, pelas informações obtidas desde a madrugada de sábado, essa operação, que se destinaria a impedir a invasão de traficantes na comunidade Santo Amaro, não foi precedida das cautelas devidas e necessárias.&nbsp; “Ou, então, há outra motivação até então ignorada, mas que precisa ser elucidada. Estava em curso no local uma festa junina, com centenas de pessoas festejando pacificamente, quando houve essa incursão. Isso contraria todo e qualquer procedimento de atuação da Polícia Militar, o que é reconhecido pela própria corporação”, disse Moreira.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250608060612_4d634086c7c483589df88defb4b8dd718d377b5c4f70bba0e475567751c31426.jpg" data-media-id="editor_0" data-image-id="20250608060612_4d634086c7c483589df88defb4b8dd718d377b5c4f70bba0e475567751c31426" data-rendition-name="original" width="1283" height="721" loading="lazy" alt="herus-guimarães-mendes"><figcaption>Herus Guimarães Mendes deixa um filho de apenas 2 anos (Photo: Reprodução/Arquivo de família)</figcaption></figure>  O MPRJ aguarda o envio de imagens das câmeras corporais dos PMs que estiveram na comunidade para auxiliar nas investigações. O procurador-geral de Justiça recebeu o secretário de Polícia Militar do Estado, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, nesta terça-feira (10), em reunião com a participação da Corregedoria da corporação, e demais integrantes das duas instituições. O secretário da PM entregou ao MPRJ os dados e relatório referentes à operação policial. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, determinou o afastamento dos responsáveis por autorizar a operação na comunidade. Protesto Vídeos publicados nas redes sociais causaram indignação ao mostrar pessoas da comunidade se divertindo na festa junina, que, então, é interrompida pelo barulho dos disparos, que causa correria e desespero entre os presentes.&nbsp; Em reação, moradores da comunidade Santo Amaro fizeram um protesto no último sábado (7), em que participantes seguravam cartazes com os dizeres: "Justiça para Herus. Favelado não é bandido". Adolescentes que participaram da apresentação de quadrilhas durante a festa exibiram as camisas manchadas de sangue. Religiosos da comunidade também participaram do protesto e fizeram uma roda de oração pedindo paz e proteção para a população local.&nbsp;

MP do Rio abre inquérito próprio sobre operação da PM durante festa junina

247 - O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), exonerou neste domingo (8) os comandantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Comando de Operações Especiais (COE), após uma operação policial realizada durante uma festa junina no Morro Santo Amaro, no Catete, Zona Sul da capital, terminar com um jovem morto e cinco feridos. A decisão foi tomada cerca de 24 horas depois da ação, e o afastamento de 12 policiais envolvidos também foi determinado. A informação é do <a href="https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/06/08/operacao-santo-amaro-afastados.ghtml">g1.&nbsp;</a>
A operação, conduzida por duas equipes do Bope com nove agentes cada, deixou um morto — o office-boy Herus Guimarães Mendes, de 24 anos — e cinco pessoas feridas, sendo que apenas uma delas ainda estava internada até a publicação da reportagem. O episódio provocou forte repercussão nas redes sociais e pressões por responsabilizações imediatas."
Agora pela manhã, em uma reunião com os secretários de estado de Segurança e da Polícia Militar, determinei o afastamento imediato dos responsáveis por autorizar a operação na madrugada de ontem, na comunidade do Santo Amaro, em meio a uma festa popular", publicou o governador Cláudio Castro em suas redes sociais.Com a exoneração dos coronéis Aristheu de Góes Lopes (Bope) e André Luiz de Souza Batista (COE), assumem interinamente os respectivos subcomandantes das unidades. No Bope, o tenente-coronel Nascimento estará à frente até esta segunda-feira (9), enquanto o tenente-coronel Alex Benevenuto Santos comandará o COE. Este último já dirigiu o Bope e o Batalhão de Choque em gestões anteriores.
Segundo apuração do g1, 18 policiais participaram da ação, mas 12 deles efetivamente se envolveram no confronto. Herus Guimarães Mendes, que foi morto durante a operação, era office-boy e deixou um filho de apenas dois anos. Ele foi sepultado na tarde deste domingo, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, também na Zona Sul. Familiares e amigos se reuniram para prestar as últimas homenagens e pedir justiça."Estamos reunindo o pouco de força que a gente tem, com amigos e familiares, porque a gente vai ter que seguir cuidando dele [do filho de Herus]. Nós vamos ajudar a criá-lo porque é uma semente que meu filho deixou para nós", declarou emocionado Fernando Guimarães, pai da vítima, durante o velório.Cláudio Castro afirmou que a operação está sendo investigada pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar. O governador também garantiu que o Ministério Público terá acesso irrestrito às imagens captadas pelas câmeras corporais dos policiais envolvidos."Em conversa com o Ministério Público, demos nossa garantia de que todas as imagens do evento, gravadas pelas câmeras corporais dos policiais, serão disponibilizadas para que as responsabilidades sejam apuradas", disse.
Ao final do pronunciamento, o governador prestou solidariedade às famílias das vítimas."Me solidarizo com os familiares e amigos do jovem Herus Guimarães Mendes e das outras vítimas que foram atingidas durante a festa. Sei que palavras não vão trazer ninguém de volta e nem diminuir a dor de se perder um ente querido, mas fica aqui a minha tristeza e indignação", publicou Castro.
O caso reforça o debate sobre a atuação das forças de segurança em áreas densamente povoadas e em eventos populares, especialmente em um contexto de pouca transparência na autorização e execução de operações durante eventos públicos. A investigação segue em andamento.

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