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Delegações do BRICS reforçam cooperação para padronização de normas e enfrentamento de desafios globais

Encontro em Brasília debateu contagem de carbono, ESG, hidrogênio e combate à violência, com foco em sustentabilidade, comércio e inclusão

Delegados reforçam a importância da cooperação para padronizar normas diante de contexto global de incerteza econômica (Foto: Fabiano Ribeiro / BRICS Brasil)
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247 - Nos dias 17 e 18 de junho de 2025, representantes dos órgãos de normalização dos países do BRICS reuniram-se em Brasília para aprofundar a cooperação técnica em temas estratégicos como contagem de carbono, práticas ESG, tecnologias relacionadas ao hidrogênio e enfrentamento da violência contra mulheres em ambientes institucionais. O encontro, realizado na sede do Serpro, foi coordenado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 

Na abertura do evento, o presidente da ABNT, Mario Esper, ressaltou o papel crescente das normas técnicas diante de um cenário global marcado por instabilidades. “A normatização ganha um papel ainda mais estratégico, servindo como ferramenta de integração comercial, inovação e proteção aos consumidores, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, afirmou.

Maria Cristina Rayol, chefe da Divisão de Acesso a Mercados do Itamaraty, reforçou a necessidade de convergência normativa entre os países do bloco. “Se não convergirmos nos padrões, nossos produtos não entrarão no mercado uns dos outros”, alertou. Para ela, a cooperação entre os países é essencial para superar as barreiras comerciais e garantir desenvolvimento sustentável e tecnológico. “Não atingiremos nosso potencial máximo se não trabalharmos uns com os outros”, completou.

A contabilidade de carbono foi um dos principais temas debatidos. A ausência de metodologias padronizadas entre setores e países eleva os custos de medição e compromete a transparência nas cadeias globais. Rayol destacou a importância de que a contabilidade leve em conta todo o ciclo produtivo, de forma a reconhecer as vantagens competitivas de países como o Brasil: “O Brasil é um país que retira carbono da atmosfera. A grande luta é que a contabilidade de carbono seja feita de maneira mais ampla”.

Nesse contexto, Rostislav Sirotkin, da agência reguladora da Rússia, defendeu o reconhecimento mútuo dos padrões como forma de facilitar o comércio e estimular a inovação. Já Chen Shuiyan, representante chinesa, classificou o debate como fundamental para fortalecer o comércio e o desenvolvimento tecnológico entre os países do BRICS.

Outro destaque foi a apresentação de Gabriel Lassery, da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), sobre a norma ISO TS 19870. O documento técnico oferece critérios para certificar o hidrogênio de baixas emissões, um vetor-chave da transição energética. “Menos de 1% do hidrogênio hoje é considerado de baixas emissões. A norma traz rastreabilidade e confiabilidade para o mercado internacional”, explicou.

Ao final do encontro, Lizo Makele, chefe do Escritório de Padrões da África do Sul, ressaltou o valor do diálogo técnico: “Estamos em condições de voltar e aprimorar os esforços em que estamos trabalhando”. A reunião reforçou o compromisso dos países do BRICS com a sustentabilidade, o desenvolvimento econômico e a promoção dos direitos humanos, posicionando a normalização como ferramenta essencial para enfrentar desafios globais de forma coordenada e justa.

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