WASHINGTON, 23 de junho (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , e seus aliados no Senado enfrentam uma disputa política acirrada pela aprovação de sua abrangente legislação de corte de impostos e gastos, que os líderes republicanos do Congresso esperam promulgar nos próximos dias, apesar da crescente resistência de diferentes facções do partido.
O líder da maioria no Senado, John Thune, o presidente da Câmara, Mike Johnson, e autoridades do governo estão pressionando os legisladores republicanos para aprovar o One Big Beautiful Bill Act para que Trump possa sancioná-lo antes do feriado do Dia da Independência dos <a href="https://www.brasil247.com/search?term=EUA">EUA</a>, em 4 de julho.
Mas os republicanos linha-dura redobraram a pressão por cortes adicionais de gastos após uma previsão oficial de que o projeto de lei adicionaria pelo menos US$ 2,8 trilhões à dívida americana de US$ 36,2 trilhões . Outros legisladores, buscando minimizar o impacto dos cortes em programas sociais, incluindo o Medicaid, também se opuseram veementemente à redação do projeto.
Os republicanos controlam o <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Senado+">Senado </a>por uma maioria de 53-47 e a Câmara por 220-212. Um republicano de cada casa se opôs à legislação desde o início devido à dívida.
Thune pretende iniciar a ação no Senado até meados desta semana e concluir a aprovação até o fim de semana, enviando o projeto de volta à Câmara para aprovação final.Espera-se que Trump aumente a pressão sobre os senadores esta semana, de acordo com legisladores republicanos que o veem como "o mais próximo".
"Grande unidade no Partido Republicano, talvez uma unidade como nunca vimos antes. Agora vamos aprovar o Grande, Grande e Lindo Projeto de Lei", disse Trump em uma publicação nas redes sociais no domingo.
Os legisladores ainda estão esperando que o parlamentar do Senado, o guardião apartidário da câmara, decida se a legislação se qualifica para o status privilegiado necessário para contornar os democratas e a obstrução de 60 votos do Senado e aprová-la com apenas 51 votos.
"O projeto de lei republicano do Senado é, em termos simples, cortes maiores, traição maior", disse o líder democrata do Senado, Chuck Schumer.
"Isso faz cortes ainda maiores na saúde. Destrói a energia limpa americana. Aumenta os custos para as famílias trabalhadoras e de classe média. E recompensa aqueles que estão no topo", disse ele.
<h3>REPUTAÇÃO</h3>
Alguns republicanos estão rejeitando o cronograma de Thune na esperança de ganhar mais tempo para negociar economias maiores.
"Não tem como. Não tem como", disse o senador Ron Johnson, um dos principais defensores da reforma fiscal que quer reduzir os gastos federais aos níveis pré-pandemia da COVID, quando questionado se poderia apoiar o projeto de lei esta semana.
O republicano de Wisconsin disse que está coordenando com os colegas senadores linha dura Mike Lee e Rick Scott, que querem obter economias adicionais de créditos fiscais verdes e do programa de saúde Medicaid para americanos de baixa renda, respectivamente.
"Se tivéssemos todo o dinheiro do mundo, por que mudaríamos? Não temos. Estamos com déficits de US$ 2 trilhões", disse Scott aos repórteres.
A legislação ainda precisa ser aprovada pelo parlamentar do Senado, um árbitro apartidário que disse que os esforços republicanos para restringir a assistência alimentar, restringir a capacidade dos juízes de bloquear políticas governamentais, cortar o financiamento para órgãos de fiscalização financeira e reverter a política de veículos de Biden violam as regras orçamentárias .
O apartidário Congressional Budget Office disse na semana passada que a versão da Câmara do projeto de lei poderia levar a um aumento de US$ 2,8 trilhões no déficit federal na próxima década.
O aumento do déficit atingiria um total de US$ 3,4 trilhões, se o custo do aumento dos pagamentos de juros devido às maiores necessidades de empréstimos fosse incluído, de acordo com a agência, que levou em consideração o impacto potencial do projeto de lei na atividade econômica.
O relatório contradiz as alegações republicanas de que os cortes de impostos levariam a um crescimento econômico vigoroso e se pagariam ao gerar maiores receitas com o aumento da atividade empresarial.
Em um discurso no Senado na semana passada, Thune citou uma projeção do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca de que a legislação aumentaria a receita federal em US$ 4,1 trilhões, dizendo que isso mais do que compensaria a estimativa de déficit do CBO.
<h3>ALCANCE DO MEDICAID</h3>
Uma versão revisada da legislação do Senado reduziria os impostos sobre provedores do Medicaid de 6% para 3,5% até 2031 nos estados que expandiram o programa para beneficiários fisicamente aptos, de acordo com a Lei de Assistência Médica Acessível. Essa disposição é contestada por vários senadores republicanos, que afirmam que ela prejudicaria o financiamento de hospitais rurais.
"Eles não podem cortar o financiamento de hospitais rurais", disse o senador Josh Hawley, um republicano do Missouri que se posicionou no debate como um defensor do Medicaid.
Mas os republicanos sinalizaram que o tempo para negociações chegaria ao fim em breve e previram que os membros indecisos acabariam apoiando a legislação.
"Algumas pessoas vão ter que se contentar com um sanduíche de presunto e ovo sem o presunto. É assim que as coisas são", disse o senador John Kennedy, da Louisiana.

Luis Mauro Filho

Presidente dos EUA, Donald Trump, fala com presidente da Câmara, Mike Johnson, no Capitólio, em Washington - 20/01/2025

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Mundo

EUA: Trump pressiona Congresso para aprovar pacote trilionário antes do 4 de julho

247 - O empresário Elon Musk desmentiu publicamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao afirmar que não teve acesso ao texto do pacote fiscal aprovado no Congresso norte-americano.&nbsp;
Em publicação na rede social X, <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Musk+">Musk </a>declarou: "Falso, este projeto de lei nunca me foi apresentado uma única vez e foi aprovado na calada da noite tão rápido que quase ninguém no Congresso conseguiu lê-lo!"&nbsp;
A declaração de Musk veio em resposta às afirmações de Trump, que disse estar "muito decepcionado" com o empresário e alegou que ele conhecia todos os aspectos do projeto de lei, inclusive melhor do que quase todos. O presidente sugeriu que Musk só passou a criticar a proposta após a inclusão de cortes nos incentivos para veículos elétricos, o que afetaria diretamente os interesses da Tesla.
O pacote fiscal, apelidado por Trump de "One Big Beautiful Bill", prevê a extensão de cortes de impostos implementados em 2017, além de novas isenções fiscais, como a eliminação de tributos sobre gorjetas, horas extras e juros de empréstimos para automóveis. Contudo, a proposta também inclui cortes em programas sociais como o Medicaid e o SNAP, além da redução de incentivos para energia limpa, o que gerou críticas de diversos setores, incluindo Musk.&nbsp;
Musk, que até recentemente liderava o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) na administração Trump, tem sido um crítico veemente do projeto. Em publicações anteriores, ele classificou a proposta como uma "abominação repugnante" e alertou que ela aumentaria significativamente o déficit orçamentário dos Estados Unidos, estimando um acréscimo de US$ 2,5 trilhões à dívida nacional.&nbsp;
A relação entre Musk e Trump, antes marcada por colaboração e apoio mútuo, parece ter se deteriorado diante das divergências sobre o pacote fiscal. O empresário chegou a afirmar que seu apoio foi crucial para a vitória republicana nas últimas eleições legislativas, sugerindo que, sem sua ajuda, os republicanos teriam perdido o Senado.
O projeto de lei, já aprovado na Câmara dos Representantes, enfrenta agora uma votação apertada no Senado, onde precisa de quatro votos republicanos contrários para ser bloqueado. Enquanto isso, as críticas de Musk e de outros opositores continuam a alimentar o debate sobre os rumos da política fiscal dos Estados Unidos. &nbsp;

Elon Musk reage durante uma coletiva de imprensa com o presidente dos EUA, Donald Trump (não mostrado na foto), na Casa Branca, em Washington, DC, EUA, em 30 de maio de 2025

Musk desmente Trump em publicação no X: "projeto de lei não me foi apresentado"

WASHINGTON, 5 de junho (Reuters) - O presidente Donald Trump atacou Elon Musk na quinta-feira, dizendo estar "decepcionado" com a oposição pública do bilionário ao amplo projeto de lei de corte de impostos e gastos que está no centro da agenda de Trump.
"Olha, Elon e eu tínhamos um ótimo relacionamento. Não sei se continuaremos tendo", disse Trump no Salão Oval. "Ele disse as coisas mais lindas sobre mim, e não disse nada de ruim sobre mim pessoalmente, mas tenho certeza de que isso será o próximo. Mas estou muito decepcionado com Elon. Ajudei muito Elon."
Trump também afirmou que os ataques ferozes de Musk ao projeto de lei foram motivados pela proposta de eliminação dos créditos fiscais ao consumidor para veículos elétricos. Musk, CEO da fabricante de veículos elétricos <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Tesla+">Tesla </a>(TSLA.O), disse que se opõe ao projeto de lei porque ele aumentará os déficits federais.
Trump sugeriu que <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Musk+">Musk</a>, que recebeu uma despedida cheia de elogios de Trump na semana passada após supervisionar sua campanha de corte de custos da burocracia federal, estava chateado porque sentia falta de trabalhar para Trump.
"Ele não é o primeiro", disse Trump. "As pessoas deixam o meu governo... e, em algum momento, sentem muita falta dele, e algumas o acolhem e outras se tornam hostis."
Enquanto Trump falava, Musk escreveu no X, "Slim Beautiful Bill para a vitória", uma referência ao título oficial do projeto de lei, "Big Beautiful Bill Act".
Musk publicou outra publicação, dizendo que concordava com os cortes nos créditos para veículos elétricos, desde que os republicanos removessem do projeto de lei o que ele chamou de "montanha de carne de porco nojenta" em gastos desnecessários.
Musk assumiu o governo com planos impetuosos de cortar US$ 2 trilhões do orçamento federal. Ele saiu na semana passada tendo conseguido muito menos do que isso, cortando cerca de metade de 1% do gasto total.
Musk tem sido um poderoso aliado de Trump, gastando quase US$ 300 milhões para impulsionar os republicanos nas eleições de 2024 e, em seguida, supervisionando o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) de Trump.
Seu trabalho eliminando milhares de empregos federais e cortando bilhões de dólares em ajuda externa e outros programas causou perturbações em agências federais e provocou protestos generalizados em lojas da Tesla nos EUA e na Europa.
As ações da Tesla ampliaram as perdas após as críticas de Trump a Musk. As ações caíram quase 6% recentemente; a queda foi de 3% antes do discurso de <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Trump">Trump</a>.
Reportagem de Nandita Bose e Jarrett Renshaw, escrita por Joseph Ax; Edição de Scott Malone

Bilionário Elon Musk e presidente dos EUA, Donald Trump
11/02/2025


Trump ataca Elon Musk e diz estar "muito decepcionado" com bilionário por críticas a projeto de lei

WASHINGTON, 4 de junho (Reuters) - A produção econômica dos EUA cairá como resultado das novas tarifas do presidente Donald Trump sobre produtos estrangeiros, que estavam em vigor desde 13 de maio, além de reduzir os déficits orçamentários federais em US$ 2,8 trilhões ao longo de uma década, afirmou o apartidário Congressional Budget Office na quarta-feira.
Em uma carta ao líder democrata do Senado, Chuck Schumer, e outros dois democratas de alto escalão, o CBO disse que as tarifas, que foram contestadas em processos judiciais, aumentarão os custos de bens de consumo e de capital.
"O CBO estima que, em termos líquidos, a produção econômica real (ajustada pela inflação) nos Estados Unidos cairá como resultado", disse a agência.
"A inflação aumentará em uma média anual de 0,4 ponto percentual em 2025 e 2026, na estimativa do CBO, reduzindo o poder de compra das famílias e empresas", afirmou a carta a Schumer e aos senadores Ron Wyden e Jeff Merkley.
Wyden é o democrata mais antigo no Comitê de Finanças do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Senado+">Senado </a>e Merkley é o democrata mais graduado no Comitê de Orçamento do Senado. Os três senadores solicitaram ao CBO uma análise sobre o impacto das tarifas do governo Trump implementadas entre 6 de janeiro e 13 de maio por meio de ações executivas.
As estimativas de inflação do CBO foram comparadas com uma perspectiva econômica publicada pelo CBO em 17 de janeiro.
A análise foi concluída antes que dois tribunais decidissem que as tarifas excediam a autoridade do presidente para impô-las. O governo solicitou a um tribunal de apelações a suspensão de uma das decisões.
Reportagem de Richard Cowan; Edição de Chizu Nomiyama

Vista do Capitólio, sede do Congresso norte-americano, em Washington, D.C.


Tarifas de Trump vão reduzir produção dos EUA, alerta escritório de orçamento do Congresso

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliou a pressão sobre parlamentares de seu próprio partidom, nesta terça-feira (3), ao atacar diretamente o senador Rand Paul, do Kentucky, por se opor a um projeto de lei central para sua agenda doméstica.&nbsp;
Por meio de duas postagens nas redes sociais, Trump acusou Paul de não compreender o conteúdo do projeto e afirmou: “Suas ideias são realmente loucas (perdedores!). O povo de Kentucky não o suporta”.
Segundo o jornal, <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Trump+">Trump </a>também criticou o histórico do senador, afirmando que “ele adora votar ‘NÃO’ em tudo, acha que isso é boa política, mas não é”, ao passo que definiu o projeto como um “grande VENCEDOR!”.
A ofensiva de Trump ocorre no momento em que os republicanos no Senado iniciam a análise da proposta aprovada por margem estreita na Câmara, apesar da forte oposição democrata. O presidente da Câmara, <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Mike+Johnson">Mike Johnson</a>, pediu aos senadores que evitem alterações substanciais no texto, sob risco de inviabilizar a aprovação final. Ainda assim, vários senadores já indicaram que pretendem modificar o conteúdo do projeto, sinalizando um caminho turbulento pela frente.
Na segunda-feira, Trump fez um apelo público para que os senadores republicanos acelerem a tramitação e enviem o projeto para sanção antes do feriado de 4 de Julho. “Peço a todos os meus amigos republicanos no Senado e na Câmara que trabalhem o mais rápido possível para levar este projeto à MINHA MESA antes do Quatro de JULHO”, escreveu o presidente.
Contudo, a margem estreita da maioria republicana no Senado permite apenas três dissidências antes que a proposta seja derrubada. E os sinais de insatisfação já se acumulam.
Um dos focos de resistência é liderado por Rand Paul, Ron Johnson (Wisconsin) e Mike Lee (Utah), que exigem cortes mais profundos nos gastos públicos. Eles criticam o impacto fiscal da medida, que, segundo projeções, ampliaria os déficits federais. Paul também se opõe à elevação de US$ 4 trilhões no teto da dívida, considerada essencial pelo Tesouro para evitar um calote do governo já em julho.
Outro grupo, formado por senadores como Josh Hawley (Missouri), Jim Justice (Virgínia Ocidental) e Susan Collins (Maine), contesta um trecho do projeto que restringe práticas estaduais de taxação de prestadores de serviços médicos, usadas para aumentar os repasses do Medicaid. A preocupação é que a medida comprometa o funcionamento de hospitais em regiões rurais.
A proposta também prevê o desmonte quase total dos créditos fiscais a energias limpas aprovados durante o governo de Joseph R. Biden, na chamada Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês). Senadores como Thom Tillis (Carolina do Norte), John Curtis (Utah) e Lisa Murkowski (Alasca) manifestaram reservas quanto ao corte de incentivos à transição energética.
“Só quero que os republicanos pensem com calma e não reajam de forma automática. Só porque está na IRA, não significa que seja ruim”, disse Curtis a jornalistas.
A senadora Murkowski também alertou sobre os impactos negativos dos cortes no Medicaid e da eliminação dos créditos verdes. A fragmentação entre os próprios republicanos coloca em risco a proposta, mesmo com a campanha agressiva de Trump para garantir a aprovação sem concessões significativas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, usa um boné com a inscrição "Make America Great Again" (MAGA) durante a cerimônia de formatura na Academia Militar de West Point, em West Point, Nova York, EUA, em 24 de maio de 2025

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