<p><b>247 - </b>O governo de Minas Gerais pretende realizar o leilão de privatização da Copasa no primeiro trimestre de 2026, segundo declarou o vice-governador Mateus Simões (Novo) em entrevista ao <i>Valor Econômico</i>. De acordo com ele, em até 30 dias o Executivo estadual deve encaminhar à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o projeto de lei que autoriza a operação, possibilitando a votação antes do período eleitoral.</p>
<p>Simões destacou que a tramitação do projeto avança dentro da Casa. “A Copasa está tramitando numa boa velocidade dentro da assembleia legislativa. Conseguimos vencer a discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), esperamos que a comissão especial seja instalada na semana que vem e que, dentro de 30 dias, tenhamos o projeto apreciado”, afirmou.</p>
<h3>Modelo e objetivos da privatização</h3>
<p>O vice-governador ressaltou que a desestatização da Copasa busca acelerar a universalização do saneamento básico nos mais de 600 municípios atendidos pela companhia e gerar recursos para investimentos em infraestrutura no estado. Diferentemente do processo adotado em São Paulo com a Sabesp, Minas Gerais pretende estruturar a venda de forma a maximizar a arrecadação.</p>
<p>“Nós estamos olhando qual é a forma para o governo de Minas arrecadar o maior volume de recursos possível para o povo mineiro. Pode ser uma tranche única com venda de controle, em duas tranches com parceiro estratégico e ‘follow-on’, ou apenas em ‘follow-on’”, explicou Simões.</p>
<h3>Golden share e garantias ao Estado</h3>
<p>Simões reforçou que o governo manterá uma “golden share”, ação especial que dá ao Estado poder de veto sobre decisões estratégicas, ainda que sem participação acionária relevante. “Isso não significa ter participação relevante, mas uma forma de proteger ativos estratégicos”, disse. Entre os pontos assegurados estão a preservação da sede em Minas Gerais, o nome da companhia e a aprovação de alterações na estrutura de investimentos.</p>
<h3>Diferenças em relação à Sabesp</h3>
<p>Ao comparar com o processo paulista, o vice-governador afirmou que Minas Gerais parte de uma posição vantajosa. “A Sabesp precisou de um plano de investimentos a ser aportado pelo comprador. Nós já temos o plano aprovado e contratos de financiamento para a universalização. O que precisamos é de velocidade e agilidade”, declarou. Ele acrescentou ainda que não haverá restrições para a Copasa atuar em outros estados após a privatização.</p>
<h3>Movimento de investidores e prioridade sobre a Cemig</h3>
<p>A expectativa em torno da privatização tem atraído investidores. Recentemente, Perfin e Goldman Sachs adquiriram posições relevantes no capital da Copasa, apostando em uma valorização do ativo.</p>
<p>Questionado sobre a possibilidade de incluir a Cemig em futuros processos de privatização, Simões foi categórico: “A prioridade, neste momento, é a Copasa”.</p>

Luis Mauro Filho

Estação de Tratamento de Água administrada pela Copasa

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Brasil

Governo de MG prevê leilão da Copasa no início de 2026

<p><b>247 -</b> O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta terça-feira (11) que continua levando uma vida "sem nenhuma mordomia", apesar de ter tido um aumento de 300% no próprio salário em sua gestão, em 2023. A declaração foi dada durante a inauguração do centro de desenvolvimento do Polo Automotivo Stellantis, em Betim, nesta terça-feira (11).</p>
<p>"Em 2019, logo que assumi um estado quebrado, desacreditado, que não fazia os repasses de ICMS, da Saúde, da Educação para os diversos prefeitos que estão aqui, um estado que não pagava a folha de pagamento e nem 13º, os executivos da Fiat me procuraram e queriam saber se poderiam ou não acreditar no futuro de Minas Gerais", afirmou Zema.</p>
<p>"Falei: 'nós vamos fazer o governo da economia e eu darei o exemplo como governador'. Tanto é que não moro em palácio, não tenho as 32 empregadas que ex-governadores tinham. Continuo levando minha vida que sempre levei na iniciativa privada, sem nenhum tipo de mordomia", completou em seguida.</p>
<p>A fala do governador contrasta com o reajuste de 300% no próprio salário aprovado em 2023. Em janeiro do ano passado, o contracheque do chefe do Executivo mineiro passou de R$ 10,5 mil para R$ 37,5 mil. O valor, no entanto, voltou a subir, e, atualmente, Zema recebe R$ 41,8 mil. O aumento foi parte do Projeto de Lei 415/2023, apresentado pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a pedido do próprio governador.</p>
<p>Na justificativa para a proposta, Zema defendeu que os salários do governador, do vice-governador e dos secretários estavam congelados desde 2007 e que o reajuste era necessário "para atrair e manter os mais competentes nos quadros técnicos". O aumento foi incluído no Plano de Recuperação Fiscal do estado, um regime que visa renegociar a dívida bilionária de Minas Gerais com a União.</p>

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Zema, que aumentou o próprio salário em 300%, diz que leva vida sem "nenhuma mordomia"

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