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Família de jornalista detida por homofobia pede desculpas e diz que ela sofre de transtornos mentais

Adriana de Oliveira foi presa após insultar um homem gay em shopping e voltou a ofender vizinhos em condomínio de alto padrão em SP

Agressora de 61 anos foi detida em flagrante após chamar a vítima de "bicha nojenta" em cafeteria do shopping Iguatemi (Foto: Reprodução)
Laís Gouveia avatar
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247 - A família da jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, veio a público pedir desculpas pelos ataques homofóbicos cometidos por ela nos últimos dias em São Paulo. De acordo com reportagem do UOL, Adriana foi presa no sábado (15) após insultar um homem gay no shopping Iguatemi e voltou a protagonizar novos episódios de ofensas contra outros três homens homossexuais, vizinhos no condomínio onde mora, em Higienópolis, na região central da capital.

Em nota enviada ao UOL, as filhas da jornalista, que preferiram não se identificar, lamentaram o ocorrido e pediram desculpas aos quatro homens atacados. “Como filhas, gostaríamos de expressar, com profunda tristeza e sinceridade, o quanto estamos abaladas com os acontecimentos recentes. Pedimos desculpas, do fundo do coração, às pessoas que foram atingidas e afetadas pelas ofensas proferidas”, afirmaram.

As filhas também explicaram que Adriana trata há duas décadas “um quadro severo de esquizofrenia e transtorno bipolar”, condições que, segundo elas, “por vezes se manifestam de forma imprevisível e descontrolada”. Elas disseram ainda que a jornalista “já foi submetida a inúmeras internações e tratamentos” e que novas providências médicas já estão sendo tomadas. “Nossa prioridade é garantir a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos. Estamos tomando, de imediato, as providências necessárias junto aos profissionais de saúde para que novos episódios sejam evitados”, pontuaram. Os ataques homofóbicos praticados por Adriana não são inéditos. 

Gustavo Leão, um dos homens ofendidos, vive no mesmo andar da jornalista, junto com os amigos Matteus e Danilo. Eles dividem o apartamento vizinho ao de Adriana, que se mudou recentemente para o prédio. Gustavo afirma que a vizinha já havia demonstrado comportamentos hostis antes, mas que os últimos episódios foram mais graves. “Ontem a situação passou dos limites”, declarou.A nova ocorrência aconteceu na segunda-feira (17), quando Adriana foi flagrada em vídeo gritando uma série de insultos homofóbicos no condomínio. Entre as frases registradas, ela chama os vizinhos de “boiolas depilados”, “viados que dão o c**” e afirma que os três formam uma “gaiola das loucas”. A Polícia Militar foi acionada e a jornalista foi levada à delegacia. Os três amigos registraram boletim de ocorrência e prestaram depoimento. Ao final, Adriana foi liberada.

Dois dias antes, no sábado (15), a jornalista já havia sido presa por ofender Gabriel Galluzzi Saraiva, também homossexual, a quem chamou de “pobre e bicha nojenta” no shopping Iguatemi. Após audiência de custódia, Adriana foi solta mediante o cumprimento de medidas cautelares determinadas pela Justiça de São Paulo, incluindo a proibição de frequentar o shopping e de sair da cidade sem autorização judicial. Caso descumpra as ordens, poderá voltar à prisão.Diante da repercussão do caso, a administração do condomínio divulgou uma nota em que afirma “repudiar qualquer forma de preconceito ou discriminação” e reforça seu compromisso com “o respeito à diversidade, em todas as suas formas”. Adriana já não está mais morando no prédio.

Apesar do histórico de doenças mentais alegado pela família, os casos seguem sendo tratados como atos de homofobia e as vítimas esperam responsabilização legal. O episódio reabre o debate sobre os limites entre doença mental e responsabilidade penal em crimes de ódio, especialmente quando há reincidência e perigo à convivência social.

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