247 - A movimentação portuária no Brasil atingiu um novo recorde em 2024, com um total de 1,32 bilhão de toneladas, alta de 1,18% em relação ao ano anterior. Os números foram divulgados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Como 95% das exportações brasileiras passam pelos portos, o volume se reflete nos ganhos da balança comercial, que atingiu o segundo maior resultado da série histórica em 2024, com superávit de US$ 74,5 bilhões.
Segundo comunicado emitido pelo governo federal, por meio da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, foram investidos mais de R$ 1 bilhão na modernização e expansão da infraestrutura portuária em 2024, e a expectativa para este ano é de R$ 1,7 bilhão.
A carga conteinerizada aumentou 20%, com 153,33 milhões de toneladas movimentadas nos portos do país. O maior fluxo veio dos segmentos de plásticos, produtos químicos orgânicos e ferro e aço, segundo os dados da Antaq.
Entre os destaques percentuais das mercadorias movimentadas estão o trigo, com crescimento de 39,51% (9,03 milhões de toneladas de cargas); o gás de petróleo, com alta de 35,31% (5,29 milhões de toneladas de cargas); e os combustíveis, óleos e produtos minerais, com aumento de 23,63% (4,06 milhões de toneladas de cargas).
Os portos de Santos (SP), Itaguaí (RJ) e Paranaguá (PR) foram os que mais se destacaram, com altas de 2,05%, 8,78% e 1,65%, respectivamente.
As estatísticas ajudaram a impulsionar a balança comercial brasileira, de US$ 74,6 bilhões no ano passado, o segundo maior da série histórica, atrás apenas do registrado em 2023, que foi de US$ 98,9 bilhões. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, os números de 2024 foram resultado das exportações, que totalizaram US$ 337 bilhões, menos as importações, que somaram US$ 262,5 bilhões.
Durante cerimônia na Antaq, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou a importância das estatísticas e falou sobre o anúncio previsto para o próximo dia 27, da concessão do Túnel Santos-Guarujá (SP), obra que há quase um século foi imaginada e deve sair do papel. Serão investidos R$ 6 bilhões, divididos entre os governos federal e estadual.
"O Brasil precisa de convergência, unidade, trabalho conjunto e ações integradas entre o Governo Federal e os governos estaduais. Isso é fundamental para o desenvolvimento do país", disse.
PRIVADOS — Os terminais autorizados, que apresentaram resultado constante frente a 2023, atingiram a movimentação de 845,98 milhões de toneladas de cargas. Na categoria, o maior desempenho foi o do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA), com 175,98 milhões de toneladas e crescimento de 5,68%.
O Porto de Itapoá Terminais Portuários (SC) teve destaque percentual entre os 20 terminais de uso privado que mais movimentaram no ano, com o crescimento de 16,03% e 13,61 milhões de toneladas de cargas.
INTERIOR — As secas que assolaram parte do país em 2024 tiveram impacto na navegação interior, que apresentou uma queda de 4,7%, chegando a transportar 115,34 milhões de toneladas de cargas, além de impactos nas operações nas hidrovias do Paraguai e do Amazonas. No Rio Paraguai, a hidrovia movimentou 3,3 milhões de toneladas, 58,24% a menos do que no ano passado.

Leonardo Lucena

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Brasil alcança recorde de 1,32 bilhão de toneladas na movimentação portuária, mostra Antaq

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