Reuters - O Reino Unido, o Canadá e a Austrália reconheceram o Estado palestino neste domingo, em um movimento gerado pela frustração com a guerra de Gaza e com a intenção de promover uma solução de dois Estados, mas que também deve irritar Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos.
A decisão das três nações as alinhou com cerca de 140 outros países que também apoiam a aspiração dos palestinos de forjar uma pátria independente dos territórios ocupados por Israel.
A decisão do Reino Unido teve um peso simbólico especial, devido ao seu importante papel na criação de Israel como uma nação moderna após a Segunda Guerra Mundial.
"Hoje, para reavivar a esperança de paz para os palestinos e israelenses e uma solução de dois Estados, o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina", disse o primeiro-ministro Keir Starmer no X.
Espera-se que outras nações, incluindo a França, sigam o exemplo nesta semana na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York.
O ministro da Segurança de Israel, Itamar Ben-Gvir, disse que as decisões de Reino Unido, Canadá e Austrália foram uma recompensa para os "assassinos", uma referência ao grupo militante Hamas, cujo ataque de outubro de 2023 desencadeou a guerra de quase dois anos.
Esse ataque matou 1.200 pessoas e 251 outras foram feitas reféns, de acordo com os registros israelenses.
A campanha de Israel que se seguiu matou mais de 65.000 palestinos, a maioria civis, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, e espalhou a fome, demoliu a maioria dos edifícios e deslocou a maior parte da população - em muitos casos, várias vezes.

Paulo Emilio

Palestinos transportam suprimentos humanitários em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza - 20/07/2025

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Mundo

Reino Unido, Austrália e Canadá reconhecem o Estado palestino

(Reuters) – Um homem foi preso nesta segunda-feira (horário local) depois que um carro colidiu com o consulado da Rússia em Sydney, informou a polícia australiana.
A polícia de Nova Gales do Sul declarou em comunicado que os agentes foram acionados pouco depois das 8h (22h GMT) após relatos de um veículo não autorizado estacionado na entrada de um endereço na Fullerton Street, que corresponde ao local do consulado russo.
Segundo a corporação, os policiais tentaram conversar com o motorista antes que ele avançasse com o veículo contra os portões da propriedade. Um homem de 39 anos foi detido e um policial de 24 anos sofreu um ferimento na mão.
Uma pessoa que atendeu o telefone no consulado recusou-se a comentar o incidente.
Tim Enright, trabalhador da construção civil que estava no telhado de um prédio próximo no momento, relatou que viu um policial tirando fotos de um carro estacionado perto do consulado por volta das 8h. Ele afirmou ainda ter ouvido sirenes e visto um helicóptero da polícia chegando ao local.
Mais tarde, um caminhão guincho retirou um veículo branco do terreno do consulado, segundo uma testemunha da Reuters.
O consulado chegou a ser fechado temporariamente, mas reabriu em seguida, disseram pessoas que aguardavam atendimento para vistos e estavam atrás de um cordão policial.
Mais cedo, imagens de televisão das redes australianas Sky News e Nine mostraram um carro com janela quebrada abandonado ao lado de um mastro da bandeira russa dentro do consulado, localizado no subúrbio de Woollahra, em Sydney.

Bianca Penteado

Homem é preso após carro colidir com consulado russo em Sydney

SYDNEY (Reuters) - A Austrália informou nesta quarta-feira que incluirá o YouTube, de propriedade da Alphabet, em sua lista de mídias sociais proibidas para crianças, revertendo uma decisão anterior de isentar a plataforma de compartilhamento de vídeos.
No mês passado, o órgão de fiscalização da internet da Austrália pediu ao governo que anulasse a isenção proposta para o YouTube, depois que sua pesquisa descobriu que 37% das crianças de 10 a 15 anos relataram ter visto conteúdo prejudicial na plataforma, o maior número entre todos os sites de mídia social.
Outras mídias sociais, como o Facebook e o Instagram, da Meta, o Snapchat e o TikTok, argumentaram que uma isenção para o YouTube seria injusta.
"As mídias sociais têm uma responsabilidade social e não há dúvidas de que as crianças australianas estão sendo impactadas negativamente pelas plataformas online, então estou dando um tempo nisso", disse o primeiro-ministro Anthony Albanese em um comunicado.
"As mídias sociais estão causando danos sociais aos nossos filhos, e quero que os pais australianos saibam que os estamos apoiando."
As empresas de mídia social serão multadas em até 49,5 milhões de dólares australianos (US$32,2 milhões) a partir de dezembro se infringirem a lei.
Um porta-voz do YouTube disse que a empresa consideraria os próximos passos e continuaria a se envolver com o governo.
"Compartilhamos a meta do governo de abordar e reduzir os danos online. Nossa posição permanece clara: o YouTube é uma plataforma de compartilhamento de vídeos com um acervo de conteúdo gratuito e de alta qualidade, cada vez mais visualizado em telas de TV. Não é uma rede social", disse o porta-voz por e-mail.
Jogos on-line, aplicativos de mensagens e sites de saúde e educação serão excluídos das regras de idade mínima do governo de centro-esquerda, pois representam menos danos para os adolescentes menores de 16 anos ou são regulamentados por leis diferentes, disse a Ministra das Comunicações, Anika Wells.
"As regras não são algo para definir e esquecer, elas são algo para definir e dar suporte", acrescentou Wells.

Guilherme Paladino

Austrália adiciona YouTube à proibição de mídia social para crianças

CGTN – Marcando o início da segunda década da Parceria Estratégica Abrangente China-Austrália, a visita oficial do primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, à China, de 12 a 18 deste mês, tem atraído ampla atenção da mídia internacional.
Tanto a China quanto a Austrália enfrentam atualmente pressões externas decorrentes de disputas comerciais, além de desafios internos relacionados ao desenvolvimento econômico. A China está comprometida em impulsionar um desenvolvimento de alta qualidade, enquanto a Austrália trabalha para aumentar sua produtividade. Nesse cenário, aprofundar a cooperação é do interesse de ambos os países e pode beneficiar ainda mais seus respectivos povos.
A cooperação econômica e comercial foi uma das prioridades da visita. Albanese chegou à China acompanhado de uma delegação de altos executivos empresariais e afirmou claramente que “jamais buscará se desvincular da economia chinesa”. Segundo análises, no curto e médio prazo, China e Austrália devem continuar a consolidar sua cooperação em áreas tradicionais, como agricultura e mineração, ao mesmo tempo em que expandem parcerias em setores emergentes, como inteligência artificial, saúde, bem-estar, energia limpa e economia digital.
Para Albanese, manter relações positivas com a China é do interesse da Austrália. “Quando há diferenças, podemos dialogar, mas não podemos ser definidos por elas”, afirmou.
A China espera que essa abordagem racional continue a prevalecer na política australiana, contribuindo para relações estáveis e e construtivas entre as duas nações, em benefício de seus povos e da paz e desenvolvimento na região da Ásia-Pacífico e no mundo.
Tradução: Inês Zhu
Revisão: Denise Melo
Fonte: CMG

China

Comentário: É momento de aprofundar as relações entre China e Austrália

CGTN – O presidente da China, Xi Jinping, reuniu-se hoje (15) no Grande Palácio do Povo com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, durante sua visita oficial à China.
Xi Jinping parabenizou mais uma vez Albanese pela sua reeleição. Segundo o presidente chinês, com os esforços de ambos os lados, as relações entre a China e a Austrália saíram do fundo do poço e tiveram mudanças positivas, trazendo benefícios aos seus povos. Isso mostra que manter o tratamento igualitário e buscar a convergência na diversidade e a cooperação mútua correspondem aos interesses fundamentais de ambos os países.
“Não importa como o mundo mude, a China e a Austrália devem aderir inabalavelmente a esta direção. A parceria estratégica global entre os dois países já iniciou a segunda década. A China quer promover ainda mais as relações sino-australianas junto com a Austrália para alcançar mais progressos positivos e beneficiar os seus povos”, disse Xi Jinping.
O presidente chinês deu ênfase aos seguintes pontos. Em primeiro lugar, os dois países devem continuar aumentando a confiança estratégica mútua. A determinação da China de manter o desenvolvimento pacífico não será abalada, bem como a ideia de manter o desenvolvimento comum e nem as políticas de promover cooperações e desenvolvimento na Ásia-Pacífico. Segundo, devem aprofundar e ampliar cooperações de benefícios recíprocos. A China é o maior parceiro comercial da Austrália dos últimos 16 anos. As duas partes devem promover a complementaridade de estratégias e criar um ambiente favorável de negócio e aumentar o nível e a qualidade das cooperações. Terceiro, devem cultivar a amizade entre os povos. Quarto, devem enfrentar em conjunto riscos e desafios.
Albanese também reconheceu os avanços positivos nos últimos anos entre as duas partes. Segundo ele, a Austrália valoriza as relações com a China, persiste no princípio de Uma Só China e não apoia a “independência de Taiwan”. O país está disposto a manter diálogos em todos os níveis com a China e aumentar a confiança mútua. Segundo ele, a Austrália nunca procurará o desacoplamento econômico com a China, pelo contrário, defenderá o multilateralismo e o comércio livre com Beijing, a fim de contribuir para a estabilidade e a certeza da comunidade internacional. Além disso, a Austrália apoia a China como anfitriã da APEC em 2026.

China e Austrália promoverão parceria estratégica global

247 - O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, recebeu seus colegas australiano, indiano e japonês na terça-feira (1), buscando aumentar os esforços para enfrentar a China, mesmo com divergências comerciais e outros desentendimentos bilaterais introduzindo atritos nas relações. A reportagem é da agência Reuters:
Os quatro países, conhecidos como Quad, compartilham preocupações sobre o crescente poder da China, mas os laços foram prejudicados pela ofensiva tarifária global do presidente <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Donald+Trump">Donald Trump</a>, da qual nenhum dos membros foi poupado.
O ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, no entanto, disse que a reunião foi "muito produtiva".
"O encontro de hoje fortalecerá a estabilidade estratégica no Indo-Pacífico e o manterá livre e aberto", disse ele em uma publicação no X.
Ao dar as boas-vindas aos seus colegas, <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Rubio">Rubio </a>chamou os países do Quad de parceiros estratégicos importantes e disse que era hora de "tomar medidas" em questões específicas.
Ele disse que 30 ou 40 empresas dos países do Quad se reuniriam no Departamento de Estado na terça-feira para discutir cooperação, incluindo a diversificação da cadeia de suprimentos de minerais essenciais, um setor atualmente dominado pela China.
A reunião oferece uma oportunidade para redirecionar a atenção para a região vista como o principal desafio para os EUA, depois que Trump se distraiu com questões em outros lugares, incluindo o recente conflito entre Israel e Irã. Em janeiro, o Quad afirmou que se reuniria regularmente para se preparar para uma cúpula de líderes na Índia ainda este ano.
Rubio também manterá reuniões bilaterais com Takeshi Iwaya, do Japão, e Jaishankar, da Austrália, e Penny Wong.
O secretário do Tesouro dos <a href="https://www.brasil247.com/search?term=EUA">EUA</a>, Scott Bessent, disse mais cedo na terça-feira que os EUA e a Índia estavam perto de um acordo para reduzir tarifas sobre importações dos EUA e ajudar a Índia a evitar que as taxas subam acentuadamente na próxima semana.
Jaishankar disse em um evento em Nova York na segunda-feira que havia esperanças de levar as negociações a uma conclusão bem-sucedida, o que exigiria "ceder e receber" para encontrar um meio-termo.
Após a reunião do Quad, Jaishankar foi ao Pentágono, onde o Secretário de Defesa Pete Hegseth disse que esperava que a Índia e os EUA pudessem dar continuidade aos seus esforços de integração de defesa.
"Esperamos poder concluir diversas vendas pendentes de defesa dos EUA para a Índia, expandir nossa cooperação industrial de defesa compartilhada e esforços de coprodução", disse Hegseth no início da reunião.
Outras questões pressionaram as relações.
A Índia discordou das alegações de Trump de que sua intervenção e ameaças de interromper as negociações comerciais evitaram um grande conflito entre a Índia e o Paquistão depois que militantes mataram turistas indianos na disputada região da Caxemira em abril.
Na segunda-feira, Jaishankar reafirmou a posição da Índia de que o comércio não foi um fator para um cessar-fogo com o Paquistão, acrescentando, em referência aos EUA, que "os relacionamentos nunca estarão livres de problemas" e que "o que importa é a capacidade de lidar com isso e manter essa tendência na direção positiva".
<h3>NEGOCIAÇÕES TARIFÁRIAS</h3>
O Japão, principal aliado dos EUA na região Indo-Pacífico, adiou uma reunião ministerial anual com os Departamentos de Estado e de Defesa dos EUA, que deveria ter sido realizada na terça-feira. Reportagens da imprensa afirmaram que a medida ocorreu após pressão dos EUA para que o país aumentasse os gastos com defesa além do solicitado anteriormente.
Nicholas Szechenyi, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, disse que os laços entre EUA e Japão parecem ter perdido força desde que o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba e Trump saudaram uma nova era de ouro nos laços em uma cúpula em fevereiro.
"As negociações tarifárias são exaustivas, e os japoneses parecem exasperados com os discursos públicos do governo sobre gastos com defesa", disse Szechenyi.
O Financial Times disse na semana passada que as exigências vieram de Elbridge Colby, o terceiro funcionário mais graduado do Pentágono, que, segundo analistas, também criou recentemente ansiedade na Austrália ao lançar uma revisão do enorme projeto AUKUS para fornecer ao país submarinos com propulsão nuclear.
Arthur Sinodinos, ex-embaixador da Austrália em Washington e atualmente na consultoria Asia Group, disse que questões bilaterais podem ofuscar a reunião, da qual Washington está ansioso para ver um foco maior do Quad na segurança.
"O público australiano estará procurando pistas sobre a posição dos EUA em relação ao AUKUS, bem como em relação ao comércio", disse ele.
Reportagem de David Brunnstrom; Reportagem adicional de Humeyra Pamuk, Idrees Ali e Phil Stewart; Edição de Don Durfee, Sandra Maler e Paul Simao

Luis Mauro Filho

Ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, a Ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, o Ministro das Relações Exteriores do Japão, Takeshi Iwaya, e o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, juntos no início de sua reunião do Quad Indo-Pacífico no Departamento de Estado em Washington, DC, nos EUA- 01/07/2025 

Em encontro, EUA reforçam aliança com parceiros do Indo-Pacífico e voltam a mirar China

CGTN – O presidente chinês, Xi Jinping, parabenizou, nesta terça-feira (13), Anthony Albanese por sua reeleição como primeiro-ministro do governo federal australiano.
Na mensagem, o líder chinês disse que se reuniu com Albanese nos últimos três anos para conversarem sobre questões de importância direcional e estatégica. &nbsp;Os dois alcançaram consensos importantes, proporcionando uma orientação &nbsp;para aprofundar o relacionamento sino-australiano.
Xi enfatizou que o reforço da cooperação bilateral é de grande importância para o desenvolvimento comum dos dois países, bem como para a promoção da paz e da estabilidade no mundo. Ele disse que estava disposto a trabalhar com Albanese para promover a parceria abrangente de forma estável e sustentável, com o intuito de trazer mais benefícios para os dois povos.
No mesmo dia, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, também enviou uma mensagem de congratulações a Albanese.
tradução: Shi Liang
revisão: Fabiano Bomfim

Xi Jinping parabeniza Anthony Albanese pela reeleição como primeiro-ministro da Austrália

247 - O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, do Partido Trabalhista, derrotou neste sábado (3) o conservador Peter Dutton, do Partido Liberal, ex-policial conhecido por sua retórica linha-dura e admirador do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a quem já chamou de “um grande pensador”.
“Obrigado ao povo da Austrália pela oportunidade de continuar servindo ao melhor país do mundo. Nesta época de incerteza global, os australianos escolheram o otimismo e a determinação”, disse Albanese à multidão em uma festa de campanha em Sidney.
Com o resultado, Albanese foi o primeiro premiê a vencer eleições consecutivas em mais de 20 anos na Austrália. Previsões oficiais indicaram que os trabalhistas devem ter cerca de 85 das 150 cadeiras da Câmara Baixa.
O premiê australiano reforçou que tocará uma agenda com foco em propostas como energias renováveis, combate à crise da moradia e mais investimentos no sistema público de saúde.

Leonardo Lucena

Partido Trabalhista derrota conservador alinhado a Trump na Austrália

247 - Em uma vitória histórica para o Partido Trabalhista australiano, o primeiro-ministro Anthony Albanese garantiu neste sábado (3) um segundo mandato consecutivo de três anos, algo que não ocorria há 21 anos no país. A informação foi divulgada inicialmente pela agência Australian Broadcasting Corporation (ABC) - e repercutida pelas agências The Associated Press e Reuters - que também projetou o novo mapa político da Câmara dos Representantes com base nos dados da Comissão Eleitoral Australiana.
O líder da oposição, Peter Dutton, reconheceu a derrota na noite da eleição e declarou: “nós não fizemos o suficiente durante esta campanha, isso está claro nesta noite, e eu assumo total responsabilidade por isso". Em seguida, afirmou ter ligado para Albanese para parabenizá-lo: “é uma ocasião histórica para o Partido Trabalhista e nós reconhecemos isso".
De acordo com as projeções oficiais, o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, conquistou 70 cadeiras na Câmara Baixa do Parlamento, composta por 150 assentos. A coalizão conservadora da oposição ficou com apenas 24, enquanto partidos menores e candidatos independentes devem ocupar 13 cadeiras. O respeitado analista Antony Green, da ABC, estimou que os trabalhistas devem alcançar ao menos 76 cadeiras, o número necessário para formar maioria absoluta, enquanto a oposição não teria sequer margem para tentar um governo minoritário.
Discurso de vitória e foco em “valores australianos” - Em seu discurso de vitória, Albanese celebrou o resultado como uma afirmação do povo australiano diante de tempos difíceis. “Neste momento de incerteza global, os australianos escolheram otimismo e determinação”, afirmou o premiê, que acrescentou: “nosso governo escolherá o caminho australiano porque temos orgulho de quem somos... Não buscamos inspiração no exterior. Encontramos aqui, em nossos valores e em nosso povo".
Albanese agradeceu à população pela renovação de seu mandato: “servir como seu primeiro-ministro é a maior honra da minha vida. É com um profundo senso de humildade e responsabilidade que digo obrigado ao povo da Austrália pela oportunidade de continuar a servir à melhor nação da Terra".
Ele também ressaltou os princípios que guiarão sua administração: “hoje, o povo australiano votou por valores australianos. Por justiça, aspiração e oportunidade para todos. Pela força de mostrar coragem na adversidade e bondade com os que precisam. E os australianos votaram por um futuro fiel a esses valores, construído com tudo o que nos une como nação e nos diferencia do mundo".
Crise do custo de vida e disputa sobre política energética - A eleição foi marcada por um debate acalorado sobre inflação e crise no custo de vida. Ambas as campanhas reconheceram o impacto do cenário econômico, com destaque para o dado alarmante da Foodbank Australia: em 2024, cerca de 3,4 milhões de lares — em um país de 27 milhões de habitantes — enfrentaram insegurança alimentar.
A taxa básica de juros, reduzida pelo banco central em fevereiro para 4,1%, deve sofrer novo corte em maio, como forma de estimular investimentos em meio à instabilidade provocada pelas políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No campo energético, enquanto os trabalhistas apostam na ampliação das fontes renováveis, como energia solar e eólica, a coalizão de Dutton defende o uso crescente de energia nuclear como forma de conter o custo da eletricidade. O Partido Trabalhista acusou os conservadores de imitarem políticas de inspiração trumpista, chamando Dutton de “DOGE-y Dutton” — um trocadilho pejorativo com seu nome e a criptomoeda Dogecoin. Para os trabalhistas, a oposição pretende “importar” um modelo de cortes radicais em serviços públicos para bancar seus planos energéticos.
Em sua resposta, Albanese criticou esse tipo de abordagem: “vimos a tentativa de implantar aqui um estilo de política americano, de divisão e de colocar os australianos uns contra os outros, e acho que isso não é o jeito australiano".
Nova composição parlamentar pode exigir negociação - Antes da eleição, os trabalhistas detinham uma estreita maioria de 78 assentos em uma câmara com 151 cadeiras. Agora, com a redistribuição do número total para 150, a perda de mais de duas cadeiras poderia forçar a formação de um governo minoritário, a depender do apoio de parlamentares independentes.
Nos últimos cem anos, apenas em duas ocasiões o país teve governos minoritários — a mais recente em 2010, e a anterior durante a Segunda Guerra Mundial. Em 2010, foram necessários 17 dias de negociação até que independentes decidissem apoiar a formação de um governo trabalhista.
Concessão e reconhecimento da oposição - Apesar da derrota contundente, Dutton manteve o tom institucional e reconheceu o gesto do adversário: “agradeço a Peter por suas palavras generosas ao final de uma campanha muito disputada e quero aproveitar esta oportunidade para lhe desejar o melhor no futuro”, afirmou Albanese.
Geração em transição e apelo à juventude - Outro fator decisivo nesta eleição foi a mudança demográfica: pela primeira vez, os Baby Boomers, nascidos entre o pós-guerra e 1964, foram superados em número pelos eleitores mais jovens. Os dois campos apresentaram propostas voltadas à juventude, com foco especial em facilitar o acesso à casa própria em um mercado imobiliário cada vez mais inacessível.

Guilherme Levorato

Albanese conquista reeleição e lidera primeiro governo trabalhista consecutivo em duas décadas na Austrália

247 – Com o encerramento da votação na costa leste da Austrália, os primeiros sinais indicam que o primeiro-ministro Anthony Albanese e seu Partido Trabalhista devem garantir um novo mandato nas eleições federais de 2025. A <a href="https://www.reuters.com/world/asia-pacific/australians-head-polls-with-their-sights-trump-living-costs-2025-05-02/">informação é da agência Reuters</a>, que acompanha em tempo real a apuração dos votos no país.
O pleito ocorre em um momento crucial para a política australiana, com temas como mudanças climáticas, habitação e crescimento econômico dominando o debate público. Segundo as últimas pesquisas de intenção de voto antes da abertura das urnas, os trabalhistas mantinham uma liderança confortável sobre a coalizão liberal-nacional, que tenta retornar ao poder após a derrota em 2022.
Anthony Albanese, que assumiu o cargo em 2022 após anos de oposição, buscou consolidar sua imagem como um líder moderado e focado em políticas sociais e ambientais. Durante seu primeiro mandato, o governo enfrentou desafios como a alta do custo de vida e eventos climáticos extremos, que reacenderam a discussão sobre a transição energética no país.
A votação, que cobre três fusos horários, teve início ainda na sexta-feira à noite no horário de Brasília e se estende por todo o território australiano até o fechamento das urnas no oeste do país. Os resultados finais são esperados nas próximas horas, com a apuração concentrada nas zonas mais populosas como Sydney e Melbourne.
O processo eleitoral na Austrália é marcado pelo voto obrigatório e pela preferência dos eleitores por partidos de centro, o que torna a reeleição de Albanese um indicativo de aprovação moderada à condução do governo. A expectativa agora se volta para a composição do Parlamento e a margem de apoio que o primeiro-ministro poderá reunir para o novo mandato.

Redação Brasil 247

Na Austrália, é permitido votar em trajes de banho

Austrália vota sob expectativa de reeleição de Anthony Albanese

247 - A Austrália recusou o apelo da China para formar uma frente comum contra o tarifaço global imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A informação foi publicada originalmente pelo BBC News.
A proposta chinesa foi feita pelo embaixador em Canberra, Xiao Qian, por meio de um artigo de opinião publicado na quinta-feira (10). Ele afirmou que a resistência conjunta seria “a única forma” de conter o que classificou como o “comportamento hegemônico e intimidador dos Estados Unidos”. Apesar da pressão, o primeiro-ministro Anthony Albanese rechaçou a ideia, dizendo que “os australianos falarão por si mesmos”, enquanto o ministro da Defesa, Richard Marles, foi ainda mais enfático: “Não estaremos de mãos dadas com a China”.
A tensão comercial foi agravada com a decisão recente de Washington de aplicar uma tarifa de 10% sobre bens australianos. No caso da China — o maior parceiro comercial da Austrália — as taxas subiram para 125%. Em resposta à medida norte-americana, Pequim anunciou uma tarifa retaliatória de 84% sobre produtos dos EUA. O governo Trump então aumentou ainda mais os impostos de importação contra a China, mantendo uma trégua de 90 dias apenas para os demais países afetados pelas tarifas elevadas, inclusive a Austrália.
Apesar da insatisfação, o governo australiano optou por não retaliar e afirmou que buscará uma solução por meio do diálogo com a Casa Branca. “Trata-se de buscar os interesses nacionais da Austrália, não de fazer declarações conjuntas com a China”, reforçou Marles em entrevista à Australian Broadcasting Corporation (ABC).
Em seu artigo publicado pelo Nine Newspapers, Xiao acusou os EUA de “armar” questões comerciais e alertou que qualquer “compromisso fraco” poderia permitir que Trump “sabotasse a ordem internacional” e levasse a economia global a um “atoleiro” e a um “abismo”. Segundo ele, a Austrália e a China mantêm uma “cooperação mutuamente benéfica e de longa data” e devem trabalhar juntas para “proteger um ambiente comercial livre e justo”. Concluiu dizendo que “a comunidade internacional... deve dizer não com firmeza ao unilateralismo e ao protecionismo”.
Embora reconheça a importância da relação com Pequim, Albanese afirmou que seu país está empenhado em explorar novas oportunidades comerciais fora dos EUA. “Oitenta por cento do nosso comércio não envolve os Estados Unidos. Há oportunidades para a Austrália, e pretendemos aproveitá-las”, disse o primeiro-ministro a jornalistas.
Nesse contexto, Marles também indicou que a Austrália deseja reduzir sua dependência econômica da China para aumentar a “resiliência econômica”. Ele citou como prioridade a diversificação de mercados, com foco em nações como Indonésia, Índia, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos. Paralelamente, o ministro do Comércio, Don Farrell, intensificou contatos com Japão, Cingapura, Coreia do Sul e Índia nos últimos dias.
A busca australiana por novos parceiros comerciais ocorre em um momento em que a China também se mobiliza para minimizar os impactos do tarifaço norte-americano. O governo chinês tem redobrado esforços para ampliar sua presença em mercados do Sul Global, Ásia Central e África, tentando reduzir sua vulnerabilidade diante das medidas protecionistas adotadas por Washington sob a liderança de Trump, que tomou posse para seu segundo mandato em janeiro de 2025.

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