PEQUIM (Reuters) - A China anunciou nesta segunda-feira (9) o início de uma investigação antidumping sobre as importações de canola do Canadá, poucas semanas antes da entrada em vigor das tarifas impostas por Ottawa sobre veículos elétricos fabricados na China e outros produtos.
Nas últimas semanas, houve uma crescente tensão comercial entre Pequim e o Ocidente, após o Canadá, os Estados Unidos e a União Europeia optarem por impor tarifas sobre as importações de veículos elétricos da China.
A investigação examinará as importações de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2023, afirmou o Ministério do Comércio em um comunicado, acrescentando que evidências e informações preliminares indicaram a ocorrência de dumping.
O presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, na segunda-feira, numa tentativa de evitar uma ampla guerra comercial.
A China já iniciou uma investigação anti-subsídio sobre as importações de laticínios da União Europeia e uma investigação antidumping sobre as importações de carne suína da UE.
"Uma guerra comercial não beneficiaria ninguém", disse Sanchez, acrescentando que estava tentando criar condições equitativas de concorrência em cooperação com as empresas chinesas.
O Ministério do Comércio chinês afirmou que há uma relação causal entre o dumping das importações canadenses e o prejuízo real à indústria, após aumentos significativos nas importações e a queda dos preços.
Mais da metade da canola exportada pelo Canadá é destinada à China.
O maior importador de oleaginosas do mundo comprou 5,5 milhões de toneladas métricas de canola em 2023, avaliadas em 3,72 bilhões de dólares. As importações do Canadá representaram 94% desse total.
O Canadá, seguindo o exemplo dos Estados Unidos e da União Europeia, imporá em 1º de outubro uma tarifa de 100% sobre as importações de veículos elétricos chineses e uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio importados da China.
O anúncio do plano de Pequim sobre a investigação antidumping na semana passada fez com que os preços dos futuros do óleo de canola atingissem o maior pico em um mês.
A investigação terá início imediato e deverá ser concluída antes de 9 de setembro de 2025, embora possa ser prorrogada por mais seis meses em circunstâncias especiais, informou o ministério.
A investigação também analisará o dano industrial causado por essas importações canadenses, cobrindo o período de 1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2023, segundo o ministério.
O ministro canadense da Fazenda, Lawrence MacAulay, havia declarado anteriormente que a medida da China era "profundamente preocupante". A China também anunciou que iniciará uma investigação antidumping sobre alguns produtos químicos canadenses.
(Reportagem de Mei Mei Chu, Siyi Liu)

A canola floresce em campos agrícolas perto de La Salle, Manitoba, Canadá

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