29 de maio (Reuters) - Altos funcionários do governo Trump minimizaram na quinta-feira o impacto de uma decisão do tribunal comercial dos EUA que bloqueou as tarifas mais abrangentes do presidente Donald Trump , expressando confiança de que ela seria anulada em apelação e insistindo que há outras vias legais a serem empregadas nesse ínterim.
Os mercados financeiros, que oscilaram violentamente em resposta a cada reviravolta na caótica guerra comercial de <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Trump">Trump</a>, reagiram com otimismo cauteloso na quinta-feira, um dia após o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA decidir que Trump extrapolou sua autoridade ao impor tarifas punitivas a praticamente todos os países do mundo.
O governo Trump solicitou imediatamente a um tribunal de apelações que suspendesse a decisão e permitisse a manutenção do regime tarifário. Trump colocou as tarifas no centro de seus esforços para obter concessões dos parceiros comerciais dos <a href="https://www.brasil247.com/search?term=EUA">EUA</a>, incluindo aliados tradicionais como a União Europeia.
O assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, expressou confiança de que a decisão será revertida em entrevista à Fox Business na quinta-feira. Ele também afirmou que a decisão não atrapalhará a assinatura de novos acordos comerciais.
"Se houver pequenos contratempos aqui e ali por causa de decisões tomadas por juízes ativistas, isso não deveria preocupar você, e certamente não afetará as negociações", disse Hassett.
O assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, um firme defensor de tarifas mais altas, disse à Bloomberg TV que o governo Trump poderia contar com outras leis para implementar impostos de importação se a decisão do tribunal permanecesse em vigor.
Trump invocou a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), uma lei destinada a lidar com ameaças durante emergências nacionais, para impor tarifas a quase todos os parceiros comerciais dos EUA, aumentando o temor de uma recessão global. O presidente suspendeu temporariamente muitas das tarifas até o início de julho, após os mercados despencarem em resposta.
O tribunal concluiu que a lei de poderes de emergência não concede a Trump o poder unilateral de determinar tarifas tão abrangentes. Algumas tarifas setoriais específicas, como as que Trump impôs ao aço, alumínio e automóveis, foram impostas sob autoridades distintas por motivos de segurança nacional e não foram afetadas pela decisão.
O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, comemorou a decisão, dizendo que ela era "consistente com a posição de longa data do Canadá" de que as tarifas de Trump eram ilegais.
Outros parceiros comerciais dos EUA ofereceram respostas cautelosas. O governo britânico afirmou que a decisão era uma questão interna da administração americana e observou que se tratava "apenas da primeira fase de um processo judicial".
Tanto a Alemanha quanto a Comissão Europeia disseram que não poderiam comentar a decisão.
GANHOS MODESTOS DE MERCADO
Vários analistas disseram que era preliminar concluir que isso fecha completamente as portas para as tarifas abrangentes de Trump, com caminhos legais diferentes do IEEPA provavelmente à sua disposição.
"Suspeitamos que o governo recorrerá a outras autoridades legais para manter os níveis tarifários em torno dos níveis atuais", escreveu Bernard Yaros, economista-chefe dos EUA na Oxford Economics, em nota a clientes na quinta-feira.
Após provocar uma alta inicial nas ações na Ásia, a decisão estimulou reações mais contidas na Europa, onde os índices permaneceram praticamente estáveis, e nos EUA, onde os ganhos foram modestos . O S&amp;P 500 subiu cerca de 0,5%, tendo recuperado cerca de metade de sua alta inicial na abertura.
A recuperação inicial do dólar também fracassou, com a moeda americana caindo cerca de 0,4% em relação a uma cesta de moedas dos principais parceiros comerciais. Os rendimentos dos títulos também caíram.
Após uma revolta no mercado após seu importante anúncio de tarifas em 2 de abril, Trump suspendeu a maioria das taxas de importação por 90 dias e disse que fecharia acordos bilaterais com parceiros comerciais.
Mas, além de um pacto com a Grã-Bretanha neste mês, os acordos continuam ilusórios, e a suspensão das tarifas pelo tribunal pode dissuadir países como o Japão de fechar acordos precipitadamente, disseram analistas.
"Supondo que o recurso não tenha sucesso nos próximos dias, a principal vitória é tempo para se preparar e também um limite para a amplitude das tarifas, que não podem exceder 15% por enquanto", disse George Lagarias, economista-chefe da Forvis Mazars, consultora internacional.
A guerra comercial de Trump abalou fabricantes de tudo, desde bolsas e tênis de luxo até eletrodomésticos e carros, pois o preço das matérias-primas aumentou, as cadeias de suprimentos foram interrompidas e as estratégias das empresas foram reformuladas.
Empresa de bebidas Diageo (DGE.L), montadoras General Motors (GM.N) e Ford (FN), estão entre aqueles que abandonaram as previsões para o próximo ano.
Empresas não americanas, incluindo Honda (7267.T), Campari (CPRI.MI), e as empresas farmacêuticas Roche (ROG.S), abre uma nova abae Novartis (NOVN.S), abre uma nova abadisseram que estão considerando transferir operações ou expandir sua presença nos EUA para mitigar o impacto das tarifas.
Reportagem de Summer Zhen, Samuel Indyk e Sarah Marsh; Reportagem adicional de Doina Chiacu, David Ljunggren; Texto de Joseph Ax e Barbara Lewis; Edição de Catherine Evans, Giles Elgood e Nick Zieminski

Luis Mauro Filho

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Autoridades do governo Trump minimizam bloqueio judicial do tarifaço: “juízes ativistas não nos deterão”

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