HOME > Sudeste

Após ser solta, jornalista agora ataca seus vizinhos: "boiolas" (vídeo)

Um dia após deixar a prisão, Adriana Ramos chamou moradores de "boiola depilada" e "gaiola das loucas"

Agressora de 61 anos foi detida em flagrante após chamar a vítima de "bicha nojenta" em cafeteria do shopping Iguatemi (Foto: Reprodução)
Laís Gouveia avatar
Conteúdo postado por:

247 - A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, voltou a proferir ofensas homofóbicas apenas um dia após ter sido solta pela Justiça de São Paulo. A informação é do g1, que ouviu vítimas do novo episódio, ocorrido na segunda-feira (16), em um condomínio na região central da capital paulista.

Adriana havia sido presa em flagrante no sábado (14), após xingar um homem de "bicha nojenta" no Shopping Iguatemi, na Zona Oeste de São Paulo. Durante a audiência de custódia, no domingo (15), a Justiça concedeu liberdade provisória mediante medidas cautelares, como a proibição de frequentar o centro comercial onde o crime ocorreu.

Contudo, menos de 24 horas depois de ser solta, ela protagonizou outro ataque de ódio, agora contra três moradores do prédio onde vive. O analista de comunicação Gustavo Leão, uma das vítimas, relatou a indignação com a reincidência: "É revoltante saber que essa mulher foi solta depois de cometer um crime e voltou a agir com ódio e intolerância, agora diretamente comigo e meus amigos. Isso é a prova de que a impunidade alimenta o preconceito."

Gustavo relatou que Adriana começou a gritar no corredor que no condomínio "só moram bicha, gay e homossexual". Ao ser confrontada por um vizinho, elevou o tom e passou a repetir ofensas como "boiola depilada", "olha a gaiola das loucas", "dá o c..., boiola" e "eu vou fazer musculação para dar o c...". Segundo ele, as declarações foram feitas com deboche, como se fossem piadas.

"É como se o sistema dissesse que tudo bem cometer esses crimes, que não vai acontecer nada. Isso é desesperador, porque coloca todos da comunidade LGBTQIAPN+ em um lugar de constante vulnerabilidade", afirmou o analista.

Durante o episódio, Gustavo começou a gravar as ofensas. Uma das vítimas chegou a confrontar Adriana ao ser acusada, sem provas, de "fazer sexo a noite toda" com os outros dois moradores. "Os três?! Me respeita, me respeita! Nossa senhora", disse o rapaz, tentando contê-la.

Até a última atualização da reportagem, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não havia informado se a jornalista será novamente presa por reincidir em ataques homofóbicos.

Primeiro ataque ocorreu em cafeteria de shopping

Adriana foi presa no sábado (14) após um episódio de agressão verbal contra o analista Gabriel Galluzzi Saraiva, de 39 anos, em uma cafeteria do Shopping Iguatemi. Câmeras de celulares flagraram a mulher chamando o homem de "bicha nojenta" e outros xingamentos, além de insultar policiais civis durante o registro da ocorrência.

De acordo com o boletim policial, ela se recusou a colaborar com os procedimentos legais, a assinar os documentos de flagrante e a realizar o processo de identificação criminal. "Durante todo o tempo que permaneceu nesta delegacia, continuou a fazer ofensas contra os policiais civis em trabalho no plantão, recusando-se a acatar as ordens legais", descreve o documento.

Gabriel contou que o caso teve início após Adriana gritar repetidamente por sua conta, o que o levou a pedir calma. A partir disso, ela passou a atacá-lo. "A gente estava tomando um café. Era por volta de 15h30. [...] Intervi, falei 'calma, ela já virá, já deu o sinal'. Então, ela se descontrolou, começou a me atacar diretamente", disse.

A cliente Giulia Podgaic também presenciou a cena e confirmou que Adriana usou termos como "pobre" e "bicha" para insultar Gabriel. "Chamou ele de 'assassino' do nada. Foi uma situação muito horrível", afirmou.

À TV Globo, Adriana afirmou que Gabriel e os amigos teriam rido dela enquanto ela falava ao telefone e alegou ter sido vítima de etarismo. "Sim, me arrependo", declarou, apesar de, pouco depois, ter cometido novos ataques homofóbicos no próprio local onde mora.

Repercussão e resposta do shopping

Em nota, o Shopping Iguatemi lamentou o ocorrido e afirmou que prestou apoio às vítimas. “O empreendimento reforça que o respeito à diversidade — em todas as suas formas — é um valor inegociável e repudia qualquer ato de discriminação e intolerância”, disse em comunicado.

A reincidência do comportamento homofóbico da jornalista reacendeu discussões nas redes sociais sobre a efetividade das medidas judiciais e a segurança da população LGBTQIAPN+ em espaços públicos e privados. Até o momento, a SSP não anunciou nenhuma nova medida contra Adriana.

A reportagem segue em atualização conforme novos desdobramentos forem divulgados.

❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Cortes 247

Carregando anúncios...
Carregando anúncios...