Eduardo Paes veta criação do “Dia da Cegonha Reborn” no Rio: “Com todo respeito, mas não dá”
Prefeito rejeita projeto que homenageava artesãs de bonecas reborn; proposta havia sido aprovada pela Câmara Municipal e gerou polêmica nas redes
247 - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), vetou integralmente o Projeto de Lei nº 1892/2023, que propunha instituir o “Dia da Cegonha Reborn” no calendário oficial da cidade. A proposta, aprovada pela Câmara Municipal em 7 de maio, previa a celebração anual da data em 4 de setembro. A informação foi publicada pelo Metrópoles nesta segunda-feira (2) .Em postagem nas redes sociais, Paes compartilhou a imagem do veto oficial acompanhada de um comentário direto: “Com todo respeito aos interessados, mas não dá”.
A declaração sintetiza o tom adotado pelo prefeito diante de um tema que vem dividindo opiniões nas redes sociais e na sociedade civil.A proposta era de autoria do vereador Vitor Hugo (MDB) e tinha como objetivo homenagear as artesãs conhecidas como “cegonhas”, responsáveis por criar os chamados bebês reborn — bonecas hiper-realistas que imitam com precisão traços de recém-nascidos. O texto justificava que o nascimento de um bebê é um momento “singular na vida de uma mulher, e não é diferente para as mamães reborn”.
Essas bonecas, segundo o projeto, não se limitam ao uso recreativo. “Nos casos de falecimento de um filho recém-nascido, o bebê reborn é utilizado por um curto período, sempre sob orientação profissional, auxiliando no processo de recomposição da mãe ou o pai enlutado”, explicou o vereador.Os reborns surgiram nos Estados Unidos na década de 1990 e se popularizaram no Brasil a partir dos anos 2000. Inicialmente voltados para o colecionismo, ganharam espaço também em terapias aplicadas por psicólogos em casos de Alzheimer, depressão, ansiedade e luto materno.
Apesar de sua aplicação em contextos terapêuticos, os bebês reborn também têm sido alvo de controvérsias. Vídeos nas redes sociais, nos quais adultos tratam os bonecos como se fossem filhos, reacenderam debates sobre fantasia, saúde mental e os limites entre afeto e ilusão.Nos últimos meses, a popularização dos reborns provocou reações em diferentes frentes. Há quem defenda políticas públicas voltadas para esse público, como um vereador em São Paulo que propôs apoio psicossocial no SUS para pais de bebês reborn. Em contrapartida, surgem ações judiciais e negativas administrativas, como a recusa de licença-maternidade e atendimento médico no sistema público.Mesmo com a justificativa do projeto de lei destacando que os reborns são “bebês extremamente realistas, fabricados artesanalmente por ‘cegonhas’” e que podem ter valor terapêutico, o prefeito Eduardo Paes não se sensibilizou com a proposta. Com o veto publicado oficialmente, a decisão agora retorna à Câmara Municipal, que poderá manter ou derrubar o veto por maioria absoluta dos votos.
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