LONDRES (Reuters) - A Organização Internacional do Açúcar (OIA) espera que o déficit no mercado global da commodity na temporada 2025/26 diminua drasticamente, impulsionado por um aumento na produção, informou na sexta-feira.
A atualização trimestral do órgão intergovernamental projetou um déficit global de 231.000 toneladas métricas para 2025/26 (outubro/setembro), abaixo dos 4,88 milhões de toneladas da temporada atual.
"Um déficit global dessa magnitude, antes do início da temporada, pode ser considerado insignificante, embora a redução do déficit... seja significativa", disse a OIA.
A produção global de açúcar foi projetada para aumentar em 3,1%, para 180,59 milhões de toneladas, enquanto o consumo foi projetado para crescer marginalmente em 0,4%, para 180,82 milhões de toneladas.
(Reportagem de Nigel Hunt)

Leonardo Lucena

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Agro

OIA prevê déficit global de açúcar menor em 2025/26

NOVA YORK (Reuters) - Os contratos futuros do açúcar bruto subiram mais de 2% em uma recuperação no final da sessão desta segunda-feira, depois de terem caído para o nível mais baixo em quatro anos, em meio às perspectivas de um aumento na produção da Índia e da Tailândia na próxima temporada, enquanto os preços do café caíram.
AÇÚCAR
* O açúcar bruto subiu 0,39 centavo, ou 2,4%, para 16,52 centavos de dólar por libra-peso, depois de atingir 15,93 centavos de dólar, o menor valor em quatro anos.
* As monções da Índia voltaram a se recuperar depois de ficarem estagnadas por mais de quinze dias, e as chuvas devem cobrir as partes centrais do país nesta semana, trazendo alívio para a onda de calor nas planícies do norte, que cultivam grãos.
* Os negociantes também citaram a produção de açúcar no centro-sul do Brasil, que foi de 2,95 milhões de toneladas métricas na segunda quinzena de maio, um aumento de 8,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
* Uma pesquisa com analistas divulgada pela S&amp;P Global Commodity Insights indicou que a produção de açúcar aumentaria 4,7%, para 2,84 milhões de toneladas.
* Um corretor observou, entretanto, que o teor de açúcar da cana do centro-sul estava fraco, um fator por trás da recuperação tardia dos preços em Nova York. O vencimento de opções e os preços mais altos do açúcar branco também foram apontados como fatores de suporte.
* O açúcar branco subiu 3,1%, para US$479,80 a tonelada.
CAFÉ
* O café robusta caiu US$95, ou 2,2%, a US$4.192 por tonelada, voltando a se aproximar da mínima de 10 meses da semana passada, de US$4.133.
* Os comerciantes disseram que a oferta foi impulsionada pela colheita do conilon (robusta) no Brasil, onde se espera uma safra maior.
* A colheita da safra de café 2025/26 do Brasil acelerou para 35% na semana passada, mas permaneceu abaixo do nível registrado na mesma época em 2024, enquanto as vendas da produção esperada ficaram em linha com o ano passado, em 22%, informou a empresa de consultoria Safras &amp; Mercado na sexta-feira.
* Apesar do mercado em baixa, um corretor disse que os exportadores estavam aumentando suas ofertas aos agricultores no Brasil, tentando garantir o fornecimento para os próximos contratos de exportação.
* O café arábica caiu 1,7%, a US$3,4025 por libra-peso.
(Reportagem de Nigel Hunt e Marcelo Teixeira)

Açúcar bruto se recupera depois de atingir mínima de 4 anos

Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK (Reuters) - Alguns processadores de cana-de-açúcar no Brasil estão acompanhando de perto a diferença de preço entre o açúcar e o etanol e podem começar a produzir mais do biocombustível, se os preços do adoçante continuarem a cair e os preços do petróleo continuarem a se recuperar das mínimas recentes.
A possível mudança na estratégia de produção foi um dos principais tópicos em uma reunião anual do mercado de açúcar em Nova York nesta semana.
"Não falamos sobre o etanol há algum tempo, mas com a redução da diferença, o assunto está de volta", disse o analista de açúcar Michael McDougall, referindo-se à diferença de preço entre o açúcar e o etanol para os processadores brasileiros de cana-de-açúcar.
A maioria das usinas no Brasil, o maior produtor de açúcar e o segundo maior produtor de etanol do mundo, tem flexibilidade para ajustar suas usinas para produzir mais ou menos açúcar e etanol, dependendo dos preços de mercado de ambos os produtos.
Nos últimos quatro anos, aproximadamente, o açúcar tem proporcionado melhores retornos para as usinas, devido aos preços internacionais mais altos do adoçante e aos preços mais baixos do etanol no mercado interno brasileiro.
"Há uma possível mudança no mix de produção brasileira se os preços do açúcar caírem abaixo de 17 centavos de dólar", disse Rodrigo Martini, diretor de Açúcar e Etanol da corretora StoneX.
Um trader internacional de açúcar, que pediu para não ter seu nome revelado, estimou que, se os preços do açúcar caírem para cerca de 16,5 centavos de dólar por libra-peso, o Brasil cortaria 1 milhão de toneladas métricas de produção de açúcar, já que a cana seria usada para produzir etanol.
Os preços do açúcar bruto na ICE atingiram o menor valor em três anos em 2 de maio, a 16,97 centavos de dólar por libra-peso. Na quinta-feira, recuperou-se parcialmente, chegando a cerca de 17,7 centavos de dólar.
Os preços do petróleo nos EUA fecharam acima de US$61 o barril nesta quinta-feira, versus mínima de cerca de US$57 em 5 de maio.
As usinas que estão a uma longa distância dos portos exportadores de açúcar no Brasil, nos Estados de Goiás ou Mato Grosso do Sul, por exemplo, poderiam fazer a mudança mais cedo, disse Gustavo Segantini, diretor da fabricante de açúcar e etanol Tereos, uma vez que vendem etanol localmente, enquanto que para exportar açúcar têm custos extras com logística.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)

Usinas do Brasil avaliam subir a produção de etanol

Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK (Reuters) - A safra de açúcar do Brasil 2025/26 deve ser grande, apesar do início lento da colheita, e ajudará a construir um superávit esperado no mercado global de 1,53 milhão de toneladas em 2025/26, afirmou a consultoria Datagro nesta quarta-feira.
As chuvas acumuladas de outubro a abril na principal região açucareira do Brasil, o centro-sul, foram próximas das melhores dos últimos cinco anos, ajudando a restaurar a umidade do solo na região, disse Plínio Nastari, presidente e analista-chefe da Datagro, durante a Conferência CITI ISO DATAGRO NY Sugar &amp; Ethanol.
O superávit de açúcar esperado ocorre após um déficit de 4,67 milhões de toneladas em 2024/25, disse Nastari, com safras maiores projetadas para Índia e Tailândia também ajudando a aumentar a disponibilidade global de açúcar.
A Datagro projetou a produção de açúcar do Brasil na safra 2025/26 em 42,04 milhões de toneladas, acima dos 40,17 milhões de toneladas da temporada anterior. A Índia deve aumentar a produção de 26 milhões de toneladas para 31,6 milhões de toneladas, enquanto a produção da Tailândia deve crescer de 10,05 milhões de toneladas para 11,18 milhões de toneladas.
Nastari disse que as usinas brasileiras estão adiando o aumento nos volumes de moagem para dar mais tempo para a cana crescer, já que as chuvas em abril foram favoráveis. Isso significa que o país provavelmente terá uma segunda metade da colheita mais forte.
A moagem do Brasil foi decepcionante no primeiro mês de colheita.
A visão da Datagro sobre a oferta global é semelhante a outras projeções apresentadas durante a New York Sugar Week, um encontro anual de participantes do setor. A corretora StoneX afirmou na terça-feira que a esperada recuperação da produção manterá os preços do açúcar bruto na ICE sob controle.
Nastari afirmou que os preços atuais do açúcar pressionarão países com custos de produção mais altos, incluindo alguns produtores europeus e a Índia.
"Também não há mais incentivo para expandir a capacidade de produção no Brasil", afirmou.

Datagro: produção de açúcar do Brasil promete ser forte e ajuda no superávit global

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein - O hábito de consumir bebidas ricas em açúcar, como refrigerantes e sucos artificiais, aumenta em quase cinco vezes o risco de desenvolver câncer na cavidade oral, mostra um <a href="https://jamanetwork.com/journals/jamaotolaryngology/article-abstract/2831121">estudo recém-publicado no JAMA Otolaryngology – Head &amp; Neck Surgery</a> e conduzido por pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
A incidência desses tumores vem crescendo entre pessoas sem fatores de risco tradicionais, como tabagismo, abuso de álcool e infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Essas bebidas também estão associadas a doença periodontal e tumores gastrointestinais. Mas a relação com câncer de cavidade oral ainda é pouco explorada.
Para avaliar essa associação, os autores analisaram dados de mais de 160 mil voluntárias do Nurses’ Health Study, comparando também a incidência desses tumores em fumantes e não fumantes. Aquelas que ingeriam pelo menos uma dose desses produtos diariamente tiveram um risco 4,87 vezes maior de desenvolver câncer na cavidade oral do que quem os consumia menos de uma vez por mês, independentemente do hábito de fumar.
Uma explicação para esse aumento do risco seria a presença de ingredientes como xarope de milho rico em frutose (HFCS), presente em muitas dessas bebidas e que em excesso pode contribuir para inflamações crônicas, resistência à insulina e alterações na microbiota oral — fatores que podem facilitar a carcinogênese na boca.&nbsp;
No entanto, embora o aumento no risco relativo da doença (aquele que se refere à comparação entre os dois grupos) seja substancial, o crescimento absoluto dos casos (a probabilidade real de um evento ocorrer numa população específica) permanece modesto – de apenas três em cada 100 mil pessoas. “Por isso, embora um risco relativo elevado possa chamar a atenção e sugerir uma associação forte, é importante contextualizá-lo com o risco absoluto para não levar a interpretações errôneas”, pondera a oncologista Ludmila Koch, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Ainda assim, o resultado sugere que, ao avaliar hábitos alimentares dos pacientes, o consumo dessas bebidas deve ser um ponto de intervenção. “Na prática clínica, é vital que os profissionais de saúde não apenas informem sobre os riscos, mas também incentivem comportamentos saudáveis para que os pacientes compreendam a magnitude do risco em um contexto mais amplo”, diz Koch.&nbsp;
Isso inclui, segundo a oncologista, discutir a importância de uma dieta equilibrada, a redução do consumo de açúcares e a adoção de um estilo de vida saudável como formas de mitigar riscos, mesmo que o aumento absoluto de casos seja pequeno.
Fatores de risco conhecidos - Para reduzir a incidência dos tumores na cavidade oral, também é preciso monitorar hábitos como tabagismo e consumo de álcool, fatores já consolidados em relação a esse tipo de câncer. Outra medida importante seria promover políticas públicas que visem limitar a ingestão desses açúcares, como campanhas educativas e restrições à publicidade, principalmente aquela direcionada às crianças.&nbsp;
Vale lembrar que, embora o estudo tenha pontos fortes, como o tamanho da amostra e a coleta de dados dietéticos antes do diagnóstico do câncer, há algumas limitações, como a falta de generalização para homens e de diversidade racial e étnica. "São necessárias mais pesquisas para explorar essa associação em diferentes populações e contextos, levando em conta múltiplos fatores que possam influenciar esses riscos”, afirma a médica do Einstein.
Outra ressalva é que, embora o consumo elevado dessas bebidas esteja associado a vários tipos de câncer, ainda não está claro se essa associação é única em comparação a outras dietas ricas em açúcar adicionado.

Guilherme Levorato

Saúde

Consumo de bebidas ricas em açúcar pode aumentar risco de câncer oral

Reuters - A produção de açúcar do Brasil em 2025/26 (abril/março) foi estimada nesta terça-feira em recorde de 45,87 milhões de toneladas, com aumento de 4% em relação ao ciclo anterior, apontou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em seu primeiro levantamento para a nova temporada, a Conab estimou a produção de açúcar do centro-sul, principal região produtora do país, em 41,8 milhões de toneladas, alta de 3,7% na comparação anual.
O crescimento acontece com usinas privilegiando o açúcar em detrimento do etanol, já que a safra de cana deverá cair 2% em relação a 2024/25, para 663,4 milhões de toneladas, enquanto no centro-sul a redução será de 2,5%, para 602,9 milhões de toneladas.
A safra brasileira vai recuar devido a uma produtividade média da cana 2,3% menor, para 75,4 toneladas por hectare, enquanto a área plantada no país foi prevista em 8,79 milhões de hectares, aumento de 0,3% na comparação anual, segundo a Conab.

Redação Brasil 247

Produção de açúcar do Brasil estimada em recorde em 2025/26, diz Conab

NOVA YORK (Reuters) - Os preços mundiais do café, do cacau e do açúcar despencaram na segunda-feira, com os investidores na bolsa ICE continuando a se preocupar com os riscos de recessão, já que o presidente dos EUA, Donald Trump, mostra poucos sinais de recuo em relação às tarifas comerciais impostas no final da semana passada.
Os investidores temem que uma guerra comercial global possa levar a uma demanda mais fraca e, potencialmente, a uma recessão global.
Trump impôs taxas básicas de 10% sobre as exportações de quase todos os países para os EUA, e tarifas mais altas sobre muitos deles. Os países asiáticos foram os mais atingidos, com a China enfrentando agora tarifas totais de mais de 50% e o Vietnã, maior produtor de café robusta, sendo atingido por uma taxa de 46%.
Os futuros do café robusta, negociados na bolsa ICE e vistos como referência global de preço para esse tipo de café, caíram US$328, ou 6,4%, a US$4.800 por tonelada, tendo atingido o valor mais baixo em mais de quatro meses, a US$ 4.751, enquanto o café arábica caiu 5,7%, a US$ 3,448 por libra-peso, tendo anteriormente atingido o valor mais baixo em dois meses, a US$3,3860.
A Indonésia, terceiro maior exportador de robusta do mundo, enfrenta uma tarifa de 32% sobre as exportações para os EUA, enquanto o Brasil, maior exportador de arábica e segundo maior exportador de robusta do mundo, enfrenta tarifas de 10%.
"As tarifas podem afetar a demanda de café nos EUA, onde os preços do café vêm subindo desde o final de 2024, tendo atingido seu nível mais alto em fevereiro", disse a corretora Hedgepoint Global Markets em uma nota.
Os negociantes disseram que tanto o robusta quanto o arábica estavam, em grande parte, sob pressão dos temores de uma recessão global. O Vietnã e a Indonésia não enviam grandes volumes de café para os Estados Unidos.
Ainda assim, os EUA são o maior consumidor de chocolate e café do mundo e um dos maiores consumidores de açúcar do mundo, de modo que qualquer declínio em seus padrões de consumo afetará os preços mundiais.
Em outras commodities leves, o cacau em Londres caiu 356 libras, ou 5,6%, para 6.014 libras por tonelada, tendo atingido uma baixa de cinco meses de 5.971, enquanto o cacau em Nova York caiu 5,4% para US$ 8.053 por tonelada, tendo fechado em queda de 8% na sexta-feira.
O açúcar bruto caiu 0,8%, para 18,68 centavos de dólar por libra-peso, depois de ter atingido seu valor mais baixo em quase um mês, 18,62, enquanto o açúcar branco caiu 0,8%, para US$ 533,90 a tonelada.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)

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Café, cacau e açúcar despencam na ICE com turbulência tarifária de Trump

NOVA YORK (Reuters) - Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na bolsa ICE caíram nesta segunda-feira, atingindo uma mínima de quase três semanas, enquanto o café e o cacau também fecharam em baixa.
AÇÚCAR
* O açúcar bruto fechou em baixa de 0,1 centavo, ou 0,5%, a 18,86 centavos de dólar por libra-peso. O mercado havia caído anteriormente para 18,72 centavos de dólar, o nível mais fraco em quase três semanas.
* Os comerciantes disseram que houve um início de safra de cana mais forte do que o esperado no centro-sul do Brasil, enquanto a demanda por açúcar continua lenta.
* Eles observaram que o mercado estava esperando para ver se o fim do Ramadã poderia levar a um novo interesse de compra nos próximos dias.
* Eike Batista quer levantar dinheiro junto a investidores árabes para um novo projeto de cana-de-açúcar voltado para combustíveis sustentáveis.
* Os especuladores reduziram suas apostas de baixa nos futuros do açúcar bruto na ICE na semana até 25 de março, informou a CFTC na sexta-feira.
* O açúcar branco fechou a US$534,90 por tonelada métrica, sem mudanças.
CAFÉ
* Café arábica caiu 0,2 centavo, ou 0,1%, a US$ 3,7975 por libra-peso.
* Os traders disseram que o foco permaneceu na próxima safra do Brasil, com a cooperativa Cooxupé e a corretora Marex esperando que ela seja semelhante à de 2024.
* A seca atingiu duramente os cafeicultores do Brasil no ano passado, secando os cafezais e levando os preços globais a recordes de alta. No entanto, alguns grandes produtores que investiram em irrigação esperam bons rendimentos este ano.
* O café robusta caiu 1,1%, a US$5.295 por tonelada.
CACAU
* O cacau em Londres caiu 71 libras, ou 1,1%, para 6.174 libras por tonelada.
* O cacau em Nova York caiu 1,7%, para US$7.902 a tonelada.
(Reportagem de Nigel Hunt e Marcelo Teixeira)

Açúcar bruto atinge mínima de quase 3 semanas

ROMA (Reuters) - Os preços globais das commodities alimentícias subiram em fevereiro, impulsionados pelo aumento dos preços do açúcar, dos laticínios e do óleo vegetal, informou a Organização para Agricultura e Alimentação (FAO) na sexta-feira.
O Índice de Preços de Alimentos das Nações Unidas, que acompanha as mudanças mensais nos valores de commodities alimentícias comercializadas globalmente, atingiu uma média de 127,1 pontos no mês passado, um aumento de 1,6% em relação a janeiro e de 8,2% em relação a fevereiro de 2024.
O salto foi impulsionado, em grande parte, pelos preços do açúcar, que subiram 6,6% em relação ao mês anterior, impulsionados pelas preocupações com a oferta global mais restrita para a temporada 2024/25, em parte devido às condições climáticas desfavoráveis no Brasil.
Os preços dos laticínios aumentaram 4% em relação a janeiro, com todos os principais produtos lácteos subindo, estimulados pela forte demanda de importação que excedeu a produção nas principais regiões exportadoras.
Os preços dos óleos vegetais aumentaram 2% em relação ao mês anterior e 29,1% em relação ao ano anterior, em grande parte devido aos preços mais altos dos óleos de palma, soja e girassol, impulsionados pelas restrições de oferta no Sudeste Asiático e pela forte demanda do setor de biodiesel.
O índice de preços de cereais da FAO subiu 0,7% em relação a janeiro.
Os preços do trigo aumentaram devido à escassez de oferta na Rússia e às preocupações com as condições das safras no leste da Europa e na América do Norte, enquanto os preços do milho continuaram a subir devido à escassez de oferta no Brasil e à forte demanda de exportação dos EUA. Por outro lado, os preços mundiais do arroz caíram 6,8% em fevereiro.
Os preços da carne caíram 0,1% no mês.
Em um relatório separado, a FAO previu um aumento modesto na produção global de trigo para 2025, estimada em 796 milhões de toneladas, cerca de 1% a mais do que no ano anterior.
Esse crescimento foi apoiado por ganhos de produção esperados na União Europeia, especialmente na França e na Alemanha.
No entanto, desafios como as condições de seca na Europa Oriental e o excesso de chuvas na Europa Ocidental podem afetar os rendimentos, alertou a FAO. Nos EUA, espera-se que a área cultivada com trigo aumente, embora os rendimentos possam diminuir devido às condições de seca.
A produção de arroz deverá atingir um recorde de 543 milhões de toneladas em 2024/25, impulsionada pelas perspectivas positivas de safra na Índia e pelas condições favoráveis de cultivo no Camboja e em Mianmar.
A FAO também revisou sua estimativa para a produção global de cereais em 2024 para 2,842 bilhões de toneladas, um pouco mais alta do que o nível de 2023.
(Reportagem de Crispian Balmer)

FAO: preços globais dos alimentos subiram em fevereiro com impulso do açúcar

LONDRES (Reuters) - A Organização Internacional do Açúcar (OIA) elevou nesta quinta-feira sua previsão de déficit global de açúcar esperado para a safra 2024/25, em parte devido à produção menor do que a esperada na Índia.
Em atualização trimestral, o órgão intergovernamental projetou que haveria déficit global de 4,88 milhões de toneladas na temporada 2024/25 (outubro/setembro), em comparação com um déficit de 2,51 milhões visto anteriormente.
A produção da Índia em 2024/25 é vista em 27,27 milhões de toneladas, abaixo da previsão anterior de 29,31 milhões e bem abaixo dos 32,20 milhões da temporada anterior.
Uma pesquisa da Reuters com traders e analistas divulgada no início desta semana apresentou uma previsão mediana para a produção da Índia de 27,55 milhões de toneladas e um déficit global de 2 milhões de toneladas.
A produção global de açúcar em 2024/25 foi vista em 175,54 milhões de toneladas, abaixo da projeção anterior de 179,07 milhões, com o impacto parcialmente compensado pelo consumo menor do que o esperado de 180,42 milhões, contra 181,58 milhões estimados na última atualização.
Também houve revisões para baixo da produção de 2024/25 no Paquistão (6,16 milhões vs 6,75 milhões) e na Tailândia (10,45 milhões vs 11,00 milhões).
(Reportagem de Nigel Hunt)

Colheita de cana-de-açúcar em Pradópolis (SP)

OIA aumenta previsão de déficit global de açúcar para 2024/25

NOVA YORK (Reuters) - Os contratos futuros de café arábica na bolsa ICE subiram nesta quarta-feira, recuperando-se parcialmente de uma queda acentuada nas duas sessões anteriores que haviam tirado a commodity de seus recordes recentes, enquanto o açúcar bruto atingiu uma nova máxima de dois meses.
CAFÉ
* O café arábica subiu 6,65 centavos de dólar, ou 1,6%, a US$4,119 por libra-peso, depois de ter atingido uma mínima de uma semana e meia na terça-feira, o que havia afastado o contrato ainda mais do recorde da semana passada, de US$ 4,2995.
* A cooperativa brasileira Cooxupé, maior exportadora de grãos do país, projeta que receberá cerca de 10% menos café dos agricultores em 2025, já que o clima seco e quente do ano passado reduzirá a produção de café nas áreas onde opera.
* Após uma correção seguida de uma forte alta, na qual atingiu 14 recordes sucessivos este ano, os negociantes disseram que o arábica não pode cair muito, dada a perspectiva de uma safra menor em 2025/26 no Brasil, o maior produtor.
* Há alertas de que condições secas são esperadas no Brasil durante a próxima semana, observaram eles, enquanto o ritmo de declínio dos estoques certificados pela ICE está aumentando.
* Os estoques de café arábica da ICE caíram mais de 130.000 sacas na terça-feira.
* O café robusta subiu 0,4%, para US$5.746 a tonelada métrica.
AÇÚCAR
* O açúcar bruto fechou em alta de 0,17 centavo, ou 0,8%, a 20,69 centavos de dólar por libra-peso, depois de ter atingido uma máxima de dois meses de 20,77 centavos.
* A diminuição das perspectivas de produção de açúcar na Índia está impulsionando os preços, com o fechamento antecipado de usinas provocando rumores de que o segundo maior produtor mundial de açúcar exportará apenas 700.000 toneladas nesta temporada, bem abaixo da cota de exportação de um milhão de toneladas.
* "O fechamento antecipado de usinas na Índia está sendo atribuído às condições de seca. O Serviço Meteorológico Mundial também está dizendo que a seca no centro-leste e nordeste do Brasil acabará levando ao estresse da cana-de-açúcar", disse a corretora ADMISI em uma nota.
* O açúcar branco subiu 1,1%, a US$547,60 por tonelada.
CACAU
* Os contratos futuros do cacau em Nova York fecharam em queda de US$91, ou 0,9%, para US$10.400 a tonelada, tendo fechado em alta de 1,6% na terça-feira.
* O CEO da Mondelez, Dirk van de Put, disse que os consumidores precisarão se acostumar com um chocolate 30% a 50% mais caro do que costumava ser "porque é isso que veremos" devido a uma crise de fornecimento de cacau na África.
* O cacau em Londres fechou perto da estabilidade, a 8.176 libras por tonelada.
(Reportagem de May Angel e Marcelo Teixeira)

Café fecha em alta e açúcar bruto atinge novo pico

NOVA YORK (Reuters) - Os contratos futuros do café arábica caíram acentuadamente nesta terça-feira na bolsa ICE, depois de terem atingido um novo recorde histórico, enquanto os preços do cacau e do açúcar subiram.
<h3>CAFÉ</h3>
O café arábica fechou em baixa de 16,7 centavos, ou 4%, a US$4,044 por libra-peso. O contrato havia atingido um novo recorde histórico de US$4,2995 no início das negociações.
"Os preços do café provavelmente atingiram o pico, já que a demanda começa a ser reduzida e os suprimentos são reabastecidos", disse o Citi em uma nota.
Os traders disseram que o recente aumento dos preços levou a uma redução da liquidez, com o mercado devendo permanecer instável.
Uma queda esperada na safra de café arábica do Brasil este ano, após o clima quente e seco de 2024, ajudou a restringir os suprimentos globais.
Na segunda-feira, a corretora Hedgepoint reduziu sua previsão da safra brasileira de café arábica de 2025/26 para 41,1 milhões de sacas, em comparação com a projeção anterior de 42,6 milhões.
O café robusta caiu 0,6%, para US$5.663 a tonelada métrica.
<h3>CACAU</h3>
Os contratos futuros do cacau em Nova York fecharam em alta de US$424, ou 4,3%, para US$10.302 a tonelada.
Os negociantes disseram que o mercado foi apoiado por preocupações com o clima seco na Costa do Marfim, principal produtor.
A falta de chuva na maioria das regiões produtoras de cacau da Costa do Marfim pode atrasar o início da safra intermediária de abril a setembro, o que pode levar a uma escassez de grãos, o principal ingrediente do chocolate, disseram os agricultores na segunda-feira.
"Do ponto de vista fundamental, o cacau precisará ficar de olho no clima, no desenvolvimento da safra intermediária e na demanda para ver para onde os preços podem se direcionar", disse a corretora StoneX.
O cacau em Londres subiu 3,1%, para 8.162 libras por tonelada.
<h3>AÇÚCAR</h3>
Os contratos futuros do açúcar bruto fecharam em alta de 0,37 centavo de dólar, ou 1,9%, a 19,87 centavos de dólar por libra-peso.
A produção de açúcar do centro-sul do Brasil em 2025/26 deve chegar a 43,3 milhões de toneladas, disse a Hedgepoint Global Markets nesta terça-feira, prevendo um aumento de 8,5% em comparação com a temporada anterior.
O açúcar branco subiu 2,6%, para US$532,80 a tonelada.
A Al Khaleej Sugar, de Dubai, está operando com 70% de sua capacidade, em momento em que as refinarias de açúcar do Oriente Médio operaram abaixo da capacidade, disse o diretor-gerente Jamal al-Ghurair na Dubai Sugar Conference, na terça-feira.

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