Terremotos abalam ilha grega de Santorini e geram temor de erupção vulcânica
Especialistas monitoram atividade sísmica intensa e avaliam riscos de tsunami e deslizamentos de terra
247 - A ilha grega de Santorini, um dos destinos turísticos mais famosos do Mediterrâneo, foi sacudida por centenas de terremotos na última semana de janeiro, levando à evacuação temporária de milhares de pessoas. A região, conhecida por sua beleza paradisíaca, também é uma das áreas vulcânicas mais ativas da Europa, o que tem gerado preocupações sobre uma possível erupção vulcânica ou até mesmo um tsunami. As informações são do Serviço Sismológico Grego e de especialistas entrevistados pela imprensa internacional e foram divulgadas pelo Metrópoles.
De acordo com Efthimis Lekkas, chefe do Serviço Sismológico Grego, a peculiaridade da atual atividade sísmica é que “até agora não foi observado nenhum terremoto que pudesse ser descrito como o terremoto principal”. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa na terça-feira (4/2), após uma série de tremores que atingiram as ilhas Cíclades, arquipélago que inclui Santorini, Amorgos, Ios e Anafi.
Desde junho de 2024, a região vem registrando tremores contínuos de baixa intensidade. No entanto, em 25 de janeiro, essa atividade parou abruptamente, dando início a uma nova série de abalos. George Kaviris, diretor do laboratório sismológico da Universidade de Atenas, relatou que “mais de 2.300 terremotos foram registrados, sendo que mais de 45 deles tiveram magnitude acima de 4, o que é um fenômeno muito raro”.
Os tremores “moderados”, como os que vêm ocorrendo, podem ser sentidos em terra e causar danos estruturais menores a edifícios. A intensidade dos abalos levou à retirada de cerca de 11 mil pessoas, entre moradores, trabalhadores sazonais e turistas, nas últimas semanas.
Os cientistas destacam que, embora seja possível medir tremores em andamento, prever onde e quando ocorrerão os próximos é uma tarefa complexa. Kaviris apresentou dois cenários prováveis: o primeiro é que se trate de um “enxame sísmico”, ou seja, uma série de tremores contínuos que, embora perceptíveis, não causam grandes danos. “Esse cenário é otimista, e torcemos que seja o caso”, afirmou.
O segundo cenário, mais preocupante, é a ocorrência de um terremoto maior, com magnitude acima de 5, o que poderia causar impactos destrutivos. Na manhã desta quinta-feira, uma nova série de tremores foi registrada, com sete abalos acima de 4 graus de magnitude, segundo o Instituto Geodinâmico de Atenas. Na véspera, um terremoto de 5,2 graus na escala Richter foi detectado, o mais forte desde o início da crise sísmica.
Especialistas afirmam que a atividade sísmica atual é de natureza tectônica, o que torna improvável uma erupção vulcânica. No entanto, a região vulcânica próxima às Cíclades, incluindo o vulcão submarino Kolumbo, a 8 quilômetros de Santorini, está sob monitoramento constante. Eleonora Rivalta, especialista em propagação de magma do Centro de Geociências Helmholtz (GFZ) da Alemanha, explicou que “o magma se espalhou lateralmente a partir de Santorini ou Kolumbo, mas são necessários dados mais precisos para confirmar ou descartar essa hipótese”.
Quanto ao risco de tsunami, Kaviris avalia que as chances são baixas, embora um terremoto em 1956 tenha resultado em um fenômeno do tipo. Ele recomenda que os moradores busquem áreas mais elevadas durante os tremores, em vez de tentar deixar a ilha de barco. “Eles devem deixar a praia e ir para um lugar mais alto”, aconselhou.
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